Miniatura Marvel Especial Nº 02 - Vigia |
Integrante de uma raça de alienígenas mais velha que o tempo, ele é conhecido pela humanidade apenas como O Vigia, um ser enigmático que fez aparições à determinados Heróis Marvel em situações de grande importância. Vivendo em um local específico da Lua, O Vigia é na verdade "Uatu" (seu nome verdadeiro), e faz parte da raça dos Vigias. Com o único objetivo de "observar" e "registrar" o desenvolvimento das diversas espécies espalhadas pelo Cosmo, Os Vigias possuem um rígido código de ética que lhes impedem de interferir nos acontecimentos em qualquer sociedade senciente. Sendo assim, sua espécie funciona como "Bibliotecários Cósmicos", que registram continuamente os acontecimentos. Nessa matéria veremos algumas características da peça que representa o Vigia da Terra dentro da Coleção de Miniaturas Marvel, bem como alguns fatos importantes de sua longa e perene história.
Miniatura Marvel Especial Nº 02 - Vigia |
O Vigia é talvez a peça mais pesada de toda a coleção até aqui. Só isso já a colocaria como tendo grande destaque, porém ela vai além ao conseguir reproduzir toda imponência, visual exótico e estranheza do personagem. Trajando vestes que lembram os antigos senadores romanos, O Vigia, traz consigo a ideia de julgamento, premonição e advertência. Além da imponência, tamanho e peso da peça, as ondulações presentes no tecido das vestes e capa estão muito bem representadas, dando um ar de leveza que todo tecido naturalmente possui. Se o colecionador observar bem, poderá ver, aliás, que a capa que cobre os ombros do personagem se divide em duas, algo que pode ser observado nas fotos posteriores da peça.
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Outra ponto alto da peça, em minha opinião, é a clareza e meticulosidade com que a face de Uatu foi moldada. Na qual podemos, inclusive, delimitar algumas "covinhas" e marcas de expressão. Com um histórico de não conseguir trazer clareza às feições dos personagens que se apresentam com o rosto desnudo, a Coleção tem no Vigia um bom exemplo de trabalho bem feito nesse quesito. Esse detalhamento pode ser visto também na modelagem dos músculos do braço direito, pescoço e orelhas. É possível que a explicação para isso seja o maior tamanho da peça (motivo pelo qual ela se encontra entre as Especiais), pois com uma maior área de trabalho seria mais fácil a modelagem em metal. A desproporção entre a cabeça e os demais membros do corpo de Uatu pode ser considerada como um erro por aqueles que desconhecem o personagem, mas na verdade foi assim que a raça dos Vigias foi concebida nas HQs. Possivelmente para ressaltar a estranheza de seus integrantes e origem alienígena.
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A raça dos Vigias tem sua origem nas névoas de tempos imemoriais. Eles eram uma sociedade que existia em uma Galáxia diferente da nossa e possuíam conhecimento e tecnologia inimagináveis. Sua estrutura social era regida pelo Alto Tribunal do Planeta, um conselho formado por três integrantes: Emmu, Ikor e seu filho Uatu. Ikor pleiteava e ideia de que sua raça deveria compartilhar seu conhecimento e tecnologia com Planetas menos evoluídos e desenvolvidos. Por outro lado, Emmu era contrário à essa ideia. Coube ao filho de Ikor, Uatu convencer o Tribunal e a sua sociedade que os ideais de seu pai eram os mais elevados e éticos. Foi assim que os Vigias presentearam os habitantes do pobre e pouco evoluído Planeta Prosilicus com a tecnologia do domínio do átomo. Voltando décadas depois para ver como os habitantes daquele Mundo haviam se saído os Vigias tiveram a amarga visão de um Planeta devastado pela Guerra Nuclear. Foi esse incidente que levou o Tribunal e a Sociedade de Vigias como um todo a traçarem um rigoroso código de ética dentro do qual cada Vigia iria apenas observar e registrar os acontecimentos pelo Cosmo.
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Assim, Uatu foi designado para observar um pequeno Planeta Azul (a Terra) ao redor de uma estrela amarela. É possível que quando Uatu chegou à nossa Lua, a raça humana ainda nem havia surgido. Estabelecendo sua casa na chamada "Área Azul" (um posto avançado da raça Kree) com atmosfera, conforto e tecnologia, Uatu iniciaria suas observações junto à Terra. Com o mínimo contato entre si, os Vigias passariam centenas ou até milhares de anos sem se falar, apenas registrando e catalogando acontecimentos. Porém, uma característica muito peculiar à espécie humana fez crescer dentro de Uatu sua tendência inata para o bem e para o que é certo. Foi assim que ele iniciou, gradativamente, uma série de intervenções em nossa história, sempre a favor de nossa sobrevivência, contrariando, no entanto seu rígido código de ética. Seu 1º contato se deu com os integrantes do Quarteto Fantástico (Sr. Fantástico, Mulher-Invisível, Tocha-Humana e o Coisa). Esse contato se daria dentro do arco de histórias em que o vilão Fantasma Vermelho tentava reivindicar a Lua para seus compatriotas comunistas. Embora muito pouco lembrado, esse conflito pavimentou os laços de confiança que se estabeleceu entre o Quarteto Fantástico e Uatu, preparando-os para a Apocalíptica Crise que estaria por vir!!
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Essa Crise tinha um nome: Galactus!! Em março de 1966 Stan Lee e Jack Kirby criariam uma das mais arrebatadoras e apocalípticas sagas até então nunca vistas. E foi nessa crise que se manifestaria todo apreço que Uatu possui por nossa espécie. Graças ao seu auxílio o Quarteto Fantástico conseguiria afastar a devastadora presença do Devorador de Mundos. Esse episódio, dentre outros, mostrou a difícil e filosófica questão com a qual Vigia de depara constantemente: A Escolha entre aquilo que é "Ético" (ou seja, a não interferência nos assuntos de uma determinada raça que tem o direito de aprender com seus próprios erros) e o que é "Correto" (ou seja, agir sempre na direção da preservação da vida). O Filósofo Soren Kierkegaard já se debruçou sobre questão semelhante e trouxe para nós uma visão que considero a correta para mim sobre isso.
Miniatura Marvel Especial Nº 02 - Vigia |
No caminhar transcendente do Ser Humano é possível se distinguir 03 estágios: O Esteta; O Ético; e o Religioso. No 1º deles o ser humano vive sob os conceito apenas do "Belo" e do "Feio". Sua capacidade de julgamento é ínfima e em geral essa pessoa se afasta de questões mais profundas e existenciais, como por exemplo os conceitos de vida e morte. Resumindo é o ser que vive em um "Mundo de Shopping Center", alienado, superficial e por conseguinte vazio (o que é "Belo" é bom, o que é "Feio" é mal). No 2º Estágio esse ser humano já é capaz de ver a vida não apenas a partir de julgamentos simples e superficiais, mas consegue estabelecer relações em que valores éticos como justiça, igualdade e fraternidade passam a fazer sentido. Tal ser humano estaria mais apto a viver em sociedade e conseguiria transcender ao 1º e vazio estágio. Mas haveria um 3º Estágio, uma forma de viver em que eu julgaria minhas ações não apenas a partir de valores éticos, mas também "Espirituais". Nesse estágio conceitos como amor, compaixão, partilha passariam a fazer mais sentido. É nesse estágio que estariam as pessoas que teriam a coragem de sacrificar sua posição e "status" em favor do mais fraco, em favor do menos favorecido, em favor daquele que é pequeno.
Miniatura Marvel Especial Nº 02 - Vigia |
É sob essa ótica que eu vejo as ações de Uatu, um ser que evoluiu para uma forma de conduta em que suas ações são pautadas não apenas por um frio código de ética (Estágio 2), mas que modula esse código em favor da vida (Estágio 3). Foi o que a Bíblia disse de José (pai de Jesus), alguém que deveria ter rejeitado o menino em função do que a Lei dizia, pois muito provavelmente o menino era fruto da traição de Maria com outro homem. Mas não foi assim, ele agiu pelo "Espírito da Lei" e não pela "Lei". Muitos heróis sintetizam isso, dentre eles eu colocaria o Superman, alguém que não age segundo seu poder, mas segundo a preservação da vida e das relações humanas. O mundo teria menos "Guerras Santas" e "Massacres em Nome de Ideologias" se a humanidade avançasse nesse sentido.
É isso aí amigos! Grande Abraço!
Obs.: Há algum tempo vem surgindo diversas ideias interessantes envolvendo a Coleção de Miniaturas Marvel e DC. Catálogos envolvendo as peças integrantes da coleção, estantes específicas para acondicionar as peças, planilhas de acompanhamento dos lançamentos são algumas dessas iniciativas. Uma que gostaria de destacar é a criação de adesivos para colar nas caixinhas protetoras que acompanham cada miniatura. Tais adesivos valorizam as caixas e permitem uma rápida identificação no que diz respeito a qual caixa determinada miniatura pertence. Abaixo segue um link para o Blog do amigo Guilherme Lopes, que vem se destacando na confecção destes adesivos. Fica a dica.