Aproveitando a chegada da tão comentada saga "Vingadores x X-Men" (V x X) às bancas, resolví ler uma história que já há algum tempo estava na minha lista de leitura: A Cruzada das Crianças. Publicada há cerca de um ano aqui no Brasil em "Os Vingadores Especial 1 e 2" essa hsitória tem tudo a ver com V x X, além de amarrar algumas pontas soltas do Universo Marvel pendentes desde "Dinastia M", saga lançada em 2006 e que narrava a caçada e desaparecimento da Feiticeira Escarlate (importante e antiga Vingadora). Em Dinastia M, Wanda Maximoff (Feiticeira Escarlate) levaria a raça mutante a perder seus poderes em quase sua totalidade desaparecendo ao final. Durante anos muitos fãs se perguntavam: "Onde estaria Wanda Maximoff?" que além de grande poder também é filha de Magneto. A Cruzada das Crianças revela essa entre outras importantes questões. Resolví escrever sobre essa história porque ela me surpreendeu positivamente. Com uma hábil narrativa o roteirista Alan Heinberg manteve a história em um rumo coerente e sem soluções óbvias. Acima de tudo eu gostaria de destacar a arte de Jim Cheung. Com desenhos precisos, limpos e anatomicamente quase perfeitos Cheung fez com que eu quisesse ver o que teria na próxima pagina (algo que tem se tornado raro ultimamente).
A busca pela Feiticeira Escarlate começa a partir de seus dois filhos perdidos (Wiccano e Célere), atualmente integrantes dos Jovens Vingadores (um grupo de heróis adolescentes que surgiu na esperança de um dia substituir os Vingadores Sêniores). A trama segue com o descobrimento do paradeiro da Feiticeira na Latvéria do Dr. Destino. Com grandes confrontos físicos e psicológicos entre os principais heróis da Marvel, a história traz algumas coisas que gostaria de destacar:
- Um Dr. Destino aparentemente questionando a sí mesmo sobre sua vida de dor e dominação;
- Um Wolverine disposto à assassinar Wanda Maximoff para que ela nunca mais retire os poderes de nenhum mutante;
- Um Capitão América e um Homem de Ferro confusos à frente dos Vingadores, sem saber se compartilham ou não da visão do Wolverine;
- Um Magneto disposto, pelo menos aparentemente, à resgatar a integridade de sua conflituosa família junto à seus dois filhos (Wanda e Pietro Maximoff). Para isso Magneto se junta aos Jovens Vingadores na busca da Feiticeira Escarlate;
- Um Ciclope ensandecido por justiça à frente dos X-Men, disposto à tudo para matar Wanda pelo que ela fez à raça mutante no evento Dinastia M.
Todas essas linhas se juntam em um roteiro que vai se tornando imprevisível à cada página. Outro interessante destaque é a forma elegante com que Heinberg trata o relacionamento homossexual entre Wiccano e Hulkling dos Jovens Vingadores. O roteirista acerta ao mostrar o relacionamento dos dois personagens de maneira suave e sem pretensões de transformar o assunto em um caça-níquel, algo que temos visto em várias mídias. O objetivo não é polemizar, mas simplesmente mostrar o que acontece entre duas pessoas.
Duas importantes tragédias acontecem na história e importantes detalhes a respeito dos acontecimentos ocorridos em Dinastia M são novamente revisitados. Além disso, outro personagem importante na criação dos Jovens Vingadores aparece, "Rapaz de Ferro", ao que tudo indica ele é a versão jovem de "Kang - O Conquistador". O desfecho que envolve o Rapaz de Ferro trará importantes implicações futuras ao que parece.
Um dos melhores e mais tensos momentos da história é o confronto verbal entre os Vingadores e os X-Men a respeito das questões que envolvem a culpabilidade da Feiticeira Escarlate. Ao ler os diálogos eu fiquei me perguntando: "Por que os roteiristas não estabelecem diálogos assim entre heróis e vilões?". O que vemos muitas vezes são conversas surreais e pouco críveis entre super-heróis e super-vilões, o que diminui drasticamente a carga dramática tão essencial à uma boa história.
Nunca gostei muito desta coisa de se ficar inventando heróis mirins para substituirem os já consolidados. Sendo assim, sempre ví esses Jovens Vingadores como adolescentes "chatonildos", porém nessa história eles conseguem funcionar como pessoas e equipe. Aliás, as questões adolescentes bem que podiam ser melhor trabalhadas nos quadrinhos, há muitos dramas e questões interessantes que poderiam ser tratadas, porém os roteiristas deixam isso de lado, concentrando-se muitas vezes na superficialidade de uma pancadaria (o que também aprecio, porém deve ser acompanhada de uma história razoável). "A Cruzada das Crianças" era uma história que eu não dava nada e se constituiu em uma interessante e agradável leitura. Abaixo posto as duas capas de "Vingadores Especial 1 e 2" onde a história saiu aqui no Brasil.
Parece uma boa HQ. Estou meio afastado dessas história de herois, exceto quando escritas por autores que admiro. É que cansei de perder tempo lendo histórias ruins. Mas acho que conferiria essa!
ResponderExcluirPois é Kleiton...
ExcluirÉ isso mesmo. Os tempos modernos trouxeram uma oferta enorme de HQs, porém nosso tempo também encurtou, além dos gastos subirem. Dessa forma, a seleção passou a ser mandatória. Diante desse quadro acabamos dependendo cada vez mais de amigos que nos possam ofertar opiniões mais sinceras e sem os viéses de comentários "comprados". Sendo assim valorizo opiniões como a sua, a do Leo, do Fabiano... Dentre outros amigos. Uma opinião sincera vale ouro hj!
Abc. Kleiton!
Marcelo.
Sempre ajuda quando vemos a avaliação de outra pessoa... Já decidi muitas vezes por comprar algo pq vi, em espaços que frequento, comentários positivos...
ResponderExcluirÉ verdade...
ExcluirE depois que você faz alguns amigos sinceros e honestos dá pra confiar nas opiniões. Caso, como eu disse acima, de todos vocês que sempre visitam aqui o "Antologias". Comigo acontece isso também, de me decidir com o auxilio dos amigos.
Marcelo.