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domingo, 12 de março de 2017

Miniatura Marvel Série Especial Nº 10 - GALACTUS

Miniatura Marvel Especial Nº 10 - GALACTUS

"O silêncio eterno desses espaços infinitos me apavora. Quantos reinos nos ignoram!"
Blaise Pascal - 1623 - 1662

Desde a aurora dos tempos a humanidade pautou seu comportamento a partir de uma emoção que odeia sentir, o "Medo". A ideia de tribos, aldeias, povoados, cidades existe apenas porque o homem deseja estar junto com seu semelhante, e assim, diminuir seu "Medo". Refiro-me ao Medo primal, irracional e profundo que se origina a partir do desconhecimento do que está acima de sua compreensão. Em nossa sociedade atual a vontade de banir este "Medo" chegou a tal ponto, que vivemos hoje cada vez mais em uma "bolha" tecnológica que nos afasta de qualquer pensamento ruim. Mas a verdade é que nunca teremos sucesso total nesta empreitada, pois este Medo sempre existirá, e por uma única razão: "Somos Pequenos". Nos quadrinhos este Medo é palpável e foi personificado em um ser que atende simplesmente pelo nome de... GALACTUS. Mas quem é, ou como surgir este ser que também carrega a alcunha de "DEVORADOR DE MUNDOS"? Acompanhe-me em uma viagem através das linhas abaixo, por um tempo antes do tempo, por uma eternidade antes da eternidade.

Miniatura Marvel Especial Nº 10 - GALACTUS

Manipulador de energias cósmicas e poderoso o suficiente para arrasar com Mundos inteiros, GALACTUS surgiu pelas férteis mentes de Stan Lee e Jack Kirby e apareceu pela 1ª vez em 1966 em Fantastic Four Nº 46. Lee e Kirby provavelmente (penso eu) tentavam criar algo que sintetizasse à perfeição o "Medo Primal" que descrevi acima, e assim surgiu o ser mais temido do Cosmo. Nem vilão, nem herói, GALACTUS deve ser descrito mais como uma força da natureza, envolvido no intrincado equilíbrio de nosso Universo. Veremos alguns detalhes da peça que o representa dentro da Coleção de Miniaturas Marvel da Eaglemoss, e depois descobriremos juntos quem é GALACTUS.

Miniatura Marvel Especial Nº 10 - GALACTUS

A Coleção apresenta o personagem em sua indumentária mais recente, que guarda muitas semelhanças com aquela usada quando de sua 1ª aparição. O inconfundível capacete aparece em destaque e não deixa dúvida acerca de seu dono. O corpo traz uma musculatura bem definida que só não está mais evidente em função dos adereços da armadura. Se pensarmos do ponto de vista conceitual, perceberemos que esta armadura guarda alguma semelhança com os trajes usados no Antigo Egito. Principalmente a "saia" ajustada acima dos joelhos com linhas que evocam o cerimonialismo Egípcio. Do Egito Antigo também parece vir o conceito da placa peitoral azul que se comunica com os braços e região anterior do tórax. Penso que Lee e Kirby queriam trazer ao personagem uma mistura de antiguidade (algo quase arqueológico) e futurista. As botas, luvas e capacete cumprem, em minha opinião, este papel futurista.

Miniatura Marvel Especial Nº 10 - GALACTUS

O balanço entre estes conceitos (antigo e futurista) fica equilibrado no personagem em minha opinião, o que mostra o quanto Jack Kirby tinha domínio sobre esta mistura, algo que ele viria a provar um pouco mais à frente nos anos 70 em sua passagem pela DC com a criação da Saga do Quarto Mundo. Um aspecto que sempre me chamou atenção no visual de GALACTUS foi o fato de seus criadores não quererem esconder que embaixo de todo este poder e visual havia na verdade 01 homem. E isto fica claro ao contemplarmos o rosto muito bem definido de alguém por detrás do capacete. A ideia de que este Ser já tenha sido 01 homem, deixa o personagem ainda mais enigmático, ao melhor estilo de Erich Von Daniken em seu clássico "Eram os Deuses Astronautas?". Com isto Lee e Kirby situam GALACTUS dentro da ideia de que seres que já foram um dia homens como nós, teriam se desenvolvido a níveis divinos no Universo, e GALACTUS poderia ser um desses. Bem... ao analisarmos a origem de GALACTUS veremos que ele veio de uma história parecida com esta, mas muito, muito mais profunda...

Miniatura Marvel Especial Nº 10 - GALACTUS

GALACTUS já foi sim um homem, mas não deste Universo, não desta Eternidade. A física moderna aceita muito bem o fato de nosso Universo atual estar em expansão, em um movimento que chegaria a um limite e seria seguido de uma resposta contrária, ou seja, uma retração com posterior colapso sobre si mesmo. Este colapso geraria o que é aceito como um "Ovo Cósmico", ou universo Ovósmico. Um ponto em que toda a matéria estaria concentrada e, depois de um tempo de gestação, voltaria a se expandir a partir de um novo Big-Bang. Este entendimento nos faz crer que antes da existência de nosso Universo, outros existiram e outros existirão quando o nosso for obliterado. GALACTUS na verdade foi um homem chamado Galan que pertencia ao Universo anterior ao nosso. Ele era habitante de um Planeta altamente evoluído chamado Taa e sabia do iminente colapso de seu Universo. Embora desacreditado pelos seus pares, Galan sabia do iminente fim e, imbuído do orgulho que caracterizava sua raça voou em uma espaçonave para o centro do colapso cósmico para exercer seu direito de uma morte digna ao encarar de frente o fim de tudo.

Miniatura Marvel Especial Nº 10 - GALACTUS

Para surpresa de Galan, no entanto quando se percebeu em seus minutos finais de vida, ouviu uma voz em sua mente que era ninguém menos que a senciência do Universo que naquele momento se findava. Galan então experimentou uma fusão de sua essência à do moribundo Universo, sendo então enclausurado dentro do que seria o "Ovo Cósmico" de nosso atual Universo. Ali então, esta estranha entidade permaneceria em hibernação até o cataclísmico evento que conhecemos como Big-Bang acontecer, dando início então ao Universo como conhecemos hoje. Galan, agora totalmente transformado, vagaria pelo recém criado Universo por bilhões de anos em estado de dormência até despertar diferente, com uma consciência que transcendia à tudo dentro de nosso Universo. Ele continuava dentro de sua espaçonave, totalmente transformada também, e ali forjaria para si uma armadura que lhe daria possibilidade de conter a incomensurável energia cósmica que varria seu corpo constantemente. Mas o propósito de GALACTUS ainda seria posteriormente evidenciado, como sendo algo muito maior do que um simples acidente que fundiu um homem à um Universo.

Miniatura Marvel Especial Nº 10 - GALACTUS

Logo nos primeiros instantes de seu despertar, GALACTUS percebeu-se com uma fome terrível, aplacada somente a partir do consumo de uma grande quantidade de energia. Foi esta fome que fez com que ele, de imediato, consumisse o Planeta que pairava abaixo de sua nave no momento de seu despertar, o Planeta Arqueopia. Ele vagaria pelo Universo a fim de manter-se vivo consumindo Planetas inteiros ao drenar sua energia vital. Foi esta necessidade que fez com que GALACTUS precisasse de um Arauto, alguém que, revestido de parte de seu poder cósmico, pudesse rastrear Planetas a serem consumidos. O 1º Arauto de GALACTUS foi um ser conhecido apenas como Caído. Alguém sobre o qual temos poucas informações. Caído foi substituído pelo maior e mais famoso Arauto de todos os tempos no Universo Marvel, o Surfista Prateado. A origem do Surfista é bem conhecida de todos, mas resume-se ao fato de que GALACTUS encontrara o Planeta Zenn-La e iria consumi-lo. Para que isso não acontecesse o sensível e corajoso jovem habitante de Zenn-La, Norrin Rad, se oferece para ser o novo Arauto de GALACTUS e assim procurar Planetas desabitados para serem consumidos pelo GIGANTE Cósmico. Em troca GALACTUS pouparia Zenn-La, e assim se deu.

Miniatura Marvel Especial Nº 10 - GALACTUS

Foi durante esta fase que GALACTUS se deparou com nosso Planeta, a Terra. Nesta época o Surfista estava totalmente frustrado e descrente da humanidade que um dia partilhou, e nesta perspectiva encontrou a Terra para satisfazer seu Mestre. A chegada de GALACTUS à Terra pelas mãos do Surfista é narrada em uma das mais brilhantes Sagas do Universo Marvel: A Vinda de Galactuspublicada originalmente em 1966, mas recentemente republicada dentro da expansão da Coleção de Graphic Novels da Editora Salvat. Esta Saga abriria as portas para a exponencial expansão do Universo ficcional da Marvel e consolidaria o Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado como personagens de vanguarda. Embora apresentado inicialmente como um ser que iria consumir a Terra, e portanto um vilão (?), posteriormente GALACTUS se mostraria acima do certo e do errado, na medida em que seu papel dentro do equilíbrio cósmico seria a destruição de mundos, à semelhança de um agente do caos e da ordem, que é necessário para manter o equilíbrio entre os conceitos de Morte e Eternidade.

Miniatura Marvel Especial Nº 10 - GALACTUS

GALACTUS provou-se ser uma das mais violentas e poderosas forças dentro do Universo Marvel, e seu papel atualmente está além de conceitos como os do certo e errado. Suas batalhas em geral envolvem seres descomunais e poderosos, tais como Ego - O Planeta Vivo e Thanos, respectivamente. Para todo fã de quadrinhos, GALACTUS sempre representou o Juízo Final e seu nome é tão temido, ou talvez mais temido, que qualquer outro nome já pronunciado dentro da Redação da Marvel.

Um abraço à todos!

quarta-feira, 1 de março de 2017

Coleções Automotivas Planeta DeAgostini: Uma Reflexão é Necessária!


Olá amigos... Muitos leitores que acompanham a linha editorial aqui do Blog já há algum tempo sabem que sempre imprimi a ideia de conversarmos sobre determinados Hobbies na tentativa de trocarmos experiências, dicas e sobretudo tentarmos construir um novo modelo de colecionismo no Brasil. Um Colecionismo maduro que pouco tenha a ver com a proposta dos chamados "acumuladores" ou, na outra ponta, "scalpers". No entanto, sempre que é preciso chamar a atenção para determinados pontos negativos, acho importante fazê-lo na perspectiva de crescimento e amadurecimento de todos nós e, sobretudo das empresas do ramo. A Planeta DeAgostini é uma destas empresas que conheci há alguns anos e que possui "know-how" e um portfólio digno das coleções que saem lá fora. Em 2012 vimos surgir seu 1º lançamento ligado à miniaturas de automóveis históricos do Brasil, a Coleção Carros Inesquecíveis do Brasil. Para mim foi uma incrível surpresa, uma vez que o colecionismo deste tipo de miniatura traz consigo uma nostalgia voltada especificamente para modelos que rodaram em nosso país e emolduraram nossas infâncias.


Na esteira do sucesso desta 1ª Coleção, que durou vários anos e teve 100 peças, vieram outras na mesma linha, a Coleção Veículos de Serviço do Brasil, a Coleção Caminhões Brasileiros de Outros Tempos e Táxis do Mundo. Todas muito interessantes e, à exceção de Táxis do Mundo, todas voltadas para modelos históricos de nosso país. Sou cliente da Planeta DeAgostini e deixo aqui meu testemunho de um atendimento sempre cortês e que sempre resolveu meus problemas com peças que não chegaram devidamente corretas. O que gostaria de discutir aqui são alguns pontos que diversos leitores deste Blog tem apontado como sendo incorretos dentro da proposta destas coleções, especificamente a Coleção de Carros Inesquecíveis do Brasil e Veículos de Serviço do Brasil


Com o início de 2017 a Editora revelou a expansão da coleção Carros Inesquecíveis do Brasil de 100 para 125 peças (ou seja, um acréscimo de 25 peças). A ideia em si não é problemática, pelo contrário, no entanto esta estratégia tem despertado a vontade de trazer a tona algumas coisas que já estavam no coração de vários colecionadores, por exemplo a presença de uma repetição muito grande de determinados modelos. Por exemplo, há uma quantidade excessiva de Kombis, enquanto outros modelos passaram despercebidos. Outro ponto que tem gerado discussão é a presença de modelos recentes da indústria automobilística, que não chegaram a marcar necessariamente nossa história a ponto de figurar dentro de uma coleção cuja proposta é trazer o chamado "inesquecível", caso por exemplo da Tucson que está presente na expansão.


Outro ponto que, particularmente, me incomoda é a forma que as peças são acondicionadas dentro das caixas. Alguns modelos vem separados de seus fascículos e estes, por sua vez vem muito amassados. Como o ramo é "Colecionismo" temos que entender que detalhes fazem a diferença para este público. Assim, este tipo de erro poderia ser facilmente resolvido a partir de um acondicionamento melhor das peças e fascículos nas caixas, gerando grande satisfação no cliente que possui sua atenção voltadas para estes aspectos. Este problema de acondicionamento eu verifiquei nas 04 coleções citadas no início da matéria.


Por fim, muitos tem questionado acerca da escala das peças. Temos notado que alguns veículos, originalmente menores que outros, acabam aparecendo maiores ou do mesmo tamanho dentro da coleção. Em conversas com amigos (aqui do Blog) comentamos que esta diferença poderia estar ligada ao processo de escaneamento em 3 dimensões a partir do modelo real, um processo que teria pequenas imperfeições e que, por sua vez, poderiam impactar na escala final da peça em comparação com sua contraparte de tamanho real. No entanto, alguns diferenças são realmente gritantes. De qualquer forma este tem sido um ponto importante, sobretudo quando expomos as peças uma ao lado da outra em uma estante e acabamos por ver algumas errada quanto a proporção entre uma carro e outro.


Quanto à decisão de quais modelos poderiam figurar dentro da coleção, uma estratégia bem interessante adotada lá fora foi a votação, a partir de Redes Sociais, envolvendo fãs. Isto aconteceu por exemplo na Coleção The Classical Marvel Figurine, atualmente sendo lançada no Brasil pela Editora Eaglemoss. Muitos fãs votavam em determinados personagens da Marvel que queriam ver dentro da coleção e tudo acontecia a partir de uma votação simples. Outra opção, talvez bem menos especulativa e trabalhosa, seria a consulta prévia à pessoas importantes ligadas à indústria automobilística nacional. Há muitos Gerentes e Engenheiros Mecânicos que participaram daquela época que, acredito eu, poderiam sugerir modelos que efetivamente foram inesquecíveis em nosso país.


Bom amigos, meu desejo é que a Planeta DeAgostini e outras empresas deste tipo tenham vida longa, sobrevivam às crises, diversifiquem seus catálogos e superem críticas que nem sempre são construtivas por parte de muitos fãs. Aqui, no entanto queremos que haja espaço para esta troca de ideias e uma discussão que transcenda gostos e visões pessoais.

Gde. Abc. à todos.

P.S.: Agradeço especialmente à todos os leitores aqui do Blog (como o Marcelo Pimentel e André Moraes por exemplo)  que estão sempre trazendo suas ideias nos comentários das matérias de forma construtiva e participativa sobre as coleções!
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