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sábado, 22 de maio de 2021

Guia de Cards: Revista Mundo dos Super-heróis - 3ª Série.



Olá amigos, retornamos com mais uma matéria com a continuidade dos Cards (Mini e Supercards) da Revista Mundo dos Super-heróis. Estes lançamentos se iniciaram a partir do Nº 100 da revista, e tem como objetivo trazer de forma sucinta pequenas resenhas baseadas em cards. No caso dos Supercards o foco são filmes, séries, nostalgia (filmes antigos da cultura nerd), Quadrinhos e Animações. Já os Minicards trazem a transformação de determinado herói ou vilão (Marvel ou DC) em sua indumentária ao longo das décadas. Com apontamentos rápidos e objetivos no verso, estes cards não são apenas imagens colecionáveis, são conteúdos que nos permitem uma visão da sinopse, bastidores e referências (no caso dos Supercards) e do contexto no qual aquela determinada versão do herói/vilão atuou. Possivelmente devido à pandemia e todo impacto trazido consigo, não tivemos uma interrupção do seu lançamento nos números 120 e 121, como podemos ver acima. Mas a partir do 122 as coisas voltaram ao normal. Acompanhe aqui a continuidade desta incrível iniciativa. Grande abraço!


















Minicards: Evolução visual do Superman - Parte 2 - 1990 à 2018.

107 - Quadrinhos: The Four Horsewoman Part 2 (Wonder Woman #756) (2020); 108 - Quadrinhos: Espectros do Passado (The Amazing Spider-Man #238) (1983); 109 - Quadrinhos: Robin 80th Anniversary 100-Page Super Spectacular (2020); 110 - Animações: Hulk vs. (2009).

Minicards: Evolução visual Mulher-Gato - 1940 à 2020.

111 - Séries: A Rainha do Congo (1948); 112 - Séries: Mulher-Maravilha (1977);  113 - Séries: Louis & Clark - As Novas Aventuras do Superman (1994);  114 - Séries: Flash (1990).

Minicards: Evolução visual Gavião Arqueiro - 1964 à 2005.

115 - Quadrinhos:  Questões (Spwan #1) (1992); 116 - Séries: Monstro do Pântano (1990); 117 - Filmes: Rocketeer (1991); 118 - Séries: Terror dos Espiões (1941).

Minicards: Evolução visual Feiticeira Escarlate - 1963 à 2016.

Minicards: Evolução Visual Mulher-Leopardo - 1943 à 2016.
119 - Filmes: Superman and The Mole Man (1951); 120 - Filmes: Superman IV - Em Busca pela Paz (1987).

sábado, 16 de maio de 2020

Guia de Cards: Revista Mundo dos Super-heróis - 2ª Série - Atualizado Maio 2020

Minicards: Evolução visual do Batman  - 1939 à 2018. Supercards: 89 - Quadrinhos: Batman contra o Monge Louco - Parte 1 (Detective Comics #31 - Setembro de 1939); 90 - Filme: Batman - O Retorno (1992).

A Revista Mundo dos Super-heróis é a publicação jornalística acerca do mundo dos gibis, super-heróis e afins mais longeva da história do Brasil. Em 2018 alcançou a marca de inimagináveis 100 edições. Um feito para qualquer nerd, em especial o aficionado por quadrinhos, comemorar. A partir da edição 101, o time editorial resolveu presentear os fãs com uma coleção de Supercards. Estes Supercards foram alvo de uma matéria aqui no Blog na qual comentei acerca da riqueza do material. Não apenas por trazer momentos emblemáticos da 9ª Arte nos quadrinhos, filmes e séries, mas por inserir no verso de cada supercard um texto que contextualiza aquele momento. Das edições 101 à 111 foram lançados 88 Supercards que podem ser apreciados na minha matéria anterior. Quando chegou à edição de Nº 112 percebi que a coleção havia se modificado um pouco. Agora, além de dois Supercards por edição o fã passou a receber 27 minicards com a evolução visual de determinado personagem ao longo de sua existência.

Minicards: Evolução visual da Mulher-Maravilha - 1941 à 2016. Supercards: 91 - Animações: Batman Ninja (2018); 92 - Animações: Batman: O Mistério da Mulher-Morcego (2003).

A mudança veio presentear o fã não apenas com o aspecto artístico evolutivo do super-herói/super-heroína, mas no verso de cada minicard o leitor tem um pequeno texto que contextualiza o uniforme e acessórios ali apresentados. Quando lidos na sequencia, cada série de minicards se torna quase que uma pequena enciclopédia com informações extremamente interessantes acerca da evolução do personagem. Além das óbvias curiosidades que se pode encontrar nos textos, o fã consegue muito bem situar a evolução artística do personagem em paralelo ao espírito do tempo vigente em sua época. Há, portanto, uma insinuação muito bem feita entre imagem, concepção artística e o conjunto do clima intelectual e cultural do mundo da época (Zeitgeist). Assim, o que à princípio pode parecer apenas um elemento atrativo na hora da compra da revista, se torna na verdade um rica fonte de consulta e análise.

Minicards: Evolução visual do Coringa - 1940 à 2018. Supercards: 93 - Filme: Capitão América: O Filme (1991); 94 - Animações: Liga da Justiça - A Nova Fronteira (2008).

Os textos no verso de cada minicard são de Clayton Godinho, o mesmo que já assinava e continua assinando os textos no verso dos Supercards. São textos curtos, objetivos e bem escritos. As ilustrações dos personagens em cada fase é de Débora Caritá. Nesta matéria apresento à vocês esta segunda série desta que é uma grande iniciativa dos Editores da Revista. Como o lançamento desta série ainda está em curso, teremos atualizações sempre que um novo número da revista chegar às bancas. Assim, você poderá acompanhar o que está saindo.

Minicards: Evolução visual da Viúva Negra - 1964 à 2018. Supercards: 95 - Quadrinhos: E Agora, Tudo Começa (Nick Fury, Agents of Shield #4 - Setembro de 1968); 96 - Quadrinhos: Superman Liberto (Superman #233 - Janeiro de 1971).

Eu penso que iniciativas como esta não podem deixar de ser noticiadas e acompanhadas. Digo isto porque vivi uma época (anos 80 e 90) em que pouco, ou nada se tinha aqui no Brasil que pudesse auxiliar o fã a conhecer melhor seus personagens e artistas preferidos, e muito menos conseguir entender de forma mais precisa a evolução cronológica de heróis e vilões da 9ª Arte. É por isso que abro espaço aqui no Blog para noticiar a apresentar esse tipo de iniciativa, além de tentar auxiliar a todos aqueles que estão fazendo a coleção ou simplesmente não a conheciam.

Minicards: Evolução visual do Arqueiro Verde - 1941 à 2018. Supercards: 97 - Nostalgia (Série): O Arqueiro Verde (1940); 98 - Séries: Arrow 5ª Temporada (2016).

Não deixem de acompanhar esta grande e histórica coleção que, à semelhança da incrível Coleção de Cards do Festival Guia dos Quadrinhos (lançada nas edições do festival de mesmo nome aqui em São Paulo nos últimos anos) veio para satisfazer até mesmo o leitor mais exigente.

Minicards: Evolução visual da Arlequina (1993 à 2016), Canário Negro (1947 à 2016) e Caçadora (1977 à 2016). Supercards: 99 - Quadrinhos: Batman: O Cavaleiro das Trevas #4 (Batman: The Dark Knight Returns #4 - Junho de 1986); 100 - Quadrinhos: The Dark Knights Returns: The Golden Childs #1 - Dezembro de 2019.

Minicards: Evolução visual do Thor - 1962 à 2020. Supercards: 101 - Animações: Thor - O Filho de Asgard (2011); 102 - Quadrinhos: O Bom, O Mau e O Misterioso (The Silver Surfer #4 - Fevereiro de 1969).

Minicards: Evolução visual do Superman - 1933 à 1990. Supercards: 103 - Quadrinhos: Superman (Action Comics #1 - Junho de 1938; 104 - Nostalgia (Série): Superman (1948); 105 - Animações: Superman Contra a Elite (2012); 106 - Quadrinhos: Apocalypse!! (Superman #75 - Janeiro de 1993).

domingo, 18 de junho de 2017

Batman - Sangue Ruim


Muitas são as divergências no Mundos dos Quadrinhos, mas uma das unanimidades quanto à qualidade e respeitabilidade aos personagens são as animações da DC. Acumulando experiência desde os anos 90 com as Séries Animadas de Batman e Superman, o Departamento de Animações da DC possui nomes de peso envolvidos em suas produções, dentre eles: Paul Dini, Bruce Tim, Alan Burnett, a incrível diretora de dublagens Andrea Romano e seu time de famosos dubladores, Mark Hamill, Kevin Conroy, Rosario Dawson entre outros. Batman - Sangue Ruim segue esta trilha e não decepciona. Recentemente assisti à animação com expectativas que foram plenamente atendidas. Confesso que estava com um "pé atrás" por se tratar de uma história envolvendo a chamada "Família Batman", um conceito que particularmente não me agrada muito. No passado tivemos este conceito muito presente nas HQs, por exemplo: Família Marvel (Capitão Marvel, Mary Marvel e Capitão Marvel Jr.), Família Superman (Superman, Supergirl, Super-Cão...). O conceito teve seu lugar em uma época mais inocente dos quadrinhos, e reproduzi-lo em nossos dias é algo que tem todas as prerrogativas para não dar certo. No entanto, Sangue Ruim trabalha este conceito de FAMÍLIA do personagem dentro de uma perspectiva moderna e atual.


A família em questão seriam os heróis que, inspirados no exemplo do Homem-Morcego, decidiram dedicar suas vidas ao combate ao crime sob a insígnia do Morcego de Gotham: Asa Noturna, Robin (Damian), Bat-Woman e Bat-wing. A história começa frenética com uma luta com um desfecho muito ruim para Batman, o que já dá o tom de que os protagonistas da animação serão outros, e não o Cruzado Encapuzado. O nome Sangue Ruim é muito adequado, por se dúbio em relação à quem ele se refere, à dinastia Batman ou alguma outra? Além disso, os heróis vão sendo apresentados aos poucos, e a união deles é justificada de uma forma plausível e consistente.


O ponto alto do filme para mim são os diálogos. Percebe-se um cuidado muito grande em colocar as palavras adequadas na boca de cada personagem, evitando a armadilha de se criar a constrangedora situação de ações e palavras não terem nada a ver com o DNA do personagem. Os astros do filme são Damian (filho de Bruce Wayne com Talia Al Ghul) e Dick Grayson (Asa Noturna), que se vê obrigado a vestir o manto do Homem-Morcego. Damian começa a mostrar pequenos lampejos de maturidade e do caminho que decidiu seguir ao lado do pai. Entendendo o rígido código moral adotado por Batman: Justiça, não Vingança. Há alguns segredos escondidos (estear eggs) no longa que não vou dizer para não estragar a experiência de assisti-lo. Vale ressaltar, no entanto a conversa romântica/sensual que Asa Noturna desenvolve com uma moça ao telefone enquanto luta com um criminoso. O fã descobrirá facilmente a identidade da moça do outro lado da linha com sendo Rory, a heroína Estelar dos Novos Titãs. 

O Herético em 1º Plano na imagem

A galeria de vilões é bem interessante, mas muitas surpresas vão sendo descortinadas ao longo da trama, mostrando que tudo é um grande jogo de uma mente mais perigosa por trás. A consistência dos vilões dá credibilidade à narrativa, e a história acaba sendo adulta, com violência explícita e intenções sub-entendidas. Dentre os vilões destaco 02, o Herético e Tetch. Este último um vilão mais velho que é na verdade uma mistura de gênio tecnológico dentro de uma mente doentia.

Tetch

Há um sub-texto de caráter ético que permeia a animação, ao questionar de forma sutil se a missão de Batman é ou não correta, uma vez que seus métodos sombrios e sua mente traumatizada se assemelham muito à daqueles que ele mesmo combate. Esta questão será crucial para definir o ato final da história. De ponto negativo eu poderia ressaltar o fato de Damian ser apenas um adolescente de aproximadamente 13 anos e durante as cenas de luta receber golpes de pessoas que são 10 vezes maiores que ele sem, no entanto quaisquer prejuízos ao pequeno Robin. Acho isto importante já que estamos falando de uma animação que pretende atender à critérios adultos de narrativa.


O DVD da animação traz dois extras, uma prévia da animação Liga da Justiça vs Jovens Titãs e um trailer longo do filme Esquadrão Suicida. Liga da Justiça vs Jovens Titãs parece ser uma animação muito interessante dentro da linha cronológica de crescimento e amadurecimento de Damian, já o trailer de Esquadrão Suicida gera uma profunda tristeza, pois mostra o filme que ele deveria ter sido mas não foi, muito provavelmente por medo dos acionistas perderem dinheiro com a onda de ceticismo que havia na época fruto do filme Batman vs Superman. Caso consigamos esquecer do filme e nos concentremos apenas no trailer, podemos ver o quão interessante o filme era antes de ser amputado.


Caso você tenha assistido à Batman - Sangue Ruim, diga o que achou abaixo. 
É isso aí amigos!! Abcs!

domingo, 4 de outubro de 2015

Deuses e Monstros


Olá amigos... Que a DC está muito, mas muito à frente da Marvel no Universo da animação isso todos nós já sabíamos. O que surpreende à todos é o quão longe ela está. Bruce Timm e companhia já atingiram um grau de requinte e seriedade em suas animações que nos deixa (surpreendentemente) sem palavras. Deuses e Monstros é uma das mais recentes animações da DC a chegar no Brasil em DVD e é tudo e mais um pouco do que eu já havia ouvido a respeito dela. Ousada, subversiva, adulta, cheia de surpresas e com vários segredos escondidos (Easter Eggs) ao longo da trama. Qualquer fã da DC se deliciará com o simples fato de ir descobrindo as diferenças existentes entre o Universo em que se passa Deuses e Monstros e o Universo tradicional da Editora.



A história é enxuta e traz uma Liga da Justiça com apenas 03 integrantes: Superman, Mulher-Maravilha e Batman. Porém, uma trindade bem diferente da tradicional, não apenas em suas personalidades, mas sobretudo em suas origens que são contadas em forma de Flash backs sem, no entanto tornar a narrativa cansativa. Aliás, um dos pontos altos da trama é justamente ir descobrindo quem são estes 03 integrantes da Liga. O expectador com certeza terá grandes surpresas ao descobrir quem é quem. Histórias como esta revelam o quanto a DC tomou a decisão certa nos quadrinhos ao, recentemente, optar pela volta de histórias mais diversificadas e sem muito compromisso entre elas. Ou seja, um retorno (de certa forma) às realidades alternativas ou ao conceito de Multiverso, onde roteiristas e desenhistas possuem muito mais liberdade para ousar com os tradicionais personagens da editora.



Quaisquer coisas que eu venha a falar poderá revelar determinada parte da trama e assim constituir-se em spoiler. Portanto, me restringirei a comentar que os personagens aqui apresentados serão (para muitos) a atualização dos tradicionais heróis da editora. Todo aquele fã que sempre quis gostar do Superman, porém nunca conseguiu engolir seu "ar" de bom moço, terá aqui uma grande surpresa, pois verá um personagem que congrega a complexa personalidade de alguém que é bom, no entanto traz a Guerra em seu DNA. Com certeza este é o Superman que muitos gostariam de ver. Eu, particularmente gosto da personalidade do Homem de Aço tradicional, por mais que às vezes ela pareça piegas. Porém, entendo perfeitamente aqueles que gostariam de ver o último sobrevivente de Krypton agindo à altura de seus Super-poderes. 



Batman possui uma outra personalidade também. Um temperamento diverso daquele tão tradicionalmente apresentado nos quadrinhos. Uma índole que o coloca mais perto da humanidade, por mais paradoxal que esta minha afirmação seja em relação à imagem acima. Seguindo esta mesma premissa, a Mulher-Maravilha também apresenta-se como alguém diferente em sua concepção e origem. Bruce Timm e Alan Burnet conseguiram subverter os conceitos mais pétreos e imutáveis do Universo DC de uma forma elegante e competente.



As diferenças não são apenas para chocar o expectador, mas trazem consigo uma certa crítica à sociedade e até mesmo à própria indústria dos quadrinhos. Personagens periféricos à mitologia da Liga da Justiça e de seus 03 principais heróis são apresentados na animação de forma que relações antes tidas como imexíveis na editora são aqui desconstruídas. E o que poderia ser um ponto negativo para a animação (já que muitos iriam reclamar de ver determinados fatos do cânon modificados) funcionam muito bem. O fã acaba terminando de assistir o DVD e ficando com a vontade de ver o desenrolar deste estranho universo.



Particularmente confesso que não gostei muito quando vi pela 1ª vez a proposta desta animação. Achei que seria uma animação tentando surfar na onda da mudança de personagens clássicos apenas para tentar chocar o público e assim ganhar novos leitores ou expectadores. Tal qual foi o caso, por exemplo, de converterem o Lanterna Verde da Era de Ouro em homossexual. Uma mudança totalmente desnecessária para um herói que já possuía toda uma mitologia bem fundamentada e consolidada. Eu não tenho contra personagens com orientações sexuais diferentes, pelo contrário. Apenas acho que para inseri-los não há necessidade de mexer com ícones já estabelecidos. Mas enfim... Isto não acontece com Deuses e Monstros, já que a subversão dos conceitos ao redor dos personagens não está a serviço apenas do mercado ($$), mas sim da possibilidade de atualização e aeração de antigos conceitos.



Bom amigos... Como disse no início da matéria, mais um ponto para a equipe de Bruce Timm e para a DC. É isso aí!!

domingo, 23 de março de 2014

Superman - Batman: Inimigos Públicos


Superman - Batman: Inimigos Públicos é uma animação baseada em uma história em quadrinhos homônima do famigerado roteirista Jeph Loeb. A animação, lançada em DVD no Brasil já há algum tempo, segue a tradição das boas/ótimas animações da DC. Podemos dizer que, nessa área de animação a editora se coloca à frente da concorrente Marvel, trazendo animações que marcaram época desde os anos 90, tais como Batman: A Série Animada, que ajudou a redefinir o conceito ao redor do Homem-Morcego para toda uma nova geração, além de algumas mais recentes e comentadas aqui no Blog, Ponto de Ignição e Superman-Shazam: O Retorno de Black Adam. Superman - Batman: Inimigos Públicos traz uma história mediana, porém como veremos a seguir seu ponto alto é sem dúvida nenhuma alguns incríveis extras presentes no DVD lançado no Brasil.


A animação coloca Batman e Superman como aliados ao terem suas atividades marginalizadas em função da ascensão à Presidência dos EUA de ninguém menos que Lex Luthor. A partir de uma metódica campanha contra a atividade de super-humanos, Luthor coloca a opinião pública contra os dois vigilantes. A animação tem momentos muitos interessantes, embora no final esteja um pouco abaixo, em minha opinião, de outras animações da DC.


Dentre esses momentos interessantes da animação ressalto em primeiro lugar a relação entre Superman e Batman, que revela uma dinâmica de quase "irmãos" entre eles, com direito à tiradas ácidas de um para com o outro, além de um sentimento mútuo de proteção e cuidado. Batman funciona como um irmão mais velho para Clark, enquanto que para o Superman, Batman é alguém que ele admira, embora às vezes precise ser controlado dentro de sua visão particular de justiça.


Outro ponto alto é a presença de alguns super-heróis e vilões da DC. Ao terem suas cabeças colocadas à prêmio, Batman e Superman serão perseguidos por diversos vilões que aparecem tentando ganhar uma recompensa. Adicionalmente, a dupla terá que lidar com super-heróis à serviço do governo americano que agora compartilham a visão de Luthor a respeito do Homem de Aço.


Como disse acima, o ponto alto do DVD são os extras. A animação é vendida em dois discos. No DVD 1 encontramos o filme junto com um interessante material adicional. O telespectador poderá assistir à pequenos documentários sobre a realização de algumas importantes animações da DC, além de uma passagem sobre a série "A Noite Mais Negra". Os mini-documentários trazem informações sobre o processo criativo de cada uma das obras e pequenos comentários de alguns "pesos-pesados" do departamento de filmes animados da DC. Abaixo segue a lista do material:

1 - Mini-docmentário: A Noite Mais Negra (Por dentro do evento da DC Comics: Geoff Johns);

2 - Mini-docmentário sobre a animação: Mulher-Maravilha - A Princesa Amazona;

3 - Mini-documentário sobre a animação: Batman -  O Cavaleiro de Gotham (Uma Evolução Anime);

4 - Mini-documentário sobre a animação: Liga da Justiça - A Nova Fronteira (Da Graphic Novel ao Filme de Animação);

5 - Mini-documentário sobre a animação: Lanterna Verde - Primeiro Voo;

6 - Trailers da Animação "Lanterna Verde - Primeiro Voo", de "Fringe" e "Batman: Asilo Arkham".


É no DVD 2, no entanto que se encontra um material ainda mais interessante. No documentário "Uma Batalha de Mentes", de pouco mais de 20 minutos, Alan Burnett, Gregory Noveck, Paul Levitz, Joeph Loeb, Danny Fingeroth e a Dra. Robin S. Rosenberg (Editora do livro "Psychology of Superheroes") debatem sobre os perfis psicológicos de Bruce Wayne e Clark Kent. O documentário é cheio de interessantes "insights" a respeito da psiquê de cada personagem e a fala da Dra. Robin são as mais interessantes, pois partem de uma psicóloga que analisa as motivações e emoções intrínsecas de cada um.


Outro ponto alto é o documentário "Jantar com o Pessoal da DCU e com o convidado Kevin Conroy". Para quem não conhece, Kevin Conroy é a voz por trás do Batman nas diversas animações da DC. O documentário tem 26 minutos e nada mais é do que uma conversa descontraída durante um café da tarde informal entre Gregory Noveck (vice-presidente do Departamento de Criação da DC Comics à época da animação), Bruce Timm (produtor executivo de diversas animações da DC e das famosas séries de animação do Batman e do Superman nos anos 90), Andrea Romano (a grande (em minha opinião) diretora de elenco e dublagens das animações da DC) e Kevin Conroy. Em função da informalidade o documentário ficou gostoso de assistir e interessantes informações sobre o processo criativo da animações são relatadas.


Prosseguindo no sortido material extra temos ainda um mini-documentário sobre a animação "Liga da Justiça: Crise em Duas Terras". Destaques para os comentários de Andrea Romano e do roteirista da animação Dwayne McDuffie. Assistir alguns dubladores em ação nesse documentário é muito interessante, sobretudo a dublagem do ator James Woods para o personagem Coruja.


Por fim o DVD 2 se encerra com chave de ouro ao trazer dois episódios escolhidos a dedo por Bruce Timm da Série Animada do Superman dos anos 90 em que Batman e Superman aparecem juntos. Os episódios são: O Demônio Renasce e Hora do Cavaleiro. Bem, como podem ver é material extra para ninguém botar defeito! rs rs


Superman - Batman: Inimigos Públicos é uma animação que classifico como mediana à boa, porém tem seu ponto alto ao ser lançada junto com material extra tão interessante como o descrito acima. É isso pessoal! Grande abraço!

domingo, 9 de março de 2014

Uma História de Amor e Fúria


Há algum tempo iniciei aqui no Blog uma coluna para comentar algumas animações que chamaram minha atenção. Recentemente assisti a uma delas que, além de ser Brasileira, ganhou de forma justa o Prêmio Máximo em 2013 no Festival de Animação de Annecy (o mais importante do gênero no mundo). Sua excelência técnica, roteiro extremamente interessante e diálogos precisos e enxutos a tornam um grande feito. Uma História de Amor e Fúria caminha por entre importantes momentos da História Brasileira mostrando, sob a ótica do povo, diversos acontecimentos cabais, além de encenar uma história de amor que vai além do tempo.


A história começa na aurora do Brasil, na região de Guanabara (Rio de Janeiro) no ano de 1566. Ali o índio Abeguar (Selton Mello) da tribo Tupinambá vivia com sua tribo ao lado da índia Janaína (Camila Pitanga). Abeguar e sua tribo são atirados no redemoinho da disputa entre Portugueses e Franceses pelas Terras Virgens do Brasil. O destino de Abeguar seria, no entanto alterado porque o Grande Deus Munhã o escolheria para ser imortal e assim lutar contra Anhangá, uma força do mal que tem sede de morte, destruição e um apetite imenso por devorar a natureza, apodrecer nossas águas, dizimar nossos animais e empobrecer nossa terra.


Abeguar vagaria por entre séculos em forma animal e o encontro com Janaína em futuras Eras seria a chave para torna-lo humano novamente a cada ciclo, e assim manter sua solitária luta contra Anhangá. Dessa forma o índio Tupinambá viveria a Revolta da Balaiada na Maranhão de 1838, uma vez que ele próprio na verdade seria Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, o Manuel Balaio, um simples artesão de balaios que, após ser massacrado pelo governo corrupto da época e ter suas filhas violentadas por policiais, resolve se erguer contra o poder vigente na época.


Manuel Balaio lutaria ao lado de Janaína e de bravos guerreiros, chegando a ocupar cidades, mas seu destino ainda estaria no futuro.


A história avançaria e traria Manuel Balaio para o Rio de Janeiro de 1964 durante o golpe militar, onde novamente encontraria Janaína. Sob o nome de Carlos, ele lutaria ao lado de um grupo armado para restaurar as liberdades civis em plena ditadura, seria torturado e chegaria até os anos 80.


Em 1980 Carlos aparece como um professor em uma favela, participando da alfabetização de adultos e lutando ao lado do amigo dos anos de prisão, o negro "Feijão".


A beleza das imagens e dos cenários não deixa nada a desejar às animações em 2D atualmente, pelo contrário, são até superiores. O filme ainda levaria Carlos ao ano de 2096, onde ele se depararia com um Brasil poderoso no cenário mundial. Detentor de um dos bens mais preciosos do Planeta: a água. Esse recurso natural seria, no entanto estatizado pela "Aquabrás" e renderia muito pouco aos Brasileiros, enriquecendo apenas alguns poucos. Isso deixaria milhões de famílias com sede, vivendo com uma porção ínfima diária de água. Algumas imagens são bem emblemáticas para qualquer Brasileiro, como o Cristo Redentor que se apresenta com um braço quebrado, vítima dos militantes do "Comando Água para Todos".


Nesse distópico contexto, vemos um Carlos sem esperança e sem forças, que se recusa a continuar lutando diante de um mundo em que a corrupção sempre vence.


O roteiro e direção é de Luiz Bolognesi que conduz o filme de forma bem profissional. A animação traz, sem dúvida nenhuma, interessantes questões a respeito de nossa história e de nossa postura diante delas. Não é à toa que uma das frases mais presentes em toda narrativa é:

VIVER SEM CONHECER O PASSADO É... VIVER NO ESCURO.

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