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sábado, 2 de outubro de 2021

Pílula Gráfica #10: Coleção Clássica Marvel #1 - O Espetacular Homem-Aranha - Vol. 01 (2021)


Todos conhecemos o Homem-Aranha em seus diversos aspectos: seu humor, sua vida conturbada ao se equilibrar entre o super heroísmo e a vida comum, suas dores e perdas, e principalmente seus poderes. No entanto, uma análise mais detalhada sobre o personagem em sua concepção inicial, suas primeiras histórias e, principalmente, os elementos que tanto cativaram logo "de cara" uma legião de fãs, é um exercício que só poderia ser feito de forma adequada a partir de uma leitura cronológica. Embora alguns dos elementos que citei acima já estivessem presentes nessas primeiras aventuras, há coisas diferentes que causariam surpresa mesmos aos fãs mais ardorosos. Uma época em que o Amigão da Vizinhança ainda estava livre de diversos estereótipos que, com o passar do tempo, forçariam muitos roteiristas a aborda-lo dentro de um cânone. A possibilidade de observar o herói logo no início sempre foi uma experiência para poucos dado a necessidade que comentei acima de se ter as edições em ordem cronológica. Eu mesmo, apesar de ser fã do personagem, nunca tinha me deparado com o Peter Parker original, aquele que nem sabia que se tornaria um fenômeno dentro e fora da 9ª Arte. Na verdade nem seu roteirista (Stan Lee) e desenhista (Steve Ditko) sabiam muito disso. A Coleção Clássica Marvel, iniciada este ano, está permitindo a possibilidade de se embarcar em uma "Máquina do Tempo" e "zerar" nossa mente para os conceitos que foram gradativamente sendo inseridos nos "medalhões" da Casa da Ideias, sempre adicionando uma camada a mais a cada um. As histórias da coleção apresentarão os personagens sem praticamente nenhuma dessas camadas criativas. Ler o Homem-Aranha nesse espaço criativo inicial foi para mim uma experiência sensacional. Talvez muitos pensem que, em função das histórias datarem da década de 60, os enredos sejam mirabolantes e non-sense, mas o fato é que as histórias são muito envolventes e interessantes. Ao lê-las, parece que  uma "chave" em nossa mente se liga e somos transportados diretamente para o "Espírito do Tempo" dos longínquos anos 60. E uma vez dentro desta perspectiva a experiência é quase catártica. O Peter Parker que aparece é um jovem (ainda com elementos da adolescência muito evidentes) que é, na maior parte do tempo, triste, magoado e até rancoroso! Características que praticamente nunca estiveram em evidência no Aracnídeo. Nessas primeiras histórias vemos um Peter pensando em coisas que nunca imaginamos que passaram pela cabeça dele. Como por exemplo dar um "sopapo" no Flash Thompson ou mesmo cogitar deixar o colega à mercê do Dr. Destino. De certa forma, tudo isso gera em nós uma enorme identificação com o personagem. Pois é exatamente o que cogitaríamos também. Outra questão interessantíssima é o fato do herói não saber exatamente a dimensão dos seus poderes, e talvez, até Stan Lee não o soubesse. É possível ver também a evolução da arte de Ditko, e suas saídas gráficas cada vez mais interessantes para cada cena. Uma evolução que pode ser vista de forma clara na luta do Aranha contra o Dr. Destino (Amazing Spider-Man #5). Não posso deixar de dizer que tudo que comentei acerca da interessante experiência de ver o herói em ação pela primeira vez nos quadrinhos, vale também para as primeiras aparições de vilões emblemáticos como o Abutre (Amazing Spider-Man #2), Dr. Octopus (Amazing Spider-Man #3) e Homem-Areia (Amazing Spider-Man #4). Também curiosa e cheia de receios é a relação existente entre o Cabeça-de-Teia e o recém-criado e desconfiado Quarteto Fantástico! Se você não conhece essa Coleção, recomendo-a fortemente pois, além de se entreter, finalmente você entenderá porque os ícones Marvel fizeram tanto sucesso!

Edições que compõem esse volume 1 da Coleção.

 Amazing Fantasy - Vol. 1 - #15 - Agosto de 1962.


Amazing Spider-Man - Vol. 01 - #1 - Março de 1963.


 Amazing Spider-Man - Vol. 01 - #2 - Maio de 1963.


Amazing Spider-Man - Vol. 01 - #3 - Julho de 1963.


Amazing Spider-Man - Vol. 01 - #4 - Setembro de 1963.


Amazing Spider-Man - Vol. 01 - #5 - Outubro de 1963.

5 comentários:

  1. blz Marcelo?

    nesta coleção a panini acertou em cheio, o começo da marvel é excelente, histórias simples e muito eficientes, entretenimento puro.
    no caso do aranha tenho as quatro edições da biblioteca histórica marvel e só vou comprar as edições futuras que não tenho (ASM 41 pra frente), uma das minhas filhas(12 anos) leu todas as quatro edições e curtiu demais, imagina o poder que estas HQs dos anos 60 tem pra conseguir agradar uma pre adolescente dos tempos de hoje.
    vou comprar todas edições do quarteto fantástico, já li as duas primeiras e gostei muito, gosto muito da inocência da época.

    abraço

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    Respostas
    1. Olá amigo Gustavo! Blz?

      Acertou em cheio sim. Com certeza. Estas são histórias que nos apresentam personagens já antigos para nós, mas estranhamente vistos (por nós) como se fosse a primeira vez.

      Interessante seu relato acerca do poder destas narrativas embrionárias da Marvel sobre sua filha. Para você ver como boas histórias são perenes.

      Também gosto desta inocência que você coloca. A problematização muitas vezes é cansativa e retira o brilho da essência do herói. Retornar às origens é como dar um RESET... rs rs

      Valeu amigo! Valeu pela visita e comentário!!

      Abcs!

      Marcelo

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Estas histórias sao muito boas, e como citado, não possuem a imensa carga non sense da época, trazendo argumentos acima da média. Comprei as duas primeiras, mas optei por me desfazer para colecionar a Epic Collection (que a Panini traduziu como "HA Edição Definitiva"). Gosto muito do papel offset, mas a capa dura acho melhor para abrir.

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    Respostas
    1. Oi Luís... Tudo bem? Pois é amigo... Histórias muito legais mesmo. Por mais simplistas que os roteiros sejam há um jeito de contar que nos envolvem. E uma das coisas mais interessantes que percebi é como os personagens faziam questão de associar seus feitos passados. Já era a iniciativa de unificação e coesão do universo Marvel sendo plantada pelo Stan Lee.

      Também concordo com vc acerca do fato das narrativas não terem o non sense (às vezes ridículo) da época. Uma característica tão marcante, por exemplo, nas histórias da DC na época.

      A sua opção por fazer a coleção das histórias pelas Edições Definitivas é uma boa escolha. Realmente tem outro aparência na estante também.

      Valeu Luís...

      Apareça sempre!!

      Marcelo

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