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sábado, 16 de agosto de 2014

A Saga Fundação - Parte VI: PRELÚDIO À FUNDAÇÃO


Em matérias anteriores abordei (em sequencia cronológica de lançamento) os Livros: Fundação (publicado entre os anos de 1942 à 1950); Fundação e Império (1952); Segunda Fundação (1953); Limites da Fundação (1982); e Fundação e Terra (1986). Uma Saga Cósmica concebida pelo Professor Isaac Asimov, uma das mentes mais imaginativas do Século XX. Uma Epopeia Galáctica que se encaixa perfeitamente em um sub-gênero da Ficção Científica conhecido como "Space Opera". Cenários grandiosos, longos períodos de tempo e aventuras de diversos personagens se conectando e se desconectando à medida em que décadas e séculos se passam. A Saga da Fundação representa a humanidade em um momento de plena conquista da Via-Láctea em um futuro extremamente distante. No entanto, as mesmas ambições, ambiguidades e egoísmos continuam presentes no seio de nossa civilização. A partir daí fica fácil prever que esse Império estaria com dias contados. Nesse cenário surge o lendário matemático Hari Seldon que consegue fazer a incrível junção da Matemática com a Psicologia, criando o que ele chamou de "Psico-História". Uma ciência capaz de mapear os constantes e cíclicos movimentos das massas humanas ao longo das Eras, construindo assim algoritmos e equações preditoras para o futuro. Seldon tenta então, não necessariamente salvar o Império, mas estabelecer uma 2ª via para o futuro, ou seja, cria duas Fundações, colônias humanas distantes, destinadas a ascender a humanidade como raça à patamares distantes dos erros recorrentes do passado.


Os livros anteriores da Saga Fundação tratavam, respectivamente, do desenrolar da queda do Império Humano, dos primeiros passos da Fundação enquanto colônia, da obscura 2ª Fundação, do incrível poder e influência alcançado pela Fundação e, por fim, da busca por um sentido maior para toda história humana. Em Prelúdio à Fundação (1988), Isaac Asimov resolve olhar para trás, para o início. Muito pouco se sabia da vida e dos detalhes históricos de Hari Seldon, como ele teria conseguido construir um sistema matemático tão elegante e inventivo em meio às tensões iniciais de um Império em declínio. Qualquer pessoa que tenha lido alguns dos livros mencionados acima deve ter tido muita curiosidade para saber do homem por detrás da "Psico- História". Em Prelúdio à Fundação entendemos um pouco sobre quem foi Hari Seldon, um homem simples, amável e proveniente de um Planeta (Helicon) quase sem importância e distante do centro Galáctico, localizado no Planeta Trantor. A biografia de Hari Seldon é aos poucos desvendada ao mesmo tempo em que o Asimov nos leva a entender como seria possível se chegar à comportamentos padrões universais para toda raça humana, independente de onde ela esteja. Assim, vamos entendendo aos poucos os pilares sobre os quais Seldon formulou suas postulações iniciais.

Trantor

A leitura fica mais interessante pelo fato de Asimov ter escrito Prelúdio à Fundação depois de escrever o último livro da Saga (Fundação e Terra). Assim, o leitor consegue perceber sutis interferências de um plano ainda maior que o do próprio Hari Seldon. O livro nos conduz para uma análise suave, porém importante das diferenças sociais e culturais existentes no Planeta Trantor, que no final das contas são as mesmas diferenças sob as quais nos debatemos hoje como espécie. No entanto, pequenas formulações comportamentais vão surgindo aos atentos olhares de Hari Seldon e de sua companheira, a Historiadora Dors Venabili. Para você que nunca leu qualquer livro da Fundação, não há necessidade de qualquer conhecimento prévio de sociologia, psicologia, matemática, história ou qualquer outra disciplina, uma vez que Asimov escreve seus livros como aventuras. No entanto, uma análise mais apurada verá que todas essas disciplinas citadas acima são usadas por ele para compor sua grande história.

Superfície Externa de Trantor

O livro se passa em Trantor, (Capital do Império Galáctico Humano). Onde uma colcha de retalhos cultural vive sob domos de metal artificial que cobrem todos o Planeta, de maneira que toda civilização encontra-se abaixo destes tetos metálicos que acabaram por cobrir toda superfície do planetária. É nesse caldo cultural que Hari e Dors viverão suas aventuras. O leitor mais curioso perceberá grande semelhança entre as culturas apresentadas nos diversos conglomerados humanos de Trantor e aquelas que existem hoje em nosso Planeta natal, a Terra. Além de ser um grande entretenimento, o livro nos fornece também um interessante exercício de reflexão.


Pouco antes de morrer em 1992, Asimov lançaria ainda Origens da Fundação, livro que dá seguimento aos acontecimentos vistos em Prelúdio à Fundação. Em breve comentarei aqui sobre esse último livro e deixarei um esquema de melhor ordem de leitura da Saga para todos aqueles que quiserem iniciar uma aventura por esse incrível universo criado pelo gênio Isaac Asimov.

Ok amigos... Um grande abraço!

Um comentário:

  1. Legal. Comecei a ler Prelúdio à Fundação semana passada e estou gostando muito.

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