No fim dos anos 70 eu estava entrando para a escola. Aos 6 anos entrei no pré e aos 7 estava ingressando com muito orgulho na 1a série.
Minha mãe e professora, tal qual milhares de educadoras no Brasil, adotava a querida, ensolarada, simples e limpa cartilha "Caminho Suave", concebida pela educadora brasileira Branca Alves de Lima.
Essa cartilha era para mim como uma tarde ensolarada. À começar pela capa que evocava em mim uniformes limpos, engomados, cheirosos, nuvens brancas e algodonosas no céu azul de início da tarde.
Minha mãe e professora, tal qual milhares de educadoras no Brasil, adotava a querida, ensolarada, simples e limpa cartilha "Caminho Suave", concebida pela educadora brasileira Branca Alves de Lima.
Essa cartilha era para mim como uma tarde ensolarada. À começar pela capa que evocava em mim uniformes limpos, engomados, cheirosos, nuvens brancas e algodonosas no céu azul de início da tarde.
O aprender vinha através de saberes e sabores na Escola Rural Mista Municipal Oswaldo Cruz.
A "Caminho Suave" teve uma linda trajetória de sucesso ao longo do século 20 até ser retirada do Catálogo de Alfabetização do Ministério da Educação em 1995 em favor de um outro método de alfabetização: o Construtivismo.
Mas existia também uma outra história acontecendo em minha vida de pequeno alfabetizante naquele ano de 1978... Havia uma outra cartilha na escola. Uma cartilha que não era adotada pela minha mãe e que, por isso mesmo aguçava minha curiosidade: A Cartilha "Brinquedos da Noite" de Iêda Dias.
Em minha micro-mente em formação havia um grande mistério ao redor dela. Enquanto "Caminho Suave" era o dia ensolarado, "Brinquedos da Noite" era uma noite cheia de mistérios na qual três crianças saiam a conhecer o universo alfabético.
Isso bastava para eu entender essa outra cartilha como uma linda noite de lua cheia na qual as pequenas crianças é que eram os brinquedos da noite.
A vaidosa noite tinha seus caprichos, e eram três crianças, e uma delas bem que poderia ser "eu".
Cheguei a pensar naquela época que essa cartilha talvez fosse adotada para garotos de sete anos mais adultos...
Isso bastava para eu entender essa outra cartilha como uma linda noite de lua cheia na qual as pequenas crianças é que eram os brinquedos da noite.
A vaidosa noite tinha seus caprichos, e eram três crianças, e uma delas bem que poderia ser "eu".
Cheguei a pensar naquela época que essa cartilha talvez fosse adotada para garotos de sete anos mais adultos...
"Brinquedos da Noite" simplesmente desapareceu. Nunca consegui re-encontrá-la ou folhea-la novamente depois de adulto.
Não brinquei nesta Cartilha como brinquei na Caminho Suave. Por isso ela ainda é para mim uma brincadeira que eu gostaria de um dia brincar... Uma brincadeira numa linda noite cheia de estrelas...
Não brinquei nesta Cartilha como brinquei na Caminho Suave. Por isso ela ainda é para mim uma brincadeira que eu gostaria de um dia brincar... Uma brincadeira numa linda noite cheia de estrelas...