A mídia dos quadrinhos é e precisa continuar sendo uma forma de produção cultural interessante, versátil e, principalmente, marginal. Sintetizada em seu nascedouro por homens como Harry Donenfeld (uma figura emblemática e extremamente importante para os quadrinhos em seu início) e Jack Liebowitz, esta mídia floresceu com força na década de 30 do século XX a partir de crianças e jovens que queriam se expressar e sonhar para além das amarras do "status quo". Livre dessas prisões, os quadrinhos sempre foram a mídia perfeita para a contracultura e para aquilo que se queria para além do "enlatado". Nas palavras de Gerard Jones em seu livro Homens do Amanhã... "Esse foi o berço das histórias em quadrinhos: contracultural, inculto, idealista, lascivo, pretensioso, mercenário, de olho no futuro e efêmero, tudo ao mesmo tempo". Enquanto os quadrinhos não se afastarem de sua origens ele sempre será essa mídia que tanto amamos. Nos tempos atuais, em que esse universo imaginativo tem sido abraçado pela cultura-padrão das grandes corporações essas duas publicações aqui destacadas nesta matéria são, não apenas necessárias, mas imprescindíveis, para se manter o DNA dos quadrinhos. Estou falando do Gibilândia e Status Comics de autoria do escritor, jornalista, roteirista, editor e tradutor Roberto Guedes.
Autor de célebres e icônicos livros sobre quadrinhos, dentre eles A Era de Bronze dos Super-heróis (HQM Editora), A Saga dos Super-heróis Brasileiros (Opera Gráfica Editora), Gedeone - O Guerreiro dos Quadrinhos - Uma Biografia Autorizada (Opera Gráfica Editora), seus trabalhos mais recentes trazem um olhar sobre personalidades como Stan Lee (Stan Lee: O Reinventor dos Super-heróis - Editora Kalaco), Jack Kirby (Jack Kirby: O Criador de Deuses - Editora Noir) e Steve Ditko (O Incrível Steve Ditko - Editora Noir). Apesar deste currículo, Guedes não se afastou do DNA sintetizado por Gerard Jones sobre os quadrinhos. Gibilândia e Status Comics são produções pessoais, que correm por fora e, justamente por isso, trazem a liberdade e o frescor da indústria original dos quadrinhos. Publicações livres de pressões e determinações burocráticas e mercadológicas. Nas palavras do próprio Roberto Guedes Gibilândia é "... um fanzine de tiragem limitada, com artigos e HQs raríssimas, voltado para colecionadores e estudiosos da Arte Sequencial". O caráter pessoal, raro e singular da publicação já faz com que ela se torne, de imediato, um item a ser disputado e garimpado por aqueles que descobrem a verdadeira verve dos quadrinhos.
Se por um lado o Gibilândia traz histórias raras e específicas sobre determinado personagem ou época, o Status Comics é outro fanzine sobre o qual Guedes tem se debruçado para trazer aos leitores perfis de personagens e autores. Dossiês indispensáveis para aqueles que cruzaram a 4ª parede e conseguiram fazer o caminho inverso, ou seja, conseguiram sair do mundo real e concreto e entraram dentro das histórias e do universo mental de cada autor e personagem.
Produções assim mantém viva a ideia original das HQs, como elemento marginal e livre, capaz de espelhar de maneira lúdica a dura realidade dentro da qual estamos todos inseridos. Esta matéria buscará trazer, de forma sempre atualizada, os últimos lançamentos do Gibilândia e Status Quo.
Vida longa e próspera à eles!
Vida longa ao Gibilandia e ao Status Comics!
ResponderExcluirCom certeza... Vida longa e próspera!!
ExcluirValeu!
Abcs. Marcelo
Congratulations,Guedes.
ResponderExcluirVerdade. O Roberto tem um trabalho de qualidade, muito diferente de muitos que estão no YouTube, por exemplo, que até fazem um bom trabalho, mas não tem a profundidade necessária.
ExcluirAbcs!
Marcelo
Incrível! Tem muito cheiro de independência!
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