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sábado, 12 de março de 2016

Superman - O Homem de Aço - Coleção de Graphic Novels Eaglemoss Nº 08


Olá amigos... A Coleção de Graphic Novels da Eaglemoss tem avançado no Brasil tal qual suas contrapartes da Marvel da Editora Salvat (Capa Preta e Vermelha). Muito material clássico e importante tem saído dentro destas coleções e é difícil acompanhar e ler tudo. O Nº 08 da Coleção da Eaglemoss trouxe à nós nada menos que a releitura que o grande John Byrne fez do Homem de Aço em meados dos anos 80. Quem leu a HQ "O Que Aconteceu ao Homem de Aço" de Alan Moore (roteiro) e Curt Swan (desenhos), lançada pela Panini há alguns anos, tem em mãos o fim de uma Era de histórias do Superman que encerrava ali seu ciclo (em 1985) pré Crise nas Infinitas Terras. Na sequencia John Byrne seria contratado para apresentar o novo herói à uma legião de fãs que queria saber como seria essa nova leitura do Último Filho de Krypton. Portanto, essas duas HQs ("O Que Aconteceu ao Homem de Aço" de Alan Moore e "Superman: O Homem de Aço" de John Byrne) são nada mais nada menos que o fim e o início de uma das mais belas histórias dos tempos modernos, respectivamente, contadas por dois gênios da 9ª Arte.

O Homem de Aço Nº 01

O mundo dos quadrinhos na DC pós Crise nas Infinitas Terras foi um dos mais frutíferos, criativos e mágicos até hoje. Novos talentos da indústria dos quadrinhos foram contratados e releituras foram feitas de personagens antológicos. Podemos citar: Monstro do Pântano (Alan Moore), Batman (Frank Miller), Homem Animal (Grant Morrison), Sandman (Neil Gaiman), Mulher-Maravilha (George Perez) e no caso do Superman o não menos talentoso John Byrne. É, portanto exatamente esse material que temos nas mãos aqui no Nº 08 da Coleção da Eaglemoss: a releitura, o renascimento do mito do 1º Super-herói dos quadrinhos. Lançada inicialmente como minissérie, esse arco nasceu clássico ao reapresentar um Superman mais enxuto em sua mitologia. Falaremos um pouquinho desse arco abaixo.

O Homem de Aço Nº 02

John Byrne já era conhecido quando foi chamado para este projeto e já havia sido reconhecido por seu trabalho nos X-Men na década de 70. Conhecido não apenas pelos seus roteiros, sua marca mais reconhecida talvez seja seu inconfundível traço. Em minha infância eu conhecia seus desenhos nas aventuras dos X-Men publicadas em Superaventuras Marvel pela Abril nos anos 80. Dono de um estilo preciso, mais enxuto e com uma maneira toda peculiar de apresentar expressões e faces dos personagens, Byrne era para mim uma lenda naquela época. Uma época em que começávamos a ver desenhos mais rebuscados, metafóricos e que para mim eram sinônimo de amadorismo (rs rs rs). Até hoje, no entanto John Byrne encabeça a lista de meus desenhistas preferidos.

O Homem de Aço Nº 03

Byrne redefine um Superman não tão onipotente, e já sinaliza logo nas primeiras páginas a possibilidade de alguns limites para seus poderes. Mas talvez algo que tenha mais me chamado atenção seja a importância que o autor dá para a formação da personalidade de Clark Kent em seu primeiros anos. Há toda uma preocupação de se apresentar um personagem crível e forjado dentro do ambiente social terrestre, com suas decepções, alegrias, fracassos e sacrifícios pessoais. Explora-se um passado mais normal de um Clark Kent que teve pais presentes e que lhe deram uma sólida base moral e ética. Algo que pudemos ver muito bem na última leitura do Superman para o cinema com Henry Cavil.

O Homem de Aço Nº 04

Louis Lane não poderia ser mais atrevida, sensual e independente, e Byrne consegue dar um tom de atração física perfeito entre o casal. Algo que chega a transbordar das páginas. A consciência do herói em relação à sua origem não é logo apresentada e ele permanece no escuro em relação a quem ele é exatamente, de onde vem seus poderes e porque ele possui esses dons. Isso abre espaço para reações não tão costumeiramente presentes na personalidade do Superman. Inseguranças, questionamentos e indecisões são frequentemente vistas, como que a demonstrar o desenvolvimento progressivo de sua personalidade.

O Homem de Aço Nº 05

Uma das partes mais interessantes do arco é o 1º encontro entre Superman e Batman. O autor faz questão de apresentar logo de início a discordância de métodos que os dois heróis usam. Algo também que servirá de base para o próximo filme da DC "Batman vs Superman". Apesar disso o respeito entre os dois começa aos poucos a se insinuar na história, crescendo aos olhos do leitor o respeito por esses dois ícones. Muito interessante é o subterfúgio que Batman usa para conter a vontade do Superman em prendê-lo. Algo que não vou contar para não dar spoiler. Mas vale muito a pena conferir.

O Homem de Aço Nº 06

Outro ponto bem costurado é o encontro e o relacionamento que se estabelece entre Superman e Lex Luthor, este último apresentado como um Magnata/Homem de Negócios sem escrúpulos. Muito diferente da abordagem que se tinha em relação a ele antes disso, na qual Luthor aparecia mais como cientista louco. Essa abordagem, aliás, dada por Byrne, seria aquela que redefiniria definitivamente o vilão Lex Luthor. Um perfil que expressa muito mais sua natureza predatória (de pessoas e recursos naturais) que a anteriormente empregada que servia à visão mais "non-sense" imposta pelo Authority Code nos quadrinhos dos anos 60 e 70.


Se você quer conhecer uma releitura inteligente, fiel à essência do personagem, cativante em sua arte e clássica, você deve ler essa HQ. Especificamente neste volume da Eaglemoss é apresentado também uma pérola: a 1ª aparição do Superman em Action Comics Nº 01 de 1938. Particularmente eu ainda não havia lido essa 1ª história original do Homem de Aço diretamente das mãos de Jerry Siegel e Joe Shuster, seus criadores. Surpreendentemente Superman é apresentado de forma bem adulta para o que eu esperava. Sem muito remorso ou escrúpulo ele era um herói de moral pouco flexível e que, por conta disso, distribuía sopapos facilmente, machucando pessoas com muita facilidade. Uma surpresa interessante e de valor histórico inestimável.


É isso aí amigos... Um grande abraço à todos. Essa foi minha impressão da HQ e minha dica!!

8 comentários:

  1. Olá Marcelo! Tudo bem por aí? Realmente essa coleção da Eaglemoss é ótima! Essa fase do Byrne no Superman foi muito emblemática para o personagem. Não sei se você se lembra, mas na época tinha uma vertente de fãs que era totalmente contra essa "reformulação" e que pedia a volta das histórias que foram encerradas com a história do Alan Moore e Curt Swan (a última desenhada por ele), como você bem lembrou. Parece que sempre que a DC mexe em algum personagem, tem o pessoal do contra, não é? Um abraço!

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    1. Olá Marcelo!!

      Tudo bem! Desculpe a demora em responder. Estava na correria no trabalho.

      Estou curtindo muito também essa coleção. Confesso que a passagem do Byrne pelo Superman trouxe um frescor e a inserção de elementos muito interessantes ao personagem.

      Interessante também é vc dizer isso, que alguns fãs não gostaram. Isso prova que sempre existirão aqueles que não gostam de algo. Não sabia disso. Hoje em dia aliás está tudo muito polarizado em nosso país. Infelizmente.

      Abc amigo!

      Marcelo.

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  2. Li a edição lançada pela abril e gostei mito dessa fase.
    sem falar que a arte é linda.

    Abç!

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    1. Verdade amigo!

      É uma grata surpresa encontrar histórias assim. Sobretudo pelo fato de que os novos leitores precisam conhecer o que é fazer quadrinho de verdade.

      Valeu amigo!

      Marcelo.

      Excluir
  3. Li a edição lançada pela abril e gostei mito dessa fase.
    sem falar que a arte é linda.

    Abç!

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    Respostas
    1. Concordo sobre a arte.

      É o traço do Byrne em sua melhor forma!!

      Marcelo

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  4. blz marcelo?

    quem curtia HQ na década de 80 com a editora abril é fã do byrne, um dia ele já foi meu preferido e tenho certeza que de uma grande maioria tb.
    gostaria muito de comprar esta HQ, mas por aqui (santa rita do sapucaí MG) ainda não apareceu nada desta coleção.

    abraço

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    1. Olá Gustavo...

      Blz!? Me desculpe a demora em responder. Estive muito atarefado no trabalho!

      Com certeza! Quem lia HQ no Brasil nos anos 80 não tem como não ter alguma referência afetiva em relação à obra do Byrne. Com toda certeza! Ele também já foi meu preferido!

      Acho que vc consegue compra-la pelo site da livraria cultura Gustavo! Dê uma olhada lá!

      Valeu amigo!!

      Desculpe mais uma vez pela demora!

      Abção!

      Marcelo.

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