Miniatura Marvel Nº 36 - Namor |
Enérgico, irascível, arrogante, altivo, audaz, orgulhoso... Todos esses são atributos muito bem aplicados ao Rei dos Sete Mares, sua Alteza Real, Supremo Comandante das Legiões Aquáticas e Príncipe Coroado da Atlântida, o Imperador Namor. Como um dos heróis mais antigos da Marvel (sua 1ª aparição data de 1939), Namor tornou-se um dos personagens mais interessantes, em minha opinião, dentro do Panteão da Marvel. Hora atuando como herói, hora deixando sua raiva e personalidade difícil se voltarem contra os habitantes da superfície, Namor construiu um interessante histórico de batalhas que demonstram a dualidade presente em sua alma. Uma dualidade totalmente ligada à sua origem. Nessa matéria veremos detalhes de sua vida, ao mesmo tempo que discutiremos alguns detalhes da peça de Nº 36 da Coleção de Miniaturas Marvel, que retrata muito bem personagem.
Miniatura Marvel Nº 36 - Namor |
Namor é representado com seu traje escuro que envolve seu corpo inteiro. Embora para muitos esse pareça um uniforme recente, ele já foi usado pelo Príncipe Submarino em uma 1º releitura visual do personagem em 1973. Nas primeiras histórias que li do Namor ele estava sempre com seu clássico visual (apenas com uma sunga verde com escamas), assim a representação mental que sempre tive do personagem foi essa. Por isso confesso que preferia tê-lo na coleção com a indumentária clássica, e não a vista nas fotos. No entanto, a peça tem características muito boas, a começar pela presença do Tridente que Namor segura, representando seu poderio imperial e aproximando-o do mito de Poseidon.
Miniatura Marvel Nº 36 - Namor |
Os detalhes das ombreiras, braceletes, cinto, escamas sob as axilas e Tridente em ouro reafirmam a realeza do personagem. Embora discreto, outro detalhe que qualquer fã no mundo perceberia, caso não estivesse presente, são as pequenas asas nos tornozelos do famoso soberano. Apesar do mecanismo que envolve a habilidade de voo do personagem não ser elucidado até os dias de hoje, muitos atribuem esse poder à presença destas pequenas asas que para mim sempre foram detalhes marcantes e imprescindíveis em qualquer representação. As famosas sobrancelhas angulosas e orelhas pontudas também estão presentes e, embora sejam particularidades que possam passar despercebidas em uma rápida inspeção, são elas que ajudam, e muito, a identificação de Namor como sendo um tipo atrevido e cheio de soberba.
Miniatura Marvel Nº 36 - Namor |
Algo que me intrigou e motivou-me a buscar outras peças para saber se isso era uma característica da minha estatueta ou se estava presente nas demais, foi a cor da pele usada para representar o personagem. Achei o tom da pele ligeiramente escurecido, deixando-o um pouco bronzeado. Como estou acostumado com os clássicos desenhos do personagem, em que é representado com uma tez totalmente clara, isso me incomodou um pouco. Achei que, embora seja apenas um detalhe, afastou um pouco esse Namor (da coleção) do costumeiro Príncipe Submarino presente nas páginas e nos desenhos da Era de Prata dos Quadrinhos.
Miniatura Marvel Nº 36 - Namor |
O Príncipe Namor é fruto de uma singular união. Seu pai foi o Capitão Leonard Mckenzie, um explorador que se apaixonou pela Princesa Atlante Fen. Os Atlantes são um povo que evoluiu a partir do mesmo ramo evolucionário do Homo sapiens, porém que decidiu, ainda na aurora dos tempos, retornar para os oceanos. Assim, evoluíram como a espécie conhecida como Homo mermanus, que vagou pelos mares durante milênios até estabelecer sua civilização nas ruínas de uma cidade submersa anteriormente abandonada por um povo ainda mais antigo, os Lemurianos. Esse foi o início do Reino Moderno de Atlântida. Namor nasceu na década de 1920 da união do Capitão McKenzie com a Princesa Fen. Tragicamente, o pai de Namor logo morreria, e Fen colocaria a culpa sobre os ombros da humanidade. Assim, o pequeno príncipe submarino seria, desde a tenra idade, insuflado contra os humano da superfície pela própria mãe.
Miniatura Marvel Nº 36 - Namor |
A participação de Namor ao lado do grupo de heróis Os Invasores nos anos 40 permitiu que ele ganhasse fama mundial. Lutando contra as Forças do Eixo em plena 2ª Grande Guerra, Namor firmou uma importante amizade com o Capitão América e consolidou sua imagem como um grande herói da Era de Ouro dos Quadrinhos. Nos anos 60, durante a Era de Prata dos Quadrinhos, o personagem voltaria com tudo ao entrelaçar suas histórias com as do Quarteto Fantástico, que por vezes impediu que Namor destruísse, em seu ódio, a humanidade. Esse contato próximo com os membros da família fantástica da Marvel fez com que ele se apaixonasse por Sue Richards (Mulher-Invisível) esposa de Reed Richards, o Sr. Fantástico. Esse triângulo amoroso é por vezes explorado nos quadrinhos, sendo que uma das últimas ótimas incursões sobre o tema foi a excelente história Quarteto Fantástico 1234.
Miniatura Marvel Nº 36 - Namor |
Ainda no tema boas histórias não posso deixar de mencionar a mais recente Namor: As Profundezas, de Peter Milligan e Esad Ribic. Uma claustrofóbica história que consegue colocar o Príncipe Submarino em uma atmosfera mítica de tensão, medo e angústia ao assombrar a tripulação de um submarino em busca da Atlântida. Voltando ao histórico do personagem, outro dado muito relevante é que Namor foi se tornando ao longo dos anos alguém cada vez instável em seu humor, apresentando características maníaco-depressivas cada vez mais frequentes. Pois foi o rival Reed Richards que o ajudou nessa questão. Richards descobriu que a fúria e o descontrole de Namor estavam ligados às mudanças de pressão a que o corpo de Namor estava frequentemente submetido cada vez que saia do oceano profundo e vinha à superfície. Assim, Richards desenvolveu um aparelho que, acoplado ao traje de Namor, permite reduzir os drásticos efeitos fisiológicos que as abruptas mudanças pressóricas causavam na fisiologia e, por conseguinte, no humor do Príncipe.
Miniatura Marvel Nº 36 - Namor |
Recentemente Namor teve sua trajetória associada intimamente aos Mutantes da Marvel. Talvez por eu me considerar um leitor das antigas, não aprovei muito essa aproximação. Confesso que gostava mais quando o nome "Namor" era diretamente associado ao Quarteto Fantástico ou aos Vingadores. Essa recente mudança na linha dramática do herói ainda precisa provar-me a que veio!
Namor é para mim um excelente personagem, com um imenso potencial para boas histórias. Sua personalidade dividida (meio Homo sapiens, meio Homo mermanus), hora atuando com ímpeto selvagem, hora atuando ao lado do bom senso pela justiça é seu grande trunfo dramático!
Ok amigos... Abraço à todos!