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domingo, 26 de outubro de 2014

Coleção de Miniaturas Marvel - Melhores Peças


Olá amigos... Há algum tenho pensado em fazer uma matéria sobre as melhores peças lançadas até aqui no âmbito da Coleção de Miniaturas de Metal da Marvel. Recebi também alguns pedidos de alguns amigos leitores aqui do Blog para construir uma matéria assim. Penso que fazer uma seleção de melhores peças é algo muito pessoal, uma vez que determinados aspectos de uma miniatura pode me atrair, enquanto os mesmos aspectos pode não causar qualquer reação em outro fã. Soma-se a isso o fato que existem peças que podem entrar para minha seleção em função de questões emocionais e afetivas em função da relação que tenho com determinado personagem. De qualquer forma, seleções assim sempre são bem vindas, uma vez que podem auxiliar aquele fã que quer investir um dinheiro na compra de algumas peças, mas que não possui muita referência para escolha. Apesar de tudo, omiti personagens que, embora eu goste muito deles, suas peças não ficaram boas e por isso perderam a chance de aparecer aqui. Por hora vocês ficarão com meus destaques do Nº 01 ao 40. Vamos lá...

Entre as 10 primeiras eu destacaria as seguintes:

Wolverine (Nº 02) - Destaque entre as 10 primeiras peças
Características que credenciam a peça: Personagem em uma postura característica; garras bem modeladas; estatura condizente com o biotipo do herói; detalhe dos pelos nos braços desnudos lembrando um animal.

Dr. Octopus (Nº 03) - Destaque entre as 10 primeiras peças
Características que credenciam a peça: Tentáculos bem moldados; pintura e modelagem do tecido do roupão caracterizando bem os antigos aventais de couro usados pelos cientistas nas primeiras décadas do Século XX; ótima postura vilanesca das mãos; personagem acima do peso (gordinho), tal qual sempre fora desenhado.


Coisa (Nº 04) - Destaque entre as 10 primeiras peças
Características que credenciam a peça: Personagem com grande histórico afetivo para mim, além disso a peça mantém uma boa pintura; a pele rochosa e craquelada está bem feita e valoriza muito a peça.


Magneto (Nº 05) - Destaque entre as 10 primeiras peças
Características que credenciam a peça: Posição de alta vilania; capacete e capa muito bem modelados, permitindo a sensação de leveza característica dos tecidos das capas.


Surfista Prateado (Nº 07) - Destaque entre as 10 primeiras peças
Características que credenciam a peça: Nove em cada 10 fãs de quadrinhos gostam do Surfista. Só isso seria um grande motivo para colocar a peça em destaque, porém ela realmente é legal. Sua enorme prancha (semelhante às usadas pelos Surfistas dos anos 60) é sensacional. A pele prateada e o visual alienígena fazem jus ao grande Surfista Prateado!!


Dr. Destino (Nº 10) - Destaque entre as 10 primeiras peças
Características que credenciam a peça: Postura de poder e arrogância; capa e tecido da túnica modelados de forma excelente. A capa parece realmente um verdadeiro manto real; máscara de metal e armadura dos braços e das pernas muito bem construidos.

Destaques 11 à 20:

Tempestade (Nº 14) - Destaque entre 11 à 20
Características que credenciam a peça: Tempestade foi uma das primeiras peças a agradar os fãs no que se refere à modelagem das feições. As roupas da personagem ficaram muito boas e o corpo escultural da mutante africana ficou muito bem modelado.


Thor (Nº 15) - Destaque entre 11 à 20
Características que credenciam a peça: Dentre a trindade principal da Marvel (Capitão América, Thor e Homem de Ferro), destaco apenas o Thor, e mesmo assim com ressalvas. A peça é robusta, o uniforme é clássico (o meu preferido), a capa traz imponência e possui um movimento lateral como se fosse soprada por um vento. Porém, poderiam ter caprichado mais na pintura e nas feições. Mesmo assim ela é destaque.


Fera (Nº 16) - Destaque entre 11 à 20
Características que credenciam a peça: Embora com um visual felino, achei a peça bem feita. O efeito dos pelos não deixaram a desejar. A peça está bem feita, porém confesso que preferia a versão mais símia do personagem.

Destaques 21 à 30:

Motoqueiro Fantasma (Nº 22) - Destaque entre 21 à 30
Características que credenciam a peça: Embora sem sua moto infernal, o personagem surpreendeu a todos ao trazer uma corrente verdadeira ao redor do tórax. Botas, jaqueta e calça muito bem pintadas e modeladas. Merecido destaque.


Kraven (Nº 23) - Destaque entre 21 à 30
Características que credenciam a peça: Unanimidade entre os colecionadores, a peça traz Kraven com sua extravagante roupa muito bem pintada e modelada. Além disso, temos um longa lança que compõe perfeitamente o personagem. Mais que merecido o destaque!


Mephisto (Nº 24) - Destaque entre 21 à 30
Características que credenciam a peça: Mephisto é destaque para mim por trazer o personagem sem nenhuma imperfeição. A face está bem modelada e a capa e a longa "tanga" estão com ondulações perfeitas. Alguns colecionadores tiveram problema com a mão esquerda estendida. Eu mesmo tive esse problema, porém colei com "Superbonder" e ficou bom.


Ciclope (Nº 25) - Destaque entre 21 à 30
Características que credenciam a peça: Além de eu gostar do personagem, achei a peça bem pintada, além de traze-lo em uma posição clássica emitindo seu raio ocular. Não está entre meu Top 10, porém eu a destaco.


Homem-Areia (Nº 27) - Destaque entre 21 à 30
Características que credenciam a peça: O destaque para a peça é unanimidade junto à todos que eu já conversei!! O personagem está muito bem pintado e a composição está perfeita, onde a mão esquerda em forma de um bloco de areia completa perfeitamente a peça com os pés fundidos em uma mesma massa de areia. Excelente!!


Pantera Negra (Nº 30) - Destaque entre 21 à 30
Características que credenciam a peça: Gostei da peça por trazer o personagem com uma pintura negra bem feita, além de dar destaque para suas luvas, botas e máscara. A anatomia do tórax e membros (superiores e inferiores) está bem feita e dá veracidade à peça.

Destaques 31 à 40

Anjo (Nº 31) - Destaque entre 31 à 40
Características que credenciam a peça: Gosto do personagem e não posso deixar de destaca-lo em função do portentoso par de asas que a peça traz. O artista que construiu a peça foi feliz ao destacar o que o personagem tem de melhor, além de ser o que o diferencia: seu par de asas. 



Venom (Nº 32) - Destaque entre 31 à 40
Características que credenciam a peça: Não sou fã do Venon, porém a peça mereceu meu destaque pela ótima modelagem, além de deixar evidente toda força macabra do vilão/anti-herói. Destaque também deve ser dado para suas mãos que mais parecem garras.


Namor (Nº 36) - Destaque entre 31 à 40
Características que credenciam a peça: Embora eu preferisse o Príncipe Submarino em sua indumentária original, essa peça está muito boa. A pintura das ombreiras, braceletes, cinto, membranas das axilas e tridente em ouro está muito boa e se destacam bem com o preto da calça e camisa. Merecido destaque!


Loki (Nº 37) - Destaque entre 31 à 40
Características que credenciam a peça: O Loki aqui representado é o mesmo da fase clássica de histórias de Walter Simonson nos quadrinhos. O que me fez destacar a peça foi a quantidade de adereços bem modelados, desde as portentosas ombreiras militares, até os chifres, capa, botas e flâmula que pende do alto da cabeça do vilão. Gostei bastante.


Mística (Nº 39) - Destaque entre 31 à 40
Características que credenciam a peça: Mística possui uma peça simples, mas mereceu meu destaque pela boa pintura da calça, blusa e pele. Sua feições estão bem modeladas e os olhos amarelos foram pintados com cuidado. A arma em sua mão e sobretudo sua sensual e letal posição garantem um bom tempo de admiração de qualquer fã.


Doutor Estranho (Nº 40) - Destaque entre 31 à 40
Características que credenciam a peça: Gostei bastante da peça do Dr. Estranho, embora suas feições pudessem ter sido melhor trabalhadas. Os detalhes de sua roupa estão excelentes. A capa está perfeita ao trazer o "ar" místico do personagem, principalmente pelas amplas e grandes golas ao redor do pescoço. A túnica mais larga que o Mago está trajando, com calça preta, luvas amarelas e mãos em forma de evocação são grandes destaques para mim. Sem esquecermos, é claro, da presença do poderoso "Olho de Agamoto" presente na união da capa ao redor do pescoço.

Bom amigos, fiz essa matéria para auxiliar alguns no direcionamento de suas escolhas, porém volto a dizer que são peças que selecionei como destaques pessoal. Essa será uma matéria em constante evolução, já continuarei sempre acrescentando personagens de destaque. É isso aí. Um grande abraço à todos!!

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Miniatura Marvel Nº 41 - Mulher-Invisível

Miniatura Marvel Nº 41 - Mulher-Invisível

Primeira heroína a fazer parte do ressurgimento dos quadrinhos na "Era de Prata" na Marvel, a Mulher-Invisível já desempenhou diversos papéis que foram evoluindo ao longo das décadas. Desde donzela indefesa e secundária no início do Quarteto Fantástico, até uma mulher decidida, independente e forte. Sue Storm se tornou sem dúvida nenhuma uma personagem que participou das últimas grandes sagas do Universo Marvel com participações contundentes e importantes. O verdadeiro exemplo de que, para ser uma mulher emancipada e moderna, não há necessidade de se abrir mão da feminilidade, encantamento e sensualidade. Sua peça dentro da Coleção de Miniaturas Marvel será analisada nessa matéria, bem como alguns fatos importantes de sua vida, fatos estes incontestavelmente ligados à mitologia da mais conhecida e fantástica família da Marvel!

Miniatura Marvel Nº 41 - Mulher-Invisível

A miniatura da Mulher-Invisível apresenta a personagem em seu traje mais clássico, muito parecido com o primeiro uniforme usado pela heroína à época de sua criação em 1961. A única diferença desta roupa para a primeira a ser usada por ela é que, na 1ª versão, evidenciava-se claramente o uso de um "shorts" da mesma cor azul do macacão. A peça apresenta uma figura esguia, sem grandes contornos físicos ou atributos mais voluptuosos. É importante que lembremos que essa coleção traz os personagens com as características atropométricas (peso e altura) oficiais da Marvel, sendo assim devemos considerar que esse é o corpo de Sue Storm. Embora sua silhueta se distancie das avantajadas curvas de outras heroínas e vilãs, a personagem tem seu lugar de destaque em qualquer prateleira nerd pela sua importância e histórico. Por isso, para o leigo é possível que essa seja uma miniatura sem maiores atrativos. Porém, qualquer fã mais antigo sabe que por trás deste corpo aparentemente frágil esconde-se uma mulher de vontade ferrenha além de um grande poder.

Miniatura Marvel Nº 41 - Mulher-Invisível

Pela forma como já vi a Mulher-Invisível ser várias vezes desenhada eu esperava que seu corpo fosse modelado de uma forma um pouquinho mais avantajado. O uniforme da heroína é simples, sem adereços como capa, acessórios de combate ou capacetes. O cabelo está bem modelado em minha opinião, faltando, no entanto um pouco mais de cuidado na modelagem das feições, fato já observado em diversas outras peças da coleção que traz personagens de rosto desnudo. Especificamente na peça que fotografei há pequenas falhas na pintura dos dedos das duas mãos, que deveriam estar totalmente recobertos de preto. A postura da heroína lembra a clássica posição de defesa/ataque de Sue Storm, na qual ela se protege ou ataca com algum campo de força. Embora chamada de Mulher-Invisível, a personagem aprimorou muito seus poderes, que inicialmente se resumiam à invisibilidade. Com tempo ela aprendeu a emitir um campo de força psiônico extraído do hiperespaço com várias texturas, podendo se tornar até indestrutível.

Miniatura Marvel Nº 41 - Mulher-Invisível

Criada em plenos anos 60, a Garota-Invisível (seu 1º codinome) encarnava inicialmente o típico protótipo da garota daquela época. Apresentada como uma moça frágil, sonhadora, cheia de aspirações românticas, Sue Storm teve uma vida inicial difícil. Ela e o irmão (Johny Storm) sofreram a perda da mãe ainda pequenos em um acidente de carro. O pai passaria a beber e seria preso ao se envolver com um agiota. Os dois irmãos passariam a viver com a tia (Marygay) que futuramente alugaria um quarto para ninguém menos que Reed Richards, um jovem e brilhante cientista. Logo os sonhos juvenis de Sue Storm, que queria ser modelo e atriz naquela época, a levariam a se apaixonar pelo acadêmico Reed. O jovem trabalhava em um programa espacial secreto do governo que foi engavetado. Isso motivaria o cientista a convidar seu amigo Ben Grimm a fazer parte de sua iniciativa pessoal envolvendo uma viagem espacial. É difícil explicar hoje o que motivaria Reed Richards a levar sua frágil e recente namorada e o irmão adolescente dela para essa viagem experimental. O fato é que para Stan Lee isso não pareceu tão inverossímil à época (rs).

Miniatura Marvel Nº 41 - Mulher-Invisível

O final desta história todo mundo já conhece. Bombardeados pela radiação cósmica os 04 teriam sua estrutura atômica alterada e se tornariam os Quarteto Fantástico. Os primeiros anos de Sue Storm como Garota-Invisível ao lado dos companheiros de equipe a apresentava como a donzela que quase sempre era raptada por algum supervilão, e os demais membros se desdobravam para salva-la, o que sempre acontecia no final da história.O casamento de Sue e Reed foi talvez um dos acontecimentos mais queridos e lembrados por todo fã da Marvel. Quem não se lembra da célebre sequencia de desenhos de Alex Ross retratando esse momento na minissérie "Marvels"? O casamento ocorreu de verdade em 1965 em Fantastic Four Annual 3, e a partir dele muita coisa mudou para Sue Storm (agora Sue Richards). Gestações difíceis, conflitos familiares e divergências de opiniões começariam a mudar a personalidade frágil e sonhadora da típica garota dos anos 60.

Miniatura Marvel Nº 41 - Mulher-Invisível

Essa mudança na personagem coincidia com o início dos anos 70, que chegava mostrando que o sonho americano deveria ser dividido com o mundo real, onde vivem pessoas reais. Muitas histórias do Quarteto Fantástico passaram a representar o amor e os conflitos que permeiam o dia a dia de toda e qualquer família. Esse aliás, é para mim, a grande "chave" do sucesso do Quarteto, uma equipe que antes de mais nada é uma família real. O tempo, como todos nós sabemos, não passa nos quadrinhos tal qual passa em nosso mundo real. Sue Richards teve seu 1º filho Franklin Richards em Fantastic Four Annual 06 de Novembro de 1968, e infelizmente perdeu o 2º, que nasceu morto (Fantastic Four 267 de Junho de 1984). Em 1985 Sue mudaria seu codinome de Garota para Mulher-Invisível, demonstrando sua clara mudança em direção à maturidade. Somente na década de 2000 é que o 2ª filho viria, só que agora uma menina, Valéria (Val). Sue deu à luz à Val após uma intrincada saga envolvendo viagens no tempo e terras paralelas. Uma história relativamente complexa que ainda deixa muitas questões em aberto sobre a origem da menina.

Miniatura Marvel Nº 41 - Mulher-Invisível

Na última década Sue Richards demonstrou sua força e independência ao se colocar de forma decisiva em sagas importantes da Casa das Ideia, como por exemplo sua posição contrária à do marido no Arco "Guerra Civil", em que permaneceu à favor dos heróis opositores à Lei de Registro de Super-humanos. Na recente Saga "A Era de Ultron" ela também desempenhou papel fundamental ao lado de Wolverine. Embora "A Era de Ultron" seja uma saga criticada por muitos (inclusive por mim, em função do seu grande potencial desperdiçado por um desfecho pífio e mal-ajambrado) o Arco traz mudanças importantes na cronologia Marvel com a participação direta de Sue. Porém, em minha opinião a história que melhor apresentou a heroína em toda sua feminilidade, força, poder e solidão (em função de ser esposa de um homem pragmático e da ciência) é "Quarteto Fantástico 1234", escrita por Grant Morrison e desenhada por Jae Lee. Uma narrativa que penetra no universo interior de Sue de forma incrível, mexendo com mágoas e tensões reprimidas, além é claro de abordar os questionamentos que toda mulher de meia idade possui. A história também coloca em perspectiva a relação de atração mútua entre Sue e o Príncipe Submarino (Namor). Um caso antigo de fascinação mútua entre os dois personagens.

Miniatura Marvel Nº 41 - Mulher-Invisível

Sue Richards é uma personagem que em uma análise mais superficial pode passar facilmente despercebida, no entanto ao olharmos para ela com mais foco perceberemos uma heroína que encarna o Espírito da Marvel. Uma personagem que sofreu os impactos diretos das mudanças culturais das últimas décadas e respondeu à eles de forma contemporânea sem perder sua delicadeza, sensualidade e por que não dizer uma poderosa e encantadora fragilidade!

É isso aí amigos!!!

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Miniatura DC Nº 13 - Shazam! (Capitão Marvel)

Miniatura DC Nº 13 - Shazam! (Capitão Marvel)

Shazam ou Capitão Marvel é um super-herói representante direto de uma fase mais inocente dos quadrinhos, a Era de Ouro (1938 - 1956). Criado em 1939 o herói foi inicialmente chamado de Capitão Marvel, e até hoje é um dos mais famosos no mundo, chegando a dividir as atenções praticamente em "pé de igualdade", à época de sua criação, com outro importante herói, o Superman. A importância do Capitão Marvel para os quadrinhos é incontestável e até hoje o herói carece de uma atualização que o coloque de volta ao panteão que merece. Hoje veremos um pouco de sua mitologia, os embates judiciais junto aos quais seu nome esteve envolvido e algumas importantes características da peça que o representa dentro da Coleção de Miniaturas de Metal da DC.

Miniatura DC Nº 13 - Shazam! (Capitão Marvel)

A miniatura é interessante e traz o herói em seu uniforme original. Um chamativo macacão vermelho, botas e braceletes amarelos, o portentoso raio no peito e a curta capa branca com bordados amarelos. Uma das coisas que me chamou atenção foi a peça não mostrar o herói nas características morfológicas originais vistas à época de sua criação. A miniatura o aproxima mais do perfil físico de heróis de nossa época do que dos anos 30-40. O visual dos heróis dos anos 40 era relativamente diferente daquele visto nas décadas seguintes. Nos anos 40 um importante estudo na área da cardiologia (O Estudo de Framingham) ainda não havia sido publicado. Foi através desse estudo que ficamos sabendo por exemplo que obesidade e sobrepeso, tabagismo, e ingesta de alimentos ricos em gordura nos faziam mal. É por isso que o biotipo do herói difundido naquela época era diferente do atual. Nos anos 40 e 50 estar acima do peso e fumar eram características vistas como desejáveis. Por isso se notarmos a forma como o Capitão Marvel era desenhado nos desenhos clássicos, nos depararemos com um personagem ligeiramente acima do peso. Isso também pode comprovado, por exemplo no físico do ator George Reeves que interpretou o Superman no seriado dos anos 50.

Miniatura DC Nº 13 - Shazam! (Capitão Marvel)

Confesso que eu esperava que a peça o representasse nesse biotipo mais clássico. Como amante da Era de Ouro que sou eu contava com isso. Porém, não podemos deixar de chamar atenção para características interessantes da peça. Fica bem patente, por exemplo, o formato de "casaco" da parte superior da roupa do herói, onde se destaca um botão na região superior do tórax à direita. Além desse botão fica visível uma linha vertical que desce na lateral do tórax salientando que ali há uma sobreposição do casaco. A modelagem permite, inclusive, a noção de que a roupa é constituída de um tecido mais grosso. Um efeito que na minha opinião valoriza bastante a figura. Esse detalhe pode ser visto, por exemplo na última foto que encerra essa matéria, na qual podemos observar o músculo peitoral do herói de sobressaindo e gerando dobras no tecido. Gostei também da pintura da peça e dos detalhes amarelos como se fossem bordados dourados na parte lateral da capa. Além disso, as ondulações no tecido da capa está presente, trazendo um sentido de leveza e de um certo movimento lateral.

Miniatura DC Nº 13 - Shazam! (Capitão Marvel)

O personagem foi criado dentro da Editora Fawcett Comics, uma editora que existiu entre 1935 e 1953. Seus criadores (Bill Parker e C.C. Beck) conceberam o Capitão Marvel como uma resposta à onda de sucesso que outro personagem (Superman) de uma outra editora (National Comics - nome da DC naquela época) fazia. O visual e feições do personagem foi inspirado no ator Fred MacMurray. Com o sucesso do Capitão Marvel a National Comics logo entrou com um processo contra a Fawcett Comics acusando-a de plágio. Na visão da National o Capitão Marvel era uma cópia descarada do Homem de Aço. A ação judicial durou até 1953 com a Fawcett desistindo do personagem em função de suas baixas vendas. Dessa forma o Capitão Marvel e toda sua mitologia cairia num limbo editorial até 1973, quando a própria National Comics (agora rebatizada de DC Comics) compraria os direitos do personagem e passaria a publica-lo. Foi nessa época, portanto que o herói teve que mudar de nome, pois a Marvel Comics já possuía um personagem de grande sucesso chamado "Capitão Marvel". Assim, passou a existir o personagem Shazam! A revista Shazam durou de 1973 à 1978, sendo que o Capitão Marvel (agora rebatizado de Shazam) ainda era desenhado pelo seu 1º desenhista e co-criador, C.C. Beck. Foi nesse período, por exemplo que foi produzida a Série televisiva americana do personagem. Vale ressaltar que, para todos os efeitos cronológicos da DC, o Capitão Marvel ou Shazam, era um personagem que vivia em uma Terra paralela (a Terra S) diferente daquela em que se passavam as aventuras dos principais personagens da Editora (Liga da Justiça e companhia).

Miniatura DC Nº 13 - Shazam! (Capitão Marvel)

O personagem só seria mesmo rê-incorporado à cronologia oficial DC com toda importância que possuía a partir da Saga Crise nas Infinitas Terras, publicada entre 1985 e 1986. Mais recentemente ele voltou aos holofotes ao ganhar destaque no último reboot da editora em 2011 (Os Novos 52) e em função do anúncio de um possível filme da DC Studios tendo Dwayne Johnson (The Rock) no papel de Shazam. Para entendermos parte da dificuldade que o herói teve para se manter conhecido e relevante ao longo das décadas é preciso que entendamos sua origem à luz dos anos 40. Uma época em que os leitores de HQs eram todos garotos que sonhavam em ter super poderes. É por isso que o Capitão Marvel é na verdade o garoto Billy Batson, um jovem que se tornara órfão a partir do assassinato dos pais arqueólogos durante uma escavação no Egito. A irmã de Billy (Mary) seria criada distante do irmão por uma família rica da cidade de Fawcett City (homenagem à editora original do personagem). Billy viveria algum tempo nas ruas e sua inocência, bom coração e valores chamaria atenção do Mago Shazam.

Miniatura DC Nº 13 - Shazam! (Capitão Marvel)

O Mago presentearia Billy com a Sabedoria de Salomão, a Força de Hércules, o Vigor de Atlas, o Poder de Zeus, a Coragem de Aquiles e a Velocidade de Mercúrio. E tudo isso seria acessado quando o garoto proferisse a palavra Shazam, transformando-o em alguém com um corpo adulto e poderoso. Embora a forma do herói sugira um adulto, na verdade a mente do Capitão Marvel/Shazam é exatamente a mesma de Billy, ou seja, a de um menino. É por isso que o herói é visto por muitos outros como sendo inocente e relativamente imaturo. Embora isso possa sugerir um problema, em minha opinião esse fato poderia passar de fraqueza para ponto forte dentro da mitologia do herói. Por isso algumas críticas foram ouvidas (inclusive as minhas) quando o Capitão Marvel/Shazam foi apresentado em sua versão pós reboot de 2011 como um garoto malandro, com uma tendência à mentira e à uma esperteza que beira a malandragem. Isso de certa forma invalida a premissa que levou o sábio Mago Shazam a escolher o garoto Billy como sendo digno de portar tamanho poder. Uma das versões recentes do herói mais legais foi a que vi na animação Superman/Shazam: O Retorno de Black Adam. Uma animação excelente que mostra a premissa original do herói nos nossos dias. Isso comprova que as origens dos heróis não precisam ser mudadas, mas simplesmente serem bem escritas.

Miniatura DC Nº 13 - Shazam! (Capitão Marvel)

Capitão Marvel/Shazam é para mim um herói em seu sentido clássico, que vê o mundo sem grande angústias ou dores. Que simplesmente quer ajudar os outros não para se expiar de algum pecado, ou para diminuir sua dor frente à algum trauma passado. Um herói que faz o bem porque isso é o certo de se fazer. Embora esse tipo de herói faça pouco sucesso hoje em dia, penso que muitas vezes é disso que precisamos. Fazer  bem sem segundas intenções, e simplesmente fazer isso porque nos faz bem também. Estou feliz com notícia da possibilidade de um novo filme envolvendo o herói. Acredito que há espaço sim para ele em nosso mundo e que os conceitos que o envolvem não estão obsoletos, talvez pelo contrário, possivelmente seja exatamente disso que precisamos em nossos dias.

Miniatura DC Nº 13 - Shazam! (Capitão Marvel)

Bom amigos, é isso aí. Um grande abraço à todos!!
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