Miniatura Marvel Nº 41 - Mulher-Invisível |
Primeira heroína a fazer parte do ressurgimento dos quadrinhos na "Era de Prata" na Marvel, a Mulher-Invisível já desempenhou diversos papéis que foram evoluindo ao longo das décadas. Desde donzela indefesa e secundária no início do Quarteto Fantástico, até uma mulher decidida, independente e forte. Sue Storm se tornou sem dúvida nenhuma uma personagem que participou das últimas grandes sagas do Universo Marvel com participações contundentes e importantes. O verdadeiro exemplo de que, para ser uma mulher emancipada e moderna, não há necessidade de se abrir mão da feminilidade, encantamento e sensualidade. Sua peça dentro da Coleção de Miniaturas Marvel será analisada nessa matéria, bem como alguns fatos importantes de sua vida, fatos estes incontestavelmente ligados à mitologia da mais conhecida e fantástica família da Marvel!
Miniatura Marvel Nº 41 - Mulher-Invisível |
A miniatura da Mulher-Invisível apresenta a personagem em seu traje mais clássico, muito parecido com o primeiro uniforme usado pela heroína à época de sua criação em 1961. A única diferença desta roupa para a primeira a ser usada por ela é que, na 1ª versão, evidenciava-se claramente o uso de um "shorts" da mesma cor azul do macacão. A peça apresenta uma figura esguia, sem grandes contornos físicos ou atributos mais voluptuosos. É importante que lembremos que essa coleção traz os personagens com as características atropométricas (peso e altura) oficiais da Marvel, sendo assim devemos considerar que esse é o corpo de Sue Storm. Embora sua silhueta se distancie das avantajadas curvas de outras heroínas e vilãs, a personagem tem seu lugar de destaque em qualquer prateleira nerd pela sua importância e histórico. Por isso, para o leigo é possível que essa seja uma miniatura sem maiores atrativos. Porém, qualquer fã mais antigo sabe que por trás deste corpo aparentemente frágil esconde-se uma mulher de vontade ferrenha além de um grande poder.
Miniatura Marvel Nº 41 - Mulher-Invisível |
Pela forma como já vi a Mulher-Invisível ser várias vezes desenhada eu esperava que seu corpo fosse modelado de uma forma um pouquinho mais avantajado. O uniforme da heroína é simples, sem adereços como capa, acessórios de combate ou capacetes. O cabelo está bem modelado em minha opinião, faltando, no entanto um pouco mais de cuidado na modelagem das feições, fato já observado em diversas outras peças da coleção que traz personagens de rosto desnudo. Especificamente na peça que fotografei há pequenas falhas na pintura dos dedos das duas mãos, que deveriam estar totalmente recobertos de preto. A postura da heroína lembra a clássica posição de defesa/ataque de Sue Storm, na qual ela se protege ou ataca com algum campo de força. Embora chamada de Mulher-Invisível, a personagem aprimorou muito seus poderes, que inicialmente se resumiam à invisibilidade. Com tempo ela aprendeu a emitir um campo de força psiônico extraído do hiperespaço com várias texturas, podendo se tornar até indestrutível.
Miniatura Marvel Nº 41 - Mulher-Invisível |
Criada em plenos anos 60, a Garota-Invisível (seu 1º codinome) encarnava inicialmente o típico protótipo da garota daquela época. Apresentada como uma moça frágil, sonhadora, cheia de aspirações românticas, Sue Storm teve uma vida inicial difícil. Ela e o irmão (Johny Storm) sofreram a perda da mãe ainda pequenos em um acidente de carro. O pai passaria a beber e seria preso ao se envolver com um agiota. Os dois irmãos passariam a viver com a tia (Marygay) que futuramente alugaria um quarto para ninguém menos que Reed Richards, um jovem e brilhante cientista. Logo os sonhos juvenis de Sue Storm, que queria ser modelo e atriz naquela época, a levariam a se apaixonar pelo acadêmico Reed. O jovem trabalhava em um programa espacial secreto do governo que foi engavetado. Isso motivaria o cientista a convidar seu amigo Ben Grimm a fazer parte de sua iniciativa pessoal envolvendo uma viagem espacial. É difícil explicar hoje o que motivaria Reed Richards a levar sua frágil e recente namorada e o irmão adolescente dela para essa viagem experimental. O fato é que para Stan Lee isso não pareceu tão inverossímil à época (rs).
Miniatura Marvel Nº 41 - Mulher-Invisível |
O final desta história todo mundo já conhece. Bombardeados pela radiação cósmica os 04 teriam sua estrutura atômica alterada e se tornariam os Quarteto Fantástico. Os primeiros anos de Sue Storm como Garota-Invisível ao lado dos companheiros de equipe a apresentava como a donzela que quase sempre era raptada por algum supervilão, e os demais membros se desdobravam para salva-la, o que sempre acontecia no final da história.O casamento de Sue e Reed foi talvez um dos acontecimentos mais queridos e lembrados por todo fã da Marvel. Quem não se lembra da célebre sequencia de desenhos de Alex Ross retratando esse momento na minissérie "Marvels"? O casamento ocorreu de verdade em 1965 em Fantastic Four Annual 3, e a partir dele muita coisa mudou para Sue Storm (agora Sue Richards). Gestações difíceis, conflitos familiares e divergências de opiniões começariam a mudar a personalidade frágil e sonhadora da típica garota dos anos 60.
Miniatura Marvel Nº 41 - Mulher-Invisível |
Essa mudança na personagem coincidia com o início dos anos 70, que chegava mostrando que o sonho americano deveria ser dividido com o mundo real, onde vivem pessoas reais. Muitas histórias do Quarteto Fantástico passaram a representar o amor e os conflitos que permeiam o dia a dia de toda e qualquer família. Esse aliás, é para mim, a grande "chave" do sucesso do Quarteto, uma equipe que antes de mais nada é uma família real. O tempo, como todos nós sabemos, não passa nos quadrinhos tal qual passa em nosso mundo real. Sue Richards teve seu 1º filho Franklin Richards em Fantastic Four Annual 06 de Novembro de 1968, e infelizmente perdeu o 2º, que nasceu morto (Fantastic Four 267 de Junho de 1984). Em 1985 Sue mudaria seu codinome de Garota para Mulher-Invisível, demonstrando sua clara mudança em direção à maturidade. Somente na década de 2000 é que o 2ª filho viria, só que agora uma menina, Valéria (Val). Sue deu à luz à Val após uma intrincada saga envolvendo viagens no tempo e terras paralelas. Uma história relativamente complexa que ainda deixa muitas questões em aberto sobre a origem da menina.
Miniatura Marvel Nº 41 - Mulher-Invisível |
Na última década Sue Richards demonstrou sua força e independência ao se colocar de forma decisiva em sagas importantes da Casa das Ideia, como por exemplo sua posição contrária à do marido no Arco "Guerra Civil", em que permaneceu à favor dos heróis opositores à Lei de Registro de Super-humanos. Na recente Saga "A Era de Ultron" ela também desempenhou papel fundamental ao lado de Wolverine. Embora "A Era de Ultron" seja uma saga criticada por muitos (inclusive por mim, em função do seu grande potencial desperdiçado por um desfecho pífio e mal-ajambrado) o Arco traz mudanças importantes na cronologia Marvel com a participação direta de Sue. Porém, em minha opinião a história que melhor apresentou a heroína em toda sua feminilidade, força, poder e solidão (em função de ser esposa de um homem pragmático e da ciência) é "Quarteto Fantástico 1234", escrita por Grant Morrison e desenhada por Jae Lee. Uma narrativa que penetra no universo interior de Sue de forma incrível, mexendo com mágoas e tensões reprimidas, além é claro de abordar os questionamentos que toda mulher de meia idade possui. A história também coloca em perspectiva a relação de atração mútua entre Sue e o Príncipe Submarino (Namor). Um caso antigo de fascinação mútua entre os dois personagens.
Sue Richards é uma personagem que em uma análise mais superficial pode passar facilmente despercebida, no entanto ao olharmos para ela com mais foco perceberemos uma heroína que encarna o Espírito da Marvel. Uma personagem que sofreu os impactos diretos das mudanças culturais das últimas décadas e respondeu à eles de forma contemporânea sem perder sua delicadeza, sensualidade e por que não dizer uma poderosa e encantadora fragilidade!
Miniatura Marvel Nº 41 - Mulher-Invisível |
Sue Richards é uma personagem que em uma análise mais superficial pode passar facilmente despercebida, no entanto ao olharmos para ela com mais foco perceberemos uma heroína que encarna o Espírito da Marvel. Uma personagem que sofreu os impactos diretos das mudanças culturais das últimas décadas e respondeu à eles de forma contemporânea sem perder sua delicadeza, sensualidade e por que não dizer uma poderosa e encantadora fragilidade!
É isso aí amigos!!!
Um dia eu pedi um post falando para você dizer quais miniatura que a pessoa não assinante deveria comprar ou seja as que eram mais importante comprar,se já fez o post me passe o link, se não quando irá fazer?No mais ÓTIMA REVIEW AMIGO!
ResponderExcluirOlá amigo!!
ExcluirCara... Você tem toda razão. Jamais esqueci sua sugestão, porém realmente não consegui fazer essa matéria. Porém diante de seu comentário acima, resolvi "tomar vergonha na cara" e arrumar um tempo para escreve-la.
Sendo assim eu a estou quase concluindo. Acho que amanhã ela já estará no ar. Uma matéria sobre as melhores peças da Coleção Marvel em minha opinião. Agradeço a sugestão e a lembrança!!
Um grande abraço e novamente obrigado por me lembrar da sua dica!!
Marcelo.
A trajetória do Quarteto é gigantesca (mais de 50 anos!) e fica realmente difícil abordar todas as fases em um único post. Talvez tenha ficado de fora o longo período nas mãos de Byrne (cerca de 5 anos quase consecutivos) onde ela se torna Malice e todo o seu potencial de poder é revelado.Pena que estão pondo "um fim" no Quarteto por questões de direitos no cinema. Foi o grupo que aprendi a gostar tanto nos antigos desenhos que passavam na Globo em minha infância bem como nos gibis exclusivos lançados pela RGE como "Os Quatro Fantásticos" (1979) que tiveram 14 edições que tenho completas ainda até os dias de hoje! Abs.
ResponderExcluirOi Eduardo!
ExcluirValeu pela presença e comentário amigo!!! Muito boa a sua lembrança da fase do John Byrne. É verdade, tem toda a razão. Acredito inclusive que foi nessa fase que a Sue Richards teve sua grande emancipação como Mulher independente.
Muito triste essa história do Boicote da Marvel sobre o Quarteto. Isso é ago incrivelmente triste, pois imaginar que a Família Fantástica esteja fadada ao esquecimento nos próximos anos é de chorar mesmo.
Estou muito chateado com isso, pois veremos outros personagens inundarem as páginas da editora. Personagens sem muita tradição, enquanto outros se distanciarão cada vez mais.
Valeu mesmo pelo comentário!
Marcelo.
Fala, Marcelão, tudo bom?
ResponderExcluirTa aí uma personagem que eu conheço pouquíssimo e, pra pra piorar, acabei comprando a miniatura sem revista :-/
Eu gostei da miniatura, da pose e, por incrível que pareça, do rosto. Achei bem feitinho.
Ela foi retratada magra, mas não tão magra quanto a Fênix.
As pontinhas dos dedos azuis é um mal que atingiu a minha também. É aquela velha história do transporte e a da proteção plástica mal projetada, mas os danos foram mínimos.
Marcelo, obrigado por compartilhar sua impressões sobre a miniatura um pouco da história da Sue.
Forte Abraço!
Olá Moisa!!
ExcluirQue legal ver seu comentário por aqui! Valeu mesmo!!!
Puxa... A Miniatura não lá grandes atrativos. Como comentei na matéria a personagem está um pouco franzina demais. Nas HQs ela em geral é um pouquinho mais robusta. Não chega a ser uma mulher grande, mas não lembro dela ser tão franzina.
O rosto não está dos piores. Para mim, o rosto mais bem feito até aqui, dentre as mulheres foi o da Ororo (Tempestade).
Você tem razão... Ela e a Fênix estão "pau a pau" em termos de magreza... rs rs rs
Valeu pela presença amigo!!
Venha sempre.
Grande abraço!!
Marcelo.
Olá Marcelo, tudo bem?
ResponderExcluirÓtima matéria, deve ter demandada uma extensa pesquisa. Uma história da personagem que me marcou bastante foi a da estreia do John Byrne à frente das histórias do Quarteto. Foi num gibi formatinho do Aranha da Abril. Como era fã do John Byrne pela fase dos X-Men achei muito legal a história em que ela aparecia de visual novo (cabelo curto) e enfrentava o Diablo, mestre da alquimia. O Crocodilo (DC) já aparece no site da Eaglemoss e com preço camarada R$ 59,95. Se você souber de bancas em SP com a miniatura, informe a gente. E o painel da coleção da Marvel/Salvat está ficando legal, já tem 9 em sequência, do 42 ao 50.
Abs., Carlos - São Paulo.
Olá Carlos!! Tudo bem, amigo!?
ExcluirPuxa... Pelo que vi de umas fotos que vc postou no Facebook, você está em viagem com a família, não é mesmo?!
Se for isso, que legal!! Aproveite bem!! Fui à Disney em 1998 e nunca mais voltei, infelizmente. Achei um lugar fantástico e tirei uma foto semelhante à sua em frente à imensa Bola de Metal Prateada. Legal!!
Valeu pelo comentário e fico feliz que tenha gostado da matéria. Essa fase que você comenta acima, de autoria do John Byrne, é realmente uma fase que foi um divisor de aguas para a personagem. Separando-a definitivamente de sua antiga representação mais ingênua e inocente. Fazendo da Mulher-Invisível a personagem forte que conhecemos hoje.
Comprei o Crocodilo. Achei bom eles terem reduzido um pouco o preço. Isso mostra algo bom da parte deles. Pode deixar que se eu souber ou ver que o personagem apareceu em algum banca por aqui por São Paulo eu aviso. Deixo um recado no seu facebook in box.
Ainda não coloquei minhas edições da Salvat na ordem da figura da lombada. Já que você comentou vou fazer isso para checar.
Valeu Carlos! Tudo de bom e curta bastante!!
Marcelo.