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sábado, 19 de fevereiro de 2022

Luto por um Amigo


O Blog Marcelo - Antologias se solidariza pelas perdas indizíveis do colega e amigo Alessandro Garcia, conhecido de muitos pelo seu trabalho no Canal do YouTube Ministério dos Quadrinhos. Alessandro perdeu a família (esposa (Carol), e dois filhos pequenos (Sophia e Bento)) nas fortes chuvas que tem atingido Petrópolis. Além da família, a casa também foi destruída. Dono de uma gentileza e amabilidade sem iguais, Alessandro sobreviveu mas passa a enfrentar o penoso caminho do LUTO. Não tenho palavras para minimizar sua dor, apenas me coloco ao seu lado amigo Alessandro, em silêncio (mesmo à distância), para sofrer junto. Sua dor reverbera forte e profundamente dentro de mim. Minha esposa e filhos (também pequenos) estão voltados para você, em contínua lembrança. Deixo aqui algumas informações para quem quiser e puder auxiliar o Alessandro financeiramente considerando sua perda incomensurável que transcende todo e qualquer pensamento. A ajuda pouco auxilia na parte emocional, mas talvez faça diferença na questão material. Sinta meu abraço e de minha família Alessandro!

Alessandro Garcia da Silva

CPF 098.631.007-73

Banco Santander (033)

Ag.: 3533

C.C.: 100 21 90-5

PIX: CPF 098.631.007-73

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Pílula Literária #3: Terror Depois da Ceia




Lançado em 1891, Terror Depois da Ceia (Told After Supper) foi escrito por Jerome K. Jerome (1859-1927), autor também presente em outra antologia da Editora Wish (Natal dos Fantasmas). Jerome foi um escritor inglês que fez sucesso no final da 2ª metade do século XIX início do século XX. Terror Depois da Ceia parece sintetizar muito bem a veia literária cômica do autor. A obra traz uma história inicial que se passa na véspera de natal e que logo desemboca, após a ceia, em uma reunião de senhores na qual cada um é convidado a contar sua história de natal. As narrativas que se seguem são os contos de cada um dos presentes na sala ao longo da madrugada. Entre um conto e outro há um breve interlúdio no qual o narrador atualiza ao leitor acerca do clima da sala. Embora com uma sutil veia cômica, as histórias contadas são sobrenaturais, oníricas e insólitas. Boa parte dessa construção e efeito no leitor é proveniente das incríveis e geniais ilustrações de Kenneth M. Spearing, pintor, ilustrador e litógrafo inglês nascido em 1857. Caso você tenha tido uma infância onde livros eram objetos mágicos em que figuras tinham um efeito magnético, quase místico, então você fará um tour de volta à essa sensação. Pois foi o que aconteceu comigo. Minha grande dica é ajustar sua sintonia com esse "eu" interior que se maravilha com significados e sensações estranhas que determinadas figuras lhe causam. Ao fazê-lo você sentirá a intensidade e força da arte de Spearing. Esses dois ingredientes juntos, narrativa e ilustrações, ganham força na obra e, ao lê-la, é como se estivéssemos passeando por um antiquário cheio de coisas estranhas. Recomendo sua leitura antes ou mesmo após (como foi meu caso) da leitura de o Natal dos Fantasmas, pois o clima é totalmente semelhante. A Editora Wish revela um cuidado muito grande em sua curadoria e na concepção artística de suas obras, potencializando o efeito que a obra em si já causaria no leitor. Dica para ler à noite à luz de um abajur e tomando uma bebida quente!






terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Pílula Fílmica #16: Aguirre - A Cólera dos Deuses (1972)


Inimaginável a profundidade que o ator Klaus Kinski deu ao soldado/mercenário/conquistador espanhol Don Lope de Aguirre (1510 - 1561) no filme AGUIRRE - A Cólera dos Deuses (1972 - Direção de Werner Herzog). Uma espiral de decadência interior durante a malfadada expedição por volta de 1560 ao longo do Rio Amazonas em busca pela mítica EL DORADO. Um retrato do homem que vive a partir de seus desejos pessoais ilimitados de conquista, movido pela ira por se sentir traído pela Coroa Espanhola. Rebelde, colérico, desumano... Aguirre é retratado visceralmente por Kinski

Aguirre é o típico personagem real que se torna facilmente fonte de inspiração pelo seu caráter complexo e uma vida de aventuras. Um homem que, a partir de uma infância pobre, vê no Novo Mundo sua esperança de esperança e glória. Quando Aguirre chega à América do Sul, inspirado por exploradores e conquistadores como Hernán Cortés e Francisco Pizarro, muito das riquezas já haviam sido exploradas e dominadas, sobrando pouco espaço para os megalomaníacos sonhos do conquistador se realizarem. Seu grande ressentimento vinha de sua dedicação em diversas empreitadas militares em prol da Espanha (representada pelo Rei Felipe II) e a pouca retribuição que recebeu (na visão de Aguirre).

O filme de Herzog é por si só uma conquista, considerando as suas locações (Peru e Rio Amazonas) e os conflitos entre o diretor (Herzog) e Klaus Kinski. Um conflito aliás que renderia muitas histórias de bastidores entre o mestre Herzog e o indomável Kinski. Este, um ator com temperamento difícil e combativo, mas que deixou interpretações magníficas como em Nosferatu - O Vampiro da Noite (1979) releitura de Herzog para o clássico Nosferatu de 1922 de F.W. Murnau

Outro grande destaque é a trilha sonora do grupo musical alemão POPOL VUH, parceiro de outros filmes de Werner Herzog. O objetivo do diretor para Aguirre em "A Cólera dos Deuses" foi focar o ocaso do personagem, sua derrocada durante sua última expedição. Ao fazer essa opção Herzog consegue afinar e calibrar as coisas que quer discutir usando a história de Aguirre. Minha dica é você buscar assistir ao filme com um foco no microcosmo da expedição, seus embates, as sutilezas dos silêncios dos personagens e a incrível e portentosa interpretação de Kinski. Com isso o filme cresce e se torna um monumento.


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