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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Juiz Dredd - 2012

Karl Urban na pele do Juiz Dredd

Cheguei há pouco do cinema. Fui assistir à nova adaptação dos quadrinhos para a Telona do personagem Juiz Dredd. Em um futuro distante, em um planeta Terra assolado pela Guerra Nuclear, a humanidade vive espremida em poucos lugares viáveis do planeta. Um desses lugares é "Mega City One", uma cidade rodeada por muros e com 800 milhões de habitantes.  A violência é extrema nas ruas e o emprego escasso. A sociedade vive em convulsão. Para manter a ordem surge a figura dos Juízes, oficiais da lei que acumulam o cargo de "Juri", "Juiz" e "Executor", ou seja, tudo pode ser decidido em poucos minutos. Um deses é o Juiz Dredd. 

Personagem criado nas histórias em quadrinhos no final da década de 70 no Reino Unido por John Wagner e Carlos Ezquerra, o Juiz Dredd fez sucesso e, infelizmente, no Brasil não teve a atenção que merecia por parte das editoras. Nem o lançamento desse filme em 2012 mobilizou o lançamento de algum encadernado de histórias desse ultra-violento policial. Em 1995 tivemos uma malfadada adaptação para o cinema de Juiz Dredd, interpretado por Silvester Stalone. O filme não passou nem perto do universo caótico e violento do personagem e a caracterização de Dredd por Stalone foi uma piada. Minha opinião agora é que os caras fizeram um novo filme que capta bem a essência do personagem. Karl Urban interpreta muito bem o violento Juiz. À semelhança das HQs ele não tira o capacete ao longo de todo o filme, trazendo o efeito pretendido de afastar o policial do seu lado humano, ou seja, o que vemos apenas, ao olharmos para ele, é a LEI.

Mega City One

Se você quiser alugar em DVD depois ou ir ao cinema assistir vá. Mas não leve esposa ou namorada (eu não levei a minha), possivelmente elas não vão gostar. O filme é bem violento e traz censura 18 anos. A história gira em torno de uma checagem policial que Dredd faz em um mega edifício. Acompanhado de uma recruta conhecida apenas por "Anderson", bem interpretada pela atriz Olivia Thirbly, Dredd passa por uma sequencia de situações que o colocam frente a frente com a morte certa. O filme funciona bem e eu gostei bastante. Recomendo sobretudo pela caracterização de Karl Urban como Dredd.


Eu particularmente não conhecia muito as histórias do Dredd. Cheguei a ler nos anos 90 duas HQs em que ele interage com dois personagens icônicos em histórias distintas, Lobo e Batman, inclusive eu as tenho aqui em casa. Vou até relê-las. Uma curiosidade que fui perceber apenas ao chegar em casa foi que na imagem acima de Mega City One, no edifício da direita há o nome "Ezquerra" na vertical, que é o sobrenome de um dos criadores do Juiz Dredd.

Anderson e Dredd

Juiz Dredd é um filme que espero que dê novo fôlego a esse personagem, pelo menos se depender dessa adaptação eu acho que isso acontecerá. Abc a todos!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Bang-Bang à Italiana


Há algum tempo fiz duas matérias aqui no blog que me deram muito prazer, falavam dos "Westerns Spaguetti", aqui no Brasil conhecidos como "Bang-Bang à Italiana". Nelas eu abordei os dois primeiros filmes da Trilogia dos Dólares de Sérgio Leone: Por Um Punhado de Dólares e Por Uns Dólares a Mais. Como comentei anteriormente esses filmes eram, em sua maioria, co-produções entre Itália e Espanha e geraram uma gama de diretores italianos de grande talento que deram um olhar mais real, violento e crível ao gênero Western. Distanciando-se dos manjados clichês do cinema americano essas produções traziam um universo mais visceral e menos panfletário e idealizado. A partir dessas duas matérias alguns amigos deixaram comentários valiosos a respeito desse assunto. Dicas tão interessantes que resolvi compartilhá-las com todos vocês.


Dentre os comentários eu gostaria de destacar aqueles feitos pelo amigo Aprigio, professor e grande conhecedor deste gênero cinematográfico. Abaixo segue uma lista de diretores e filmes indicados por ele:

- Sergio Corbucci: Filmes - Django; Il Grande silenzio; e Il Mercenário.

- Sergio Solima: Filmes - Face to Face ou Quando os Brutos se Defrontam; La Resa Dei Conti ou O Dia da Desforra; e Corri Uomo,Corri.

- Enzo Castellari: Filmes - Keoma; e Johnny Hamlet (Baseado na Obra de Shakespeare).

- Giulio Petroni: Filme - Da Uomo a Uomo ou A Morte Anda a Cavalo; e Tepepa.

- Duccio Tessari: Filme - Il Ritorno de Ringo. 

- Sergio Garrone: Filme - Django, Il Bastardo.

- Damiano Damiani: Filme - Quién Sabe! A Bullet For the General.

- Giorgio Ferroni: Filme - Un Dollaro Bucato ou O Dólar Furado.

- Enzo Barboni: Filme - Lo Chiamavano Trinitá ou Trinity.

- Mario Siciliano: Filme - Sua Lei Era a Vingança.

- Tonino Valerii: Filme - I gioni Del Ira;  e Il Mio Nome é Nessuno.

As dicas são mérito do Aprigio, que aliás peço que me corrija em qualquer informação caso seja necessário. Além disso, ele sugeriu dois blogs que já visitei e são muito interessantes, pois abordam esse gênero cinematográfico com excelência, são eles:


- Bang Bang à Italinana no Brasil: http://bangbangitaliana.blogspot.com.br/

Por Um Punhado de Euros é editado por Emanuel Neto e Pedro Pereira. Lá você pode encontrar diversos Tops Ten de Westerns Spaguettis de muitos fãs, abaixo seguem dois links, um com o Top Ten do Aprígio (1) e um outro do Paolo Avico (2) que eu gostei bastante. 



Bang Bang à Italiana no Brasil de Edelzio Sanches é outro blog bem interessante que vale a pena dar uma olhada. É uma grande fonte de consulta e quando você o visita recebe de brinde o som de músicas de filmes de Westerns que ficam tocando ao fundo, proporcionando aquela atmosfera característica.


Recebí o pedido de pelo menos um amigo (Léo Radd) sobre dicas interessantes de Westerns. Aproveitando então essas que recebí e disponibilizei, espero que aproveitem para se familiarizar com esses grandes filmes de diretores donos de uma linguagem particular que atualmente está em falta no cinema, ou seja, uma linguagem em que com poucas palavras se diz muito!

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Boa Leitura: Avante Vingadores Nº 53


"Avante Vigngadores" (AV) é uma revista bi-mestral da PANINI bem irregular no meu modo de ver. Sua proposta, pelo que percebo, é trabalhar aspectos do Universo dos Vingadores que não podem ser apresentados nas revistas de linha. Ultimamente tem sido publicado uma sequencia de histórias nessa revista com uma proposta que eu gostei bastante: histórias que visam trazer ao novo leitor um resumo da cronologia/mitologia do grupo ou dos heróis que compõem os Vingadores. Isso serviria para atualizar alguns personagens e contextualizar algumas coisas para aqueles que começaram recentemente a ler. Exemplo dessa ideia são os números 49, 50, 52 e 53 dessa revista, esse último trazendo a história que é motivo desta matéria aqui no blog: Capitão América - Um Homem Fora de seu Tempo.


Infelizmente nem todas essas histórias que cito acima foram levadas à frente com a excelência que mereciam. Exemplo ruim foi AV Nº 52, que deveria contar a 1ª História dos Vingadores! Aquela que deu origem à equipe! Pois é uma bomba. Achei muito ruim, sem expressão! Porém, não é isso que vi nessa do Capitão. O que poderia ser novamente uma droga, revelou-se para mim uma agradável leitura. Longe de ser um épico, ou mesmo uma HQ excelente, "Capitão Améria: Um Homem Fora de seu Tempo" funciona muito bem! Nas mãos de Mark Waid, a história narra a difícil fase de adaptação de Steve Rogers após ter sido encontrado congelado pelos Vingadores (mais especificamente por Namor) e ter sido reanimado, acordando 60 anos depois. Essa aliás sempre foi uma história que eu quis que fosse explorada, ou seja, como Steve Rogers superou o fato de ser lançado em uma cultura totalmente diferente da sua. Como foi sua readaptação? Um homem dos anos 40... vivendo nos anos 2000 (época que Mark Waid parece atualizar o despertar do Capitão).


A imagem acima à esquerda é a última coisa que Steve viu em 1945... E como num piscar de olhos ele enxerga outra coisa 60 anos depois (direita), quando é despertado pelos Vingadores. Mark Waid escreve a história com sensibilidade e mostra o lado humano do personagem. Sua dor, saudade e estranheza ao se ver como um homem com valores antigos em um mundo de imediatismos e valores trocados. Há uma sequencia em que Steve Rogers encontra um contemporâneo seu, um velho amigo que agora tem 80 anos (na verdade a idade de Steve). Quase que é possível perceber que Steve gostaria de ter a mesma aparência velha de seu amigo. Talvez dessa forma ele não se sentisse tão anacrônico. Waid propõe sutilmente aquilo que acontecerá com todos nós um dia: envelheceremos e veremos nossos amigos e contemporâneos deixarem essa vida. Nesse dia pensaremos: "Que mundo estranho esse que estou vivendo... Tão diferente daquele no qual fui criado...". Amigos irão embora, valores mudarão, tecnologias virão numa velocidade maior do que aquela que conseguiremos assimilar. Nesse instante nos sentiremos anacrônicos também, ou seja, fora de nosso tempo e talvez... sozinhos.


Nessa história Steve Rogers prova que possui mais dentro de si do que simples heroismo. Possui humanidade. Outra cena muito simbólica da história é quando o Capitão encontra Thor em pleno cemitério de Arlington (local no qual muitos de seus contemporâneos estão enterrados. A conversa entre ele e Thor é memorável.


Thor confronta a dor do Capitão de forma nua e crua. É um antológico encontro de dois titãs do Universo Marvel.


Outro aspecto que Waid trabalha é o fato de que viagens no fluxo espaço-tempo já tinham sido dominadas pelo Sr. Fantástico do Quarteto Fantástico. Sendo assim, por que Steve não optou em se arriscar e voltar ao seu tempo? Essa pergunta é respondida também. Não posso deixar de destacar a arte de Jorge Molina que valorizou muito a narrativa de Waid. Gostei muito do seu traço, que para mim lembra a arte de Olivier Coipel (Thor: Renascer dos Deuses).


"Capitão América: Um Homem Fora de Seu Tempo" foi para mim uma boa leitura. Ressalto o fato de que, como sempre, o "gosto" a respeito de algo é muito pessoal, mas se me divertiu e agregou algo... É o que importa. Grande Abraço!!

sábado, 15 de setembro de 2012

Miniatura Marvel Nº 08 - Duende Verde

Miniatura Marvel Nº 08 - Duende Verde

O Nº 08 da Coleção de Miniaturas Marvel é o doente, psicopata, bi-polar, esquizofrênico, sociopata Duende Verde (Green Goblin em inglês). O Duende Verde é na verdade o empersário Norman Osborn. Sua primeira aparição ocorreu em Julho de 1964 na revista "Amazing Spider-Man". Ele é talvez um dos mais emblemáticos crimonosos que o Homem-Aranha já enfrentou. De um conjunto de vilões que começavam a ser criados para atormentar o Aranha o Duende logo se despontou como aquele que possivelmente marcaria para sempre a vida do herói. Ele personificava a loucura e sua personalidade dividida (entre um empresário de sucesso e um louco assassino) sempre impactou os leitores.

Miniatura Marvel Nº 08 - Duende Verde

Como muitos fãs de quadrinhos, eu também tenho as aventuras antigas do Aranha como uma das minhas grandes referências de quadrinhos de qualidade, e o Duende era um dos personagens destas aventuras que mais causava medo. Sobretudo quando, pela primeira vez nos quadrinhos, um vilão (Duende Verde) causa a morte de alguém importante na vida de um herói (Aranha). Em uma história publicada nos EUA em 1973 o Duende Verde, de forma nua e crua, atirou de um prédio aquela que foi talvez o grande amor da vida de Peter Parker. A cena em que o corpo de Gwen Stacy cai em direção a morte e o Aranha salta na sua direção é uma das mais impactantes na vida de muitos fãs de quadrinhos. O Aranha consegue lançar uma teia que se fixa no tornozelo de Gwen, porém o solavanco que o corpo da moça recebe pela tensão da teia é seguido de um som que até hoje o fãs parecem realmente ter ouvido: era o pescoço de Gwen sendo quebrado.

Miniatura Marvel Nº 08 - Duende Verde

Essa história alçaria os quadrinhos à um novo patamar: um patamar que aproximava o heróis dos dramas vividos por todos nós. Na mitologia do Homem-Aranha o Duende Verde sempre teve lugar marcante. Após ter passado por vários anos em um relativo esquecimento o alter-ego do Duende (Norman Osborn) voltou a receber destaque especial no Universo Marvel nos últimos anos quando, por um golpe de sorte, ele é alçado à líder de uma grande organização (O Martelo) da manutênção da ordem nos EUA. Norman passaria então a desfrutar de uma posição de influência politica enorme. Esse tempo em que esteve à frente do Martelo seria conhecido por todos como "O REINADO SOMBRIO".

Miniatura Marvel Nº 08 - Duende Verde

A miniatura do Duende, na minha opinião, faz jus ao clássico e insano personagem. Sua face expressa toda sua loucura e violência. Como jovem leitor que eu era nos anos 80, o Duende me inspirava muito medo, até mesmo porque demorei para perceber que ele usava uma máscara nas histórias e era na verdade Norman Osborn, que se utilizava dessa fantasia para extravasar sua doentia personalidade. Portando seu alforje cheio de bombas incendiárias como a que vocês podem ver em sua mão nessa miniatura, o Duende Verde ainda possui um veículo parecido com uma pequena plataforma sobre a qual pode alçar vôo e assim parecer um "Anjo do Mal" sobrevoando a cidade. Era simplesmente aterrador.

Miniatura Marvel Nº 08 - Duende Verde

A série de Miniaturas Marvel segue aqui no Brasil e tem angariado elogios pelo qualidade das peças e reclamações pela confusão na distribuição e entregas aos assinantes. Ao que tudo indica a ideia de que a PANINI realmente não estava preparada para tamanho sucesso parece se configurar verdadeira. Muitos com quem tenho falado reconhecem que em virtude desse material ser importado é passível de entendimento certos atrasos, tendo em vista procedimentos de alfândega e até pelo fato da polícia federal ter passado por uma greve e "operações tartaruga". O que muitos não entenderam e se queixaram muito é a troca nas entregas bem como o recebimento de figuras repetidas. De qualquer modo iniciativas de fãs tem surgido para debater esse assunto, como é o caso da página http://www.facebook.com/figurinesmarvel no facebook. Muitos preferiram a compra diretamente nas bancas. Bom amigos... Espero que tenham curtido as fotos! Abcs!

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Como Deixei de Ser Amargo...


"João Jilló nasceu como um pequeno e complexado leguminoso que sempre acalentou um grande sonho: Ser uma Azeitona. Com um coração doce e amável, João não podia acreditar que era alguém com um gosto tão amargo. Seus pais (Dona Jana Jiló e Seu José Jiló) se preocupavam muito com ele. João foi crescendo e com a ajuda de um psicólogo, o Dr. Célio Cenoura, entendeu que essa tristeza vinha de quando era bem pequeno (uma sementinha). Ainda na forma de semente, na estufa, João Jiló escutou uma sementinha  de azeitona (a Azita Azeitona) que estava do seu lado se gabar de seus atributos de azeitona. A partir daí sua mente fez com que ele quisesse muito ser querido e saboroso. Em sua passagem como legume de feira João se sentiu ainda mais rejeitado ao ver que a maioria dos legumes saíam muito bem. Ele e seus pares jilós eram sempre preteridos!

Após tentativas frustradas de suicídio João resolveu se disfarçar de azeitona e arrumar emprego em uma pizzaria. Para sua felicidade ele conseguiu. Em seu disfarce João se infiltrou numa pizza de mussarela. Tinha dado certo... Ele não era mais um jiló... Era uma azeitona... (Azita Azeitona iria ficar morrendo de inveja dele!). O pessoal foi devorando a pizza porém foi deixando de lado as azeitonas e inclusive João Jiló (ainda em seu disfarce). Na verdade eles não gostavam de azeitonas. João ficou confuso: Então azeitonas também eram rejeitadas!? Para o susto de João umas das azetonas da pizza era a Azita Azeitona!! Ao reencontra-la João foi converssando, revelando seu disfarce e percebendo que azeitonas também sofriam rejeição!

João pela primeira vez na vida sentiu orgulho de ser jiló. Ao pesquisar, ele percebeu o quanto jilós tinham vitaminas e, se bem preparados, poderiam ser bem saborosos! A partir desse ponto João Jiló tomou um novo rumo em sua vida!" 

Quer saber qual rumo foi esse? Bom... então continue lendo...


A resumida história acima é da paulistana Adriana Moreira, jornalista formada pela PUC-SP. Adriana escreveu um belo livro e teve como companheiro de trabalho o competente ilustrador Carlinhos Müller. "Como Deixei de Ser Amargo", lançado em 2010, é um livro ímpar em sua singela narrativa e em suas ilutrações fantásticas. Conhecí o trabalho do Carlinhos ao assistir um programa de TV no qual ele estava divulgando seu trabalho.

Essa obra em questão é um primor e vale cada centavo (aliás tem um bom preço, comprei a minha por R$ 19,90). Não bastasse o belo texto de Adriana, a arte de Carlinhos enche os olhos e faz os personagens saltarem das páginas. Dentre tantos livros nas prateleiras das livrarias esse é um que vale a pena. Conheça nele o fabuloso destino de João Jiló!


Para todos os jilós desse mundo (humanos ou leguminosos) eu recomendo que leiam "Como Deixei de Ser Amargo"!!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Queimando por Dentro - Bauhaus (1983)

Capa do Disco - Burning from the Inside (Bauhaus - 1983)

Há algum tempo eu não escrevia aqui no Blog para a coluna "Discos Favoritos", sendo assim resolvi escrever sobre um disco que há muito penso em colocar aqui: "Burning from the Inside" do Bauhaus. Lançado em 1983, esse disco é em minha opinião a "quinta-essência" dessa banda. Formado em 1978 na Inglaterra, o Bauhaus é para mim uma das grandes bandas do movimento "Dark". Eu a conhecí no final dos anos 80 início dos 90. Aliás, vale ressaltar que a estética "Dark" foi bem presente na literatura, cinema e música dessas duas décadas. "Burning from the Inside" sintetiza os elementos de inspiração do Bauhaus, dentre eles, o minimalismo, o neo-romantismo e uma grande atração pela estética dos antigos filmes de terror. O 1º single de sucesso da banda foi "Bela Lugosi´s Dead" uma grande homenagem ao ator húngaro Bela Lugosi, intérprete do 1º Drácula do cinema no filme homônimo de 1931.

Capa do Single da Música - Bela Lugosi´s Dead

O single acima eu comprei no início da década de 90 e pode ser considerado hoje raridade nesse formato. Uma curiosidade é que o prórpio Bauhaus aparece no filme "Fome de Viver" (1983) tocando essa música. Nesse filme David Bowie e Catherine Deneuve fazem um desiludido e desesperançoso casal de vampiros. Voltando ao disco "Burning from the Inside" eu gostaria de destacar algumas músicas.

A 1ª faixa é "She´s in Parties". Essa canção já começa de cara com a cavernosa voz de Peter Murphy, vocalista e grande personalidade da banda. Essa música aliás, foi a 1ª que eu ouvi do Bauhaus, e já percebi que a banda era uma outra história.

Meu 2º destaque do disco vai para a 4ª faixa "King Volcano". Pense em um coral cantando um refrão repetidas vezes ao fundo, formando uma ambientação sonora ao mesmo tempo sacra e estranha, como se você estivesse em uma caverna.

A 5ª faixa é minha favorita "Who Killed Mr. Moonlight". Algo como "Quem matou o Senhor Luar". Ouvir essa música é ser transportado para uma imensa e vazia mansão vitoriana do século 19 cheia de segredos. Um som contínuo de piano ao fundo proporciona à música uma atmosfera onírica. Essa todo mundo deveria conhecer!

"Slice of Life", a 6ª faixa, (numa tradução livre "Fatia de Vida") é outra grande canção, e por incrível que pareça suave!

Minha penúltima dica do disco é "Kingdom´s Coming" (Vinda do Reino). Tentar entender as letras do Bauhaus é um exercício interessante. Essa é uma canção com sons apocalípticos em que Murphy canta uma história em que... "Ventos da loucura param ante a chegada de alguém... Um ser trazendo uma coroa de espinhos em suas mãos e carregando um grande e terrível segredo. Algo que transformará "Tudo" em "Nada" e o "Nada" em "Tudo". É uma curta e arrebatadora canção.

O disco fecha  com "Hope"... uma suave e primaveril canção. Tenho outros discos do Bauhaus e dá para perceber sempre uma canção mais suave e reflexiva em cada um. Nesse disco essa canção é "Hope" (Esperança!).

Contra-Capa do Disco - Burning from the Inside (Bauhaus - 1983)

Bom... Essa é uma grande dica: Burning from the Inside.

sábado, 1 de setembro de 2012

Coleção Carros Inesquecíveis do Brasil - Ford Maverick GT (1974)

Coleção Carros Inesquecíveis do Brasil - Ford Maverick GT (1974)

O Ford Maverick GT é o Nº 04 da Coleção "Carros Inesquecíveis do Brasil" da Planeta De Agostini. Lançado em 1969 nos EUA, no Brasil ele chegaria apenas em Junho de 1973 para competir com um líder dessa categoria de carros médios e rápidos, o Chevrolet Opala. Excetuando o Opala, o que se tinha na época era o compacto Corcel e o grande Galaxie. Dessa forma o Maverick vinha para dar mais uma opção à quem gostaria de comprar um carro rápido e de linhas arrojadas que não fosse o Opala.

Coleção Carros Inesquecíveis do Brasil - Ford Maverick GT (1974)

O Maverick foi lançado nas versões com motores V-6 (que não fez muito sucesso) e V-8 (esse sim bem "nervoso") nas opções Super Luxo e GT (esportiva) com faixas no capô em preto fosco (como pode ser conferido nas fotos dessa matéria). Na 1ª foto acima pode ser observado uma pequena inscrição na parte lateral dianteira onde lê-se "302 - V-8", referência ao seu motor V-8 de 302 polegadas. Logo de início a Ford arquiteta um esquema para associa-lo às competições tão famosas na época. Sua corrida de estréia foi em uma prova de longa duração em agosto de 1973 conhecida como "25 horas de Interlagos". Nessa corrida o Maverick derrota o imbatível Opala por míseros 47 segundos de diferença.

Coleção Carros Inesquecíveis do Brasil - Ford Maverick GT (1974)

Seu interior era simples mas bem acabado e o ronco do motor agradava os fãs de carros de corrida ou simplesmente aqueles que gostariam de possuir um carro com linhas e estilo mais arrojado. Seu aspecto agressivo ficava por conta dos faróis de longo alcance, pneus largos e das faixas pretas decorativas. Seus pontos fracos eram: freios que impediam uma freada sem grandes desvios, uma direção que forçava o motorista a virar o volante várias vezes e o fato do Maverick de 02 portas ter muito pouco espaço atrás, o que praticamente impedia que ele fosse considerado um carro de 04 lugares frente à homologação oficial.

Coleção Carros Inesquecíveis do Brasil - Ford Maverick GT (1974)

Pode-se dizer que o declínio do carro iniciou-se com a crise do petróleo ocorrida no meio da década de 70 o que o deixava pouco atraente à novos compradores diante do preço da gasolina que subia. Seu fim se deu em abril de 1979, sendo que em pouco mais de 06 anos de permanencia no mercado brasileiro o Maverick marcou época, sendo produzido em São Bernardo do Campo mais de 108 mil unidades.

Coleção Carros Inesquecíveis do Brasil - Ford Maverick GT (1974)

O Maverick GT dessa coleção vem em uma cor característica "o laranja", que ajuda a trazer a memória algumas boas lembranças em quem viveu parte, ou na totalidade, a década de 70 . Mesmo hoje é um carro que chama atenção pela suas linhas aerodinâmicas arrojadas. Abaixo segue algumas de suas características.


É isso aí amigos. Até a próxima!!

Obs.: Fonte das informações técnicas e históricas da matéria: Revista Ford Maverick GT (1976). Ed. Planeta DeAgostini.
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