Olá amigos... Os Vingadores retornam não deixando pedra sobre pedra em seu caminho rumo ao panteão dos Bluckbusters modernos. O filme que estreou no Brasil na última quinta feira (23/04) já levou multidões aos cinemas e, a julgar pelos diversos tipos de pessoas presentes nas diversas sessões, prova definitivamente que vivemos num mundo conquistado pela Marvel. Sem dúvida Kevin Feige consolida seu plano iniciado em 2006 com Homem de Ferro I e prova aos magnatas do entretenimento que a receita do sucesso das adaptações dos quadrinhos é: a) tratar a mitologia original dos personagens como se fosse um cânone a ser seguido a risca, sob o risco dos aficionados perceberem o embuste e botarem tudo a perder; e b) trazer efeitos especiais de primeira com muita luta e cenas grandiosas, sabendo no entanto que isso não vale absolutamente nada se o foco não for colocado na humanidade do herói ou vilão, com suas dúvidas e dramas pessoais.
O filme traz muitas surpresas sobre a vida de alguns personagens bem como sobre a dimensão que a Marvel quer trazer ao seu universo nas telas. Com lançamentos já oficiais de filmes até 2019 e extraoficialmente até 2028, Kevin Fiege finalmente desfralda sua gigantesca visão à indústria do entretenimento. Se antes ela vivia de imediatismos e bilheterias, hoje ela percebe que o plano de longo prazo, sem pressa e com qualidade pode ser a aposta certa. O cuidado com a construção dos personagens em filmes individuais fez com que a plateia no cinema se deleite com cada fala do herói ou vilão, como se duplos sentidos estivessem escondidos e, na maioria das vezes, estão mesmo.
No filme o fã poderá ver em uma sequencia toda fúria do Hulk liberada sobre uma cidade indefesa, algo só visto antes nos quadrinhos clássicos e antigos. Poderá também ver o sutil humor em vários momentos, um humor na medida certa, mas que se fosse usado de forma desmedida traria total descrédito a filme. A presença aqui e ali de personagens que apareceram em filmes anteriores (ex. Falcão, Máquina de Combate) trazem a agradável ideia de coesão à tudo. Novamente a história conduz os Heróis Mais Poderosos da Terra a situações de discórdia e desagregação, porém a solução passa pelo que todo fã quer ver, ou seja, pelo ideal super-heróico.
Um dos pontos de maior expectativa entre os fãs e para mim é o aparecimento do andróide Visão, incrivelmente interpretado pelo ator Paul Betany, com aquela sutileza filosófica tão presente no herói cibernético nos quadrinhos. Paul Betany já era conhecido do Universo Marvel há muito tempo ao fazer a voz da Inteligência Artificial conhecida como Jarvis. A presença do androide a partir de um certo ponto do filme, com toda sua estranheza e comportamento ainda desconhecido, traz uma expectativa contínua sobre sua participação na equipe.
Ultron é o vilão que a Marvel prometia: bizarro, violento, onipresente e quase onisciente. Sua criação é cercada por nobres questões e dúvidas, e sua estranheza pela humanidade faz alusão às ideias e histórias robóticas do Mestre Isaac Asimov. Talvez o único ponto que me chamou atenção negativamente foi a forma às vezes até jocosa que Ultron passou a se dirigir às pessoas. Como se quisesse fazer piadas. Talvez isso possa ser explicado pela sua rapidez em absorver as convenções sociais humanas. O movimento labial do vilão também não me pareceu muito crível, já que como é um robô feito de metal o movimento de sua boca deveria ocorrer em conjunto e não simular as pequenas ações labiais musculares humanas. Mas é claro que estou sendo preciosista nesses comentários, algo que não tem valor algum no conjunto final que é excelente.
Faço menção ainda às ótimas cenas envolvendo as credenciais da pessoa para erguer o Martelo de Thor, algo que rendeu muitas sequencias interessantes. A armadura do Homem de Ferro está muito bonita, e podemos ver Stark verdadeiramente dentro dela, algo que não aconteceu muito em Homem de Ferro 3. Máquina de Combate faz participação honrosa também. Os gêmeos Pietro e Wanda Maximof não fizeram feio. Confesso que não me agradou muito a escolha do ator que interpreta Mercúrio, pois em minha mente ele deveria ser interpretado por alguém mais magro e de cabelos brancos, e para Feiticeira Escarlate eu esperava alguém com um corpo mais "a lá" Angelina Jolie. Mas eles não decepcionaram.
Bom amigos... Essas são minhas impressões e espero que, quem ainda não foi, vá ver. Depois de uma semana cheia de polêmica envolvendo nossas peças da Eaglemoss (Metal x Resina) acho que precisávamos de um descanso assistindo à Vingadores 2!!