Em 1987 uma pérola do rock psicodélico era lançado, o disco "Violeta de Outono" da banda de mesmo nome. Misturando temas estranhos, psicodélicos e extremamente belos o disco é simplesmente perfeito. O Violeta de Outono se expressa por meio de letras que tratam, em forma simbólica, de eternidade, finitude, lugares distantes, paisagens outonais e crepúsculos. Formado em 1984 por Fábio Golfetti, Claudio Souza e Angelo Pastorello (formação original) em São Paulo, o Violeta é aquela banda que se transformou em um mito. Liderada pelo guitarrista e vocalista Fábio Golfetti a banda é psicodelia pura e da melhor qualidade. Seu som traz uma mística singular que te envolve ao primeiro som.
O disco de estreia (capa acima) é expressão máxima desse som. A segunda faixa do disco, "Declínio de Maio", possui um dos solos de guitarra mais lisérgicos que já ouvi (uma verdadeira catarse!). No início da música a voz de Golfetti inicia a elegia:
Declínio de Maio
"Este é o final da sua glória.
Espero que fique, além da memória.
Anjos procurando se esconder.
Caídos no abismo, tentam se recolher.
Vento sopra e você pergunta o que pode acontecer...
Nuvens fogem, o céu em luta, você tenta se esconder..."
O disco é uma viagem que poderia ser trilha sonora para muitas histórias que conheço (trilha sonora ótima para os contos de realismo fantástico de Jorge Luis Borges). Em "Faces", quinta faixa do disco Golfetti segue com sua estranha poesia, recheada de sons de guitarra:
Faces
"Velho olhar anda sobre a luz.
Segue o vento, sopra além do mar.
Labirintos, linhas do futuro. Reflexo escuro.
Paredes frias revelam pensamentos.
Palavras nuas tentam luzir.
Portais de ferro, faces sobre o muro. Reflexo escuro".
Já "Sombras Flutuantes" é uma faixa instrumental que evoca uma viagem à paraísos perdidos. O disco inteiro pode ser ouvido sem interrupção, compondo um conjunto que parece uma viagem à distantes lugares de nossa mente. Ouça e você não será mais o mesmo. Fábio Golfetti fez também outras viagens sonoras. Ele possui um trabalho paralelo ao Violeta chamado: Companhia de Ópera Invisível do Tibet. Pretendo fazer uma matéria aqui no blog sobre esse seu outro trabalho. Simplesmente fantástico também. Você pode conhecer mais sobre o Violeta de Outono/Companhia de Ópera Invisível do Tibet pelo site da banda clicando aqui.
Conheci o Violeta de Outono nos anos 90, apresentado à mim por uma amiga que me convidou para ir à um show dos caras. O show foi realizado em um pequeno espaço... A banda tocou sobre um pequeno tapete vermelho quadrado. A luz do ambiente incidia apenas sobre eles. Tudo era escuro. De repente o Fábio começou à tirar aqueles acordes espirais típicos do psicodelismo... e, de repente... os portais se abriram...
Marcelo querido!
ResponderExcluirAmei ler sua postagem!
Não conheço essa banda, nunca fui muito ligada a músicas assim, mas ao ler seu post,senti vontade de conhecer essa banda. O nome é sugestivo.
Abraços! Só faltam duas noites e um dia pra vocês chegarem. Fiquem com Deus!
Não sería nem mais necessário acrescentar outras palavras sobre esta bela matéria, perfeita em todos os detalhes, mas o faço apenas como registro da minha alegria ao tomar conhecimento da mesma. Violeta de Outono é realmente uma banda daquelas que nos fazem viajar por lugares distantes, mágicos, pelas montanhas dos países andinos, nas muralhas encravadas e escondidas nas selvas onde um dia haviam cidades, ou perceber a chegada de uma nuvem densa e gloriosa, uma imagem divina no céu sobre nossas cabeças..... Assim é o Violeta! Nos faz presente estando no passado, tornando as duas coisas em uma só. Infinitamente poderosa, a música da banda é digna de fazermos nos orgulhar da vida, da boa música, do prazer de viver. Enfim, resumo a banda nestas coisas. Curta sem moderação e não se esqueça de acender o incenso indiano original.
ResponderExcluirOlá amigo!
ExcluirFiquei muito feliz quando vi esse seu comentário aqui. Escrevi há algum tempo sobre o Violeta, mas complementaste de maneira perfeita o que eu quis dizer. Ou melhor, "complementaste" não, "melhoraste" o que escrevi.
Vou guardar essas suas palavras pois descreve bem os espaços para os quais o Violeta nos conduz. Como um conto de Jorge Luis Borges a música da banda é algo "estranho", porém nos mantém "encantados" e "seduzidos" ao mesmo tempo.
Valeu mesmo amigo!
Apareça sempre aqui no Blog!
Abc.
Marcelo.