tag:blogger.com,1999:blog-91346291052064354462024-03-19T05:48:40.531-03:00Marcelo - AntologiasMarcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.comBlogger525125tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-86820822096866154092024-01-19T10:16:00.000-03:002024-01-19T10:16:38.171-03:00Pílula Literária #17: Rodolfo Zalla - O Sentido de Tudo<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="691" data-original-width="1078" height="417" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEip33s-K9SSCZ4aRtfyS4ii_ogv-LAcBMUv8r_mncCMqAK_fjwMrBpNXzeGZWVcIDzQua39E6NYUjMAE43o1VCNCwLgfubhDY7ZMa5dOiyLChlaqpJbFX2H8X49vd4exeivvT7DLLOzW_Po-SQH5dgZuICQ9vh1pTQ_KEScADr5ZOX1z0nNZDOaljosT01w/w651-h417/Banner%202.jpg" width="651" /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Fascinante, acadêmico, afetivo, histórico, familiar... <i>Rodolfo Zalla - O Sentido de Tudo</i>, do jornalista <i>Gonçalo Júnior</i>, é uma obra que alinha perfeitamente todos esses adjetivos por mais que pareçam, à princípio, distantes entre si. Um livro que foi publicado graças a insistência e lealdade que o autor dedicou ao desenhista <i>Rodolfo Zalla</i> e à sua obra. Um lançamento gestado desde 2008 quando <i>Gonçalo</i> entrevistou o mestre <i>Zalla</i>. A história das <i>Histórias em Quadrinhos</i> sempre foi e será fascinante, mas se torna ainda mais incrível quando conhecemos as personalidades que estiveram por trás delas. <i>Rodolfo Zalla</i>, desenhista argentino que imigrou para o Brasil no início dos anos 60, é uma destas personalidades a ser conhecida e pesquisada à fundo em função não apenas da qualidade de seu traço, mas porque foi testemunha ocular e partícipe da construção de um imenso capítulo dos quadrinhos nacionais. O livro de <i>Gonçalo</i>, entretanto, não se atem às questões técnicas, históricas e políticas que serviram de pano de fundo à vida de <i>Zalla</i>, na verdade a construção da obra estrutura-se também dentro de aspectos simples e afetivos da vida do desenhista. Aspectos estes que, assim como em nossas nossas vidas, redimensionam e ressignificam tudo, já que apontam para nosso caráter. Rico em ilustrações e capas, o livro traz inclusive HQs inéditas ilustradas por <i>Zalla</i>, o que traz brilho adicional ao texto de <i>Gonçalo</i>, expandindo a experiência da leitura. Mas por que a obra é tão relevante? Para além de palavras elogiosas de alguém como eu, que tem apreço especial pela vida dos homens e mulheres que construíram a 9ª Arte, há na leitura do livro a percepção clara de como se davam as publicações no conturbado Brasil dos anos 60, 70, 80 e 90. Se de um lado tínhamos grandes editoras no Rio de Janeiro, em São Paulo os quadrinhos funcionavam no âmbito das pequenas editoras, o que nem por isso tornava a cena menos interessante e incrível nas paragens paulistas. Na leitura descortina-se encontros e desencontros que moldaram a forma de se fazer e produzir quadrinhos em nosso país no século XX, espelhos de uma conjuntura política e social. <i>Zalla</i> foi muito associado à produção de quadrinhos de terror no Brasil com as famosas revistas <i>Calafrio</i> e <i>Mestres do Terror</i>, porém sua contribuição em outras áreas é colossal, como no caso de artes produzidas no contexto didático que auxiliaram o aprendizado de algumas gerações de crianças, algo inovador ao fundir a experiência escolar aos quadrinhos em livros didáticos. Grande também foi sua incursão por outros gêneros dos quadrinhos como no caso do faroeste e temas de guerra. A relação do artista com grandes nomes da indústria também é bem descrita, artistas como <i>Eugênio Colonose</i>, <i>Nico Rosso</i>, <i>Luís Merí</i>, <i>Mozart Couto</i>, <i>Sebastião Seabra</i>, <i>José Delbo</i>, <i>Primaggio Mantovi</i>... roteiristas como <i>R.F. Luchetti</i>, <i>Maria Aparecida Godoy</i>, <i>Reinaldo de Oliveira</i>, <i>Gedeone Malagola</i>... editores como <i>Miguel Penteado</i>... entre muitos outros transitam ao longo das páginas traçando um grande painel de pessoas que construíram os quadrinhos nacionais durante várias décadas. Assim, <i>Rodolfo Zalla - O Sentido de Tudo</i> se constitui em material imprescindível por revelar de forma simples, afetuosa e didática um legado maravilhoso tendo como pano de fundo a memória dos quadrinhos em terras brasileiras.</div> <div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="691" data-original-width="1078" height="424" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgq7kAReQeyv-KQexjl1Heskqe-VZTpwLy760DbsWeo8_7qm3uDbUsgHO_heQEnv9P_nSOsJjTVdAV0PNgjbkiH6_pHnQmrWA-FwAxJlBWa29wQP1hXEj7oWPyBN1ZNrf8iPTDlsQvRnHO8kvvlsh2dy_8WUPsBi49PDdYYdEVuMKFH49rqXqpDh01KzOmj/w662-h424/Banner%203.jpg" width="662" /></div>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-61477262323900291742024-01-12T17:53:00.001-03:002024-01-12T17:53:10.263-03:00Pílula Gráfica #35: Bruxas, Minhas Irmãs - (2023) - Uma Antologia de Chantal Montellier<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="674" data-original-width="1071" height="427" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7ieT_rcWg8oWgRu4VoqpNOFfiP_fzBbbhQJ9xoqv2e4iMoVArhakXnPcW2up0tvTsWw_p-dnP-KCQw7KANBsADIeFB91-JFQ7p1-zDwIZJ_v3qqSH1JFd8k-orqXhIh8ZMiWFnALzWQ7qZCMba3FOq6jgiavZRMi84eVv0fgcSsNuOuoZIrdmLr861mdb/w680-h427/Banner.jpg" width="680" /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Depois de <i>Social Fiction</i> (Ed. Comix Zone), a francesa <i>Chantal Montellier</i> tem outra obra publicada no Brasil, agora pela Editora Veneta. Trata-se de <i>Bruxas, Minhas Irmãs</i>. Uma obra densa, na qual a autora traz exemplos de mulheres que ao longo da história foram acusadas, julgadas e, na maioria das vezes, condenadas como bruxas. <i>Montellier</i> conta essas histórias de uma maneira muito, mas muito diferente do usual. Ela exige do leitor certo preenchimento de pequenas lacunas narrativas, o que, por sua vez, confere linhas ocultas dentro da história. Assim, o sugestionamento se insinua e deixa a obra mais profunda, aludindo a temas como sexismo, misoginia, obscurantismo, racismo, intolerância, entre muitos outros. O desenho é da própria autora e traz outra camada de profundidade, já que é melancólico, desolador e estranhamente alinhado a atmosfera trágica. Determinadas expressões faciais específicas são guardadas para certos personagens-chave nas diversas narrativas. São rostos que confrontam o leitor, que por sua vez se sente indagado pelas personagens, gerando sensação de sermos coparticipes nesse grande teatro de horror. Mas há mais coisas no âmago da obra. A autora traz uma interpretação subjacente ao fenômeno da "caça às bruxas", e com o qual eu concordo. Há dentro da psiquê masculina um deslumbramento natural pelo sexo feminino, e isso não é apenas subjetivo, é biológico também (obviamente), porém tal deslumbramento natural, fragiliza de alguma forma a hermética e belicosa natureza dos homens. Dentro de um contexto histórico, tal deslumbramento/admiração/feitiço pela beleza e natureza femininas, é muito difícil de ser admitido, sobretudo dentro de sociedades calcadas por símbolos e estereótipos de poder masculino. Admiti-lo seria uma exposição tristemente interpretada como "fraqueza". A solução sempre foi a imposição de modelos de vida para o sexo feminino dentro dos quais a mulher deve ser mantida "controlada" e "policiada". Qualquer movimento na direção oposta seria permitir que tal beleza ou "feitiço" crescesse a tal ponto de subjugar o <i>status quo</i> predominante. Figuras que eventualmente destoassem deste padrão seriam estereotipadas com a marca do oculto, do subversivo e do "viver maligno". Esta tônica parece permear a antologia de <i>Bruxas, Minhas Irmãs</i>. Dos relatos presentes na obra <i>Fogo na Floresta</i> e <i>De um Diabo a Outro</i> me marcaram bastante, sendo o primeiro deles sobre <i>Camille Claudel</i>. E por falar em símbolos, <i>Chantellier</i> faz grande uso deles. Cada página traz diversas imagens simbólicas cuja intepretação me escapou. Para um leitor mais perspicaz é possível que a obra cresça ainda mais ao dimensiona-la no contexto destes símbolos. A Edição da Veneta tem capa dura, papel de alta gramatura e um detalhe muito bem vindo, as letras são da famosa, e querida para muitos leitores de quadrinhos, <i>Lilian Mitsunaga</i>.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="680" data-original-width="510" height="623" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMd7Yovf9BVPIIBfTl6Gu0uRTPHbpOgi3nLOSBESpJWjU1262IQgf5_CpyEhiYSm0tmr2pkyoZsBiZn3_j3Grpd6qFm7Air_yIITttHSRc08HpZO1cGLD506p8HJ2CQrCcSPLxUGZxiK3FgfbxSw1DFNFGcETk_Ha3WcNCZUDluvQD0uzTKtuekwtzvFNm/w468-h623/P%C3%A1g.%2008.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="468" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Página da história: <i>Eva Desloups</i></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="680" data-original-width="510" height="613" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFaqRVrYcYqRflh4CCQSHV_vHYe2GALTBkVnS_1m8qrqou4anDdDZbihlnMix7ySV_L5oj_-D986tXd_PvPuahNNsky-zqMenvkaUxPlczZ9bOHND9AHOII_5IhR4jlc-MTGyv7wp-JAGo8-auvGceNtIGQ3REnoRqeiwU6tvL7O8UJtwgoF8ke7V9mq9p/w460-h613/P%C3%A1g.%2009.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="460" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Página da história: <i>Eva Desloups</i></td></tr></tbody></table>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-52675180892688354352024-01-07T12:45:00.001-03:002024-01-07T13:11:21.610-03:00Viagem Literária - 2023<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" height="491" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV4sIVQZUZlBXlU7XnLT3NFX104aNbs611t51jFp4DFXYhqU2VFWlhp3HqAn3ikLiEeFtsDi998zb3ZRYXjf7UP6iVJZdwJ5zK0UZpiqE9r5CKg3Y2nxQBvScKaKEd4pDGCxHMpN-M81wP-lW1h4B4itHzh46UZ2F8PYsHHSyhzq2Iwz_GZZ-GmH3jPIkz/w654-h491/Painel%20-%202019.jpg" width="654" /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>i) </b>Uma narrativa de 1895 de tons fantásticos e profundos envolvendo 3 impostores; <b>ii) </b>reflexões e dicas para todo admirador da 9ª Arte; <b>iii) </b>o Brasil profundo em uma história que sangra em veias abertas ainda hoje; <b>iv) </b>um relato fascinante acerca do Brasil místico e cheio de histórias que refletem nossa própria gente; <b>v) </b>uma pérola da literatura mundial escrita em 1899 que sintetiza a barbárie do coração humano; <b>vi) </b>um passeio pelo mundo espiritual na visão de <i>Ed & Lorraine Warren</i>; <b>vii)</b> a incrível vida do brasileiríssimo <i>José Mojica Marins</i>, com todas as suas idiossincrasias, inconsistências, afetos e amores; <b>vii) </b>e por fim um relato forte e direto acerca dos acontecimento vividos em 1975 pela família <i>Lutz</i> no Nº 112 da Avenida <i>Ocean Drive </i>em <i>Amityville</i>, <i>Long Island</i>, EUA.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="616" data-original-width="756" height="540" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhFAbwj2lA-ssL8aHTN_fpNZCeaR6pC13i1JYqyq58MUDy5wpxx1wsQKjJErWOTqt16Zg8nfVRznvLhwLmn6I3g6hCAgyYVW4MgaZ9IJxabMouBuXQAAUFVbttaZZiCtLrlIXD5XpA5Wofu4w04LHn3KsT2nvFYym1F0gXALRhlyyYEg2vROr6nmCLfCoT/w662-h540/1%20-%20Os%20Tr%C3%AAs%20Impostores.jpg" width="662" /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Publicado em 1895 e de autoria de <i>Arthur Machen</i>, <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/04/pilula-literaria-11-os-tres-impostores.html" target="_blank"><span style="color: red;">Os Três Impostores</span></a></b> é um livro fascinante em sua estrutura narrativa. Relatos acerca de um mistério que não apenas se completam, mas que revelam uma realidade mais profunda, fantástica e terrível por trás do cotidiano e do pueril. Um livro que para ser escrito precisou de uma habilidade que nunca vi antes em um autor. Habilidade de conexões e "costuras" narrativas com as quais nunca havia me deparado. Elogiada por mestres que ainda seriam reconhecidos ao longo do século 20 tais como, <i>Jorge Luís Borges</i>, <i>H.P. Lovecraft</i> e <i>Robert E. Howard</i>, a obra me marcou muito, e foi a primeira que li entre a virada de 2022 para 2023. Uma edição financiada no Catarse pela Editora <i>Ex Machina</i>, editora que como a <i>Wish</i>, <i>Clepsidra</i>, <i>Melusine Ex Press</i>, <i>Cartola</i>, <i>O Grifo</i>, <i>Skript</i>, entre outras, vem fazendo um incrível trabalho de apresentação de obras excepcionais e esquecidas. Um livro incrível!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="673" data-original-width="1061" height="420" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjf1saiKcuTCeqRfxjS2ETNQjT0wU5Yo0-Xt8PcS6rjTXhBFzFA4OHYCTYI6OiW4P6K5LT2SbtET6VThhFn9YjZRfz352rHfM7fOiRjySfkW0tif7Gv3KJXLrcxKEokk6YJqBAHZLywA7vrhyk7Vme1u7QiHYbogXNrLZvfncYzngnVuzWXtJSU34Zqsu-q/w663-h420/2%20-%20Bal%C3%B5es%20de%20Pensamento.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="663" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Arte de <i>André Valente</i> presente em <i>Balões de Pensamento</i> livro de autoria de <i>Érico Assis</i></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;">O tradutor, escritor e jornalista <i>Érico Assis</i> é uma grande personalidade no mundo dos quadrinhos. Colecionando textos ao longo de anos em uma coluna para um meio de comunicação, ele compilou suas reflexões em dois livros: <i>Balões de Pensamento</i> 1 e 2. Nesse primeiro, dividido em sessões baseadas em características da narrativa gráfica, <i>Érico</i> desfila análises interessantes e pontos de vista pouco abordados nas avaliações usuais do meio. Como todo bom estudioso, com enorme bagagem dentro de uma determinada área, <i>Érico</i> tece críticas que me fizeram pensar e refletir, às vezes concordar, às vezes discordar. Os <i>Quadrinhos</i> se refere a um meio de comunicação que traz em seu bojo forte apelo emocional e afetivo, marcando profundamente os corações dos seus leitores. Isso explica nosso apego a determinados títulos e personagens que, eventualmente frágeis do ponto de vista artístico, são extremamente preciosos para nós. Daí algumas eventuais discordâncias. Um livro muito interessante e que vale a pena ler, sobretudo em função das reflexões serem como pílulas de fácil ingestão.</div><div style="text-align: justify;"><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="721" data-original-width="1081" height="436" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0sz5rvJyg9ISsy4Akj64pj-DRT6SbdY4aJdfnTGA_dtKiB7duRQ-K4qKUwpWRhwVTtHaYLYvVz9Pr-slkcB7tda4xw5BUz4KAZakNoJTapN5PI4WC8Aoszx4BRnctjhDhFYX1jrXKfPQb4762YPD9SqEACNtK96A63uYXf89ala4ByKLQzAUOcLznbUx0/w656-h436/3%20-%20Torto%20Arado.jpg" width="656" /></div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para além de todos os prêmios ganhos dentro e fora do Brasil pela obra, <a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/04/pilula-literaria-10-torto-arado.html"><b><span style="color: red;">Torto Arado</span></b></a> é um livro muito maior que seus prêmios. Não se trata de uma obra laureada em função de um academicismo hermético, que serve muito mais para retroalimentar o hedonismo da academia e de alguns literatas. Longe disso, é uma obra que faz o contrário, nos aproxima verdadeiramente do Brasil profundo. O Brasil que está em nosso sangue, adormecido, esperando gatilhos para ser acionado. Um livro de sangue, que traz a maior força impulsionadora do homem, a força das relações humanas que impregnam nosso sangue e que, de alguma forma, se transmite para nossos descendentes. Durante minha leitura de <a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/04/pilula-literaria-10-torto-arado.html"><b><span style="color: red;">Torto Arado</span></b></a> entrei em um estado catártico, quase fora da realidade. As portas da minha ancestralidade foram abertas e me colocaram "fora do tempo". Algo que nos proporciona outra perspectiva do hoje. Leitura que deveria ser obrigatória à todo brasileiro, mesmo aquele totalmente contaminado pelo ilusório verniz da abjeta internacionalização superficial e mercadológica, que tratora toda cultura, individualidades e relacionamentos. Convido você a fazer uma viagem para dentro do seu próprio sangue.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="613" data-original-width="753" height="536" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLf8M_qLtEdUq6ZZdwf7fVIUgAEguiD0sMzY1rmFqqeQXDJ7JqlaHaeGIQijyhKTh9vsc9Rx6hRr9gI1PquPJ7ppKPqMnBdfV_SoUSpzNSZOXX58K0f1Qbi8UqL49a056_hM_VfxW1-Fe3uwXIBLFWqG2zQhUZg0dHR8_jVKyU5RsUW6wwSe9SHi39xxJs/w657-h536/4%20-%20Assombra%C3%A7%C3%B5es%20do%20Recife%20Velho.jpg" width="657" /></div><br /><div style="text-align: justify;">Em 2010 assisti à peça de teatro <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/07/pilula-literaria-12-assombracoes-do.html" target="_blank"><span style="color: red;">Assombrações do Recife Velho</span></a></b> em São Paulo. Fui transportado para dentro de um túnel de experiências e acionamento de memórias pessoais. O medo, o fascínio, a percepção do obscuro e a poesia se fizeram presentes. Naquele dia registrei na minha mente que um dia leria o livro no qual a peça havia sido baseada. Treze anos depois visito a obra e saio dela com a ideia concreta que a metafísica presente nas lendas, é também espelho de nossas dores, mágoas e tristezas. A obra de <i>Gilberto Freyre</i> é clássica e fundamental não apenas por descortinar muito de nossa herança cultural, mas também por apresentar a escuridão palpável das encruzilhadas, das meias-noite, dos sons e das experiências inexplicáveis. Qualquer pessoa que, como eu, tenha crescido em um ambiente de fazenda, ou que tenha tido o mínimo de contato com os silêncios das noites e das casas antigas, sabe o quão palpáveis estas histórias podem se tornar. Inexplicável também são as similaridades de determinados relatos narrados no livro com os acontecimentos de outros 3 livros que já li e que não teriam como ter inspirado tais relatos nesta obra de <i>Gilberto Freyre</i>, uma vez que foram derivados de acontecimentos posteriores: <b>i)</b> <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2020/07/1977-relatos-sobrenaturais-o-caso.html" target="_blank"><span style="color: red;">1977 - Relatos Sobrenaturais - O Caso Enfield</span></a></b>, <b>ii)</b> <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/09/pilula-literaria-143-ed-lorraine.html" target="_blank"><span style="color: red;">Ed & Lorraine - Demonologistas</span></a> </b>e <b>iii)</b> <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/11/pilula-literaria-16-amityville-1977.html" target="_blank"><span style="color: red;">Amityville</span></a></b>; ou seja, <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/07/pilula-literaria-12-assombracoes-do.html" target="_blank"><span style="color: red;">Assombrações do Recife Velho</span></a></b> guarda muito mais profundidade para além do campo dentro do qual é, em geral, apreciado e interpretado, o da sociologia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="612" data-original-width="748" height="539" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3_0Pp4PnJPNk7RAQaxSQ10uEO9-ohsHPifBnUJ99cMyeFxiXV0fEgtukbNV7oTQzPy5JHV-jTvHZ2CJLtp6kPggGS8qHiuOpzAlkz1JBbImv_u33lyzjFHJOuSFJoh5vEIXM6Dqua1471Kk-KOSF4BLe1RVrNUbSz9w9w-YjvqPw8fh8fZPZiJcyWPMU0/w658-h539/5%20-%20O%20Cora%C3%A7%C3%A3o%20das%20Trevas.jpg" width="658" /></div><br /><div style="text-align: justify;">Guardado há muito tempo em minha pilha de leitura <i><b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/07/pilula-literaria-13-o-coracao-das-trevas.html" target="_blank"><span style="color: red;">O Coração das Trevas</span></a></b></i> estava, provavelmente, aguardando eu estar pronto para sua grandeza. A obra foi publicada em 1899 e é de autoria do polonês <i>Joseph Conrad </i>que, aos 32 anos, em 1890, viveu uma experiência nas profundezas da selva do Congo como empregado de uma empresa extratora de <i>Marfim</i>. Ali, vislumbrou a profundeza negra do coração humano movido pelo lucro, ao testemunhar a dissolução completa da natureza humana e sua transformação em um amálgama de instintos cruéis junto seu semelhante. Esse vislumbre marcou profundamente <i>Conrad</i>, levando-o a escrever <i><b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/07/pilula-literaria-13-o-coracao-das-trevas.html" target="_blank"><span style="color: red;">O Coração das Trevas</span></a></b></i> como espelho de suas experiências brutais. Setenta e oito (78) anos depois, em 1979, outro visionário, <i>Francis Ford Coppola</i>, rodaria <i>Apocalipse Now</i>, sua adaptação particular da obra de <i>Conrad</i>. <i>Coppola</i> transportou, entretanto, a desumanização vista por <i>Conrad</i> nas selvas do Congo em 1890, para a Guerra do Vietnã. A trajetória desta pérola da literatura universal, que de livro publicado no final do século 19 à um dos maiores filmes de guerra já filmados, traz a importância da difícil, mas verdadeira e universal mensagem enviada por <i>Conrad</i> há 133 anos diretamente dos espaços profundos do Congo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="612" data-original-width="744" height="546" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZsiE55_m0pbLlxdrlloywEul_BsCIfRox4EVA_rhmfz-Dp0rj1-wC3pDsT_xFxo0lzJhQfSQpRYb0ZW-KlbrzngL_WPkOLkBrm_viIUMUD0arSiBoH6PNuIKJYBDcNINTPIFi5hVbQ3Mh_gHmNqNSQ9dsxfunb0kiWMEu4nGXbB8-rc4zaYKCpGKT76c6/w664-h546/6%20-%20Ed%20&%20Lorraine%20-%20Demonologistas.jpg" width="664" /></div><br /><div style="text-align: justify;">Em função das muitas especulações envolvendo o casal <i>Warren</i>, sobretudo com seu sucesso após a franquia <i>Invocação do Mal</i> (baseada nos casos investigados pelo casal) ganhar o mundo, resolvi debruçar-me sobre o primeiro livro acerca de <i>Ed & Lorraine</i>. Escrito pelo jornalista <i>Gerald Brittle</i>, conhecido por seus relatos jornalísticos acerca do sobrenatural, <i><b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/search?q=Demonologistas&btnG=Pesquisar" target="_blank"><span style="color: red;">Ed & Lorraine Warren - Demonologistas</span></a></b></i>, trata de explicar a estranha e pouco conhecida ocupação de demonologista. Lançado no início da década de 1980, o livro traz entrevistas feitas diretamente com o casal acerca de diversos casos vivenciados por eles. Mas mais que isso, a obra busca explicar <b>i) </b>o ofício da demonologia, <b>ii) </b> a estrutura e classificação daquilo que é enfrentado por eles e <b>iii) </b>o sinais e sintomas da aproximação de certos fenômenos para os quais a ciência moderna não consegue explicar, mesmo passados 43 anos da sua publicação. Embora os relatos sejam vistos com ceticismo por muitos, fica difícil não se aproximar e ter empatia pelas famílias e pessoas vítimas de determinados fenômenos que, sem ter mais a quem recorrer, buscam desesperadamente o apoio de pessoas que, pelo menos não as verão como loucas. A obra é quase uma introdução aos outros 3 livros que o sucede, nos quais determinados casos são relatados de forma muito mais pormenorizada. Recomendo àqueles que se interessam sobre o tema.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="614" data-original-width="745" height="541" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2zVrFEcHg25sP_tU418YPwH-2thUDg90G2BkcWnPEx31YVxqg7M5HhuFHIA0ZRtwJWxyLhiTutzOtZKHyFOPYFySa-YNLC4MiCu6Ojmf_D1gi705eQuD9d7RG92Ta10h03NPlnuZWOtND8dwZnpm6CCW7IVcqfjiGb7Ci6Ray4-8fnuU2qeKAm7jcHeTn/w655-h541/7%20-%20Maldito.jpg" width="655" /></div><br /><div style="text-align: justify;">Satanista (?), ocultista (?), mestre das artes místicas (?)... Felizmente para alguns, infelizmente para outros, nenhuma dessas coisas. <i>José Mogica Marins</i> era na verdade um artista que encontrou no cinema, mais especificamente no gênero terror, a forma de manifestar a profusão de ideias que tinha ebulindo em sua mente. Um apaixonado pela 7ª arte, pelas pessoas que o rodeavam e por qualquer forma que pudesse lançar mão para manifestar seus conceitos. Ler o livro <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/10/pilula-literaria-15-ze-do-caixao-maldito.html" target="_blank"><span style="color: red;">Zé do Caixão - Maldito</span></a></b>, dos jornalistas <i>André Barcinski</i> e <i>Ivan Finotti</i> foi uma experiência extremamente agradável em 2023. <i>Mogica</i> foi uma testemunha da estética brasileira ao longo das décadas, manifestou sua arte a despeito de risos, comentários maldosos e ironias, e o livro apresenta sua vida desde o nascimento. Era uma pessoa que não dava a menor bola para a opinião alheia e tinha a saudável qualidade de rir de si mesmo, o que mostrava uma personalidade livre das vaidades tão presentes em determinados núcleos artísticos.<i> Mogica</i> se interessava apenas em filmar. Um cineasta reconhecido lá fora e que dentro do Brasil foi rejeitado pela casta cinematográfica dominante. Exceções, entretanto, para diretores do calibre de <i>Glauber Rocha</i> e <i>Luís Sérgio Person</i>, que admiravam profundamente a visão artística e plástica de <i>Mogica</i>. O livro inspirou a série de TV homônima do Canal <i>Space</i> e é de uma fluidez maravilhosa, além de trazer imagens, fotos, cartazes e diversas curiosidades acerca da vida de <i>Mogica</i>. Uma obra que caso fosse adaptada em sua integralidade, renderia uma série com várias e excelentes temporadas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="677" data-original-width="1060" height="423" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOZrjmhJ_vEAfoeww6lpYBeLQsMmz2zxULfYiPybpQUb7ES64iHwZcTvJEtjO_FH1mq4_0sr52gjOa-caG0PJusTgo3jMji_tYyWy3B7JgVFnI9TxlfA4U3wxGW9u5hENHrmdTWj4YtEMJMFxm66Ux_Ofapwfbcsa7zbnaVLt0n14NbhTqkKp9ZaUq9GCw/w664-h423/8%20-%20Amityville.jpg" width="664" /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Uma das histórias mais exploradas no mundo cinematográfico foi baseada no que ocorreu com família <i>Lutz </i>durante 28 dias entre 18 de dezembro de 1975 e 14 de janeiro de 1976 no Nº 112 da Avenida <i>Ocean Drive</i> em <i>Amityville</i>, <i>Long Island</i>, EUA. O livro <i><b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/11/pilula-literaria-16-amityville-1977.html" target="_blank"><span style="color: red;">Amityville</span></a></b></i> do escritor e roteirista <i>Jay Anson</i> narra, a partir de entrevistas realizadas diretamente com os membros da família, o dia a dia das 4 semanas durante as quais os <i>Lutz</i> (<i>George</i> de 28 anos, sua esposa <i>Kathleen</i> de 30 anos, e os filhos <i>Christopher</i> de 7 anos, <i>Daniel</i> de 9 e <i>Melissa</i> de 5) moraram no endereço. Publicado apenas alguns anos após as experiências da família, o livro teve a chance de trazer à público passagens narradas diretamente por aqueles que as vivenciaram. Um livro necessário a todos que tem alguma curiosidade e vontade de conhecer manifestações que transcendem o ordinário, bem como a dinâmica e o processo de deterioração psíquica de pessoas que acabaram por se defrontar com o inexplicável. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">Bem amigos... Esta foi minha viagem literária ao longo de 2023. E a sua, qual foi? Deixe seu comentário! Abcs.</div>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-2174448308453073752023-12-30T21:12:00.007-03:002024-01-08T19:35:55.455-03:00Destaques 2023 - Quadrinhos<p></p><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="535" data-original-width="897" height="393" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhywUraHnIibo_3KAT_TaDdohckhOV-egaLXDmMm_Ec3aEcSq_olhq_lg3lCr4TC_03c2xd31xKFrZrIt1MtzI4wa7V-7jqKaWgmpsRshA3QAfGGqN0V9YLDuEtyC9m5lb4LQBmSv7UaxuRBGUpxE4I6bKOcYdhRJSEdleln28VXPe_AT8c053ECyXIomZX/w658-h393/Destaques%202023.jpg" width="658" /></div><br /><div style="text-align: justify;">Numa espiral positiva de lançamentos, os últimos anos têm sido recheados de grandes edições. Sobretudo no âmbito das pequenas editoras que, por meio de financiamento coletivo e concebidas de fã para fã, tais edições têm capturado centenas de leitores que há muito gostariam de ver determinadas obras no Brasil. Este recorte abaixo diz respeito ao que eu li em 2023, e não necessariamente ao que foi lançado em 2023. Preparem-se para viagem!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="694" data-original-width="1056" height="428" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr-WdaXMnu3oVADzZb4IrffAHPcZul8xktBBn_t83UxZmgnOZh5ukQABdYQfmVO6mMDfPiYvUNMkw139Grs1MtBm2U8zfzN3HDor5NZwfrORVUk85pHyhVoUyUeQG1qkZ9e6HqJ0GPrBZkGO6RwKqmp7G0wtLrzgODvYChjhB9CyYRvGQiGFWAZ0ZkcjAH/w653-h428/1%20-%20Galo%20de%20Briga.jpg" width="653" /></div><br /><div style="text-align: justify;"><i>Galo de Briga</i><i style="font-weight: bold;"> </i>é uma obra que quero comentar positivamente, entretanto já me lamentando pelo fato da <i>Faro</i> <i>Editorial (Selo Poseidon)</i> não ter ainda confirmado a continuidade da Saga no Brasil. Trata-se de um recorte muito preciso da década de 30, onde a inocência do pré II Guerra Mundial começava a ceder lugar à uma sombria realidade. Assim é também a história, que trata do ocaso de um grande herói, o <i>Galo de Briga</i>, que ao lado de outros heróis que o acompanhavam, começa a ver seu mundo "mais inocente" ruir. Com personagens cativantes, uma estética<i> Art Deco</i>, e um excelente retrato do "espírito do tempo" do pré-guerra, <i>Galo de Briga</i> cativou de primeira. Nos resta torcer para que a editora traga os demais volumes.</div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="677" data-original-width="1060" height="417" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3YLNbSC1ocyKri-yA9GmuFj46NyfgvAbOLuGf7anG1RBFTsclXQJJlctDnKYyfNOKGLcGmUp7jHHU6POh12qpVFQjt-cjMdS90SE5ozh8EqLMCPW7LEjnCwQ8DZ55ZaGfPPSZi43bAS0dhaVORZr4m0qB0t43jLt6PyV7qB617WRvZ11lwL2qhC2ylECl/w654-h417/2%20-%20Coney%20Island.jpg" width="654" /></div><p style="text-align: justify;"><b><i><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/02/pilula-grafica-22-coney-island-2022-um.html" target="_blank"><span style="color: red;">Coney Island</span></a></i></b> foi um dos primeiros lançamentos do selo <i>LoroBuono</i> da <i>Editora 85</i>. Uma editora com um excelente trabalho de curadoria dentro do universo <i>Bonelli</i>. Nesse caso, mais um incrível trabalho de ninguém menos que <i>Gianfranco Manfredi</i> (<b><i><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2020/05/face-oculta-um-epico-ser-descoberto.html" target="_blank"><span style="color: red;">Face Oculta</span></a></i></b>, <b><i><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/12/pilula-grafica-34-adam-wild-vol-01-2021.html" target="_blank"><span style="color: red;">Adam Wild</span></a></i></b>). Aqui novamente os anos 30 em foco, mais especificamente a atmosfera de alegria e estranhezas de um dos <span style="background-color: #fff9ee; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15.4px;">parques mais tradicionais de Nova York, o <i>Coney Island </i>parque, localizado na península de mesmo nome no </span><span style="background-color: #fff9ee; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15.4px;">distrito do </span><i style="background-color: #fff9ee; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15.4px;">Brooklyn</i><span style="background-color: #fff9ee;"><span style="font-family: Georgia, Utopia, Palatino Linotype, Palatino, serif;"><span style="font-size: 15.4px;">. Um lugar palco de uma enormidade de experiências emocionais e destino de uma avalanche de pessoas em busca de escapismo e oportunidades. A obra gira em torno de <b>i) </b>um detetive particular, <b>ii) </b>uma trupe de artistas liderada por um homem verdadeiramente mediúnico, <b>iii)</b> um ex-herói de guerra e ninguém menos que <b>iv)</b> <i>Al Capone</i>. Com um eixo central e várias subtramas, <i>Manfredi</i> amarra todas as pontas soltas com maestria com seu costumeiro apuro historiográfico. Assim, o autor constrói todo um pano de fundo que garante um experiência imersiva ao leitor. Um grande <i>gol </i> da Editora 85! </span></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="475" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8P1CJPh_uxj3rMmHvWPq-7qIL9T5dBcxAMR86YeDFypZyH0n7G3oyp0cAsTKrLhhS_cc5ver-gVmLjeUWPyA7DZW1rIyHSZc0hFjOMrHQrIIyaFOKR5_W0hgFH0WoGBAgqO0IQ67Mvw6qW9eraYIae4CDrsEneTLhkUIr5mDZ2UFh5Q-XkcLTWJHK-3Lm/w475-h475/3%20-%20Gus%20-%20Nathalie.jpg" width="475" /></div><p style="text-align: justify;"><i><b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/04/pilula-grafica-24-gus-nathalie-2016-uma.html" target="_blank"><span style="color: red;">Gus</span></a></b></i> foi um lançamento de alguns anos atrás da Editora Sesi. Dividido em 4 volumes, trata-se de uma criativa e subversiva abordagem do velho oeste americano. O protagonista <i>Gus</i> faz parte de um trio de foras-da-lei, entretanto, o autor, <i>Christophe Blain</i>, subverte o gênero ao mostrar o costumeiro e hermético universo masculino dos filmes de <i>Bang-Bang</i> a partir de fragilidades afetivas que todo homem possui, ainda que disfarçadas por estereótipos <i>brucutus</i>. A proposta é um comédia de afetos não correspondidos e aventuras amorosas truncadas, recheadas de tiroteios, assaltos e brigas de <i>saloon</i>. O resultado é divertido e, para mim, foi um exercício de desconstrução muito interessante do gênero. Como é um lançamento de alguns anos, recomendo àqueles que forem garimpar HQs ou, quem sabe, solicitar a republicação por alguma editora.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="671" data-original-width="1058" height="416" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPBZKrajp8ZQ7luQc7PRgDBaO1QYRowOdJhpuZSLN3xd4A3wEiLRa3kaVFhjXqMp_0VjCL1i39u4gtrn4TYv11_Mij27dTyhbTdHMVLLrnQwwg_JDU_S8bdD0GDE_9O3zLrLJi5hPIS7EfFZzKt5tkkLqUabqSO229NqUEexxl1RN_ugXJDNZzpph4shxm/w657-h416/4%20-%20O%20Procurador.jpg" width="657" /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/02/pilula-grafica-23-o-procurador-2022.html" target="_blank"><span style="color: red;"><i>O Procurador</i></span></a></b> é outra publicação com a assinatura de <i>Gianfranco Manfredi</i> a receber destaque entre minhas leituras deste ano. Lançada com o primor e cuidados tradicionais da Editora Pipoca e Nanquim, a obra é um recorte da segunda metade do século 19 nos EUA, a época tradicional dos filmes de Faroeste. Entretanto, o protagonista aqui é outro, ou seja, o exímio atirador e o centro da trama não é o <i>pistoleiro fora-da-lei</i>, pelo contrário, na verdade é o aparente "almofadinha" empregado das tradicionais empresas da época. A história é leve, e não tão profunda em seus nuances históricos como em outros trabalhos de <i>Manfredi</i>. Mas é envolvente, violenta, com pontos precisos de humor e fidedignidade ao seu tempo. Ótima leitura. Excelente HQ.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="678" data-original-width="1061" height="418" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipXTf9Q-LkVcuoMSbU8_masQDXmQUPoD86cDyvEV6rfi-hVWC3gpnVTxUO_-cB_HMeHr9J-7rwlC2OsqF5fpyXyCLHj3J1juSlGzqbAXcExZ-z6PYX4yVbCl55TufkBNBBwyu0UuAmAqxPKpZk60-vK3GO1gMx-kvHmqBDrzduG0wxVt1x-rEnQbe8h77c/w655-h418/5%20-%20Hellnoir.jpg" width="655" /></div><br /><div style="text-align: justify;"><i>Hellnoir</i> é outro destaque Bonelliano de 2023. Um <i>Noir</i> diferente, ao mesmo tempo que possui todos os elementos característicos do gênero. A diferença é que se passa no pós vida, em uma cidade (Hellnoir) que, em tudo, se parece com um purgatório. Há castas vampíricas e demoníacas de seres espirituais, policiais demoníacos corruptos e, em meio a tudo isso, almas que chegam desorientadas e são presas fáceis para todo tipo de criminosos. O protagonista é o detetive <i>Melvin Soul</i> que consegue manter uma estranha relação com sua filha ainda viva e ainda possui um tênue senso de justiça. Uma interessante sacada é que coisas que temos em nosso mundo e que representam conceitos espirituais, tais como, velas, incenso, água benta, são itens extremamente perigosos para todos os seres espirituais de <i>Hellnoir</i>, e por isso quase inexistentes naquela realidade. Uma história de terror-noir ao melhor estilo Bonelli.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="678" data-original-width="1061" height="419" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1Sa3f1nhCteUXQlqSuV0c4dwJojZNAwRhVRAyLKUXZcx2CCE-oUostCXPRbIXVOP4zyX-tlHL16g0M538lFWtRn9GsvLK3I8VgrhC_oBeVQzenL7K9H1BGCO1IZkjRFqEbnFbfpxs7Hc68zdBSJmm_v1WuLqxbfbH_8VVctVUSKwd1X4lKC2Eyh2Tiu7C/w658-h419/6%20-%20O%20Processo.jpg" width="658" /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Impossível descrever o que o autor <i>Marc-Antoine Mathieu</i> faz na história de <i>Julius Corentin Acquefacques</i>, protagonista de <i>O Prisioneiro dos Sonhos</i>. História dividida em 3 volumes atualmente publicados pela Editora Comix Zone no Brasil. Mistura de epopeia Kafkiana com elementos profundamente oníricos e simbológicos.<i> Mathieu</i> usa de metalinguística, quebra da 4ª parede, estruturas gráficas e até mesmo da concretude do papel no qual está impresso a história para completa-la. O resultado é uma obra modelável, fluida e que brinca com o senso de realidade do leitor. Por algum motivo que me escapa, acabei iniciando a leitura pelo volume 2 (O Processo), e não pelo volume 1 (A Origem). Mas pelo que pude depreender, a narrativa da história é tão surreal, que não há perda em fazer esta inversão. O último volume (O Começo do Fim) já foi lançado em 2023 no Brasil. Uma obra que precisa ser analisada em suas camadas de significados, e debatida em círculos de leitores. Uma experiência transcendente com um caráter circular e sutilmente opressiva. Excelente!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="669" data-original-width="1058" height="416" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3Hq3_-qW5bLiymTmuxKngHhDw18U_TZT40yFDWNYqrHtSfbiYCssnORDH3NNQ6Q8Y-henQ8nKPecCje_Zen_VvI7wIc4MMmBooZMxaNvXzo21l-ilcT9sdrXba9ILu3vUDihvd5VR9Qdd1-nfS8vT8dTeykCB73L0TdErPk-yd-SCprCl4wdQu04qECuR/w660-h416/6%20-%20Vampiros%20da%20Meia-Noite.jpg" width="660" /></div><br /><div style="text-align: justify;"><i><b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/05/pilula-grafica-25-vampiros-da-meia.html" target="_blank"><span style="color: red;">Vampiros da Meia-Noite</span></a></b></i> foi um lançamento e uma das minhas mais agradáveis leituras do ano. A obra, lançada pela Editora <i>Skript </i>em parceria com a Quadriculando, é um quadrinho que reconstrói o roteiro do filme perdido <i>London After Midnight</i> de 1927 (<i>Vampiros da Meia-Noite</i> no Brasil). O filme foi perdido em um incêndio em 1967, que destruiu parte dos estúdios da MGM, e se tornou um <i>Santo Graal</i> para cinéfilos e estudiosos em todo mundo. <i>London After Midnight</i> trazia o ator das mil faces <i>Lon Channey</i> e o diretor <i>Tod Browning (Drácula </i>(1931) e <i>Freaks </i>(1932)), e ao que tudo indica era realmente uma obra de arte, uma vez que a adaptação para a HQ, feita por <i>Enrique Alcatena</i> (ilustrador) e <i>Gonzalo Oyanedel</i> (jornalista), descortina um roteiro criativo e original. Um roteiro, aliás, baseado no conto "The Hypnotist" do próprio diretor <i>Tod Browning</i>. Ao ler a obra, o leitor experimenta uma estranha sensação metalinguística, pois analisando-se retroativamente temos uma HQ baseada num filme (que foi perdido) e que, por sua vez vinha de um roteiro baseado em um conto. Além desta sensação, percebemos se tratar de algo raro, perdido, longínquo, e que tenta nos alcançar após quase 100 anos. Fascinante!!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="670" data-original-width="1054" height="412" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_xUyVS5Lo7ZagGu6bbU4Lrbv7ASvZlQ-1lnl3H0M2h-VfwhgqboSuENyIs_oc5IFhcNAqR6sEkY5lszFPta9SaNd3TZtu1q6N7Zg9DceSpnjZ56tQdlV4ti7aK-Hb6szgZ-7UJvztfQ14-el35KCEGUu9sVCktU2OFO_sMFEdjm8m4J5TH1vLq_e34J5O/w650-h412/7%20-%20Trilogia%20Gatilho.jpg" width="650" /></div><br /><div style="text-align: justify;">A <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/06/pilula-grafica-27-trilogia-gatilho-2021.html" target="_blank"><i><span style="color: red;">Trilogia Gatilho</span></i></a></b> em edição completa da Editora Pipoca e Nanquim, é um faroeste na melhor concepção do gênero. Desenhada por <i>Pedro Mauro</i> (brasileiro que vem recebendo justo e merecido reconhecimento), a obra propicia um mergulho no velho e bom <i>bang-bang</i>, ao mesmo tempo que traz a sutil lembrança de obras setentistas, época em que <i>Mauro</i> já estava em atividade. Uma excelente leitura do ano!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="673" data-original-width="1054" height="421" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjewbHfRetWgpAJx3aQAbFKlZ8Iv6ouk-0qiuImRRZjwDkGwUzTvIUg1wV4jv7LiKelEPLmOrKTggw6qtOLOcEMPJUIKU7HyP3sFU9BXRSt-gWOj2x44aynIhq1ToNtK5SLGiP0TfMJTOaI6h-2c_-Bd0YYu3wor7pYJ7U8JnBkH__fmbc-kzQr6lNxKBl-/w661-h421/8%20-%20Ken%20Parker%20Vol.%2004.jpg" width="661" /></div><p style="text-align: justify;">Falar bem de <b><i><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2021/11/pilula-grafica-11-ken-parker-1-2021.html" target="_blank"><span style="color: red;">Ken Parker</span></a></i></b> é realmente uma redundância! O personagem vem sendo publicado em ordem cronológica em edições capa-dura dignas de colecionadores pela Editora Mythos. Felizmente temos a promessa de publicação de toda a saga pela editora, algo que foi feito apenas uma vez no Brasil pela Editora Cluq, entretanto de forma muito lenta e com tiragens baixíssimas. Muitos leitores falavam, em seus comentários nas redes, o quão bom era esse personagem criado por <i>Giancarlo Berardi</i> e ilustrado por <i>Ivo Milazzo</i>, baseado nisso eu tinha muita expectativa e, por isso mesmo, medo de me frustrar. Mas esse, definitivamente, não foi o caso de <i><b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/07/pilula-grafica-28-ken-parker-4-2021.html" target="_blank"><span style="color: red;">Ken Parker</span></a></b></i>, um <i>Western</i> situado na primeira metade do século 19, antes da Guerra Civil norte americana. Neste número 4 temos o fechamento do primeiro grande arco do personagem. Muita ação, significado histórico e lealdade à época. Maravilhoso!</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="682" data-original-width="1058" height="421" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_a6BHJFgeD8EOQePKlkwi1TzxUqD-SIMc4e0U7sztPU-NxO2GfrQR6gtwfRWzOTXUVmKRpmbsaTbW4PJjUER2k9NicgqflcRRxfwVodLEz-t4ZaVVvgsfOCb04az7aWFQ9axCllo5zw2i1bEH-Nlygmp5F2b6iDOZ0-HztHfCEa74TUOysxQYo_gkxjVr/w655-h421/9%20-%20Trilha%20das%20L%C3%A1grimas.jpg" width="655" /></div><p style="text-align: justify;">Em geral, tudo que sai do <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2013/06/miniatura-marvel-22-motoqueiro-fantasma.html" target="_blank"><span style="color: red;">Motoqueiro Fantasma</span></a></b> me interessa. Acho o conceito do personagem muito forte, principalmente pela ideia de representar um conceito. Quando tentaram explicar quem ele era a partir de uma perspectiva celestial/bíblica, achei que houve uma certa perda de sua estrutura dramática. Prefiro pensar nele como a encanação de um conceito, tal qual personagens como Sandman e <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2019/01/miniatura-dc-serie-especial-n-15.html" target="_blank"><span style="color: red;">Monstro do Pântano</span></a></b>, ambos da DC. <i>Trilha das Lágrimas</i> é uma boa história. Trata-se de um voo criativo de <i>Garth Ennis</i> com objetivo de dar sentido diferente ao <i>Cavaleiro Fantasma</i> original da Marvel (teoricamente um primeiro hospedeiro para o <i>Espírito da Vingança</i>). A arte de <i>Clayton Crain</i> impressiona muito. No encaminhamento final da história tive e impressão de<i> Ennis </i>se perder um pouco na condução da trama, mesmo assim foi um destaque.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="608" data-original-width="745" height="533" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgew8gQIH-AamHujZA2oEaqqyUJU3KslhUqytm_YFoC7HLSSI7BNUVzkscxpifgfj-X6iWn1V9rqdGX4p2JK8tXDOfHn2nesYwnO4u75-5LV4jXjrMFkqd1XIcyvF3szLoSAihI72tzsL7ztA-Ja9R5t-6gC1og-6uTCD1yvIqMj4Ngm7G-DUYNVmAPGhlM/w653-h533/10%20-%20J%C3%BAlia%20Especial%20N%C2%BA%2001.jpg" width="653" /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Depois de muito relutar em conhecer o universo de <i>Júlia</i> de <i>Giancarlo Berardi</i> (sim, o mesmo de<i> Ken Parker</i>) cedi aos diversos comentários favoráveis de pessoas que respeito. Não poderia ter ficado mais satisfeito. Meu aparente desinteresse pela publicação por se tratar de um formato menor, preto e branco e com uma personagem com características delicadas e frágeis desaparece completamente à medida em que <i>Berardi</i> nos apresenta a brutal realidade por trás das mentes criminosas. <i>Júlia Kendall</i>, traz o contraste perfeito entre uma aparência frágil (inspirada na atriz <i>Audrey Hepburn</i>) e sua vontade de entender o <i>modus operandi</i> da "mente criminosa" e o universo dentro do qual tais mentes operam. <i>Berardi </i>fez uma viagem acadêmica profunda no universo da criminologia, estudando formalmente em ambientes acadêmicos. O que lemos pela boca da <i>Profa. Júlia</i> (ela também uma acadêmica) são informações concretas e reais acerca da área da criminologia. Minha estreia como leitor foi, por um acaso, em uma série que traz <i>Júlia</i> em sua época de estudante, trata-se portanto de um prelúdio à vida adulta da personagem. Recomendo muito mesmo à todo leitor inteligente e em busca de um universo adulto, crível e cheio de mistério e reviravoltas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="608" data-original-width="745" height="535" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyVu-jn22k7bBZhLS2VMobr2XZ2pmz0pOqopBxY5Wq_Oun4ES7pRnFNUK4KehlB-LLRLASrYeV0fS4xqVGaVPw_lXb8gkKv1tZee448JQpsMndXA7dNewirv4Db-y638zUKZMrv04IGF8yi1vScI22kx6ZFoAjhq4DEixEwedYCXb2t7ARyrodh4xWMq-w/w656-h535/11%20-%20A%20Floresta.jpg" width="656" /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Outro universo que relutei muito em entrar foi o dos quadrinhos "mudos" (sem falas). Porém, acabei dando uma chance ao suíço natural de Zurique, <i>Thomas Ott</i>, que com sua robusta arte baseada em hachuras conseguiu capturar-me completamente. Ler, ou melhor, acompanhar a trama de <i><b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/07/pilula-grafica-30-floresta-2022.html" target="_blank"><span style="color: red;">A Floresta</span></a></b></i> foi uma epifania. Senti a obra me tocar numa profundidade que há muito não experimentava. Em 2023 sentei-me numa poltrona em casa, coloquei ao fundo <i>Chopin</i> e abri <i>A Floresta</i>. Como se tivesse seguido os passos corretos para um ritual secreto, minha mente literalmente explodiu. Uma sequência de imagens que gritavam para escapar das páginas para entrar em nosso in/consciente profundo. Se você já vivenciou uma perda na família, ou possui esse sentimento de ausência dentro de si, a obra é para você, pois trata disso. Depois de <i>A Floresta</i> estou determinado a comprar todas as obras de <i>Ott</i>, que recentemente teve mais uma lançada no Brasil pela <i>DarkSide Books, </i><span style="text-align: left;"><i>O Número 73304-23-4153-6-96-8</i>.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="604" data-original-width="735" height="537" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2Os0ij6fFpi1EIRSw2sXT8ZNdaAODe16-yR9Dt6dMrDTes1TvaTMlWl8AkE6v-cIKKi1l0GQFVLNvPeHSUDd6kKACIHpr8NvnVRUkQa3nJwj1KuXT5V8ruLACBF9YHhth2ubOf29ACeARhh7zg2TK_wyI5G-hOAFcsU14idQCVhQmGusz5FyiapzV7rw0/w653-h537/12%20-%20Crime%20e%20Poesia.jpg" width="653" /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>O longa HQ <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/09/pilula-grafica-31-crime-e-poesia-2022.html" target="_blank"><span style="color: red;">Crime e Poesia</span></a></b> foi um <i>achado</i>! Um <i>achado</i> que muitos deveriam encontrar. A triste, reveladora e transcendente história de <i>Matt Rizzo</i>, um sobrevivente dos violentos bairros ítalo-americanos dos anos 1930 que, após uma malfadada experiência criminosa perde a visão. <i>Rizzo</i> amargaria anos e anos na prisão onde, em um ambiente hostil e completamente na escuridão, encontraria a luz a partir de <i>Dante Alighieri</i>. Uma história real que possui como pano de fundo uma outra história criminosa real, porém mais hedionda, que foi o crime de <i>Leopold & Loeb</i> em 1924. A história é narrada pelo filho de <i>Matt</i>, <i>Charlie Rizzo</i> que, por sua vez, a contou ao autor de <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/09/pilula-grafica-31-crime-e-poesia-2022.html" target="_blank"><span style="color: red;">Crime e Poesia</span></a></b>, <i>David L. Carlson</i>. Assim, como <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2017/01/maus-historia-de-um-sobrevivente.html" target="_blank"><span style="color: red;">Maus</span></a></b>, a história de <i>Matt Rizzo</i> não poderia ser contada por nenhuma outra mídia a não ser mesmo os quadrinhos. A arte visceral de <i>Landis Blair</i> combina com o ambiente violento e ao mesmo tempo transcendente dentro do qual <i>Matt Rizzo</i> viveu. Uma obra maravilhosa que pode trazer aquilo que você está procurando em sua vida.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="603" data-original-width="731" height="540" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidYfvUe0KnJx5P0w_1w_SYmxSaJXwt2OvD0-20PBm5dn0m_I-lG1qdyP7AXT7u4EzavnlK2U7rNyz0d0w6xYsq4SeXAzlvemMYs-tTeiur755lhM1EOTzvAHRsKOLShyphenhypheneSAFlDRiWX7A4xd7VFHJDRKa4-JYK3hnygmSwP21RbqmYxAuW3AKKu0XRSRwA0/w655-h540/13%20-%20O%20Compl%C3%B4.jpg" width="655" /></div><br /><div style="text-align: justify;">Última obra do gigante <i>Will Eisner</i>, <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/11/pilula-grafica-32-o-complo-historia.html" target="_blank"><span style="color: red;">O Complô - A História Secreta dos Protocolos dos Sábios do Sião</span></a></b>, trazem um trabalho denso, muito diferente de outros do autor. <i>Eisner</i> reconstrói a origem dos mentirosos <i>Protocolos</i> do título. Um conjunto de escritos que foram, e ainda o são, usados para fomentar o antissemitismo. Um documento que deu base para diversos expurgos de judeus pelo mundo. Com raízes num livro (<i>O Diálogo no Inferno entre Maquiavel e Montesquieu</i>) publicado na França em 1850 pelo ativista político <i>Maurice Joly</i>, <i>Os Protocolos dos Sábios do Sião</i> tiveram sua construção a partir da Rússia czarista e atingiu centenas de nações. Em <i>O Complô</i>, <i>Eisner </i>consegue de forma genial reconstruir a história deste odioso documento e lança luz nas sementes de ódio sempre prontas para eclodirem, bastando um documento, sendo ele falso ou não.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="604" data-original-width="734" height="537" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDinUZ_ni4dWcVsftgdlmNfIeiNoC1P96LsER_5ENtUJnnwIdBwidOEYxy97hCwZLhxbNm_gcUzdBSV8kXJXXK7hjQvfCJ1jt3pIB_bsqPG9IdqyrSe2GBbGdnWRpjYeYAqAboql2lAxwi4d-ZqgqZSzqaduQWXG57Y9pAH4AGDZrACq-vkgNwlC-gAi8K/w653-h537/14%20-%20Tex%20Graphic%20Novel%20-%20O%20Vale%20do%20Terror.jpg" width="653" /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Não me canso de me surpreender com a <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/11/pilula-grafica-33-o-vale-do-terror-2019.html" target="_blank"><span style="color: red;">Coleção Tex Gold</span></a></b> da Editora Salvat. Aliás, a surpresa é maior com <i>Tex</i>, o ranger Bonelliano que infelizmente demorei demais para conhecer. Em <i><b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/11/pilula-grafica-33-o-vale-do-terror-2019.html" target="_blank"><span style="color: red;">O Vale do Terror</span></a></b> </i>(<i>La Valle del Terrrore</i>), edição Nº 26 da coleção, <i>Cláudio Nizzi</i> mostra que é realmente um dos grandes roteirista do personagem. A história é o último trabalho do desenhista, também italiano, <i>Roberto Raviola</i> (conhecido como Magnus). Envolvente e graficamente belo, a obra coloca <i>Tex</i> e seu parceiro <i>Kit Carson</i> em um microcosmo familiar cheio de drama e mágoas. Ótima leitura e com certeza destaque.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="488" data-original-width="732" height="435" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7CusS5RYJKVygFwEcyPUdiuqbkdpjN0yl1VBiSL_WobwGCMhxeV48mC37b1Y-X3YeWcS-_2m7c2MsqVvb-_uMaw_EZEuX8kSSBK5GLBsZEyfutQO4nRUHTLyvst0b4WvHPFueKBkC3kqWEi-wCRaigQGRd12oLXAwLepagBA0ZOi88oswet1Q4zH1WuQp/w653-h435/15%20-%20Adam%20Wild%20-%20Vol.%2001.jpg" width="653" /></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">O ano se fecha novamente com ele, <i>Gianfranco Manfredi</i>, com seu personagem <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/12/pilula-grafica-34-adam-wild-vol-01-2021.html" target="_blank"><span style="color: red;">Adam Wild</span></a></b>, mistura de explorador e libertador. Um personagem solidamente construído a partir de figuras reais, como o explorador <i>David Livingstone</i>, primeiro europeu a percorrer toda a África Negra. Com uma construção histórica sólida e fiel à realidade vivida pelas tribos africanas assoladas pelos caçadores e mercadores de escravos na segunda metade do século 19, <a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/12/pilula-grafica-34-adam-wild-vol-01-2021.html" target="_blank"><span style="color: red;"><b>Adam Wild</b></span></a> é fascinante. É impossível não relacionar a obra à outra a pérola da literatura universal que é <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/07/pilula-literaria-13-o-coracao-das-trevas.html" target="_blank"><span style="color: red;">O Coração das Trevas</span></a></b>, do polonês <i>Joseph Conrad</i>. Fruto das experiências vividas por <i>Conrad</i> no coração da selva africana, <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/07/pilula-literaria-13-o-coracao-das-trevas.html" target="_blank"><span style="color: red;">O Coração das Trevas</span></a></b> é um atestado da crueldade, violência e loucura humanas, tendo sido adaptado por <i>Francis Ford Coppola</i> em 1979 em seu <i>Apocalypse Now</i>. <i>Adam Wild</i> é um exemplo de literatura Pulp da melhor qualidade com fortes raízes na realidade histórica. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">Estes foram meus destaques dentre minhas leituras de quadrinhos em 2023. Quais foram as suas? Se quiser deixe nos comentários!</div>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-81233561459078156672023-12-19T19:12:00.000-03:002023-12-19T19:12:02.027-03:00Pílula Gráfica #34: Adam Wild - Vol. 01 (2021)<p></p><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="488" data-original-width="732" height="441" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinddonPvGAtOvKYmLgEBvgzBy5wqOydEJKmbtGEiDhx5_jR3lc3ns-yaGwmiF3UErSAPzuQtBIGmiMWA81h5kWlTZXrVPjiRrj-f60Kqrc9hteMaJURhVZghikqVghVXYPVFpC1cwPA4NUJaz7CY69RAgET3rlSL6zfQA7eXThNr0Nssieoc2ZJzU6glgn/w663-h441/Adam%20Wild%20-%20Vol.%2001%20B.jpg" width="663" /></div><br /><div style="text-align: justify;">Depois de <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2020/05/face-oculta-um-epico-ser-descoberto.html" target="_blank"><span style="color: red;">Face Oculta</span></a>,</b> <i>Gianfranco Manfredi</i> tornou-se um dos meus roteiristas favoritos. Uma de suas marcas é a profundidade histórica e temporal com que localiza seus personagens. Embora ficcionais, as interações destes personagens com o meio é totalmente real. Vemos um desfile de chefes, presidentes, exploradores, empreendedores que realmente existiram. A partir de profunda pesquisa, <i>Manfredi</i> constrói dramas e aventuras que nos capturam profundamente. Quando vi a <i>Editora Saicã</i> trazer a série <i>Adam Wild</i> através de financiamento coletivo pelo <i>Catarse</i>, não me chamou muito atenção, até ver de quem era o roteiro. <i>Adam</i> é um aventureiro/explorador ao melhor estilo dos clássicos <i>Pulps</i>. Uma mistura entre um <i>Jim das Selvas</i> libertário com um aventureiro e apaixonado <i>Errol Flynn</i>. Ambas personas convivendo em um só personagem que odeia escravagistas até a última fibra do seu corpo. Escocês, <i>Adam</i> é membro da <i>Royal Geographical Society</i> e já teve várias explorações financiadas pela renomada associação. Indomável e amante da natureza, conseguiu fazer amizade com líderes tribais, inimizades com os grandes caçadores, vendedores e compradores de escravos. Passeando pela complexa teia de intrigas, violência, crueldade, política e comércio,<i> Adam</i> vive no fio da navalha. A <i>Editora Saicã </i>trouxe ao Brasil a série completa em 7 volumes, sendo o 6º e 7º financiados recentemente também pelo <i>Catarse</i>. Entretanto, todos podem ser adquiridos na <b><a href="https://editorasaica.com.br/loja/" target="_blank"><span style="color: red;">Loja Virtual da Editora</span></a></b>. Terminei o vol. 01 recentemente e o destaque vai para a personagem real que norteia toda história inicial, o explorador <i>David Livingston</i>, primeiro europeu a percorrer toda a extensão da África Negra. Um homem que não conseguiu acreditar na brutalidade, crueldade e racismo a que a humanidade pode chegar. Aliás, muito da narrativa de <i>Manfredi</i> tangencia outra personalidade real, a do polonês <i>Joseph Conrad</i>, que em 1899 nos presentearia com a pérola da literatura universal <i><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/07/pilula-literaria-13-o-coracao-das-trevas.html" target="_blank"><span style="color: red;"><b>No Coração das Trevas</b></span></a></i>. Livro que narra a experiência de <i>Conrad</i> no comércio de marfim na segunda metade do século XIX nas profundezas da selva Africana. A história de <i>Adam Wild </i>conjuga um manifesto contra a ferida aberta no continente africano e histórias típicas de aventura. Ambas se tocando e se reforçando mutuamente, mantendo assim a atenção do leitor. A edição da <i>Saicã</i> possui capa cartão e um preço bem acessível, além de manter os textos originais de <i>Manfredi</i> antes de cada capítulo. As informações que <i>Manfredi</i> traz re-significam totalmente a leitura, pois contextualizam a época e fornecem concretude às personagens. Uma excelente HQ com "H" maiúsculo. Ao melhor estilo de um dos maiores roteiristas italianos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="362" data-original-width="250" height="420" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYck9Dz6TZQ4qypXfd-CZ6SzmSTlTXcNPf5o0nPxBrlD6SbkRFZJ13Iq_hxuRnsAA1qwOE6QGpDF0NTt6dPi7oQbUpuBnCzM1Fxxwcafys2fCSI9TvZKxJjrVzx6rebv_n3Auh3dPdT7p6iYjGZakMWN8JBT3aRogq5obKi2050mpCG5sx4JBqOGx4sniS/w290-h420/Adam%20Wild.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="290" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Adam Wild</td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUBWYxnNU4at5baEkDMhSBEj6s5Ws0FCVKR5IGPR3rGU0vooFshL-7tb731fmmHQfG4PYCHOqgmwdakLrx6Lk-y-3D4vjehRUzQLrtNexW0gYjza1jGevOKvY46pH0cM0otckVakIHQHS4y_dbSY15AFQM5hPFWqa1kQ3ciJkO-Y-kfIeqp1jcDoCrL3ys/s750/Errol%20Flynn.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="500" height="460" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUBWYxnNU4at5baEkDMhSBEj6s5Ws0FCVKR5IGPR3rGU0vooFshL-7tb731fmmHQfG4PYCHOqgmwdakLrx6Lk-y-3D4vjehRUzQLrtNexW0gYjza1jGevOKvY46pH0cM0otckVakIHQHS4y_dbSY15AFQM5hPFWqa1kQ3ciJkO-Y-kfIeqp1jcDoCrL3ys/w306-h460/Errol%20Flynn.jpg" width="306" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Errol Flynn</td></tr></tbody></table><p></p>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-70609378037482766312023-11-18T16:59:00.003-03:002023-11-25T21:09:20.200-03:00Pílula Literária #16: Amityville - 1977<p></p><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="608" data-original-width="744" height="541" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjygF21VV_ndC0uk7nQe_dYCgOEHjveOn5QWLqgmp4UGS7ke73bAj0FmFXTsIfi6nXOh0JxDiyfdjzsQeDP-dq5NFi7fK7zajL-5hjMN_ttO7pYnESUS96M4FRx8WYSb5zL8JC3uCbDKfsmoxau9YuZ_Ms0vYT62Qc0V5i4WvtykJOhKH-pK2E0X-ovhPDf/w661-h541/Amityville.jpg" width="661" /></div><br /><div style="text-align: justify;">Escrito em 1977 pelo escritor e roteirista <i>Jay Anson</i>, o livro <i>Amityville</i> narra, dia a dia, as 4 semanas durante as quais a família <i>Lutz</i> morou no Nº 112 da Avenida <i>Ocean Drive</i> em <i>Amityville</i>, <i>Long Island</i>, EUA. O momento em que <i>Anson</i> decidiu escrever o livro ainda guardava muita proximidade dos acontecimentos vivenciados pelos <i>Lutz </i>no inverno de 1975. Mas para entendermos um pouco o que aconteceu realmente em <i>Amityville</i> temos que retornar para o ano de 1974, mais precisamente 13 de novembro de 1974. À época a casa era habitada por outra família, os <i>DeFeo</i>. Nesse fatídico dia, <i>Ronald DeFeo</i>, o filho mais velho da família, pegou um rifle de grosso calibre e matou seus dois irmãos mais novos, suas duas irmãs mais novas e seus pais. Todos chacinados enquanto dormiam. Condenado à prisão perpétua, <i>Ronald</i> disse várias vezes durante seu julgamento que fora fortemente influenciado por vozes que habitavam a casa para que executasse os assassinatos. Pouco mais de 01 anos depois, no dia 18 de dezembro de 1975, <i>George Lee Lutz </i>de 28 anos, um ex-fuzileiro naval, dono de uma empresa de agrimensura, mudou-se para o Nº 112 da <i>Ocean Drive</i> aproveitando a pechincha pela qual a casa estava sendo vendida. Embora <i>George</i> soubesse do terrível crime que a casa fora palco, sua personalidade pragmática não levou isso em conta. Assim, <i>George</i>, sua esposa <i>Kathleen</i> (Kathy) de 30 anos, e os filhos de <i>Kathy</i> (que <i>George</i> assumira como seus), <i>Christopher</i> de 7 anos, <i>Daniel</i> de 9 e <i>Melissa</i> (Missy) de 5 mudaram-se com grandes expectativas e planos. O livro de <i>Jay Anson</i> segue então os acontecimentos vivenciados pela família <i>Lutz </i>nos 28 dias que ali estiveram, quando em 14 de janeiro de 1976 foram obrigados a saírem correndo da casa apenas com a roupa do corpo, deixando todos seus pertences para trás, apenas carregando a ideia fixa de jamais pisarem o local. O caso <i>Amityville</i> (como passou a ser chamado) viria a ser alvo de filmes e derivados, sempre explorando o terror e o sobrenatural. Mas para saber o que realmente aconteceu lá, <i>Anson</i> baseou seu livro no extenso material gravado pelos <i>Lutz </i>no qual descreveram todas as experiências ali vividas. O relato da família foi corroborado por policiais que estiveram envolvidos tanto no caso dos <i>DeFeo</i> quanto no dos <i>Lutz</i>. Além dos policiais, o padre <i>Frank Mancuso</i>, sacerdote que abençoara a casa por ocasião da entrada da família no dia 18 de dezembro de 1975, não apenas atestou o relato da família como também sofreu terríveis experiências pessoais (descritas no livro) de natureza espiritual em retaliação ao seu envolvimento com "seja lá o que" habitava a casa. O número 112 da <i>Ocean Drive</i> ainda existe, muito embora os atuais habitantes tenham solicitado a mudança de número na tentativa de despistar os inúmeros curiosos que até hoje vão ao local. Inesperadamente como começara, a casa deixou de manifestar a presença que ali esteve à época dos <i>DeFeo</i> e dos <i>Lutz</i>. De forma muito curiosa, entretanto, todos os acontecimentos ali relatados coincidem em muito com aquilo que foi observado em outros locais do mundo, conforme descritos em interessantes livros como <i><b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/07/pilula-literaria-12-assombracoes-do.html" target="_blank"><span style="color: red;">Assombrações do Recife Velho</span></a></b></i> (1955) de <i>Gilberto Freire</i>, <b><i><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2020/07/1977-relatos-sobrenaturais-o-caso.html" target="_blank"><span style="color: red;">1977 - Relatos Sobrenaturais - O Caso Enfield</span></a></i></b> (1980) de <i>Guy Lyon Playfair</i> e <i><b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2023/09/pilula-literaria-143-ed-lorraine.html" target="_blank"><span style="color: red;">Demonologistas</span></a></b></i> (1980) de <i>Ed & Lorraine Warren</i>. Mergulhos em realidades estranhas e aterradoras.</div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: #fff9ee; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15.4px;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: #fff9ee; font-family: Georgia, Utopia, "Palatino Linotype", Palatino, serif; font-size: 15.4px;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="333" data-original-width="512" height="428" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUuqIl7pUzqbvfhd6R61V4if6Tjhpt8S01zH9Mrk3aRuYEDoNBISEWJjWimnJPAeC1IrKiMqAJErgFeYzmvwHWrP-K3HK8_RJ1o_71C3g7YYLrczHUOnAYqoqIUtgbMPkjpTJ3a6P0h7rXVNPLeoYIvPPAsAg4CFnw2-9GPi4pncL_ZVK5oBIXTHZ4GW7i/w659-h428/Amityville%20-%2001.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="659" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Família <i>Lutz</i></td></tr></tbody></table><br /></span></div>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-60299818958942100412023-11-15T15:02:00.000-03:002023-11-15T15:02:34.446-03:00Pílula Gráfica #33: O Vale do Terror (2019)<p></p><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="604" data-original-width="734" height="533" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcIClGb3ehI4B8IMBHNWw978pXbVMrLxN6NFrFH6TjzyssZLRyryaNoWDY3dqRW30ylwhe59Dy0oEuqDjxe2WcLGfiGiJ4g_xjF7t68YDa-0c6FWcJJLZ7aecEMOKpX-i_GHvuE7r6lCpYozIBwWBhl4kLdyYKELu8Se-HAMZhL5ZKvmnrSm9IbIO71IoE/w649-h533/Tex%20Graphic%20Novel%20-%20O%20Vale%20do%20Terror%20-%20Banner.jpg" width="649" /></div><br /><div style="text-align: justify;">Lançada de 2016 à 2020, <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2017/11/colecao-salvat-tex-gold-o-que-ja-saiu.html" target="_blank"><span style="color: red;">A Coleção Tex GOLD da Editora Salvat</span></a></b> não para de surpreender. Muito provavelmente porque para mim foi meu ponto de entrada no Universo Texiano. Em o <i>Vale do Terror (</i>La Valle del Terrrore<i>)</i>, edição Nº 26 da coleção, <i>Cláudio Nizzi</i> coloca <i>Tex Willer </i>e seu amigo <i>Kit Carson</i> no rastro de uma seita de fanáticos que cometem assassinatos cruéis e violentos. Porém, esta narrativa cairia no lugar comum não fosse vários elementos da história. Além da costumeira sagacidade de <i>Tex</i>, a arte do saudoso <i>Roberto Raviola</i> (desenhista italiano mais conhecido como <i>Magnus</i>) salta aos olhos, sobretudo na concepção das paisagens, das cenas amplas, da arquitetura das construções e da ambientação interna. Não conhecia muito seu trabalho, mas a concepção artística de <i>Magnus</i> brilha a cada página. Considerando que este é um dos últimos trabalhos do artista, a história também serve como uma despedida. Mas há mais em <i>O Vale do Terror</i>. Um peculiar aventura em que <i>Tex</i> e <i>Kit</i> se envolvem em uma investigação dentro de um núcleo familiar. Um microcosmo dentro do qual o ranger e seu amigo, acostumados com embates diretos com seus inimigos, têm agora que administrar uma investigação em um contexto de afetos, perdas, desilusões e brigas familiares. Um terreno minado e de difícil manobra. <i>Cláudio Nizzi</i> é mesmo um grande roteirista, pois constrói a narrativa fornecendo ao leitor um ambiente crível e passional. A concepção de uma das principais vilãs da história é incrível. A sensual, ardilosa, fiel e violenta chinesa <i>May-Ling</i>. Governanta da casa de <i>Victor Sutter</i>, antigo magnata do Vale do Rio <i>Yuba</i> e que agora amarga uma ruína financeira, <i>May-Ling</i> entende a dor e a raiva de seu patrão que foi levado à derrocada financeira por famílias que contribuíram para sua situação. Como governanta, ela compra a vingança de <i>Sutter</i> e se alia à misteriosa e cruel seita. Uma verdadeira teia de intrigas e dramas dentro da qual <i>Willer</i> e <i>Carson</i> se veem enredados. E tudo, como já mencionado, emoldurado pela excelente arte de <i>Magnus</i>. Concebida inicialmente em preto e branco, <i>O Vale do Terror</i> saiu colorizado para esta coleção. Algo que em minha opinião deu muito certo, muito embora para alguns isto possa deslegitimar a originalidade artística de <i>Magnus</i>. Embora este seja apenas mais um volume dentro da <i>Coleção Tex Gold</i>, eu poderia dizer que é um dos pontos altos de minhas leituras de 2023.</div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1136" data-original-width="831" height="617" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcyUihnJ6sEMGbGn6eiG4h7xJSvs0jdojg6FId8FTvTMfe3i8jUME3UFF9CRNgPEO42wloWug6mRbygkC5rLkbeJf3miAvceFaXJirNqHV0Hu_oh4kO0QmiC7JpoQhiGyC-Hm0IMDFZ-gg8kHkBsSMGhcXWnpcgZosv8QWVVOMM0XeFefypwIooemtC7vs/w451-h617/Tex%20Graphic%20Novel%20-%20O%20Vale%20do%20Terror%2001.jpg" width="451" /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1508" data-original-width="1088" height="632" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVRv95wEXbfnv-uK6THOqoRf8hA90CNh33il_jxfbFY1nRdf2e5We-zv1-U1nUjISX_nwJNzQnxFs6EUFdkcnVafBRwvMFEJ1leqjjGyMF_di1NSYNg7iXluync8KCzVkuUaT5vUHorlEMWY6fVBXrDVR9UER6H-i9csbVlhxL0tv1oqZ9EjpsrEKCITVP/w455-h632/Tex%20Graphic%20Novel%20-%20O%20Vale%20do%20Terror%2002.jpg" width="455" /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="840" data-original-width="600" height="642" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIHRB3-t5fqNyBNJCywNTe2b_b3JKDF-5IcqpyjBal3Hcp7cl3YBRh47xvGye5uofEumUxZVX-1LxSC6TffPutvxgnrVvpeZYkix_DpXoIN26PmTrTm8FwTWlSAIrj8dUqbygfEvyvUlHhK2H0Pn2v2X3oyuGd-7Sbxs1ZC0lm0WnCrJwY9sBprGIN-C9F/w459-h642/Tex%20Graphic%20Novel%20-%20O%20Vale%20do%20Terror%2003.jpg" width="459" /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="692" data-original-width="1024" height="421" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhD6ONFKz_jv7DIRBgkTgBqG4oJV7lRWfnr4dLKONd2p92kOtaLMreEUUL4A1Q_ELCDvXn-DSz5XZr8-ISG3ErEXpxduit-52L0Yn9kmmtoSp0fVsEbCHB4gUKf8nnp0wD_A-fQH0pt_JYIqZqhaHBHNrIazkwHOKtwu50EVkWWrQ28D7W10Yw7tQTR8Co/w624-h421/Tex%20Graphic%20Novel%20-%20O%20Vale%20do%20Terror%2004.jpg" width="624" /></div>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-5315729675932071702023-11-12T12:38:00.000-03:002023-11-12T12:38:27.203-03:00Pílula Gráfica #Especial 2: Dose Tripla<p></p><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="1069" height="417" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhev_Yh7T0bCilG_e1SVx7KDWHW-4xDLJuJ0Qh_O-ieRpDSQJsY48RtWaTm9X6tY-tZbHJCzPkjFmzbFbkPcvvxhNkazfxlpIN-FRSYo99w8RHknOFOQLQLyg4M6RbC5dJSi1K1qaRaSUiHY6UqvTGuvhjmC2PfvryphoFsLY05UesXJJKgdECprRbm7X9n/w667-h417/Banner.jpg" width="667" /></div><br /><div style="text-align: justify;">A pílula gráfica especial de hoje será voltada para três obras bem diversas entre si. <i>Monolith</i> publicada no Brasil em fevereiro de 2020 pela Panini, <i>Sonhonauta</i> e <i>Vida nas Sombras</i>, ambas publicadas pela Editora <i>Conrad</i> no ano de 2022. Meu comentários, entretanto, seguirão a minha ordem de leitura.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="1070" height="406" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpKRUBbxU4aHx_pQMGVTksT5tlmYpGrxlR0ko9AXh4-Z2J_wGoe-j3DxyzB_2Qbw2o1xIy0YWL5CxN-8ImiQaFtr6HGRtNNkHUJElcqImjMq_iqx9Ip3y77ans2Mp3HtCnriXlI5UaJFKprNthwCjs0JNxikwybelfw61hzr9V-PmLnsKazwllj23fUods/w649-h406/Banner%20-%20Sonhonauta.jpg" width="649" /></div><br /><div style="text-align: justify;"><i>Sonhonauta é </i>um quadrinho autoral do artista <i>Shun Izumi</i>. A obra traz <i>Mendel</i>, um cara comum que começa a sofrer da difícil situação de misturar seus sonhos com a realidade à sua volta. Em seu delírio, <i>Mendel</i> se lembra de um grande amor de um possível passado que foi assassinada brutalmente. Alternando realidade e fantasia, o protagonista tenta separar o que é ou não real e vai juntando as peças ao seu redor para tentar compor um cenário minimamente razoável. A arte é do próprio <i>Izumi</i>, que produz um traço diferente à cada capítulo, buscando com isso trazer estranhamento e dissociação ao leitor. Esta estratégia custou grande trabalho à <i>Izumi</i>, como ele mesmo descreve ao final da obra. A arte cumpre este papel, embora particularmente eu pouco aprecie a estilização extrema que por vezes ocorre ao longo da narrativa. O desfecho final traz a trama para realidade, ancorando-a à eventos do mundo real, embora eu buscasse algo mais transcendente. De qualquer forma <i>Sonhonauta </i>atende à uma ampla gama de leitores, tendo sido uma obra que chamou atenção à época de seu lançamento em 2020, época em que a pandemia pelo novo coronavírus estava em ascensão, algo que exerce influência de certa forma na narrativa do autor.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="1067" height="410" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZWBpmV_5WyeX7kpzPnTe-UM8pfzlzRovTWbH5o-4s6fEVRMQXbnfMBs3vM49gXZpo_750Ehh0m1steqPFhOhX9v1Jseg14C8FBMidxnZlbG3bZju3LMxY8awRj6YM4kEqQaI6ojbSZttMhD1JxcEojjfnFmsklnOtVxyShKBlZr6u6nGjllWo0lzx9P6q/w656-h410/Banner%20-%20Vida%20nas%20Sombras.jpg" width="656" /></div><br /><div style="text-align: justify;">"<i>Se a morte chegar mais cedo, jogue sujo!". </i>Com esta frase <i>Vida nas Sombras</i> busca um retrato da finitude da vida tendo como epicentro a idosa e viúva <i>Kumiko</i> de 76 anos. Colocada no asilo pelas filhas que querem maior proteção, segurança e cuidados para a mãe, <i>Kumiko</i> não se adapta à vida do local. Esta pequena sinopse já ocorre na primeira e segunda páginas da história. A protagonista foge e invade um apartamento (essa parte não é bem explicada) e passa a morar ali sem avisar para ninguém, o que causa pânico nas filhas. A autora, <i>Hiromi Goto</i>, traz muito da sua experiência pessoal nesta obra que se concentra na luta de <i>Kumiko</i> contra sombras que começam a acua-la no dia a dia, uma metáfora para a aproximação da morte. A protagonista empreende então uma luta doméstica contra esta aproximação e, nesse interim, encontra novas pessoas do bairro e ao mesmo tempo acaba por recorrer à um antigo amor do passado. Torna-se muito claro na obra que o grande trunfo de <i>Kumiko</i> é permanecer fiel ao seu modo de ver e viver o mundo, mantendo sua rebeldia ativa até o fim. A construção narrativa busca levar o leitor à uma leitura suave e sem grande percalços. <i>Vida nas Sombras</i>, tal qual <i>Sonhonauta</i>,<i> </i>é uma menção honrosa dentro de minhas leituras de 2023, mas não as colocaria como melhores de 2023. Porém alerta: esta interpretação é minha e se associa ao meu histórico e expectativas como leitor.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="1067" height="413" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitZlblr8QcS1HOu1sQbJYttRbEolMSB6NXf7J8hyKvQTvxX3LEUI87jYFWYq5u1v3L-HFehPTwM_9JsIkt2Vmx6TPqh0GSuddoNTu0sHEM9dReTNTIFVUYDyW8lyWxmE6Z4-kSLmqOlPmUCzSN4L62_BHighSKsdRMp3bu4mMy_VVIfgRnwQSug1nJTo6b/w660-h413/Banner%20-%20Monolith.jpg" width="660" /></div><br /><div style="text-align: justify;">Com desenhos esplendidos de <i>Lorenzo LRNZ Ceccotti </i>e <i>Mauro Uzzeo</i>, <i>Monolith</i> saiu originalmente pelo selo <i>Sergio Bonelli Edittore</i> na Itália. Originalmente concebida simultaneamente como HQ e roteiro para cinema, <i>Monolith</i> é um quadrinho que narra as decisões da inconsequente e jovem mãe <i>Sandra</i>, que em busca de espaço dentro do casamento com o marido <i>Carl,</i> se lança em uma viagem junto com seu filhinho <i>David</i>, dentro da última maravilha da tecnologia automobilística, o carro <i>Monolith</i>. Uma fortaleza inexpugnável sobre 4 rodas. <i>Sandra</i>, entretanto matem seu comportamento inconsequente, o que leva o carro a trancar-se com o pequeno <i>David</i> em seu interior sob o sol causticante em uma estrada deserta. O que se segue então é a desesperada tentativa da mãe em abrir o carro, tendo que enfrentar sua culpa, os perigos do deserto ao seu redor e a tecnologia do <i>Monolith</i>. O leitor é levado à extremos de ansiedade frente à luta de <i>Sandra</i>. O destaque vai para a arte e para os momentos nos quais <i>Sandra</i> alucina e delira frente aos eventos que lhe sucedem. O roteiro é do também italiano <i>Roberto Recchione</i> que concebe uma história já pronta e desenvolvida de uma vez só, como ele mesmo narra no prefácio. Uma história que lhe chegou como um bólido e logo se desenvolveu simultaneamente como HQ e filme, este último lançado em 2017 como uma produção italiana, dirigida por <i>Ivan Silvestrini </i>e estrelada por <i>Katrina Bowden</i> como <i>Sandra</i>. Com finais diferentes (não assisti ao filme, apenas li a HQ) o filme e o quadrinho parecem ser complementares. <i>Monolith </i>merece ser conhecido e apreciado na perspectiva do<i> thriller </i>que é.</div>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-5648016425451742482023-11-04T12:01:00.000-03:002023-11-04T12:01:06.497-03:00Pílula Gráfica #32: O Complô - A História Secreta dos Protocolos dos Sábios do Sião (2005)<p></p><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="603" data-original-width="731" height="540" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUyflDmugVAiwISjucfpBCJRxp_zai0Bg_Xm9yjPMsyKpjuDNNLoYWoP6DEjnQmCmzyuyY0d_ZrmLkbJ3UN7Zaf-CdzKqgw5L7WGnlihdIyHrhRKteE7a_taLwWe0BXUGaPHIv2d3j_pPuAGedgywf49szNUuMqyk_YjHUm0VPcQFGa05TBn5G8pvHRNxX/w655-h540/O%20Compl%C3%B4.jpg" width="655" /></div><br /><div style="text-align: center;">Em tempos de Guerra, a primeira vítima é mesmo a <i>Verdade</i>. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ao lado de uma história do <i>Spirit</i> em <i>crossover</i> com o herói <i>O Escapista</i>, a obra <i>O Complô - A História Secreta dos Protocolos dos Sábios do Sião</i> foi escrita e desenhada por <i>Will Eisner</i> em 2004, sendo estas suas duas derradeiras histórias. Original e atualíssimo, o <i>O Complô</i> se distancia dos tradicionais trabalhos de <i>Eisner</i> ao trazer um material denso, profundo e cheio de idas e vindas cronológicas. Uma colcha de retalhos políticos, bélicos e sociais que tentam traçar a origem de uma das maiores farsas já elaboradas na história, <i>Os Protocolos dos Sábios do Sião</i>. Uma peça política que se baseou num documento escrito por volta de 1850 por um ativista político francês chamado <i>Maurice Joly</i>. Em <i>O Diálogo no Inferno entre Maquiavel e Montesquieu</i>, <i>Joly</i> buscava atacar o então autodenominado Imperador da França, o Rei <i>Luís Napoleão</i> (sobrinho de Napoleão). Após <i>Joly</i> cometer suicídio em 1878, o livro circulou em diversos países e chamou atenção de dois políticos russos em 1894, <i>Gorymikine</i> e <i>Rachkovsky</i>. <i>Gorymikine</i> conhecia o livro de <i>Joly</i>, e viu nele a oportunidade de ouro para produzir um segundo livro que atacaria os judeus e os colocaria como conspiradores mundiais. O principal objetivo de <i>Gorymikine</i> era reduzir a influência do judeu <i>Sergei Yulievich Witte</i> sobre a visão de mundo do então Czar <i>Nicolau II</i>. Para esta tarefa de elaboração de um livro político secreto, crível, embora mentiroso, <i>Gorymikine</i> viajou à França para encontrar <i>Mathieu Golovinski</i>, jovem ambicioso de ascendência russa que já produzira reportagens mentirosas em jornais voltados para russos na segunda metade do século 19 na França. Foi assim que o jovem e ambicioso escritor <i>Golovinski</i> escreveria em 1898 <i>Os Protocolos dos Sábios do Sião</i> baseando-se em <i>O Diálogo no Inferno entre Maquiavel e Montesquieu</i> de <i>Maurice Joly</i>. O livro de <i>Golovinski</i> (<i>Os Protocolos dos Sábios do Sião</i>) era envolvente, crível e sobretudo atendia às demandas de quaisquer governantes em busca de uma conspiração que justificasse sua permanência como guardião do <i>status quo</i>. A partir deste ponto, <i>Eisner</i> inicia saltos cronológicos no século 20 apresentando as diversas situações políticas nas quais o documento foi usado, sobretudo na Alemanha pré-nazista, como instrumento de insuflação. Diversos países passariam a imprimir clandestinamente <i>Os Protocolos dos Sábios do Sião</i> ao longo das décadas, inclusive o Brasil, ainda que Cortes ao redor do mundo tenham julgado e atestado a farsa por traz do que é narrado pelo livro de <i>Golovinski</i>. Publicada pela <i>Companhia das Letras</i> no Brasil em 2005, a obra <i>O Complô - A História Secreta dos Protocolos dos Sábios do Sião </i>é uma obra que precisaria ser estudada e esmiuçada como manifesto de como a verdade pode ser manipulada em detrimento de grupos e facções. Teorias conspiratórias que podem levar povos inteiros à xenofobia e à intolerância. O Mestre <i>Eisner</i>, em seu crepúsculo de vida, deixou uma obra monumental, um atestado da importância de se construir pontes entre as pessoas, desativando as "bombas" narrativas mentirosas. Em tempos de Guerras precisaríamos ter cautela com discursos de ódio, com a disseminação de narrativas que ressaltam as diferenças e não as semelhanças entre os povos (que são muitas). <i>O Complô - A História Secreta dos Protocolos dos Sábios do Sião </i>está à altura da vida do Mestre e atesta os valores pelos quais ele viveu.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="307" height="522" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfVRkxcCHLEcJ1hrMFbKzmFivomUnNmG_WUANpsmA_WVtawkYoHeKl5Du7PbtB65orwC6nvMugylVlq7K1kRY8dF-5JgWULJDt8n173cFGd47k6HXCYHbYu_mytbY452Ui25ZTXLXdZtLFR85dFB8kdH3sXXLEYBNSbj44z0gXYcPpKzo2LJIcxIdGTOow/w401-h522/Protocolos%2002.jpg" width="401" /></div><p></p>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-4477016069593434602023-10-29T17:07:00.001-03:002023-10-29T17:07:31.806-03:00Pílula Literária #15: Zé do Caixão - Maldito <div class="separator"><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="614" data-original-width="745" height="548" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3ZgkZvQrOyZugTY3DxTIBVM850Sa900apCYOmF9krtsU9i68GCvqYi9_0Z7q-DCJbZMJDIrow4psnl50GLiGtNT0IE3sfE5_NyULf2sIq1iGI5d1BDUluKsyzgk_vhmM7uix6-Jmg-jFX5sV7M068r68rT3ARhKHVkk-DAUK4n12RbsWMi3Akip9vUCFQ/w664-h548/Maldito.jpg" width="664" /></div></div><br /><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Durante toda minha vida o nome <i>José Mojica Marins</i> foi proscrito em função da minha herança cristã católica. Isto, no entanto, não evitou que o nome ficasse constantemente voltando e me assombrando em função da curiosidade que o próprio afastamento traz. Sempre achei que <i>Mojica</i> era simplesmente um homem metido com ocultismo e que, aproveitando sua macabra presença, havia surfado na onda cinematográfica. Pois eu não podia estar mais enganado. <i>Mojica</i> foi alguém muito mais interessante! Foi um gênio e também um adorável trambiqueiro. Apesar da ambiguidade que estes dois adjetivos possuem, a ponto de serem quase excludentes, <i>Marins</i> sintetizava os dois. Mas afinal... Quem foi <i>José Mojica Marins</i>? A resposta é, foi um cineasta brilhantemente intuitivo. Sem qualquer graduação formal na 7ª Arte, ele era um apaixonado pelo cinema e encontrou no gênero terror uma forma de expressar sua paixão. Longe de ser um ocultista (<i>Marins</i> tinha ascendência cristã), ele era apenas alguém que queria tirar de dentro de sua cabeça uma profusão de imagens e brilhantes elaborações artísticas com as quais não conseguia conviver sem dividi-las. Renegado por diversos nomes do cinema brasileiro das décadas de 1950 e 1960, foi reconhecido, no entanto, por cineastas do calibre de <i>Glauber Rocha</i> e <i>Luis Sérgio Person</i>. <i>Mojica</i> era aquele que exigia que você o odiasse ou o amasse. Não havia meio termo. A Biografia <i>Zé do Caixão - Maldito</i> dos jornalistas <i>André Barcinski</i> e <i>Ivan Finotti</i> foi uma das minhas mais agradáveis leituras de 2023. Esgotado já há algum tempo, infelizmente, o livro foi base para a minissérie homônima do Canal <i>Space</i>, com <i>Matheus Nachtergaele</i> no papel de <i>Mojica</i>. É impossível não ler o livro e não se identificar profundamente com o jeito brasileiro de <i>Marins</i>. Engraçado, simples, genial em sua sabedoria popular e nas suas técnicas para baratear custos, era fiel a si mesmo... Um sobrevivente que só conseguia estar bem se pudesse filmar algo. Um homem com inacreditáveis aventuras amorosas e que conseguia amar genuinamente a todas com quem se envolvia. O livro teve duas edições, sendo que a segunda veio atualizar uma das últimas empreitadas robustas de <i>Mojica</i> no cinema, o filme <i>A Encarnação do Demônio</i>, que fecha a trilogia iniciada em 1964 com <i>À Meia-Noite Levarei sua Alma </i>e <i>Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver </i>de 1967. Aclamado internacionalmente pela sua obra, <i>Mojica</i> foi rejeitado pela elite cinematográfica brasileira nos anos 70, lhe restando apenas dirigir para um dos únicos segmentos capazes de gerar renda para diretores renegados, os filmes pornôs. Ele passaria a ser um proscrito, um pássaro negro de asas cortadas. Porém, algo que me chamou extrema atenção ao ler o livro, é a forma como ele enxergava a si próprio. Nunca demonstrou qualquer tipo de autocomiseração, de vitimização... Onde muitos se afundariam em um mar de auto piedade, <i>Mojica</i> continuava fazendo e buscando o que sempre quis, os palcos e as luzes. Ainda que muitos achem que <i>Zé do Caixão</i> e <i>Mojica</i> sejam a mesma pessoa, a verdade é que <i>Zé do Caixão</i> é um único personagem que saiu da sua cabeça. <i>Mojica</i> era muito maior que o <i>Coffin Joe</i>. E se as últimas gerações o viam apenas como um pícaro, em decorrência de suas aparições mais despojadas nas décadas de 80 e 90, na verdade estão redondamente enganadas! Minha admiração por ele só cresce e se fortalece, e um episódio que vivi há cerca de 3 semanas mostra bem o porque. Estava eu buscando os filmes de <i>Mojica</i> em um sebo na Rua Augusta em São Paulo quando perguntei ao dono do lugar se ele teria alguns filmes do <i>Zé do Caixão</i>. O dono, todo orgulhoso disse, "Tenho sim. Aliás, o <i>Mojica</i> sempre vinha aqui. Era meu amigo!". Depoimento genuíno, simples e direto sobre quem foi <i>Marins</i>, um homem simples, do povo... mas também um gênio!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1647" data-original-width="1150" height="645" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJWFK9jFwOEOmcKbNB-oMBHm2ax4k4jxAUcusvlFdHdmbtO5BR0REGvi8ptE58CzhEbTZO4J3R4EOD1lMrmEumJ3gXjCvj45oLupr29iHUXYOX_N09ntiB1lYEz2IW7nV8ntybzvFKe7dOtj12B25eMEMv4RCnsx0YV6Jr76LxBJg7RWgcR82t1OeEZtrg/w449-h645/Maldito%20-%20Quarta-Capa.jpg" width="449" /></div>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-2427062832886048312023-09-10T19:46:00.001-03:002023-09-10T19:46:20.213-03:00Pílula Gráfica #31: Crime e Poesia - (2022)<div class="separator"><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="604" data-original-width="735" height="535" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRtoJTeXkX4isPDNIieR4E2Z5oMUHUkiDno0d1NUTnGfWGhD7qoNHwc6VDM1TuYUlsLAF4DKMF-w3LZXM5DxcLF9qg0_PBrrKEATRc8irxkfPY4HpG6jceM7oR5vVvdmsIaGgmD3PpBm-kXlbd7TIYfsoaLZRoIihJOaLrEyMci_Yg0nsn4DDtfCcBte9T/w651-h535/Crime%20e%20Poesia%20Banner.jpg" width="651" /></div></div><br /><div class="separator"><br /></div><br /><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p style="text-align: justify;">Redenção é um dos processos ou atos mais almejados pelo ser humano. Pelo menos por aqueles que guardam dentro de si uma centelha de indagação acerca do sentido de tudo. A história narrada em <i>Crime e Poesia</i> parece saída de um daqueles enredos inverossímeis que eventualmente encontramos. Ela trata de muitas coisas, mas para mim trata de<i> redenção</i>. Crimes, dentro de crimes que se somam e se somam e que, ainda que de forma impossível, encontram redenção em um processo difícil de auto aceitação, injustiça e abandono. A história do homem chamado <i>Matt Rizzo</i> que, através do filho, <i>Charlie Rizzo</i>, sobreviveu para ser contada e descoberta. Uma história com raízes no bárbaro crime cometido na primavera de 1924 pelos jovens aristocratas <i>Nathan Freudenthal Leopold, Jr</i>. e <i>Richard Albert Loeb</i>, mais conhecidos como<i> Leopold & Loeb</i>. Dupla que sequestrou e assassinou com requintes de crueldade um menino de 14 anos de idade (Bobby Franks) nos EUA. Um crime que ressoou por décadas no imaginário das pessoas e acabou por atingir de certa forma também <i>Matt Rizzo</i>. <i>Crime e Poesia</i> apresenta de forma muito clara e honesta o labirinto pelo qual andamos em nossa existência e as escolhas que fazemos. Nesse labirinto podemos, entretanto, encontrar as migalhas deixadas por outras pessoas que já o trilharam e sabiam o quão difícil é aprender a ser feliz com o que se tem e com o simples. No caso de <i>Matt Rizzo</i>, <i>Homero</i>, <i>Virgílio</i>, <i>Shakespeare</i>, <i>Milton</i>, <i>Whitman</i>, <i>Emerson</i>... Matt aprendeu do jeito mais difícil a viver o simples e a se maravilhar com o comum.</p><p style="text-align: center;">"Destituído de todos os sinais vitais, ele ficou parado ao lado da Correnteza silenciosa, como um Navio encalhado, separado de todos os laços terrenos.</p><p style="text-align: center;">Enquanto estava suspenso, além da revogação do tumulto mortal da vida, uma mão esticada gesticulou para ele da outra margem e o impulsionou a avançar, pela Vontade Divina, e ele cruzou o Rio silencioso com os dois braços esticados para quem gesticulara; e um abraçou o outro com força;</p><p style="text-align: center;">a Morte emergiu levando o fardo dos espólios corporais; <i>Scorto</i>, despojado de sua carcaça mortal, emergiu belo e imaculado, com os mesmo traços, porém mais perfeito e mais jovem que qualquer obra de Arte ou Escultura poderia conceber.</p><p style="text-align: center;">Transfigurado, a nuvem de um homem sem pecados, a testa se deslocando para cima, Ele se elevou, alcançando os jubilosos prados do Paraíso eterno."</p><p style="text-align: right;"><i>Dos Escritos de Matt Rizzo</i></p>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-11595651328679150332023-09-02T10:27:00.003-03:002023-09-10T16:43:25.506-03:00Pílula Literária #14: Ed & Lorraine - Demonologistas<div class="separator"><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="612" data-original-width="744" height="541" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZbwAh55gyxUxfCHrcEn2Yko8VnDbZ-VwzFZrpk-Wg06P6S0lBFx1owz0TryuTu6R3D2z1guBullqpyaHy9hgL6GSw8ASQjV5uK4_GKEr7qy13GLnq7D2wMMWOETAU0adGNunI22dZpPaRnYkvJvnLazn7cgfX4XmNYR0jfMA6sHs4L5ACpqO3AtNqDWrH/w658-h541/Banner%20-%20Ed%20&%20Lorraine%20-%20Demonologistas.jpg" width="658" /></div></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Difícil não se deixar envolver pelos relatos do casal <i>Ed & Lorraine Warren</i>. Embora a maioria das pessoas os conheçam por terem sido interpretados no cinema por <i>Patrick Wilson</i> e <i>Vera Farmiga</i> na franquia <i>Invocação do Mal</i>, <i>Ed & Lorraine</i> (ambos já falecidos) colecionaram experiências extremamente bizarras (para dizer o mínimo) ao longo do século passado desde meados dos anos 1940. Uma verdadeira mítica se formou ao redor do casal e por mais que existam relatos periféricos também um pouco estranhos acerca da vida conjugal do casal, o fato é que ambos presenciaram e foram participantes ativos em diversos casos singulares envolvendo fenômenos para os quais a ciência literalmente se esquivou por falta de ferramentas e abordagens capazes de trazer explicação para eles. A própria profissão que os dois possuíam, <i>Demonologistas</i>, é pouco ortodoxa. No caso dos <i>Warren</i>, entretanto, a própria estrutura oficial da Igreja Católica Romana (instituição conhecida pela seus protocolos administrativos e hierarquia sólidos) reconhecia oficialmente a função dos dois nesta área. <i>Ed Warren</i> era, por exemplo, o único <i>demonologista</i> não padre reconhecido pela instituição. Esta informação coloca as experiências do casal em outro nível em relação à muitas outras que, mesmo verdadeiras, poderiam trazer maiores contestações. O livro do jornalista <i>Gerald Brittle</i>, conhecido por seus relatos jornalísticos acerca do tema, é o primeiro de uma série de quatro lançados pela <i>DarkSide Books</i> sobre o inusitado casal. Em <i>Ed & Lorraine - Demonologistas, Brittle</i> se debruça sobre a dinâmica e dia a dia do demonologista. Com muito material de entrevistas, o autor transcreve respostas dadas pelo casal em palestras e em particular acerca de diversos casos vivenciados e acerca da natureza dos fenômenos, fazendo desde o início do livro uma distinção entre ocorrências fruto de "fantasmas" (espíritos humanos) e espíritos preternaturais (espíritos não-humanos, ou seja, demoníacos). O livro traz também o resumo de casos que foram, nos demais livros, abordados com mais detalhes. Mas neste volume, os resumos servem para ilustrar a dinâmica e <i>modus operandi</i> dos fenômenos. Alguns relatos são extremamente críveis, outros, desafiam nossa capacidade de aceitação em função da natureza quase que <i>holywoodiana</i>. Mas talvez o impacto maior não seja em função da excêntrica natureza das ocorrências, mas sim em função do desespero, agonia, angustia e total fragilidade que causam em pessoas comuns vítimas destes atos sobrenaturais. Ao ponto do próprio leitor do livro, desejar profundamente que os <i>Warren</i> sejam rapidamente acionados pelas vítimas para que consigam ter o mínimo de alívio. Ao imergirmos na angustia das pessoas, os <i>Warren</i> ganham uma dimensão quase que heroica aos nossos olhos uma vez que passam a ser os únicos, entre médicos, cientistas, psicólogos, homens da ciência em geral, a terem algo a oferecer de concreto para reduzir ou eliminar por completo aquilo que busca destroçar o núcleo familiar. <i>Ed & Lorraine Warren - Demonologistas </i>é um livro lançado pela primeira vez em 1980, época em que o casal, já maduro, possuía ampla e ativa participação nos fenômenos. Para aqueles que gostariam de um certo aprofundamento no tema, leitura obrigatória.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1055" data-original-width="830" height="527" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkdCdwWmUfaUcSVmg8DtG2kY7cKKsaYWMunnQOJHymmxm3ELa4cd5QHHXWWxaldI-DsBjkiaB8c_woygPl_IiyvBCZVont-0JMIYyplIl6_LCmayaRvuskSgjr1P9S9wbd34wr9XAgEYxTvL7kxRpJn4f6l4yiqONonHrrDSi1mumxHjMs4jp5CnzbWwdc/w415-h527/WhatsApp%20Image%202023-09-02%20at%2010.14.12.jpeg" width="415" /></div>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-60304993051776443972023-07-24T16:43:00.002-03:002023-07-24T16:43:16.523-03:00Plataforma de Lançamentos #3 - Clássicos Sci-Fi: Anos 50 Vol. 03 (2023) - Versátil Home Vídeo<p></p><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="586" data-original-width="1000" height="392" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinVwKR23WW2hdS5M9AYdaBV7Ae4Ov6-wKEqK5PdKEseLZZfrprnNnKBaWZNTa9hsSxJqSE19GFTsHmAF5a96Wh2rH8bVbI5IUA42N5VhiCHxfxo311T0i-GNh1zc8YVgJfftHCAZgnZkMQAReI1krWOVRCC9ZqzVRYB3ZLv2YOsxn8dWl3LCpLuLnfaJb0/w668-h392/Cl%C3%A1ssicos%20Sci-Fi%20-%20Vol.%2003%20-%20Banner.jpg" width="668" /></div><br /><div style="text-align: justify;">Com uma curadoria incrível ao longo da última década a empresa <i><b><a href="https://www.versatilhv.com.br/Home" target="_blank"><span style="color: red;">Versátil Home Vídeo</span></a></b></i> presenteou a cinefilia brasileira com verdadeiras pérolas da 7ª Arte. Com diversas coleções temáticas e a presença constante de extras que amplificam e dimensionam a obra de forma excepcional em seus lançamentos, desta vez foi a vez de desdobrarem a já tradicional <i>Coleção Clássicos Sci-Fi</i>, que passou a contar com este novo <i>braço</i>, a <i>Coleção Sci-Fi Anos 50</i>. Com lançamento previsto para agosto de 2023, o volume 3 desta série trará filmes com a assinatura de diretores como <i>Jack Arnold</i> e <i>Roger Corman</i>. Dona de uma inconografia única, a década de 50 amplificou medos e desejos da sociedade do pós 2ª Guerra Mundial. Futuros platinados, distópicos, catastróficos, ou situações da época sob o viés da ciência, eram abordados e traziam por vezes subtextos genuínos e interessantes. Por ser um gênero no qual os grandes estúdios ainda não apostavam muito, foi necessário a passagem dos anos 60 para que as <i>majors </i>apostassem um pouco mais nesse gênero que vinha se amadurecendo e se decantando, a ponto de vermos, em 1968, o lançamento de <i>2001 - Uma Odisseia no Espaço</i>. A suspensão da descrença e a capacidade de maravilhamento tão usadas no passado pela minha geração em filmes de <i>Ray Harryhausen</i> por exemplo, tem sido produto em falta na atual geração que se preocupa mais com a qualidade do CGI do que com a incrível possibilidade de transposição que o cinema nos dá. Infelizmente <i>Sommeliers de CGI</i> abrem mão do contexto imaginativo e abraçam de forma contundente a tecnicidade cinematográfica. Para pessoas assim, <i>Clássicos Sci-Fi Anos 50</i> tem muito pouco a acrescentar. Entretanto, caso você ainda consiga contextualizar os tempos, e se posicionar de forma genuína e sincera, ainda que por 1 hora e meia, dentro do contexto histórico de uma década, no caso os anos 50... bom, nesse caso você terá experiências extremamente interessantes, conseguindo inclusive retornar para os anos 2020 carregando elementos raros do passado. Elementos que lhe darão estofo para entender e re-significar o mundo atual. Experimente... faça essa viagem equipado com as ferramentas que dei acima e você poderá se surpreender.</div><p></p>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-22828737131190315342023-07-23T10:47:00.000-03:002023-07-23T10:47:17.713-03:00Pílula Gráfica #30: A Floresta - (2022)<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="608" data-original-width="745" height="541" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9ST45bTU1hpOXYI3wM-dfQOd0OecPh38wUyV7WInzUzl8L_r1-FTfaVH_MwZ4ViDte2UnzX_ptF7eU205K0HzRxoh4zGB8BfaOwnTUPjfWjkR30XbHFZsJb7OB94NOjMImasQkH31MVuvr2uUtGQMcBBLU8Oegaj4H3Zo7HcAnCPmiwH6CbaBaw481NiJ/w664-h541/Banner%20-%20A%20Floresta.jpg" width="664" /></div><p style="text-align: justify;">Difícil é exprimir em palavras algo que não foi concebido para ser comunicado por meio do veículo escrito ou falado, mas apenas pelo imagético. Nesses casos, a tentativa possivelmente resultará na corrupção da mensagem, ou então na sua transformação em outra coisa, geralmente de menor valor. Assim, minha tentativa de trazer aqui um pouco do que foi minha experiência com a <i>A Floresta</i> de <i>Thomas Ott</i> será apenas uma humilde tentativa. Famoso por seus quadrinhos mudos lá fora, o suíço <i>Thomas Ott</i> possui dois títulos seus publicados no Brasil, ambos pela <i>DarkSide Books</i>, <i>Panopticum </i>e <i>A Floresta</i>. Seria muita pretensão de minha parte comunicar a profundidade que <i>Ott</i> alcança em <i>A Floresta</i> ao tratar do tema "morte". Para quem possui uma relação um pouco mais profunda com a natureza, especificamente com a mata ou floresta, reconhecer esse espaço como veículo ancestral de sabedoria silenciosa é algo relativamente fácil. <i>Ott</i> usa o elemento silencioso do "verde", sua hermética beleza e fascínio "quase" místico, para contar uma história que, sem uso de palavras, desce aos porões da dor existencial da perda de um ente muito próximo. O vazio, a dificuldade em se reconhecer na nova realidade a partir da "ausência", a sensação da correnteza da vida de repente se estagnar e o tempo se contrair... lugar este já visitado por aqueles que experimentaram uma perda. A história, narrada por meio das imagens produzidas pelo autor, com suas nuances, concretudes e subjetividades de traço, catalisa a revisitação a este lugar de perda e ausência. Uma história que usa a floresta como metáfora (ou talvez não) para a descida ao lugar da dor interior. Acompanhamos um pequeno garoto que se embrenha na mata para fugir da intolerável ausência produzida pela morte. Nesta pequena pérola, <i>Thomas Ott</i> alcança a difícil tarefa de produzir no outro, o acesso às camadas profundas do afeto que aquece, mas ao mesmo tempo dói. Reconheço em <i>A Floresta</i>, imagens profundas deste lugar de dor, solidão e, ao mesmo tempo, redenção...</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="717" height="708" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3x10b8Vbg2A1WFfIVNRKFhKH5j2vMvIhdmx2O7XhrK1VUPqvzpH9xIScVozMWG245UFfqFywk_YpYr2M5hD72GitEFeNrq2acQ0jZNgxMb_CZeqXoV3JsNJ2eZO22eqlxZaGGDI14paXBw3AxCtkQWmekNq5q1Y3CfDwz5uA8sHRaf1jkZ5GxnewHX9F7/w507-h708/A%20Floresta%20-%20Thomas%20Ott.jpg" width="507" /></div>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-34982382507493779522023-07-20T21:20:00.003-03:002023-07-20T21:30:25.593-03:00Plataforma de Lançamentos #2 - História do Oeste (2023) - Editora Saicã<p></p><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="617" data-original-width="960" height="432" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnTYRC-vvybFeA1HPTYsTDttefKFCl5Y_o550o1PFac5rE0hwskdac2IXL8k61YxU0S0oBc2A_E20LxDii4Do-wiwCPrVltVMKOXUMbQylvOcPrxxjI5ocX1ubpzm5LA3sbmqHUePqZklbIVli7ZuzLarN3uani3wgdzas07tFC4exs0pXeNqw6wb2asEv/w670-h432/Hist%C3%B3ria%20do%20Oeste%20-%2001.jpg" width="670" /></div><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><i>História do Oeste</i> diz respeito à epopeia da família <i>MacDonald</i> ao longo de gerações. Escrita pelo grande roteirista italiano <i>Gino D´Antonio</i>, a obra teve duas passagens pelo Brasil. Primeiramente pela Editora EBAL entre os anos de 1970 à 1987 e, depois pela Editora Record entre os anos de 1991 à 1995. Este novo lançamento da Editora Saicã, entretanto, busca resgatar a série na íntegra, em cores e em capa dura, além de trazer um acréscimo de 200 páginas feito pelo autor entre as edições de números 1 a 3. A proposta da Saicã é, por meio de financiamento coletivo via Catarse, trazer a Saga inteira com seus 75 números com uma programação de publicação de 2 histórias por volume, totalizando, portanto cerca de 37 edições. A narrativa inicia-se nos primeiros anos do século 19 (por volta do ano de 1800) e tangencia importantes eventos históricos reais com a partição de personagens históricos tais como <i>General Custer</i>, <i>Wild Bill Hickok</i>, <i>Buffalo Bill</i>, <i>Calamity Jane</i>, <i>Kit Carson</i>, <i>Jim Bridger</i>, <i>Billy the Kid</i>, <i>Geronimo</i> e <i>Cochise</i>, entre outros. A arrojada proposta da Editora tem tudo para ser um sucesso considerando a riqueza do material. Os leitores mais antigos possivelmente leram algo da obra em sua passagem pela Ebal quando então era lançada sob o nome de <i>Coleção Epopeia-TRI</i>. Conforme explica o Editor da Coleção <i>Neimar Nunes</i>, o nome Epopeia-TRI foi dado em função dos volumes serem lançados trimestralmente à época e pelo fato do Brasil ter sido campeão em 1970 (ano do início do lançamento pela Ebal) na Copa do Mundo de Futebol no México. O lançamento busca atender não apenas o fiel público do gênero <i>Western</i>, mas também fazer conhecer para as novas gerações este excelente material que, para além da representação histórica legítima, é leitura de qualidade e imprescindível. A campanha de financiamento dos dois primeiros já ultrapassou a meta no momento em que escrevo esta matéria, mostrando a força do material. Um diferencial dos lançamentos de editoras como a <i>Saicã</i>, é o fato das pessoas envolvidas na publicação do material serem fãs e conhecedoras do assunto, o que confere à publicação um apuro e fidelidade acima da média do que é visto em outras editoras. Algo que, infelizmente, não ocorre em editoras brasileiras de grande porte que, acabam vendo o material apenas como um produto, o que, por conseguinte, o deixa 100% suscetível à fenômenos mercadológicos. Isso implica em cancelamentos ao menor sinal de oscilação em vendas e no lucro. Infelizmente o colecionador pôde ver isso acontecer em recente caso envolvendo o material do roteirista <i>Jeff Lemire</i> (Royal City Volume 1: Segredos em família) que foi descontinuado por uma grande editora. História do Oeste volta ao Brasil pela terceira vez, porém agora com um tratamento especial. Conheça e campanha!!</p><p style="text-align: center;"><b><a href="https://www.catarse.me/HdO1e2?ref=ctrse_explore_pgsearch" target="_blank"><span style="color: red;">Link para o Projeto no Catarse!</span></a></b></p>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-502428503658942042023-07-17T19:01:00.002-03:002023-07-19T13:34:25.196-03:00Plataforma de Lançamentos #1 - Cisco Kid (2023) - UCHA Editora<div class="separator"><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="836" data-original-width="1334" height="423" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8_uh5sqp86YRb3NF55R_LTD6RPDrx7-HN0U0bbZ5K0tURTrEXjiW2iwCKVWEV9bJf01vPzOXTuZBXmvc4iwn_Gy-bs_ltNw2GtiITf5oxqNmCgilIa04SQ-C-8Yxoif4eRpNZRFxqd1mvMJwkBcLqNu0FgYqmjMYvYqlKEzKW1zBLnuslU0FdBZdfjmec/w673-h423/Cisco%20-%2001.png" width="673" /></div></div><br /><p><br /></p><p style="text-align: justify;">O mercado nacional de quadrinhos vive uma cena talvez nunca vista. Resgates históricos, variedade de gêneros, títulos, autores, licenciadores... Um movimento que em algum momento terá que ser abordado com a devida paciência considerando suas múltiplas causas, dentre elas o aparecimento de inúmeras editoras catapultadas pelas plataformas de financiamento coletivo. Diante desta profusão de lançamentos, alguns merecem destaque, e este aqui é um deles. <i>José Salinas</i>, ilustrador argentino da primeira metade do século 20 foi um gigante e, finalmente recebe em nosso país o tratamento que merece. Um de seus personagens volta ao Brasil em edição caprichada pelo Selo Editorial <i>Super-X</i> da Editora UCHA. Atualmente em campanha na plataforma de financiamento coletivo <i>CATARSE</i>, o lançamento traz de volta <i>Cisco Kid</i>, um dos grandes personagens dos quadrinhos norte-americanos que teve, sob o magnífico traço de <i>Salinas</i>,<i> </i>sua encarnação mais fiel. O volume, com acabamento de luxo e formato horizontal para conseguir dimensionar as tiras de <i>Salinas</i> conforme foram originalmente concebidas, trará a três primeiras histórias do herói (Lucy, Flor Rubra e Belle) publicadas em 1951. Além do óbvio resgate histórico, a arte de <i>Salinas</i> nunca foi apresentada no Brasil com o grau e apuro aqui demonstradas. Fruto da restauração a que foi submetida por um dos maiores restauradores do mundo, <i>Manuel Caldas</i> que, infeilizmente só conheci agora. Entretanto, <i>Caldas</i> esteve por trás da restauração das pranchas de <i>Hal Foster</i> em <i>Príncipe Valente</i> além da restauração de histórias de <i>Tarzan</i>, <i>Krazy Cat</i> entre outros. A Editora UCHA tem por trás <i>Francisco Ucha</i>, nome envolvido com a recuperação de grandes clássicos nacionais, tendo já lançado obras como <i>Uma Aventura na Independência</i>, <i>Tony Carson - O Chacal</i> entre outras. Na página de financiamento coletivo dedicada ao lançamento de <i>Cisco Kid</i> é possível vislumbrar um aperitivo da arte de <i>Salinas</i> e seu <i>Cisco Kid. </i>Realmente magnífico. A partir de hoje ainda restam 32 dias restantes para se apoiar o projeto. Na página de apoio é possível adquirir outros lançamentos da editora, dentre os quais os dois que citei acima (que já tenho em minha coleção) e ainda outro incrível álbum com a arte de outro gigante, <i>Rodolfo Zalla</i>. Neste álbum, <i>Zalla</i> desenha <i>Zorro</i> em uma HQ que sobreviveu à destruição dos originais das outras aventuras do personagem, com roteiro de <i>Primaggio Mantovani</i>. Como promessa, a Editora espera trazer ainda este ano de 2023 outro clássico, as tiras de <i>Jhonny Comet</i> com arte de <i>Frank Frazetta</i>. Visite o Projeto e confira a por si mesmo a grandeza do mestre <i>Salinas</i>.</p><p style="text-align: center;"><b><a href="https://www.catarse.me/ciscokid?ref=ctrse_explore_pgsearch" target="_blank"><span style="color: red;">Link para o Projeto no CATARSE</span></a></b>.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="820" data-original-width="1334" height="381" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1qFB0sjZpnZVXq8VxIfqmwJm-doKvr8FFgXq8fUijkOseKuGICn4vwkB4RXCtG3nCi3Onf7lp2wQL2TXP9SVD3axdRO3x9_yca4XHqSPzzyOXbox0OHr9SzWAPSuxBOvfgEaJU6PtAguf9uucDz73nPJ9pLU32LEicggj6xz1vH6DaiyFqGnVvaVKo_9o/w619-h381/Cisco%20-%2002.jpg" width="619" /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="827" data-original-width="1334" height="373" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOQ519Lkv4kITY2oJG1ihQzqJmvH2WW6lemBdFaQ2cliD2ciFTbka24IqK6EgSubzZdI7AO1wRGY3gNKkqZGXsqcsErqAsRpU8DK632nkOKhpE3P9NJdgf-51s3GLx8cDfln65_7v8k_lvZnA2JUp0X_piD7A_p0TY1p1Obe8SqLvc7KXiR-kOm9IFWLFV/w603-h373/Cisco%20-%2003.jpg" width="603" /></div>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-50846565500471165972023-07-13T17:03:00.003-03:002023-07-13T17:06:25.868-03:00Pílula Gráfica #29: Júlia - Especial #1 - (2022)<p></p><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="608" data-original-width="745" height="534" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxT4hC-hivGGDDS6s3ejxl7Po1W_lXBAb7RII7AT0cOMft_LU8UyEibEqOD0rLlzRPi-wrigqrpOjrQnJTXXR086YXr8qEnPSBNDo4I8f9EcJ0rP5-JPiJ6kwVXAnH4mk30QM40yXlz7shhb44tqqvYGbZ4j_W8RZ3Q_EHGUuxMq4gPCe-_c1Bt7efHge0/w655-h534/Banner%20-%20J%C3%BAlia%20Especial%20N%C2%BA%2001.jpg" width="655" /></div><br /><div style="text-align: justify;">Vencido pelo cansaço a partir da opinião da esmagadora maioria de pessoas pelas quais tenho profundo respeito, e movido pela curiosidade de conhecer um segundo personagem, além de <i>Ken Parker</i>, de autoria do italiano <i>Giancarlo Berardi</i>, finalmente me dobrei à ideia de ler algo da criminóloga <i>Júlia Kendall</i>. Uma personagem que à princípio, sempre esteve na total periferia de meu radar, exceto pelo seu rosto inspirado na atriz <i>Audrey Hepburn</i>. Após o sucesso de <i>Berardi</i> em <i>Ken Parker</i> (publicado originalmente na Itália entre 1977 e 1984) o autor buscou novos horizontes. Nessa busca, aprofundou-se no ambiente hermético e visceral da criminologia. Deste período emergiu <i>Júlia Kendall</i>. <i>Júlia</i> é formada em criminalística e possui como motivação máxima entender os desejos, motivações, impulsos e objetivos de homicidas. Em outras palavras, entender os caminhos obscuros que a mente humana pode tomar. De aparência enganadoramente frágil, a personagem é dotada de grande talento investigativo e trafega com desenvoltura por ambientes insalubres e psiquicamente instáveis. Com esta premissa <i>Berardi</i> fez de novo! Trouxe qualidade, inovação e dramaticidade ao formular com brilhantismo o universo de <i>Júlia Kendall</i>. Obra que efetivamente fascina, envolve e coloca em foco o perigoso mas atraente mundo da mente humana. Cheia de referências culturais, a série realmente precisaria ser mais conhecida. Minha (recente) porta de entrada foi o Nº 01 de <i>Júlia Especial</i>. A personagem é publicada no Brasil pela Editora Mythos atualmetne, e estrela 3 séries em nosso país (01 delas já concluída). A clássica <i>Júlia - Aventuras de Uma Criminóloga (Formato Italiano)</i>, a primeira publicada na Itália a partir de 1998 que contou com 200 números. A continuação <i>Júlia - Aventuras de Uma Criminóloga</i>, e a já concluída <i>Júlia - Especial </i>(foto) que contou com 10 volumes. Todas estas séries passíveis de serem encontradas no site da <i>Editora Mythos</i> ou na loja física <i>Mundo Mythos</i> à Rua Augusta 1371 sobreloja 01 - São Paulo - SP. A série <i>Júlia - Especial</i> narra a juventude da personagem, ainda na faculdade, escolhendo seu caminho como investigadora criminal. Ao ler este Nº 01 pude vivenciar todo impacto da qualidade do material. A personagem possui múltiplas camadas e, merecidamente, uma legião fiel de fãs. Deveria ter mais projeção do que vemos e mais análises de seu material que, assim como <i>Ken Parker</i>, fura completamente a <i>bolha mainstream</i> das publicações mensais da 9ª Arte.</div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1887" data-original-width="1853" height="515" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0tLH_pU-pugZ7qqgwhVWfdYL9lGZpV8XPDj8F2JvMDeWDL5oVyNnKEzu5iv1li2cxWmVjA6y1_WrK2LBJeInF2pnT0mK4IcRqiHXvcd1oRLwrgmvJek_FcUVbwFQ_1F5l_TS54aeC8Ale5_MvQ6oli66tRB7BGcgc_NUYaleJikU9Xa47ZH4aDfmIj-g7/w505-h515/J%C3%BAlia%20Especial%20N%C2%BA%2001%20-%20Quarta-Capa.jpg" width="505" /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="412" data-original-width="412" height="595" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2hfFY9n3u21Db2SoNqC87GsCdOKL_I_RJ3_EAu-AmvFsqsGIabSbDFqEAumm8fK_JpHGrUcC4nR5zfAmWg4nQhl4nprm0eF6rofNdlLO73HniLtIsdJxZdYcemPiwu1A-r9_C5Z-U-JPCe6H4ygGC3X23vKFV1CoIYIVD3XmkPyc5HAgah5etNdUrgBoq/w595-h595/J%C3%BAlia%20Kendall.jpg" width="595" /></div>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-24339778246891009202023-07-11T12:27:00.001-03:002023-07-11T12:27:39.792-03:00Pílula Literária #13: O Coração das Trevas<p></p><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="612" data-original-width="748" height="539" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzs2TMq4n5xr3AH1mVS0UgHOWuAUEX1yV4C6rqnGcYwEOlsYG9L-HWtfwKrdax75bo_8g6qhom13VC4dyJ8ASFOzUPEVFvjG-7mAMuTD8TLc-b6Wg8igYUKSpoou4QCC6MnRwwG2oxaRuDRvvS1RNeGG-s6k9PGrG9w7jWsSxnnZ-rZVg3RtEJQNGsmae3/w659-h539/O%20Cora%C3%A7%C3%A3o%20das%20Trevas%20-%20Banner.jpg" width="659" /></div><br /><div style="text-align: justify;">Parece haver, escondido no espaço profundo do homem, um local obscuro capaz de ouvir chamados (audíveis ou não) advindos da natureza mais primitiva interna e/ou externa. Na sucessão de eventos aos quais somos submetidos, é possível caminharmos por territórios nos quais a "razão" é simplesmente obliterada. O polonês <i>Joseph Conrad</i> em 1890, então com 32 anos e empregado de uma empresa extratora de Marfim, embarca para o Congo. A viagem fazia parte da política expansionista da monarquia Belga tendo como objetivos o envio do progresso, cultura, paz e prosperidade para a região. Apenas mentiras para encobrir a espoliação do local, conduzida à força e às custas de sangue, escravidão, violência e crueldade. Após a viagem, <i>Conrad</i> deixa a empresa com profundas marcas que o levariam a escrever em 1899 <i>O Coração das Trevas</i>. Livro no qual narra a experiência do Capitão <i>Marlow</i> nas profundezas de floresta semelhante à que <i>Conrad</i> visitara. Mais que um relato de expedição, a obra aprofunda elementos da psique humana quando sujeitos à barbárie e à ambientes inóspitos. Além disso, a obra é verdadeiro manifesto acerca da brutalidade e futilidade dos valores que, em geral, movimentam a trajetória humana. O personagem principal do livro, <i>Marlow</i>, embrenha-se nas florestas em busca do homem chamado <i>Kurtz</i>, funcionário desaparecido, visionário da empresa e expoente da exploração de marfim. A trajetória de <i>Marlow</i> é tão espiritual/existencial quanto física, à medida em que se aprofunda mais e mais nos espaços obscuros da floresta com seu barco a vapor na companhia de escravos e funcionários da companhia. Adaptado para o cinema em 1979 por <i>Francis Ford Coppola</i>, o filme <i>Apocalypse Now</i> transpõe as selvas do Congo para as do Vietnã, ambientando a irracionalidade da exploração do Marfim para a da Guerra. O filme, que quase levou <i>Coppola</i> ao suicídio, que proporcionou um infarto do miocárdio ao ator protagonista (Martin Sheen) e quase enlouqueceu toda a equipe à época, foi sucesso de público e crítica. Entretanto trouxe uma experiência de loucura e desconexão com a realidade, muito parecida à de Conrad, à todos aqueles que viajaram para as florestas das Filipinas para as gravações. A edição que li, da <i>LP&M</i> <i>Pocket</i>, estava há muito tempo em minha pilha de leitura, muito embora exista edição com nova tradução pela <i>DarkSide Books</i>. O <i>Coração das Trevas</i> lança luz sobre os cantos escuros da alma humana e converte-se em um Clássico da Literatura por transformar um relato de expedição, na mais verdadeira e assustadora descrição do interior humano.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEge99vsnntGtGnPRVV31sbiO3etsEYf-VW6-50U886QIlS7cJJUlfCe2uXBe7MmpCiNRDPufgU8_yr6swPZiXAW1aqmroL08XY6tz33WzFgt782kJIgd1dz8cQOvn3KCNARd2n-i_IS4Z8YFRBjpWhigWpL7ebkz7ewkbbznUQgKNxm86m-jW9VVlCeGyy7/s608/Joseph%20Conrad.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="608" data-original-width="400" height="348" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEge99vsnntGtGnPRVV31sbiO3etsEYf-VW6-50U886QIlS7cJJUlfCe2uXBe7MmpCiNRDPufgU8_yr6swPZiXAW1aqmroL08XY6tz33WzFgt782kJIgd1dz8cQOvn3KCNARd2n-i_IS4Z8YFRBjpWhigWpL7ebkz7ewkbbznUQgKNxm86m-jW9VVlCeGyy7/w229-h348/Joseph%20Conrad.jpg" width="229" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Joseph Conrad</td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="488" src="https://www.youtube.com/embed/e5L617dEXlE" width="586" youtube-src-id="e5L617dEXlE"></iframe></div><p></p>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-82545820765000870382023-07-08T11:25:00.000-03:002023-07-08T11:25:52.060-03:00Pílula Literária #12: Assombrações do Recife Velho<p></p><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="613" data-original-width="753" height="537" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh2ygrdWVFJe9s6QfrjbSd7bynx7bX-CMgJSi3TPHKEpZi37FXHGBEGOCZ4V9eVgHXrnqeGohzIIa1jt22SPBFNRiqrZOfjH1bo9z103Twuio0OXJiDBbEagAt4-4tzbKbWJ4XrWCbgqWRrc6IoO3LdRpPs9wAZvFxMQrSEOyXtTT9kD3lSgSgpWcgLSFi/w659-h537/Banner%20Assombra%C3%A7%C3%B5es.jpg" width="659" /></div><br /><div style="text-align: justify;">Em 2010 assisti à montagem da peça <i>Assombrações do Recife Velho</i> pela companhia de teatro <i>Os Fofos Encenam</i>. A experiência foi como estar dentro de um "sonho" uma vez que o pequeno local em que a peça foi encenada no Bairro da Bela Vista em São Paulo pareceu se transmutar em um espaço infinito. Ali percebi se remexer dentro de mim lembranças da infância na <i>Fazenda Santa Bárbara</i> no Mato Grosso do Sul. Fazenda gigante e cheia de mistérios. A sensação de estar acessando forças ancestrais durante a peça foi intensa. Principalmente durante o ato final durante o qual ouvimos <i>Vale do Jucá</i> do músico Recifense <b><i>Siba</i></b>, música que funciona quase como uma invocação do Brasil profundo. Desde então o livro que deu origem à peça entrou para meu radar. Passados muitos anos finalmente li a obra original de <i>Gilberto Freyre</i>. Lançado em 1955, o livro é uma coletânea de causos catalogados por <i>Freyre</i> com a ajuda de um repórter que trabalhava no jornal no qual <i>Freyre</i> era Diretor (período 1928 à 1930). Registrados a partir da entrevistas, a obra é fonte de relatos estranhos, misteriosos e cheios de elementos culturais e sobrenaturais. A experiência da leitura cresce à medida em que o leitor permite que sua mente se abra para a possibilidade de existência de elementos inexplicáveis. <i>Freyre</i>, muito mais conhecido pelo seu livro <i>Casa Grande e Senzala</i>, consegue equilibrar os relatos a partir de uma escrita que, em nenhum momento, desacredita ou deslegitima os ocorridos. Esse respeito com que trata o material mostra que: ou <b>1)</b> ele acreditava no que ouvira; ou <b>2)</b> valorizava os relatos na perspectiva cultural como espelhos da sociedade em que crescera; ou <b>3)</b> os dois. Esta abordagem de <i>Freyre</i> foi uma das grandes gratas surpresas que tive porque entendo que relatos populares merecem respeito de nossa parte, independente da posição em que ocupamos nesta nossa atual Era na qual, equivocadamente, muitos expressam certo desprezo por tudo aquilo que a tecnologia não toca. Na verdade, o homem desnudado de sua roupagem tecnológica, continua sendo o frágil espécime que sempre fora diante dos mistérios do entorno. E é isso que nosso tempo acaba querendo encobrir com suas traquitanas tecnológicas e sua falsa sensação de comunidade de redes sociais. No fim, aquilo que <i>Freyre</i> traz no livro ainda está à espreita, pacientemente esperando nossa frágil ilusão moderna se dissolver.</div><p></p><p style="text-align: center;"><b>Para maiores conhecimentos acerca do tema indico fortemente:</b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.orecifeassombrado.com/" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="426" data-original-width="334" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqwicohdvyYsue9Dg3EeEjLqbDfD-ugeezDki1hNrLlflfu8mCHbYyz7GPgt8WdWWCC8SWA6Fd0Sqvk6kgkLjNQyWvE8NmEyvxhqu5qcQHmJvqacsNqOb9ndvQAwJwfvRkgixN4JJk-46e_v1qlqxmkXAS-m77PzI2MIOS2iGimo7oDmzV4fdL2p6MTEwI/s320/O%20Recife%20Assombrado.jpg" width="251" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.instagram.com/orecifeassombrado/" target="_blank"><img border="0" data-original-height="246" data-original-width="1343" height="119" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxmi7w_lUpIF-L0ZPVrYKTI0v9wT5b2FrUBS6lLRB8WuIshgOAk6Drhzl5kelnhXQT8oWYyQTI2HGN4piH9z3uXtkAArL1ZDwb_lLyO-WfvvATQmOoLPhqwYF8QMVkoEIR7ww0rrR7gYTX1CUf1W1qWIc59u4Foz9xhUjUCKuTjo3kiD6nF22bYQYqmh9M/w646-h119/O%20Recife%20Assombrado%202.jpg" width="646" /></a></div>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0São Paulo, SP, Brasil-23.5557714 -46.6395571-51.86600523617885 -81.79580709999999 4.7544624361788443 -11.483307099999998tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-36629170494781928032023-07-02T21:04:00.003-03:002023-07-02T21:04:41.726-03:00Pílula Gráfica #28: Ken Parker #4 - (2021)<div class="separator"><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="608" data-original-width="743" height="542" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcT_2HbTb3hnNYnxKGiw3AwovBxFYVuaFaPYWhewX98I-GNa-MtQI_vhjhsyYx-U5qqTNBYKshKKAN1DSAHeAdyC8nklLhxlQQD1J3v7_7IupCdVYdVN7Pf0yIo5Zs4W7HTlDM6wJNKQ9rINfQjC2Xh_eEDlDcR96HivqiJOgAsENgsilvjRUi_MnYAT1M/w661-h542/Banner%20-%20Ken%20Parker%20N%C2%BA%2004.jpg" width="661" /></div></div><br /><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p style="text-align: justify;">A Coleção <i>Ken Parker</i> da Editora Mythos é talvez uma das melhores coleções de quadrinhos sendo publicadas atualmente. A saga do personagem é um retrato vívido e real do Oeste Americano. Suas tensões raciais, política, injustiças... Se você está ouvindo falar pela primeira vez de <i>Ken Parker</i>, decididamente você deveria conhece-lo. A atual coleção da Mythos é a melhor opção depois de anos de publicações descontinuadas com as histórias do personagem. No momento em que escrevo estas palavras, a coleção já se encontra em seu volume 13. Nesta postagem gostaria de comentar o volume 4, no qual finalmente temos a conclusão da caçada que <i>Ken Parker</i> empreende contra o mercenário <i>Donald Welsh</i>, assassino do homem que poderia ter impedido uma guerra sangrenta entre brancos e índios, <i>Ely Donehogawa</i>, assassinado na história <i>Homicídio em Whashington</i> (vol. 02). O que seria apenas uma caçada por um homem desprezível, transforma-se em algo muito maior nas mãos de <i>Giancarlo Berardi</i>. O volume 4, assim como os demais volumes traz duas histórias completas. Na primeira delas (Sob o Sol do México) <i>Ken</i> caça sua nêmese até os territórios mexicanos e, durante a viagem conhece personagens que emolduram adequadamente a vida real. A prostitua adolescente agenciada e explorada pelo tio, um casal de saltimbancos (Carmem e Roman) que possuem ideais revolucionários. Histórias tragicômicas que tangenciam o caminho de Ken Parker. Embora se esforce muito, <i>Donald Welsh</i> escapa, forçando <i>Ken Parker</i> a continuar sua caçada em São Francisco. Ali começa a 2ª história (Golpe em São Francisco). Um relato no qual <i>Berardi</i> sequer mostra o protagonista (<i>Ken Parker</i>) nas primeiras 40 páginas da história. Na verdade o roteirista usa esse tempo para desenvolver a personalidade do facínora <i>Welsh</i>, e introduzir personagens de apoio extremamente interessantes, a golpista <i>Donna Ashford</i> e o dentista <i>Jack Boots</i>. O leitor por um pequeno momento se vê simpatizando com o vilão ao ser construídas novas camadas dramáticas a ele. Entretanto, <i>Berardi</i> é perfeito nesse aprofundamento, pois não alivia em nada os métodos cruéis de <i>Welsh</i>. Ken Parker será, sem dúvida, um destaque entre minhas leituras de 2023! </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="615" data-original-width="439" height="647" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbiyAMlYGZexZKBlryk53OUpacMZNeh06l67LBnX2vXLlGtMk1NkmWzdvvIowuijS41i6PTw1ebeC8mUZYV9GTU-2_-mI1NhBz9qcQraVO0OfwIs5FRClia_HOlpX11AyX-2VoX-mMBW_YJWfauXMBjlcgofPZn7mkOIAy0IOVd4UV2i0mWYWvjT0scumz/w461-h647/Sob%20o%20C%C3%A9u%20do%20M%C3%A9xico.jpg" width="461" /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="621" data-original-width="449" height="634" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgdtz0EGP3uGvW2fyTth4yY-N00j6IDAsdN9l62BynaNPWClkOa5ZI2QADqt9-Gy6Gn9JLQt2mZ7_QSI3Aqh_ps7fUbNGosXpPg_xly2hmHEhxXBst3A9ioQKnUE-P4Hr5Zw6X7qB4n0UQPkZQ1ucgXD3aIiIwxuuOAglNYVx2b1-i3VY9TzwVeL93TsAB/w457-h634/Golpe%20em%20S%C3%A3o%20Francisco.jpg" width="457" /></div>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-63845221656329258962023-06-09T21:05:00.000-03:002023-06-09T21:05:12.462-03:00Pílula Gráfica #27: Trilogia Gatilho (2021)<p></p><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="670" data-original-width="1054" height="417" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3b55SMoT8Cc2ynpGe-ijgOcUjPnq1kwW1bA5xwi5dqVxFYwGXcr-9t0NhNUgcNJDCLGDKAKbzR7svmBv7vfgG_AWpYd1u9BN5quGh6hDBBLKwgD0K23jqJ5Wl7BZe1av003N9SpVSERYYp66wo120aQcyYrCULLqtp2kjvPLCKO2Vn7H8M-IIZQam_g/w656-h417/Trilogia%20Gatilho.jpg" width="656" /></div><br /><div style="text-align: justify;">Com arte do brasileiro <i>Pedro Mauro</i>, <i>Trilogia Gatilho</i> é um <i>Western </i>que vai além da costumeira narrativa de vingança do gênero. Envolve a violência que a tudo traga ao seu redor, amarrando pessoas a destinos impossíveis de serem transcendidos. O roteiro de <i>Carlos Estefan</i> nos leva a uma viagem que não se resume a homenagens aos faroestes <i>spaguettis</i> de <i>Leone</i> e <i>Corbucci</i>. Essas homenagens estão ali, entretanto, a força e vigor da história dá vida própria à obra. Podemos facilmente encontrar ecos de <i>Clint Eastwood </i>e seu pistoleiro sem nome, do <i>Django</i> de <i>Franco Nero</i>, da harmônica do personagem de <i>Charles Bronson</i> e de uma onipresente mosca, ambos de <i>Era uma Vez no Oeste</i>, de planos cinematográficos que nos envolvem como se estivéssemos vendo um <i>Bang Bang</i> nas telas. A história segue a vida de um pistoleiro (também sem nome), desde antes de seu nascimento, até seu violento ocaso. <i>Mauro</i> e <i>Estefan</i> fazem uma narrativa que intercala passado, presente e vislumbres do futuro da vida do personagem central, sem deixar o leitor perdido entre esses momentos, mas sim potencializando a história com o uso deste recurso narrativo. Composta de 3 segmentos, <i>Gatilho</i>, <i>Legado </i>e <i>Redenção</i>, o desfecho final da Trilogia não alivia para o leitor. Na verdade pelo contrário, re-significa o termo "redenção" para algo além do final feliz que muitas vezes atribuímos ao termo. Tive a alegria de ouvir <i>Pedro Mauro</i> em um <i>podcast</i> recentemente e, em função disso, minha leitura da Trilogia foi enriquecida pelos apontamentos do desenhista. Artista na estrada desde os anos 70, <i>Mauro</i> retornou aos quadrinhos a partir da década passada depois de um longo período trabalhando no meio publicitário. Apesar disso, toda bagagem e amor pelo gênero <i>western</i> estão vivas e depuradas pelos seus anos de trabalho. Com uma carreira sólida, <i>Pedro Mauro</i> possui importante trabalhos pela editora italiana <i>Bonelli</i>. Um valoroso artista que trouxe, ao lado de, uma pérola do Faroeste para alegria de veteranos e uma excelente oportunidade para novos leitores conhecerem o gênero em toda sua grandeza narrativa!!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="848" data-original-width="640" height="667" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikbvNAt5kYsBhtEHRp3R43QrcqrJxqHt98o8r7s_dlGCmxPJ4cxXwVMBpRA-sAxlyco4ouMqdDeiRvK1GtbuSAY21HqK_iHEb4E3VSXBkBIaCIE0QIBPzcPq5kPPvBWNFXoC0zzO3jiea8ujczbpLCdlZGJQmky5-PmdEecrmWmY6nfHys2pnSuoi17w/w504-h667/Trilogia%20Gatilho%20-%20B.jpg" width="504" /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="536" data-original-width="1024" height="333" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKhTsTzwlLiJqe4FFBD4qzO_saYYVEJmrMNqOEkp9Z4QtrYwKdT0QgQvYSHXL4O2mYftWGTNLyFanBvqoLrFwQmQVNFngNNXK2eCyoBK23gLxaL78BUhM0l6GFTYw0D6rlyIRWOwtXx0UisbKKP0MyVTBS5j_mxHGRc15VbyEQOWkYGPJbMiEiN0PSTg/w635-h333/Trilogia%20Gatilho%20-%20A.jpg" width="635" /></div>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-55139816064313376342023-05-14T19:37:00.000-03:002023-05-14T19:37:11.403-03:00Pílula Gráfica #26: Tex Graphic Novel #2 - Frontera! (2016)<p></p><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="671" data-original-width="1053" height="429" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLbxJxgRwRfmj-BUV_jEYxDW6CbIzpEWLhSjkfWgQjfM2obITfxU_RANLptLEqwHCIPJo-Lf4YsrfatVnO3QXZi-bz-_9P6uZtAIh5a6lHWUA8cl-CeCDXStA_e1-BilHnvN7-59q14IfQig9p9C2RELGvlANcNVhJxg2O7P0ZWrPyKp_9HoIagwBceA/w673-h429/Banner.jpg" width="673" /></div><br /><div style="text-align: justify;">A Coleção de <i>Graphic Novel</i> do <i>Tex</i> (Editora Mythos) possui a proposta de trazer abordagens diferenciadas do famoso ranger. À princípio havíamos pensado que a série tinha sido cancelada no número 11 no Brasil com a excelente história <b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2021/12/pilula-grafica-15-tex-graphic-novel-11.html" target="_blank"><span style="color: red;"><i>Snakeman</i></span></a> </b>de dezembro de 2021. Entretanto, vimos chegar às livrarias e <i>comic shops</i> do Brasil mais um volume, o de número 12, <i>Águas Negras</i>. Estou cada vez mais convencido que esta série é excelente em todos os sentidos. Digo isso pelos volumes que já li, a anteriormente mencionada <i>Snakeman</i> (Nº 11) e a de número 01, <i><b><a href="https://marcelo-antologias.blogspot.com/2021/12/destaques-2021-quadrinhos.html" target="_blank"><span style="color: red;">O Herói e a Lenda</span></a></b></i>. <i><b>Frontera! </b></i>(Nº 02) tem todos os elementos de um excelente <i>Western</i>. Porém, vai além ao mostrar <i>Tex</i> em todos seus atributos, com destaque à sua engenhosidade ao lidar com situações aparentemente sem solução, sempre um passo à frente dos seus inimigos, sempre com um plano mais amplo e criativo. Elementos como esse fez do personagem quem ele é, ou seja, alguém que avançou do estereótipo comum dos heróis do <i>Western</i>. Nesta história temos um <i>Tex</i> que luta ao lado de uma mulher magnífica, irascível e indomável em uma luta por justiça e vingança pelo assassinato do pai. Questões periféricas, mas não menos importantes permeiam a história: a hipocrisia do homem branco, a violência das relações humanas, o orgulho indígena sempre tratado como lixo pelo homem branco... E em meio a tudo isso, alguém que busca justiça e igualdade, nesse caso <i>Tex</i>. Por se passar próximo à fronteira dos EUA com o México, é impossível não lembrar do <i>Westerns</i> Italianos sessentistas que tiveram este cenário como pano de fundo. A arte de <i>Mario Alberti</i> é de encher os olhos com seus planos intimistas e ao mesmo tempo grandiosos. O termo <i>Graphic Novel</i> vem sendo usado há muitos anos como sinônimo de um simples compilado de histórias sequenciais. Entretanto, a ideia não é essa. O que se espera desse tipo de publicação é uma visão diferenciada de um personagem ou grupo. O aspecto autoral é outro fator marcante nas <i>Graphic Novels</i>, trazendo uma visão distinta de um determinado autor acerca do universo do personagem (ns). <i>Tex Graphic Novel</i> atende a esses critérios, circunscreve o personagem e delimita muito bem o aspecto autoral. Se dependesse de mim a Editora Mythos deveria continuar avançando com esta série!!</div><p></p>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-4126566819890497582023-05-01T16:20:00.000-03:002023-05-01T16:20:23.046-03:00Pílula Gráfica #25: Vampiros da Meia-Noite - (2022) - Pérola perdida do Cinema de Horror resgatada!<p></p><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="669" data-original-width="1058" height="413" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTh9_BW8GD1_wDGak_05s0Py3J6bZUETJHd8kH7uy52X3LJeuDTNPbx_EdOxAviBneq9wpTUpjItsVk0F9mBqYr8i8SGavwf0Z5bbRNSVPRh-jrxY35en9FEnjU6Pt5OHuiRWKUn6TyYPl5yhIi_2-wHBJzb5mvtNAAQpbbebhiBuzEu3_AgC9P6R-wA/w654-h413/Banner.jpg" width="654" /></div><br /><div style="text-align: justify;">Um ator capaz de se metamorfosear em qualquer monstro ou personagem, um filme perdido de 1927 que viria a se tornar o <i>Santo Graal</i> de estudiosos e cinéfilos engajados em restaurar momentos-chave da 7ª arte... O ator seria <i>Lon Channey, </i>e o filme seria <i>Vampiros da Meia-noite</i> (London After Midnight - 1927). Dirigido pelo cultuado por uns, esquecidos por outros, <i>Tod Browning</i> (Drácula (1931) e <i>Freaks</i> (1932)), <i>London After Midnight</i> foi um filme do cinema mudo que se perdeu em um incêndio que destruiu parte dos Estúdios da MGM em 1967, queimando a única cópia conhecida. Embora este tenha sido o destino do filme, muitos alimentam esperanças de descobrir outra cópia esquecida em algum galpão ou estúdio. Em cima do mito e aura que tangenciam a obra, dois artistas, <i>Enrique Alcatena</i> (ilustrador) e <i>Gonzalo Oyanedel</i> (jornalista), se debruçaram sobre o roteiro original do filme, que era baseado no conto "The Hypnotist" do próprio <i>Browning</i>, e conseguiram transferi-lo para uma adaptação em quadrinhos. Assim, por iniciativa das Editoras <i>Skript</i> e <i>Quadriculando</i>, chegou ao Brasil, via financiamento coletivo, a obra em quadrinhos <i>Vampiros da Meia-Noite</i> (nome dado ao filme no Brasil). A HQ traz a história que envolve o assassinato de <i>Roger Balfour</i>, homem rico que deixa uma jovem e bela filha órfã, a frágil <i>Lucille</i>. Após 5 anos do crime, ainda sem solução, retorna à investigação o detetive <i>Edward Burke</i> da <i>Scotland Yard</i>, que passa a vivenciar experiências horripilantes junto aos vizinhos da <i>Mansão</i> <i>Balfour</i> (que acolheram a jovem órfã Lucille). A figura central destas experiências macabras é um homem de expressão enlouquecida, olhos vidrados, dentes pontiagudos, que veste terno, capa e cartola. Sucesso enorme de bilheteria à época, o filme recebeu avaliações ambíguas e mornas da crítica especializada. Entretanto, passaria para imortalidade ao concentrar a hipnotizante performance de <i>Chaney</i> (O Homem das Mil Faces), um enredo cheio de mistérios e reviravoltas, e sua destruição em 1967. A edição da Skript/Quadriculando é um presente para amantes do cinema, sobretudo do cinema de terror/horror. A começar pelo expediente das primeiras páginas da edição, complementadas pelas últimas, que trazem uma matéria escrita por <i>Roberto Barreiro</i> intitulada <i>Vampiros da Meia-Noite - A História por Trás do Filme Perdido</i>. Nela, <i>Barreiro</i> situa de forma envolvente e clara, acontecimentos que fizeram da película a relíquia perdida que se tornou. Embora não tenhamos mais como assistir ao filme, a HQ cumpre seu papel ao trazer ao leitor a atmosfera de mistério, horror, investigação e ambientação soturna. Um presente que tive a chance de apoiar no <i>Catarse</i> e que você precisa conhecer!</div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1511" data-original-width="2048" height="356" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8BxJ6Q4cg9qHNCdJB6LJfSp98eRgf0jkgiKi8fixFN3Uyr6Ung5DnXDMcKnI9TJE3s22XrXOhRWKVhrzpyeIuJkIbgobnXX14TpxQiVe6q2ne-bwhfhSEf_PnclSZ8Q0uI49L5RCHPc5kusE9CYioKT26jyNJRNLbATdUUwsLvwN2z6EKtPWIC4u4uQ/w483-h356/London%20After%20Midnight%20-%201927%20-%206.jpg" width="483" /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="795" height="524" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2DzfLQ5PoaHjh-20_bxt4ihs1v_mXZ_Hag1lqs5WEPUqtQZ2cEqRdiqE6j1Nsa5zGntqOBl4uyCwInGYIWavYeyRpglaIKZ7Oa5JDumedmyjXOb3mVDbE4sIqu4EbJ_PMnlSarNDYgDbcp3uSKhadrUH2gQb3sGw1Q26AoSRGDmojr6OYiAsvyCQCjw/w416-h524/London%20After%20Midnight%20-%201927%20-%205.jpg" width="416" /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="3000" data-original-width="2014" height="660" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYiXhXcwc1FReILLeFEpaFDQW1Q-rzAi5PLxfsA1eTzwIYyQEXQLC7FiKUMwOQeeRFY2fXGoOeaeDC4KfqmITfMIjR11lABYXgSnwdFzpa1xT7IuHfwEJmz18RVNtlkItjHsyy0dfl8jWLqpTwU3qtV4iw8MSYR2_7-HioTDFsFZgsmWpj8U3ZsZhz8Q/w443-h660/London%20After%20Midnight%20-%201927%20-%204.jpg" width="443" /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="339" height="938" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEij_H_1otcHMha0Nyk-CY1yu_gb-D0T58C-dHtQd3IzL_w8-Tyyg6tPPaQzqJneXxXq5E80zYf-JqBJ9y0zRAs9wrh44cv-sW0xqzTCD2LYUjPi4qnV_pxmhrszLmVQiYSLRv6BlulXYOolmlcuimzn2cB-AkzbWXIhM1iMpc5Hyru0zmTVucAIpTMYYQ/w443-h938/London%20After%20Midnight%20-%201927%20-%209.jpg" width="443" /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1728" data-original-width="1152" height="665" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_KJBo5dfwIO7P2gFvvAH3MKq70yQmNBMwhCv701IW9cJZJkUfnRSkBq5AEfaECXAKLXM2PTs_fEke1cYvEjGl44XkScNiN_qkG7ObNgXlrG_XrxV8K-S_rkJqyyIyarfmc26rJFMTaXQlgVZplmmh2vJGHFdewncMGRKOU5OXc6aRIBRVhKKZoFpMSw/w443-h665/London%20After%20Midnight%20-%201927%20-%208.jpg" width="443" /></div>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-62715043935822964862023-04-30T11:42:00.001-03:002023-04-30T11:42:43.060-03:00Pílula Gráfica #24: Gus . Nathalie - (2016) - Uma abordagem criativa e afetivamente subversiva do velho oeste!<p></p><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="665" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi09deqicnmq-6cuEyMGb8NFoikAST6EyaZ9C7exlE8b023R5mgCFJdhkTZeHSgJbYNaLrVseZUJgMPVq5mwFhYCyu3W-7BPpbCRari1-7on6oMANbqjj239Hv-uV0I9M4UnfHSblWp1j1IT2lEWQ65m8gcDGf8xlR55TqQV82UU3GOL0DD15dCDFf6nw/w665-h665/Tamanho%20Padr%C3%A3o%201080x1080.png" width="665" /></div><br /><br /><p></p><p style="text-align: justify;">Quando recomendaram-me <i>Gus</i> (e isso aconteceu várias vezes), esperava encontrar uma história que, embora com um desenho caricato, traria uma história ao estilo <i>Tex Willer</i>, ou quem sabe uma história ao estilo <i>Western</i> Italiano. A verdade é que a obra não tinha nada a ver com nenhuma abordagem do velho oeste que eu já havia conhecido. <i>Gus</i> é, na verdade, o nome de um assaltante que, ao lado de outros dois companheiros, sobrevive de roubos a trens e bancos. Entretanto, não são as aventuras que ele vive ao lado dos amigos o ponto central da narrativa, mas sim a vida amorosa do pequeno bando. O autor, <i>Christophe Blain</i>, apresenta as carências masculinas pelo afeto feminino (na maioria das vezes reprimida) usando como pano de fundo uma ambientação das mais inesperadas, o hermético mundo masculino do oeste selvagem. Na obra de <i>Blain</i>, embora violentos, <i>Gus e Cia.</i> vivem às voltas com relações familiares, amores não correspondidos e, sobretudo com a busca de mulheres para conhecerem e se relacionarem. Para fãs (como eu) do tradicional <i>Western</i>, em que o anti-herói pistoleiro é quase sempre total ou parcialmente infalível, <i>Gus </i>traz uma leitura que me obrigou a refazer alguns pressupostos esperados e exigidos do gênero. E nesse processo, tive que abrir espaço para outras visões que possivelmente fizeram parte sim da época. Inicialmente confesso que torci o nariz, mas depois, a narrativa leve, descompromissada, engraçada e criativa de <i>Blain</i> me fez navegar cada vez mais à vontade. A obra possui início, meio e fim, e foi trazida ao Brasil pela editora Sesi-SP. Tive um pouco de trabalho para conseguir um dos volumes da série, que no Brasil contou com 4 volumes: <i>Gus - Nathalie</i> (2016); <i>Gus - Belo Bandido</i> (2017); <i>Gus - Ernest</i> (2017); <i>Gus - Feliz Clem</i> (2018). HQs que envolvem desenhos muito caricaturais raramente chamam minha atenção, o que confesso ser um defeito. Isso quase aconteceu com <i>Gus</i>, mas foram indicações que me chegavam continuadamente sobre a HQ, que aos poucos, foram minando meu certo distanciamento. Se você quer conhecer um aspecto interessante, diferente e inovador do velho oeste, <i>Gus</i> é uma excelente obra. Vale muito a pena!!</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1205" data-original-width="1000" height="549" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_Jp359ftfJyGiiTlz6Uu3yIPFxohwx0FM-3m2q00wHwG14WHTH2z0wq2CC5Qx7B1iYMJiItF1FWsGTi35zdnbP1FIjSvOJPOPVVkIXNkFydSXREVpJGWjR1Gryy0m1cOYlaoZFDF6LLwGUagIjJe3IbXVl8RXWAW5MPzRGzzmDA9tqUxyJvmm0VHGBA/w456-h549/2%20-%20Gus%20-%20Belo%20Bandido%20-%20Capa.jpg" width="456" /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1379" data-original-width="1000" height="626" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjno7XEaUzpWb9yhw8MdLu7Pm_SRPPmXUWQaKd1sEbriC71xeCpLCrgWKFV4htNZCIPqF_ybl76-9Y7w6iZupihGrbi_YYRAbN0gqMo7zTVCeLOMYvy5uht6oBsbhqVR70ATpGF6pHXaobvgo3zx3dKo7JdjnpfrnQbHKgZtq4qlZ3alO8tc3r3mzTLTg/w454-h626/3%20-%20Gus%20-%20Ernest.jpg" width="454" /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1377" data-original-width="1000" height="627" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4uYcWzHb-RB3fLNnrdfey3R7n3xV9xhiDZTcz6pbuWYMuZCkE6DAn-aX6QgJq2keaWCrVIGz_Gfj7RrrJH84hGIxreN4h7IkmJSmg15XVMVKzWTOibjzijMMXPWfpv03MhEVfwlqZgfnzx5wDhc481iK6tdzwQg-9KjHVaBodfhq-oKp26w94GMIWcA/w454-h627/4%20-%20Gus%20-%20Feliz%20Clem%20-%20Capa.jpg" width="454" /></div>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9134629105206435446.post-2689999277385841712023-04-23T20:26:00.000-03:002023-04-23T20:26:00.960-03:00Pílula Literária #11: Os Três Impostores<p></p><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="616" data-original-width="756" height="547" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgysKjcXvihKPtR3k9DWaeybw-uVvynW_DTY1SsT4RtX7zjDN6MKCukHbxtyt_-aqcZjIVbtK6mpirOVyZGYPz0InoJFW0nUx8GooJKn1viKfsC8cOpc29RDbvD3t8spTYD0vwxgv-r10WvkhPNRuq--YxLJQFebl0l-9QmQhjnVevvbWHbY7PfQbOUKQ/w671-h547/Banner.jpg" width="671" /></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Por motivos que ainda me escapam (muito embora eu já tenha hipóteses para explicar este fenômeno literário brasileiro) diversas pequenas editoras nacionais têm surgido nos últimos anos catapultadas pelo sucesso das plataformas de financiamento coletivo. <b>Wish</b>, <b>Clepsidra</b>, <b>Cartola</b>, <b>O Grifo</b>, <b>Ex Machina</b>, <b>Melusine Press</b>, <b>Skript</b>... são editoras que entraram no mercado com uma ótima curadoria e com uma proposta de resgatar grandes obras inéditas ou lançadas no Brasil em um passado muito, muito distante. O livro <i>Os Três Impostores</i> é fruto desta bem vinda onda de lançamentos de tesouros perdidos. Escrito em 1895 por <i>Arthur Machen</i> é, nas palavras de <i>Jorge Luís Borges</i> uma obra-prima secreta: "A literatura tem pequenas obras-primas quase secretas. Os Três Impostores é uma delas". A obra foi comentada por outros gigantes também: "Após um estudo minucioso da técnica de <i>Poe</i>, sou forçado a dizer que seus contos foram superados pelos de <i>Arthur Machen</i>" - <i>Robert E. Howard</i>; "<i>Os Três Impostores</i> traz a histórias que talvez represente o ponto culminante da perícia de <i>Machen</i> como arquiteto do horror" - <i>H.P. Lovecraft</i>. O livro faz jus aos comentários. Com uma história que se passa na Londres da virada do século XIX para XX, a obra tangencia constantemente o estranho e a arqueologia pagã, mantendo o leitor o tempo todo sem saber se realmente estamos falando de invenções mágicas ou relatos verídicos. A narrativa traz dois amigos da aristocracia intelectual londrina (Dyson e Phillips) que se envolvem com os relatos de 3 outras respeitáveis pessoas (Davies, Helen e Richmond). Seriam as narrativas contadas por estas pessoas verídicas? <i>Machen</i> traz "histórias dentro de histórias" mantendo sempre o fio narrativo principal muito bem posto, o que auxilia o leitor como uma linha deixada na floresta para que não nos percamos. O terror e o horror estão presentes, entretanto, nas sombras, à espreita, e não de forma explícita (exceto pelo final do livro!). A edição traz uma <i>Introdução </i>escrita pelo próprio <i>Machen</i> comentando a repercussão que o livro teve à época e um artigo do autor publicado em 1934. Coroam também a edição da Editora <i>Ex Machina</i> dois textos que contextualizam de forma precisa a obra. O primeiro (o prefacio do livro) é assinado por <i>James Machin</i>, na verdade um texto originalmente publicado como <i>ensaio </i>para uma edição europeia do livro. O segundo de autoria de <i>Guilherme da Silva Braga</i> (tradutor da edição brasileira) que é Doutor e mestre em estudos de literatura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O texto do Guilherme traz inferências incríveis que à principio passam despercebidas mesmo para os mais atentos leitores. Um texto que, quando terminei de ler, redimensionou incrivelmente a obra. <i>Os Três Impostores</i> precisa ser conhecido por amalgamar o cotidiano e o ordinário ao obscuro, àquilo que se esconde nas sombras.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="414" data-original-width="280" height="523" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFjSKHNM92dCe335QzCv7zZfDMtH60QHZbyLUcceAU8-4uvYYLVxXDXZhzW2d_U2BdwAI3-iu_jaY_ka2Gd_sLR_YDKz9WNBE69kpSv4jSXbgnNsNniBJ9ilqOLVDPL59FwC8R9BBGLI8WFNAVKWfkvRnV9YTNMStUYU16fDJuadI8KgcHjwS9KCmYCg/w353-h523/Arthur%20Machen.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="353" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Arthur Machen</td></tr></tbody></table><p></p>Marcelohttp://www.blogger.com/profile/10261582873464122203noreply@blogger.com0