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sábado, 7 de maio de 2011

Minha Mãe...

Márcia

"Minha mãe eu lhe quero agradecer você quis me ver nascer. Minha mãe. Como eu posso agradecer."

Marcelo

 "Quando você me esperava eu não sei com que sonhava o seu jovem coração. Mas em mim você pensava cada passo você dava murmurando uma canção."

Michele

"Minha mãe eu lhe quero agradecer você quis me ver nascer. Minha mãe. Como eu posso agradecer."
 
Murilo

"Quando eu vi você chorando contra o peito me apertando se esqueceu de toda dor. Alegria era tão funda, misturada com ternura e com todo seu amor."


"Minha mãe eu lhe quero agradecer você quis me ver nascer. Minha mãe. Como eu posso agradecer."

sábado, 9 de abril de 2011

Amigo Poeta

Na segunda metade dos anos 80 eu atravessava minha adolescência e estudava em um colégio interno no interior do Estado de São Paulo. Entre espinhas, hormônios e complexos eu tentava me equilibrar entre aquilo que eu achava correto e a descoberta do mundo ao meu redor. 

Janires
Nessa época lembro-me de conversar muito com Deus e lembro-me de que Ele não respondia diretamente minhas perguntas... Mas sentia que estava ali. Nesse período conheci um dos meus grande heróis: o Janires. Não o conheci pessoalmente mas sim suas músicas. Janires era um músico cristão e foi a primeira pessoa que me apresentou, atavés de suas canções, à dura realidade do mundo... mas foi também aquele que ao fazer isso também me apresentou a solução. Janires era meu amigo sem saber...

Som do Céu
Em janeiro de 1988, indo para uma apresentação em Minas Gerais, Janires chegou às 5 para meia noite na rodoviária e comprou a última passagem num ônibus para Belo Horizonte. Das duas pessoas que morreram naquele acidente de ônibus uma delas era o Janires. Cresci sem entender porque alguém que me aproximava tanto de Deus teve que ir embora tão cedo. Aprendi a deixar essa pergunta de lado... As letras das músicas do Janires falavam de mim e para mim. Foram muitas as canções que ele nos deixou. "Espelho nos Olhos" foi gravada quando ele participava da Banda Azul e, além de ser talvez uma das que mais me tocava, era também, de certa forma profética. Janires a compôs semanas antes de morrer e parecia até que ele sabia que pouco tempo depois o Pai o recolheria.

Espelho nos Olhos

"Epelho nos Olhos" - Janires 1987

"Foi há muito tempo atrás, tempos que não voltam mais. Eu com a cabeça de menino, corpo e asa de passarinho... Querendo voar... pra descobrir qual estrela eu ia namorar.

Mas muita coisa aconteceu na vida... e o menino não voou mas cresceu. E aprendeu que a felicidade é um sonho, guardado no bolso do paletó dos heróis deste mundo, que não tem tempo de olhar as flores e sonhar.

Quando a minha vida era um presente sem futuro, embrulhado num passado sem respostas. Sem ponte pra passar, estrada pra andar, sem lágrimas pra orvalhar... Jesus chegou bem de mansinho, me pôs espelho nos olhos... me deixou sonhar!  :)

Na causa do Bom Mestre já rodei Brasis, irmãos, amigos, companheiros de esperança fiz... Mas agora já é hora de ir embora viajar, mas agora já é hora de ir embora viajar. Descobrir outro mundo, outro lugar... Levo no peito saudade de você...".

Além de "Espelho nos Olhos" gostaria de deixar aqui registrada outra música do Janires que cresci ouvindo, seu nome é "Casinha":

Casinha

"Casinha" - Janires 1983

"Atrás deste monte tem... uma cidade, com casinhas brancas, casarões, moças nos portões, velhos nas janelas. E a velha Maria Fumaça descansa na praça escutando a bandinha... Tocar valsas e canções, para os corações dos jovens namorados. Atrás deste monte tem... uma cidade, com crianças no meio da rua, brincando com a Lua, contando segredos. E os velhinhos nos bancos de jardim assistem ao fim de mais uma tarde.

Atrás dessa fumaça tem... uma realidade, casinhas brancas pichadas... palavrões... pecados nos portões... fracassos nas janelas. E a velha Maria Fumaça assiste às desgraças no meio da praça. E a bandinha faz o fundo musical pra mais um funeral de quem cansou de viver. Atrás dessa fumaça tem... uma realidade, polícia e ladrões, trancas nos portões, grades nas janelas. E os velhinhos bêbados nos bancos de jardim assistem seu fim...

Atrás desse mundo tem... uma cidade, Jesus Cristo quem construiu quando subiu naquela cruz. E o caminho nos ensinou... O AMOR... Ah! O AMOR..."  :)

Obrigado Janires...

domingo, 20 de março de 2011

1969

1969 foi um grande ano. O mundo via, de certa forma, seus jovens amadurecerem definitivamente. A sede de liberdade ou liberação era grande. De alguma forma aquela geração se via incumbida da missão de demolir a hipocrisia e a institucionalização completa das pessoas. Mas outras coisas grandes também aconteceram nesse ano. O homen foi à lua... foi criado os aviões Concorde e Boing 747.

Primeiro vôo do Concorde
Aconteceu nos Estados Unidos o maior festival de rock and roll de todos tempos "O Woodstock", onde Jimi Hendrix com sua lisérgica guitarra manteve milhares de jovens acreditando no Flower Power e Janis Joplin (a caipira, tímida e solitária menina do interior americano) abriu a boca e cantou, deixando todos boquiabertos com seu triste e poderoso blues.


Woodstock
Coisas estranhas também aconteciam naquele ano: Muammar al-Kaddafi instalava um golpe de estado e assumia o poder na Líbia. O excêntrico e maluco Charles Mason se auto-intitulava o profeta do apocalipse e passava a falar em nome de Deus para diversos jovens americanos, e em seu nome destruiram vidas.

Mas foi em meio à esse torvelinho de coisas que uma amiga minha nasceu. Talvez até por ter nascido em meio à tanta transformação é que talvez ela tenha nascido com espírito inquieto, destemido, voraz por sempre conhecer coisas, lugares e sensações. Minha irmã sempre nos assustou com sua alma indomável, transbordante de sentimentos  e coragem. Alguém que ficou grudada em mim e participou de meus primeiros passos. Não tenho,  praticamente, nenhuma foto da época em que eu era apenas uma criança ou bebê na qual ela não esteja. Ou seja, sua existência ligou-se à minha. Quando se é pequeno a gente sempre acha que a irmã mais velha possui informações que ainda não foram disponibilizadas à nós.

Irmã mais velha
É assim que irmãos mais novos vão construindo sua admiração pelos mais velhos. Vendo-os  enfrentar a vida antes da gente, vendo-os sofrer primeiro que a gente. Vendo-os experimentar o certo e o errado primeiro que a gente. Assim temos apenas que trilhar o caminho já desbravado por eles. Sendo assim fui construindo minha admiração por ela. Como na foto ao lado ela sempre esteve me acompanhando e velando.

Simples... Suave... Alegre
 De uns anos pra cá minha admiração cresceu  mais, tendo em vista sua força de vontade, obstinação, carinho e fidelidade à todos. Dela podemos dizer que é alguém que realmente "...conserva tudo fielmente".  Crescemos  inicialmente juntos, depois separados, mas sempre unidos por uma ligação mais "sentida" do que "comentada". Daqui a alguns dias ela fará aniversário... foi assim que lembrei dela. Alguém que quando eu encontro sempre me fala (sem dizer) que a vida é mais simples... fácil... suave... e alegre do  que aquela que eu sempre insisto viver. Feliz aniversário...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Colosso de Gelo

Glacial Perito Moreno - Vista Passarelas
O sentido dos diversos ciclos da natureza talvez seja não ter sentido. O ciclo é “O Sentido”. Em um interminável ciclo de construção e desconstrução um colosso de gelo domina uma das paisagens do Parque Nacional “Los Glaciares” na Patagônia Argentina. Localizado próximo à El Calafate, medindo 14km de extensão ao longo de sua face sul e norte, e aproximadamente 100 metros de altura, o Glacial Perito Moreno estende, montanha andina abaixo, sua fúria lenta, silenciosa e inesperada.

Glacial Perito Moreno - Vista Passarelas
 Na Cordilheira dos Andes em geral a cada 100 metros de altura a temperatura diminui um grau. Isso implica que, facilmente, os picos gelados das montanhas atingem temperaturas negativas. É essa característica que faz com que tais picos recebam continuamente muita neve. A neve acumulada no alto dos picos se organiza em camadas sucessivas que, após compactação e recristalização ao longo de muito tempo, produz espessas massas de gelo. Em um processo moroso e contínuo essas massas descem montanha abaixo, formando paredes compactas que ao se aproximarem da base vão se separando, mediante estrondos audíveis a longas distancias, em altas e grandes colunas de gelo. Por fim, imensas paredes de gelo se desprendem e caem.

Glacial Perito Moreno - Vista Passarelas
  O lago argentino, situado na base do Glacial Perito Moreno, é fruto desse constante desprendimento. Sua água possui uma temperatura em torno de seis graus e recebe os raios solares emitindo uma cor azul esverdeada. A longa parede de 14km do glacial toca uma montanha que se aproxima muito de suas imensas paredes. Esse ponto de contato é formado ao longo de mais ou menos seis anos, sendo que após esse tempo o mesmo se rompe, proporcionando um incrível espetáculo, fruto das grandes paredes de gelo ruindo sobre o lago. Após esse rompimento o ciclo de formação do “contato” com a montanha se reinicia. Assim glacial e montanha conversam ao longo desses seis anos, num relacionamento de ruptura e humilde reconstrução.

Glacial Perito Moreno - Navegação Face Norte
 Os grandes e colossais pilares de gelo do glacial adquirem coloração azulada ao sol. No verão o contraste entre o branco azulado do gelo e o escuro solo das montanhas ao redor do glacial se acentua.

Glacial Perito Moreno - Vista Passarelas
Dessa forma esse imenso colosso de gelo permanece. Cercado de suas caprichosas, silenciosas e protetoras montanhas. Um grande bólido de beleza que te acerta, nocauteia e impede que qualquer coisa seja dita.

Glacial Perito Moreno - Pilares Azuis - Navegação Face Sul
O melhor mesmo é ficar quieto escutando, pois Montanhas e Glacial sempre conversam. Infelizmente não conseguimos entender o que.

 

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Experiência em "Longínqua"

Por que os pólos? Penso ter a resposta. Pelo menos a minha resposta. Talvez porque nos falem sobre fronteiras inexploradas, de infinitude e do insondável. Celebrados pelos exploradores, os confins do mundo despertam o desejo descivilitório que toda alma humana, cansada da falsa sensação de segurança que a sociedade provê, busca. Esse seria o desejo inato e escondido em todo coração, o de voltar para seu estado original, simples e selvagem.

Ushuaia - Patagonia Argentina
Ushuaia situa-se no extremo sul de nosso continente sul-americano, distante 1000 km do continente polar e próximo ao cabo Horn (estreito no qual os oceanos atlântico e pacífico se encontram). Por ter que se espremer entre a antártica e o continente o mar se agita ali. Dessa forma o cabo Horn expressa toda ferocidade do oceano em função da brutal corrente marítima existente ao redor do pólo sul e que ali é espremida. Assim o cabo Horn sempre foi o temor de muitos marinheiros, conforme descrito por Herman Melville em “Moby Dick”. Ushuaia é uma cidade pequena, mas que abala os sentidos. No verão ficamos desejosos pela noite, no inverno, pelo dia. Situa-se em uma baía banhada pelo mar, em frente ao Canal “Beagle”, em homenagem ao navio que transportou Charles Darwin em sua conhecida viagem e que passou por ali com esse ilustre tripulante.

Castorera - Construida e Habitada por Castores

Florestas imensas de Lengas (árvore nativa e adaptada ao frio) rodeiam Ushuaia. Nenhum animal de médio ou grande porte se desenvolveu nelas. Atualmente, no entanto, em função de um mal fadado negócio de peles, castores, levados para lá do Canadá nos anos 1940, se desenvolveram desenfreadamente ajudados pelo clima e pela ausência de inimigos naturais. Assim reinam soberanos nessas florestas atualmente.

Glaciares
Os grandes guardiões de Ushuaia são os glaciares (espessas massas de gelo formadas em camadas sucessivas de neve compactada e recristalizada de várias épocas). É por meio dele que a pequena cidade recebe seu suprimento de água potável. As imensas montanhas sobre as quais tais glaciares se assentam observam continuamente Ushuaia, não se importando muito com ela. Como se soubessem que sua estada ali é por um pequeno lapso de tempo. Isso sob a perspectiva da lenta e silenciosa vida das montanhas é claro.

Yámanas
Havia um povo milenar que vivia ali. Isso antes do homem branco dizimá-los com suas doenças: Os Yámanas. Esse povo tinha sua cultura e religião e por incrível que pareça não usavam roupa alguma, mesmo diante das temperaturas negativas de Ushuaia. Na verdade os Yámanas cobriam seus corpos com gordura de leão-marinho (sua principal fonte de alimento). Um caridoso missionário britânico, Thomas Bridge, após contemplar o inevitável fim dos Yamanas, desistiu de sua missão e criou um refúgio para protegê-los (Estância Haberton), não sendo, no entanto, suficiente para salvá-los.

Presídio de Ushuaia - Ala Original
Seus primeiros habitantes "brancos" foram presidiários. Usados para construir as primeiras casas e seu próprio presídio. Conservado e convertido em museu, o presídio de Ushuaia conta com suas selas, memórias e uma de suas alas mantida exatamente igual à época de seu funcionamento (1920 a 1947).

Glacial Martial
Experiências são sentidas, não descritas. Daí a insuficiência das palavras.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Há um Silêncio...

Estranho é perceber que a natureza encerra um grande silêncio. Não pensemos nós, nem por um minuto que esse silêncio significada "vazio". Não! Pelo contrário, é um silêncio cheio de significados. Mas o estranho é que por mais que nos enforcemos, em nossa condição humana não conseguimos apreender esse signifcado. Parece vetado à nós. Embora existam imagens e sons (vento nas árvores; pássaros que cantam; quietas, imóveis e milenares pedras no caminho; folhas roçando umas nas outras; animais que correm para lá e para cá), todos esses sons e imagens nos são insondáveis. Significam alguma coisa... tenho certeza disso! Mas me escapa. Não conseguimos penetrá-los e integrá-los por completo. É desse silêncio que falo. Um silêncio mais profundo, antigo, milenar, e ouso dizer, com uma mistura de acolhimento, mistério e profundidade. Algo que se sente, mas não se consegue capturar, nem em sua parcialidade quanto menos em sua totalidade.
Cruzamos uma fronteira em um passado longínquo que nos separou dessa profundidade. Desde então o que fazemos é sempre nos afastar mais e mais desse precioso, enigmático e amoroso silêncio. Com nossos barulhos constantes, TVs, rádios e ruídos contínuos, nos esquecemos de olhar, contemplar e ficarmos quietos. Não conseguimos mais ouvir nossa prórpia voz. O que temos em nosso interior é na verdade o somatório de vozes externas que foram com o tempo substituindo o nosso próprio som interior. A "Criação" parece, em seu profundo e indecifrável silêncio, nos lembrar disso...
Por fim percebo que existem fronteiras novamente a serem conquistadas, limites interiores a serem atravessados de volta à simplicidade. Partilhar do simples e humilde silêncio das coisas é mais que nada um caminho interior. Depois de muito tempo entendo que essa dádiva é dada àqueles que a buscam, mas não no nosso tempo. Aqui já tenho minha primeira lição, a paciência de apenas ficar imóvel, quieto, observando o silêncio... nesse processo, um dia talvez consiga entender uma pequena parte do colossal significado desse silêncio. Um silêncio que tem falado muito, mas muito alto dentro de mim...

Talvez assim conseguisse saber o que essas pequenas estão me dizendo.


segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Bacia das Almas

Usando a mesma figura de linguagem da belíssima e lisérgica música do Alan Parsons Project o "Tempo" é como um rio. A passagem do tempo literalmente permite o impossível, pois proporciona à nós o espaço para mudanças. Isso aconteceu comigo também. Com o passar dos tempos tornei-me completamente descrente em relação à algumas coisas que outrora eram verdades pétreas, inexoráveis e irredutíveis. Conceitos que formavam o firme arcabouço para uma forma de pensar diluiram-se como fumaça dentro de mim, não sobrando nada. Em contra partida outras coisas, que no passado me eram periféricas e sem importância, constituem-se em verdades pelas quais eu vivo hoje. É difícil apontar os determinantes, embora eu ainda queira fazê-lo nesse espaço virtual. Por hora gostaria de falar de alguém, dentre outros, que tem me ajudado na escolha de um caminho de fé mais difícil, pois nega a teologia rasa do "Coisas boas acontecem comigo, logo... Deus é bom" ou "Coisas ruins acontecem comigo, logo... Tive brechas". Ao contrário disso tem me apontado o caminho da sincera precariedade pessoal, de uma fé mais baseada nas dúvidas do que nas certezas, negando dessa forma as concepções de Deus dentro de um sistema cartesiano e teológico definitivo. Uma dessas pessoas tem sido o Paulo Brabo.
Paulo Brabo

Conheci o Paulo lendo seus pensamentos e ideias em seu site "Bacia das Almas". Em uma época de aridez pessoal encontrar alguém como ele me tornou menos só em alguns dilemas. Estranhamente, minha infância foi parecida em muitos aspectos à dele. Moramos na mesma cidade (Londrina - PR) e praticamente na mesma época (início dos anos 80), de maneira que os lugares que ele sempre aponta em suas memórias são muito claros para mim. Suas experiências na faculdade também foram idênticas às minhas. Crescendo sob uma fé cristã rigidamente auto-imposta, ouso falar, como o Paulo, que acabei conhecendo o ideal de Jesus para amor incondicional e partilha entre meus amigos pecadores da faculdade e não no ambiente eclesiástico que tanto frequentei. Meu bom-mocismo me manteve longe das práticas desses queridos amigos, que pude, no entanto acompanhar bem de perto. Foi ali que, como na experiência do Paulo, percebi uma entrega incondicional. Tais amigos partilhavam tanto que até não se incomodavam de serem amigos de um cara como eu, certinho e carola. O Fábio, o Chóla e tantos outros me amavam tanto quanto seus amigos praticantes do velho "sexo livre, drogas e rock and rol".

Com tudo isso foi fácil gostar do Paulo Brabo, que além de muitas coisas tem me ajudado a me aproximar de Deus. Conheci o Paulo pessoalmente há mais ou menos um mês por ocasião do lançamento de um livro do qual ele é um dos autores. Pude apertar sua mão e receber uma pequena dedicatória na contra-capa. Fui ao lançamento porque queria conhecê-lo pessoalmente mas também porque queria ouvir algumas de suas ideias. Como esperava saí satisfeito. Em sua breve explanação sobre a triste institucionalização da fé entendi plenamente o que ele quiz dizer: "As instituições religiosas são, na verdade, a tentativa de se gravar em pedra as contigências". Tomamos hoje como lei e regra as decisões de pessoas que, levadas pelo "vento do espírito", comportaram-se de determinada forma no novo testamento. O engessamento das condutas tem produzido verdadeiros marionetes que continuam querendo viver na fria e dura lei do velho testamento.


O Paulo, junto com outros amigos de caminhada tem me ajudado a demolir edifcios interiores, construidos dentro de mim desde os meus 13 anos, idade com a qual eu me achei, pela primeira vez, amado por Deus. Um desses bólidos demolidores foi o livro "A Bacia das Almas" (Ed. Mundo Cristão).




Assim eu e Deus vamos convivendo:

"... Ele não cabe na caixinha que lhe prepararam os teólogos.
Nem na caixona que eu ... lhe dediquei.
Quando estou pronto para dissecá-lo, ele me escapa da mão.
E quer dançar quando quero sossego,
Quer dormir quando quero converssar,
Bate na porta quando não estou para ninguém,
E, com maior frequencia, vice-versa.
Ele não me deixa em paz
E consistentemente me ignora
E sua imprecisa lacuna me define." Paulo B.

Dessa forma não consigo abandona-Lo, pois nunca me deixou quieto, pelo contrário, com esse comportamento tem me mantido junto, me encantado e me seduzido por quase 4 décadas.
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