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quarta-feira, 1 de julho de 2020

Pílula Fílmica #9: Manson Family Vacation (2015)


Seria possível se utilizar de um evento tão grotesco, horrível e brutal como foi o assassinato da atriz (grávida à época do cineasta Roman Polanski) Sharon Tate, de seus amigos e da família LaBianca em 8 de agosto de 1969 pelos asseclas de Charles Manson, transformando os desdobramentos destes eventos em uma história sensível, profunda, lírica e cheia de significados? Se você for um cineasta cheio de talento, sensível e genial, sim... Seria possível. E é o que acontece no filme Manson Family Vacation. Se você nunca ouviu falar dos irmãos cineastas e produtores Jay e Mark Duplass já estaria na hora de conhecer seus filmes. Os irmãos são responsáveis por filmes geniais com roteiros que transformam o ordinário em extra-ordinário. Enquanto Mark Duplass em geral se envereda por temas simples que tocam o fantástico (destaco Sem Segurança Nenhuma de 2012), Jay Duplass se utiliza destes mesmos temas simples e se aprofunda em dramas pessoais mantendo o pé no chão e, em momento nenhum sede ao sentimetalismo. Jay consegue se manter ancorado à realidade de todos nós, e é isso que ele faz em Manson Family Vacation. O filme vai retirando camada por camada da relação conflituosa entre dois irmãos (um deles adotado), tendo como pano de fundo a obsessão de um deles por Charles Manson e seu legado confuso, violento, apocalíptico e messiânico. Se o espectador inicia o filme com uma mórbida curiosidade em conhecer os detalhes da psiquê de Manson e os detalhes da brutalidade dos assassinatos por ele determinados, terminará o filme colocando completamente esta realidade brutal de lado em favor de algo mais puro, belo e simples, como uma bela cena que se destaca do grotesco da nossa realidade...


 


Charles Manson à época de seu julgamento (início dos anos 70)

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