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sábado, 18 de julho de 2020

Pílulas Séricas #2: Twilight Zone (2019)


Quando fiquei sabendo, em 2018, que a série The Twilight Zone seria revisitada pelo serviço de streaming da Amazon em parceria com a CBS, fiquei extremamente preocupado de que a memória e o legado de Rod Serling, o criador da série original que foi ao ar entre 1959 e 1964, fossem arranhados. Apenas no final de 2019, início de 2020, comecei a ficar mais confiante ao saber dos nomes envolvidos no projeto, Jordan Peele e Simon Kinberg. Não me equivoco em dizer que quase tudo que foi feito no cinema e TV envolvendo o "fantástico" em suas vertentes Sci-fi, terror e suspense nas últimas 6 décadas foi inspirado nos episódios escritos por Rod Serling. Em sua nova versão, Jordan Peele acerta ao não querer suplantar a série original com pura pirotecnia narrativa. Os episódios se mantém auto-contidos, não almejando nada além a não ser "manter o DNA" original impresso por Serling. Mas nem por isso temas espinhosos de cunho social, econômico, familiar, político, entre outros, deixam de ser abordados na perspectiva do "fantástico". Ambição (1º episódio), culpa (2º episódio), racismo (3º episódio), o poder da mentira (4º episódio), mídia irresponsável (5º episódio), instinto de sobrevivência (6º episódio), sexismo (7º episódio), refugiados / imigração (8º episódio), a sedução das armas de fogo (9º episódio), ... (10º episódio). Os produtores se concentraram no microverso dos personagens, e é isso que expande os temas. No famoso papel de anfitrião de Rod Serling, o próprio Jordan Peele aparece conjugando o carisma enigmático de Serling com os famosos textos cheios de armadilhas. Ao se distanciar de séries atuais de "antologias", tais como, Black Mirror e Eletric Dreams, The Twilight Zone consegue se manter onde sempre deve ficar, ou seja, na zona do crepúsculo de nossas almas.







7 comentários:

  1. Olá, Marcelo.
    Assisti assim que ficaram disponíveis no Prime. Olha, achei uma revisitação dispensável, insossa. Meu tempo teria sido melhor empregado revendo episódios da primeira leva ou até mesmo da época quando apresentados e narrados por Forest Whitaker. Mas tentei. Dei uma chance. Enfim...
    Abraços!

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    Respostas
    1. Muito interessante sua observação! Fui achando que seria algo muito abaixo do que encontrei. Talvez isso explique minhas impressões.

      Uma coisa que tenho tentado exercitar é a manutenção de um olhar um pouco mais aberto. Comecei a perceber que minhas percepções estavam ficando cada vez mais seletivas. Isso por um lado é importante, mas por outro comecei a perceber que estava deixando de curtir muita coisa ao analisar as obras sob uma perspectiva muito técnica.

      Mas entendo você perfeitamente. Talvez a série não tenha o impacto que teve no passado justamente por termos sido expostos à muita coisa boa, mas muita coisa ruim também. Tornando-nos muito mais refinados em nossos gostos.

      Vamos ver a 2ª temporada. Li que já está sendo produzida.

      Forte abraço Kleiton!

      Marcelo

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    2. "comecei a perceber que estava deixando de curtir muita coisa ao analisar as obras sob uma perspectiva muito técnica"

      Já me debrucei sobre isso também. Dar uma chance. E quase sempre acabo dando, mesmo. Mas, olha, somos realmente é old boys que apenas encontram conforto pleno em produções nérdicas que nos marcaram no passado. E, além disso, pesa muito o viés técnico, como vc mesmo destacou. Eu estava longe de existir quando TZ surgiu e, mesmo assim, reconheço superioridades técnicas e narrativas ímpares no seriado.

      Marcelo, às vezes parece meio que uma faca de dois gumes. Tentar dar atenção no novo e correr o risco quase certo de perder tempo ou aproveitar a sobrevida conhecendo mais de épocas áureas e revisitando o que notadamente é bom.

      No final das contas, tento dosar, equilibrar etc. Tanto que revi toda essa temporada de TZ.

      Abraços!

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    3. Entendo o que você diz Kleiton...

      O escritor Rubem Alves dizia que com o avançar dos anos percebe-se que não é mais possível perder tempo com o que não vale a pena. E o que vale devemos ir até o âmago.

      O equilíbrio é talvez a solução por hora.

      Abcs!

      Marcelo

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  2. O péssimo primeiro episódio (do humorista) cometeu a proeza de fazer eu, que assisti as três versões anteriores da série, não assistir esta versão até agora.

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    1. Comprei a versão com o Forrest Whitaker. Estou bem ansioso.

      Forte abraço!

      Marcelo

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    2. Esqueci de mencionar uma questão acerca desse episódio do COMEDIANTE. Acredito que a reflexão ali presente se relaciona à quanto estamos dispostos em sacrificar, até mesmo apagar pessoas de nossa existência (familiares, amigos...) em nome de nossa ambição.

      Lembrei de pessoas que conheci e que passaram por cima de colegas de trabalho não estando nem aí para o dano que estavam causando à sua volta. A metáfora me fez lembrar muito dessas pessoas que apagaram de sua existência relacionamentos inteiros de suas vidas. Daí fica a reflexão se o que é importante é nossa carreira profissional ou as pessoas com as quais nos relacionamos.

      Abcs!

      Marcelo

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