Uma obra lançada em 2020 que, infelizmente, pareceu correr totalmente "por fora" do mainstream editorial foi Bowie - Stardust, Rayguns, Moonage Daydreams. Mesmo que não se tenha referências completas acerca de David Bowie e sua música, esta obra é essencial para qualquer fã ou estudioso do que aconteceu no fértil cenário fonográfico e cultural na 2ª metade dos anos 60 no Mundo. Escrita pelo fã Steve Horton, fiquei impressionado com a narrativa escrita e gráfica da obra, esta última pelo desenhista e também fã Michael Allred. Bowie não poderia ter recebido homenagem melhor ao ter sua vida contada de forma alinear e relativamente fragmentada. Todos os personagens encarnados em seus discos estão ali, Major Tom, o andrógeno Ziggy Stardust, Alladin Sane, Hallowen Jack, ... entre outras personas que erupiram do interior do inquieto músico. Steve Horton mostra o processo criativo de Bowie e a forma como ele enxergava sua música, ou seja, como um canal que transcendia a comunicação verbal ao transmitir de forma subliminar sentimentos e verdades incomunicáveis. Mesmo que o conhecimento do leitor sobre Bowie seja baixo, todo panteão da música sessentista está na obra em função dos diversos contatos que o músico teve com lendas como Lou Reed, Iggy Pop, Mick Jagger, Elton John, Alice Cooper... O tsunami Bowie inundou até mesmo outras praias culturais, como é mostrado, por exemplo, no curioso encontro do músico com a lenda do cinema Christopher Lee (o maior interprete de Drácula de todos os tempos, em minha opinião) e com o grupo inglês Monty Python. Ao ler Bowie - Stardust, Rayguns, Moonage Daydreams não há como não se deixar invadir pelo forte universo onírico, cósmico e lisérgico do artista. Um dos pontos altos de 2020!!
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Bowie contempla (talvez em sua própria mente) as várias personas que viria a encarnar |
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