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sexta-feira, 16 de julho de 2010

John Merrick


Você sabe quem é esse homem acima? Seu nome era Joseph Merrick (1862 - 1890), que por um erro em um livro ficou conhecido como John Merrick. John nasceu com uma doença que até hoje intriga a medicina. Após sua morte diagnosticaram neurofibromatose, porém tal diagnóstico foi alterado nos anos 80 para Sindrome de Proteus, hoje novamente questionado. Conhecer sua história foi uma das maravilhosas coisas que  me aconteceram. A anomalia de John é descrita na esfera da Anatomia Humana como "Monstruosidade" (...anomalia tão acentuada de modo que deforma profundamente a construção do corpo do indivíduo, sendo em geral incompatível com a vida - Tortora G.J. & Grabowski S.R. - Fundamentos de Anatomia e Fisiologia, - Editora Artmed, 2006). Em minhas aulas de Anatomia Humana costumo usar seu exemplo. John foi abandonado pela mãe, cresceu sozinho nas ruas de Londres. Durante uma significativa parte de sua vida ele foi apresentado em espetáculos  em um circo como se fosse uma mistura de animal e ser-humano, onde foi muito maltratado. Porém um médico (Sir. Frederick Treves) certa vez o viu e se interessou pela sua anomalia. John foi comprado do circo por Frederick, e passou a viver no hospital. Grande foi a surpresa de Sir. Frederick ao perceber que John não apenas não era um animal, como falava, lia e conhecia partes da Bíblia de cor. John continuou a ser exibido, só que agora à comunidade médica, porém foi profundamente grato pela dignidade com a qual passou a ser tratado. "Minha vida é plena porque sei que sou amado. Eu descobri! Sem o senhor não poderia dizer isso - John Merrick à Sir. Frederick". A popularidade de John foi grande na Inglaterra do final do século 19. Ele gostava de poesia e flores. Em uma viagem que fez ao interior da Inglaterra colheu muitas flores selvagens. Seu desejo era ficar em um hospital para cegos, onde sua aparência não repugnaria as pessoas. Seu esqueleto encontra-se preservado até hoje e resta um pequeno museu sobre sua vida. John morreu aos 28 anos. Tentando imitar o comportamento de um ser humano normal para dormir, John causou um deslocamento acidental do pescoço, que não suportava o peso da cabeça. Conheci sua história em um filme de 1980 que gostaria que todos assistissem, "O Homem-Elefante" de David Lynch.

3 comentários:

  1. Oi Marcelo... Gostei do layout do seu blog. Principalmente a foto do sol na fazenda.

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  2. Olá, meu caro amigo poeta ( agora também vou chamá-lo assim ),

    E ainda achamos que só nesses tempos atuais é que se tinha uma idéia distorcida da vida e da estética, como mostra a vida de john... afinal, lendo seu texto, me pergunto: quem será que era um "monstro" em toda esta história? Quem nasce com uma deformidade visível ( e quantas escondidas na alma ou no espírito não estão espalhadas por aí?? ), ou a atitude de quem despreza, maltrada ou ridiculariza o diferente, o mais fraco? Não deveria ser justamente o contrário, ou seja, quanto mais não deveria ser auxiliado aquele que possue menos recursos, ou visitados àqueles que são mais sozinhos, ou ajudados aqueles que estão caídos?

    Meditando no texto, não pude deixar de ser confrontado com a atitude do dr. Treves, que em John enxergou uma pessoa, um semelhante ( semelhante (diriam alguns )? Como? Afinal, o dr Treves é tão bonito... ), alguém possuidor de uma dignidade inerente a qualquer ser humano, proveniente da mesmo barro que todos nós...e nessa hora pude lembrar de algumas vezes que até agi como o dr Trves, mas outras tantas como aqueles que desprezam, que "passam ao largo" daqueles que não tem a beleza estética exigida por esta parte do mundo doente onde vivemos... e é por isso que não me sindo em condição de julgar a estes "monstros" que maltratam os "Johns" da vida, mas buscar o perdão por minhas próprias atitudes "monstruosas" e pedir a Deus que me ajude a não me conformar ou me acostumar com elas como algo normal, algo aceitável...

    Ótima escolha de texto para uma reflexão, e certamente me foi muito útil,

    Um forte abraço, meu amigo poeta, e que o Pai de toda a criação nos ajude a não desprezar ninguém que um dia nela adentrou,

    Rogério

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  3. Em tempo, Marcelo: ainda em relação ao comentário anterior, tenho certeza que John Merrick teria se deliciado de alegria e prazer se pudesse ter conhecido a Fazenda em que cresceu... certamente não passaria despercebido por ele as borboletas, as flores, as cores, os raios de sol se misturando ao verde da relva, as gotas das chuvas, mesmo que viessem de uma tempestade... que eu possa aprender também com o exemplo de John, e com o seu, e não deixar de "ver" o que é bom...

    Novamente, um forte abraço... seu Blog ainda vai dar o que falar...

    Rogério

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