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sábado, 7 de junho de 2014

X-Men - Dias de Um Futuro Esquecido


Passadas a inúmeras resenhas e opiniões disponíveis na internet sobre o último filme da franquia dos mutantes gostaria de deixar minha percepção desta obra que tem conseguido consolidar a presença desta equipe de heróis no cinema. Ao que parece o filme conseguiu destaque entre as produções lançadas até o momento no cinema em 2014, aparecendo como uma das que conseguiu fazer mais de 500 milhões de dólares de bilheterias. Trazendo novamente o diretor Bryan Singer à frente da produção, o filme tem um roteiro coeso que, apesar da presença de inúmeros personagens em linhas de tempo diferentes, não se perde nem converge para uma história complexa o suficiente para impedir o entendimento geral.


Novamente o sucesso da obra, em minha opinião, está na atuação de alguns personagens chave, dentre eles ressalto a interpretação ao mesmo tempo forte e sensível de James McAvoy, a presença do veterano Hugh  Jackman no papel de Wolverine (bem confortável no papel de Logan), Michael Fassbender como um Magneto cada vez mais convencido da integridade do caminho que decidiu trilhar, Jennifer Lawrence que interpreta bem a dualidade de Mística, além do ótimo (em minha opinião) Nicholas Hoult, que interpreta um personagem que pode parecer periférico mas o fez muito bem: o Fera mais jovem. Hoult tem toda a característica do ator que sabe que no papel em que se encontra quanto mais ficar ao fundo dos acontecimentos, mais será visto.


O roteiro tenta unir realidades distintas que foram abordadas anteriormente no cinema e, em minha opinião, acerta ao não invalidar nenhuma delas, mas uni-las pelo conceito de viagem no tempo e mudança de fatos. Recurso semelhante havia sido usado com sucesso no 1º filme do Reboot cinematográfico de Star Trek (2009) de J.J. Abrams. Nesse recurso fãs xiitas do cânon de Jornada nas Estrelas não se sentiram roubados de suas lembranças numa eventual desconsideração de realidades mas, pelo contrário, viram a realidade em que sempre acreditaram ser eternizada diante do fato de que tudo realmente aconteceu, apenas agora começaria a acontecer diferente uma vez que um pequeno fato havia sido mudado. Em X-Men - Dias de Um Futuro Esquecido temos isso também. Resta saber quais personagens permanecerão no continuum temporal do cinema.


O sucesso do filme valida a ideia que o mundo atual foi seduzido pelo antigo universo nerd. Digo antigo porque tais aventuras e sensações sempre foram experimentadas pelos nerds dos tempos mais antigos, só que em suas cabeças e corações. Com os recursos de efeitos especiais o que ocorre é que algo que era íntimo da mente dos velhos nerds agora pôde ser transposto para as telas em diversas mídias. Minha hipótese para esse crescimento e valorização da cultura nerd recai sobre três figuras-chave de nosso tempo: Steve Jobs, Bill Gates e Mark Zuckerberg. O mundo percebeu (atônito) que esses três homens com características nerds estão entre as mentes que mais influenciaram o mundo atual. Assim, o estereótipo dos valentões, tão popular nas décadas passadas, perdeu força. Percebeu-se que no final das contas quem ficou rico, comprou os carrões e as mansões não foram os populares Mr. Músculos das escolas, mas sim nerds fracotes cheios de ideias estranhas. Sou nerd desde que me entendo por gente e me lembro muito bem que gostar de quadrinhos era coisa de idiotas. Pois o tempo mostrou que aquilo que era visto como escapismo é na verdade uma grande e sadia catarse.


O Universo Mutante da Marvel é sem dúvida nenhuma uma grande fonte de boas histórias, sinto apenas que esse universo tenha sido extorquido até a exaustão em se tratando de alguns pontos cruciais de sua mitologia nos quadrinhos. No entanto, a dor e o sofrimento mutante demonstrado nas telas representa muito bem o anseio de minorias espalhadas pelo mundo, e traz a relevante discussão sobre o diferente e o estranho. Na maioria da vezes tratado com raiva e desprezo. Particularmente achei o filme muito bom e uma ótima continuação para o excelente X-Men - First Class.

Peter Dinklage no papel de Bolívar Trask

Aliás, Peter Dinklage dá um show no papel de Bolívar Trask e nos lembra que diferenças de tamanho ou características físicas não querem dizer nada. Tanto que não ouvi um comentário sequer de ninguém sobre a estatura do ator. Algo que simplesmente se perde diante de seu grande talento. Evan Peters como Mercúrio também é destaque em minha opinião, embora eu não atribua ao seu personagem o principal destaque do filme como vi alguns noticiando. Sua interpretação é bem envolvente como Mercúrio e a cena que ele protagoniza na cozinha mais ainda, no entanto meu destaque maior é para o conjunto de atuações, que funcionou muito bem em interação.


Bom amigos... X-Men - Dias de Um Futuro Esquecido nos traz muitas lições de cunho político, emocional e filosófico e é dessa amálgama que o universo nerd, por mais fantasioso que seja, é formado. Lutas grandiosas, cenários magníficos e personagens estranhos e até inverossímeis, mas todo esse arcabouço imaginativo existe, no final das contas, unicamente para mostrar o drama humano, que tenho certeza é vivenciado todos os dias por todos nós!

Abraço à todos!!

3 comentários:

  1. Oi Fabiano! Blz!?

    É verdade. O diretor acertou ao trabalhar o todo e não focar nesse ou naquele ator. Essa é a melhor atitude ao se ter uma constelação de atores e atrizes famosos atuando num filme só.

    Infelizmente a guerra de egos existe e deve ser controlada para que a obra deslanche. Achei que Singer teve pulso firme e conseguiu um ótimo resultado!

    Valeu amigo!

    Marcelo.

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  2. Mais um que só verei baixando....

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E aí Kleiton!?

      Vamos ver se você vai gostar... Depois que assistir compartilhe aqui!

      abcs!!

      Marcelo.

      Excluir

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