Nº 0 - Apresentação da Coleção; Nº 01 - 1937; Nº 02 - 1938; Nº 03 - 1939; Nº 04 - 1940; Nº 05 - 1941; Nº 06 - 1942; Nº 07 - 1943.
Chega ao Brasil uma coleção de um personagem icônico e extremamente importante no universo da narrativa gráfica. Rivalizando com grandes autores dos quadrinhos, Hal Foster, criador de Príncipe Valente, pode e deve receber merecidamente a alcunha de Mestre da 9ª Arte. Príncipe Valente teve suas tiras publicadas pela primeira vez em 1937 e, desde então, nunca parou, atravessando o século XX e adentrando o século XXI. Mas qual a magia deste personagem e destas histórias que permitiram com que esta obra se tornasse tão longeva? Por que diversos outros personagens, que foram criados nesta mesma Era de Ouro dos Quadrinhos (1938 à 1956), foram consumidos pelas areias do tempo e se tornaram anacrônicos? Particularmente eu mesmo não tinha essas respostas até bem pouco tempo. Talvez por um preconceito inato que eu tinha com personagens datados e "aparentemente" concebidos dentro de um contexto específico de tempo, nunca dei chance à Príncipe Valente. Pois eu não podia estar mais errado. Fiquei sabendo que a Planeta DeAgostini estava lançando esta coleção de Príncipe Valente que abrangerá todas suas histórias publicadas de 1937 à 2008 e pensei... Aí está uma chance de conhecê-lo.
Nº 08 - 1944; Nº 09 - 1945; Nº 10 - 1946; Nº 11 - 1947; Nº 12 - 1948; Nº 13 - 1949; Nº 14 - 1950; Nº 15 - 1951.
Minha surpresa veio logo no Nº 01 da coleção com as histórias publicadas ao longo de 1937. Longe de serem simplistas, as histórias são extremamente interessantes. A perspectiva histórica e cultural que Foster imprimiu ao contexto em que Valente vive (a Era Medieval), é perfeita e oferece, dentre outras coisas, uma densidade dramática ao protagonista que lhe permitiram ser tão longevo. Em seus preparativos para criar o personagem, Hal Foster mergulhou nas lendas e histórias Arturianas, mas não só isso, pesquisou hábitos de vida, concepções do homem da Idade Média e soube entender acima de tudo o Zeitgeist (Espírito do tempo) da época. Isto permitiu-lhe criar uma narrativa cheia de aspectos interessantes a serem descobertos. Além da envolvente história, o traço acadêmico de Foster é um show à parte. Cada quadro expõe cenas sobre as quais podemos ficar vários minutos debruçados contemplando-as. O leitor mais exigente não se decepcionará com cenários nos quais tudo é destrinchado, desde as roupas da época, mobília, apetrechos, armas, e até aparelhos que não temos a menor ideia para que servem mas que estão expostos nas paredes, sobre as mesas, sofás e camas de castelos, cabanas e casas.
Nº 16 - 1952; Nº 17 - 1953; Nº 18 - 1954; Nº 19 - 1955; Nº 20 - 1956; Nº 21 - 1957; Nº 22 - 1958; Nº 23 - 1959.
Valente é um jovem Príncipe de um reino da Bretanha do Século IV que vê (ainda bem pequeno) seus pais e súditos serem expulsos de suas terras por um outro rei usurpador. O pai de Valente foge com sua mãe, filho e fiéis súditos para outras terras onde também não são bem vindos, sendo necessário lutarem para que consigam o direito de habitar uma região pantanosa da Bretanha. Isto que acabei de contar é na verdade a primeira e segunda página do encadernado Nº 01 de 1937. Tudo se desenrola a partir daí. Hal Foster ambienta esta história na mesma época em que o Rei Arthur e sua corte de nobres guerreiros da Távola Redonda estavam constituídos e em plena atividade. O leitor acompanhará então os primeiros anos de Valente crescendo e buscando uma identidade própria na corte de Arthur. Sempre imaginei que toda essa história seria um pouco maçante e pouco atrativa. Ledo engano. A narrativa é envolvente e mistura realidade, ficção, aventura e romance com uma pitada muito suave de magia, ou pelo menos parece magia, uma vez que o homem medieval era indissociável de crenças antigas, e fica difícil saber se é magia ou apenas um encadeamento de acontecimentos que acabam por confluir em estranhos e diferentes desfechos.
Ainda há muito o que escrever sobre Príncipe Valente agora que o descobri. Este post, no entanto, visa trazer uma forma de acompanhar o andamento dos lançamentos da coleção à semelhança de outros posts já tradicionais aqui do Blog. A Planeta DeAgostini promete lançar praticamente tudo do personagem, contemplando o que saiu de 1937 até 2008 (aparentemente cada volume correspondendo à 01 ano de tiras). As tiras foram, com diz no site, restauradas com as cores das edições que saíram nos jornais norte-americanos. Leitores mais recentes, ou até mesmo os mais antigos, estranharão a opção narrativa de Foster ao colocar a narrativa não em "balões", mas no rodapé ou no alto de cada quadro. Ao final da primeira ou segunda página eu já estava tão envolvido pela história que já tinha a ideia de que esta era a escolha perfeita.
É isso aí amigos. Em breve novos posts sobre os encadernados e curiosidades acerca deste incrível universo de Príncipe Valente.
Sem dúvida, a melhor publicação de 2019. Com muito pesar, eu não vou fazê-la. Tão somente pela periodicidade, pois a partir da 20º edição será semanal. Mas seria um grande sonho ter essa coelção.
ResponderExcluirOlá amigo!
ExcluirRealmente um marco no Brasil esta publicação. Obrigado pela presença no Blog. Desculpe a demora em responder.
Apareça sempre!
Marcelo
Pena que só pude comprar os três primeiros....
ResponderExcluirPois é amigo... Realmente é mais uma coleção relativamente cara. Espero que depois consiga mais volumes!!
ExcluirForte abraço e obrigado pela visita!!
Marcelo
Vendo as três primeiras por R$100,00
ResponderExcluirNos anos 70 e 80 comecei a colecionar os volumes de capa dura, ainda enqto o Hal Foster era vivo. Junto com o resto das minhas coleções de HQ, does para a biblioteca da UNICAMP em 1996. Tornou-se primeira biblioteca de HQ protegida. Orgulho-me muito de ter lido e colecionado. O Príncipe Valente e o Tarzan do Burroughs foram sempre meus favorites.:)
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