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quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Coleção A Espada Selvagem de Conan - O que Já Saiu? - Guia de Lançamentos - Atualizado - Julho 2021!!

Nº 0 - Apresentação da Coleção; Nº 01 - A Cidadela dos Condenados; Nº 02 - A Libertação de Thugra Khotan; Nº 03 - A Maldição da Lua Crescente; Nº 04 - O Conquistador; Nº 05 - A Fortaleza de Bal-Sagoth; Nº 06 - Os Profetas do Círculo Negro; Nº 07 - O Poço Macabro.

Criado por Robert E. Howard em 1932, Conan - O Bárbaro é na verdade um personagem que transcendeu suas histórias e ajudou a criar e consolidar um subgênero da Fantasia chamado Espada e Feitiçaria. Embora Robert E. Howard tenha falecido cedo, aos 30 anos por suicídio, seu personagem alcançaria outros patamares. O sucesso e relevância de Conan esta enraizado nas narrativas produzidas por Howard, recentemente publicadas no Brasil em 3 volumes pela Editora Pipoca e Nanquim. Dono de uma ética pessoal selvagem, Conan é por vezes ambíguo, anti-herói, herói, conquistador e na maioria das vezes violento. Talvez por congregar qualidades e características tão conflitantes é que ele tenha galgado a fama que conseguiu, afinal não somos todos nós ambíguos na maioria das vezes? Não entendemos o mundo ao nosso redor como uma selva cheia de perigos? Com reinos pessoais e sonhos a serem conquistados?

Nº 08 - A Torre do Elefante; Nº 09 - O Sangue dos Deuses; Nº 10 - A Cidadela Escarlate; Nº 11 - A Maldição do Monólito; Nº 12 - Os Filhos do Lobo Branco; Nº 13 - O Rei Thoth-Amon; Nº 14 - A Lua de Sangue; Nº 15 - Traição e Poder.

Conan nasceu na literatura Pulp, romances publicados em papel extremamente barato (papel de polpa, daí o nome Pulp) e comercializados em tabacarias e bancas de revistas sobretudo nas décadas de 20 e 30 nos EUA. Foi na literatura Pulp que gigantes da literatura do Século XX debutaram, dentre eles, Isaac Asimov, Philip K. Dick, H.P Lovecraft, Arthur C. Clarke entre outros. Mas foi pela Editora Marvel já nos quadrinhos que Conan ganharia uma fama mais robusta a partir dos anos 70. Um dos grandes mentores e força motriz por trás deste sucesso é o hoje merecidamente aclamado Roy Thomas. Além de ter sido um dos principais editores da Marvel nos anos 70, Thomas foi mais do que isso, ele foi braço de direito de Stan Lee e é acima de tudo um apaixonado pelos quadrinhos. Não é a toa que agora, com a morte de Stan Lee, nerds do Mundo todo voltem suas homenagens e honras à Roy Thomas, felizmente ainda vivo e em atividade.

Nº 16 - Conan, O Libertador; Nº 17 - A Espada de Skelos; Nº 18 - A Cidadela da Caveira; Nº 19 - O Templo do Tigre; Nº 20 - As Presas da Serpente; Nº 21 - Os Mantos Negros de Ophir; Nº 22 - A Morte no Labirinto; Nº 23 - A Deusa das Neves.

Embora já tivéssemos algumas iniciativas de lançar o material de Conan pela Marvel no Brasil, sobretudo na anos 80 com a lendária Revista A Espada Selvagem de Conan pela Editora Abril, nunca tivemos uma coleção única dedicada a ele com a proposta de lançar as histórias em ordem cronológica. Há cerca de dois anos a Editora Salvat, estimulada pelo sucesso das Coleções de Graphic Novel Capa Preta e Vermelha, ensaiou o lançamento desta coleção. Porém não passou da fase de testes. Agora, a Editora Panini, em parceria com a própria Salvat decidiu lança-la definitivamente em solo brasileiro. Constituída de 75 volumes, a coleção trará as aventuras do Bárbaro em ordem cronológica. Os volumes são capa dura e possuem formato grande (maior inclusive que os encadernados das coleções capa preta e vermelha). Cada volume trás, além das HQs, alguns extras interessantes, dentre eles: 1) dossiês especiais acerca do universo da série e sua criação; 2) biografia de autores (dentre eles Roy Thomas, o próprio Robert E. Howard, Barry Windsor-Smith, John Buscema); 3) capas originais dos quadrinhos de Conan (muitas do lendário Frank Frazetta); e 4) galeria de ilustrações.

Nº 24 - O Colossos de Argos; Nº 25 - O Palácio do Prazer; Nº 26 - A Filha do Deus-Rei; Nº 27 - Caçada Humana; Nº 28 - Floresta DiabólicaNº 29 - Os Anões Assassinos da StygiaNº 30 - Os Homens-Leopardos de Darfar; Nº 31 - Quando surge um Deus.

A Coleção traz a já tradicional lombada que, em conjunto, formará um painel. Particularmente achei que eles poderiam ter reproduzido na lombada um desenho mais emblemático do gênero Espada e Feitiçaria ao melhor estilo Frank Frazetta. No entanto, a lombada trará uma 1ª imagem do Conan na extremidade esquerda do painel e outra na extremidade direita. O centro será ocupado com o nome da coleção em letras gigantes. Esta coleção era aguardada por muitos, e agora aporta definitivamente em nosso país. Esperamos que ela vá até o fim, sem interrupções ou descontinuação. Como já é tradição aqui no Blog, procurarei fornecer mês a mês uma atualização dos volumes lançados no Brasil para facilitar o acompanhamento de todos.

Um grande abraço!

Nº 32 - O Tigre Branco de Vendhia; Nº 33 - Feudo de Sangue; Nº 34 - O Destruidor de Mundos; Nº 35 - O Tesouro de Demuzar; Nº 36 - A Irmandade do Falcão; Nº 37 - O Vale das Sombras Uivantes!; Nº 38 - A Fonte de Umir; Nº 39 - Assim Falou O Profeta... .

Nº 40 - Reunião em Escarlate; Nº 41 - O Outono da Bruxa; Nº 42 - Três Vidas para Um Demônio; Nº 43 - A Ilha Maldita; Nº 44 -  O Jardim de Sangue.

domingo, 27 de outubro de 2019

Pílulas Fílmicas #3: Nosferatu (1979)


Jorge Luis Borges já havia comentado acerca da inutilidade da imortalidade para a espécie humana em seu livro O Aleph por meio do conto O Imortal. Caso fossemos agraciados com esta "dádiva", possivelmente cairíamos em ciclos intermináveis de inexistências. Mas em Nosferatu de 1979, Werner Herzog fez mais que uma releitura do clássico de F.W. Murnau de 1922, Herzog expande e aprofunda a perspectiva da imortalidade para o homem. O diretor coloca o Conde Orlok no epicentro desta lírica e aterradora fábula acerca do viver. O ator  Klaus Kinski, talentoso e de temperamento extremamente difícil, dá vida ao lúgubre Conde e consegue entender em toda profundidade como seria um ser vivo com aqueles dons. Com atmosfera intimista, a obra tem aquela beleza onírica que, de tão fugaz, é difícil de se captar e manter, porém Herzog consegue. Mas outra coisa surpreendente no filme é a moldura musical realizada de forma excepcional pela banda alemã Popol Vuh. O pianista e líder Florian Fricke entendeu exatamente o que deveria fazer ao atribuir sons à sacralidade da vida eterna, morte e amor. Com uma orientação que mistura o clássico com o moderno, o Popol Vuh fez vários outros temas para filmes de Werner Herzog, no entanto a grande genialidade de Florian Fricke é sua capacidade de transmutar o sagrado em sons. 








segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Pílulas Fílmicas #2: A Dama Fantasma (1944)



A Dama Fantasma (The Phantom Lady - EUA 1944) é um filme Noir com elementos que transcendem a estética protocolar do gênero ao extrair mágica das imagens em branco e preto, criando uma atmosfera hipnótica, estranha e ao mesmo tempo bela e lírica. Fiquei muito surpreso ao encontrar a irmã da Carmem Miranda (Aurora Miranda) atuando no filme. A obra traz tons e sobretons em imagens que evocam a loucura do improvável assassino que ronda o filme todo. Não conhecia a atriz Ella Raines que está muito bem no papel da única pessoa que acredita na inocência do acusado. O visual do filme tem a atmosfera necessária para evocar o dilema entre o que é verdade e mentira, ilusão e realidade. O filme integra o disco 2 da Caixa Filme Noir Vol. 02 da Versátil Home Vídeo. Direção de Robert Siodmak.

Ella Raines e Franchot Tone



Franchot Tone



Aurora Miranda

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Pílulas Fílmicas #1: Coringa (2019)


Olá amigos... Como parte das comemorações dos 10 anos do Blog Marcelo - Antologias, mais uma novidade! Inicia-se aqui uma nova série de "posts": o PÍLULAS FÍLMICAS. Assim como uma pílula que se ingere, esta série trará análises de ação rápida e certeira, o que proporcionará forte interação com você leitor. Bem vindo, portanto ao PÍLULAS FÍLMICAS!!

Coringa - 2019 (EUA - Dir. Todd Phillips)

Um grande golpe na ambiguidade dos dias atuais e na hipocrisia de muitos.

Coringa é uma viagem às profundezas da mente humana que aos poucos adoece. E o que mais me SURPREENDEU após assistir ao filme é que de todas as resenhas e mais resenhas e mais resenhas que li... De todas as opiniões chamando o filme de "tóxico" e "irresponsável", não vi nenhuma frase (de nenhum dos supostos críticos profissionais ou informais de Facebook e Youtube) acerca da PERGUNTA principal do filme: "Por que deixamos as pessoas mais frágeis próximas à nós sem assistência? Por que as pessoas que tem deficiência (no caso a mental) são muitas vezes deixadas de lado ao invés de serem acolhidas?" Será que ninguém percebeu que as pessoas falharam inúmeras vezes com Arthur Fleck durante o filme? (O que não justifica sua atitude mas as explicam com certeza). Que mais importante do que ficar discutindo se o filme pode influenciar alguém a se tornar parecido com o "Coringa"... Mais importante que isso seria olharmos para nós mesmos e nos fazermos a seguinte pergunta: "Tenho falhado com alguém perto de mim?" Percebo que todo esse mi-mi-mi esconde na verdade a incapacidade de olharmos para nós mesmos. Assistir foi viajar novamente ao Universo de Scorsese em toda sua força!!

domingo, 13 de outubro de 2019

Resenha: A Assombração da Casa da Colina


Publicado em 1959, A Maldição da Casa da Colina é um livro de uma autora que influenciou profundamente grandes mestres da literatura mundial, dentre eles Stephen King, Neil GaimanRichard Matheson. Shirley Jackson (1916 - 1965) foi uma autora norte-americana que criou em A Maldição da Casa da Colina (The Haunting of Hill House) um dos textos mais contundentes acerca da casas mal-assombradas. O livro de Jackson voltou a ser comentado há alguns meses por dois motivos, 1º em função de sua republicação pelo selo SUMA da Editora Companhia das Letras e, em 2º, em função da adaptação que o Canal de Streaming NetFlix fez em 2018 para a obra, a série intitulada A Maldição da Residência Hill (nome mais fiel ao título original em inglês). Shirley foi uma autora que, embora pouco ligada aos holofotes de sua época, foi aos poucos sendo reconhecida como uma das autoras com um conjunto literário de grande valor para o século XX. Interessei-me pelo livro A Maldição da Casa da Colina em função de uma resenha que li, e só depois fiquei sabendo da adaptação do NetFlix.


A edição brasileira da "Suma" é facilmente encontrada e possui uma sobrecapa com a imagem da série da NetFlix. A capa acima é a que vem logo abaixo da sobrecapa. A história gira em torno da vida da personagem principal Eleanor, uma jovem já na casa dos 30 anos que viveu a vida toda à sombra de sua mãe e irmã. Sua vontade de se libertar e viver uma vida própria ganha força quando ela recebe uma carta de um certo Dr. Montague. Um pesquisador que após rastrear pessoas que já haviam passado por experiências paranormais resolve convida-las a participarem de um experimento: passar uma temporada em uma casa (A Casa da Colina) em que fenômenos paranormais haviam sido relatados e permaneciam sem explicação. Montague quer catalogar estes fenômenos e buscar explicações racionais e científicas para as manifestações. Adicionalmente ele quer tentar enxergar tais fenômenos através dos olhos de outras pessoas, no caso, seus convidados. Por mais estranho que pareça o convite, Eleanor encontra na carta uma possibilidade de realizar algo só seu, uma aventura só sua.

Sobrecapa da Edição Brasileira com a imagem da Série da NetFlix

Poucas pessoas respondem ao convite de Montague além de Eleanor, dentre eles Theodora, outra jovem mulher que, diferentemente de Eleanor, é superficial, ligeiramente fútil e um tanto quanto mimada. Além de Theodora aparecem também Luke, o herdeiro da Casa da Colina e posteriormente a própria esposa do Dr. Montague, a Sra. Montague. Um dos grandes méritos do livro e da narrativa de Shirley, é a capacidade de descrever de forma muito adequada e crível os ambientes e as sensações despertadas pela Casa em seus hóspedes. A autora a descreve como uma casa construída propositadamente com ângulos e medidas fora dos padrões, o que desperta uma sensação estranha de imediato na percepção das pessoas. Paredes que parecem tortas, torres que dão a impressão de estarem inclinadas. A sensação estranha que isso provoca nas pessoas logo de imediato viria da inadequação de nossos sentidos frente àquilo que não esperamos encontrar nos cômodos, ou seja, A) paredes que parecem fora do lugar, B) vistas de janelas que não correspondem exatamente ao esperado quando se olha de fora, C) portas dentro dos quartos que parecem levar a outros cômodos... entre outros. Tudo isso consegue proporcionar ao hóspede um incômodo contínuo e inexplicável.

Shirley Jackson

A história segue colocando Eleanor, Luke, Theodora e o Dr. Montague em situações sutilmente sobrenaturais. O fato da autora resolver não descrever de forma clara as manifestações dentro da casa, cria o ambiente correto para nascer uma das mais potentes ferramentas a serviço do "medo", a capacidade de sugestionar o leitor ou expectador. Este modelo de condução narrativa cresceu depois de Shirley, mas vale lembrar aqui que a autora escreveu o livro no final da década de 50, ou seja, Shirley foi notável em sua percepção e forma de construir seu livro. Nossa mente, se corretamente estimulada, fabricará sozinha todas as sensações necessárias para o sucesso de um livro como esse. A competência da escritora está em disparar os "gatilhos" corretos, o resto nossa mente completará.

Da esquerda para a direita, os irmãos Theodora, Steven, Eleanor, Luke e Shirley da adaptação para o Canal NetFlix

A série do NetFlix muda completamente a história principal, no entanto preserva muito bem a essência do que Shirley Jackson propôs em minha opinião. Montague, Luke, Theodora e Eleanor estão presentes na adaptação, mas tem papéis e relações completamente diferentes daquelas propostas na obra original. Dirigido pelo habilidoso Mike Flanagan (diretor de outros filmes de terror elogiados tais como "O Espelho" de 2013 e "Ouija - A Origem do Mal de 2016), a minissérie do NetFlix (A Maldição da Residência Hill) evolui e expande os pontos sugeridos por Jackson no livro. Elementos emblemáticos da obra original tais como "a xícara de estrelas", "pedras que caem do céu sobre telhados", a frase "... jornadas terminam no encontro de amantes" são citadas na série quase que como uma homenagem. Gostei muito da adaptação da NetFlix e recomendo!

Desafio do Além - 1ª Adaptação para o cinema em 1963 para o livro de Shirley Jackson

Mas A Assombração da Casa da Colina já havia sido adaptada outras duas vezes, só que para o cinema. A 1ª delas em 1963 no filme intitulado "Desafio do Além", que não assisti mas entrou totalmente para meu radar. A 2ª adaptação foi lançada em 1999 no filme "A Casa Amaldiçoada" com o elenco estelar de Catherine Zeta-Jones, Owen Wilson, Liam Neeson e Lili Taylor. Esta versão de 1999 eu assisti e confesso que o filme vai bem em boa parte, porém ao final há uma explicação mal construída para toda a paranormalidade do local, o que desarma boa parte da trama.

A Casa Amaldiçoada - 2ª Adaptação para o cinema em 1999 para o livro de Shirley Jackson 

Stephen King, um dos mestres do terror contemporâneo, viria a dizer o seguinte a respeito do livro de Shirley Jackson: "A história de Casa Mal-Assombrada mais próxima da perfeição que eu já li". A frase de King se justifica porque a forma como a autora apresenta a casa, torna-a crível enquanto personagem, passando a ocupar as páginas do livro com uma presença gigantesca. A forma abrupta como a história termina no livro, abre sugestões a respeito do que teria realmente acontecido e, nesse ponto, acredito que a autora poderia muito bem ter escrito uma continuação.


A Assombração da Casa da Colina é um daqueles livros que nos permite entender que sensações, experiências e emoções vividas deixam ecos ao nosso redor, e esses ecos podem impregnar paredes, encanamentos, estantes e cômodos, que acabam por funcionar como câmaras de ecos para a posteridade. Monumentos vivos de nosso passado.

Um abraço à todos.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Miniatura Marvel Série Especial Nº 16 - Colossus


Piotr (Peter) Nikolaievitch Rasputin teria sido apenas um fazendeiro em sua pacata vila siberiana na Rússia caso não tivesse nascido com um gene mutante. Sua vida foi marcada por tragédias, mas também por histórias que provaram que, apesar de seus incríveis poderes, o que o torna um mutante extremamente querido e conhecido é mesmo seu incrível coração e capacidade de colocar o bem estar dos outros acima do seu. Hoje conheceremos a incrível miniatura do Mutante Colossus dentro da Coleção de Miniaturas Marvel Eaglemoss, além de passearmos pela vida daquele que foi um dos integrantes mais emblemáticos dentro da 2ª formação da Equipe X-Men.

Miniatura Marvel Especial Nº 16 - Colossus

A robusta miniatura do herói mutante aparece dentro da coleção em seu Segmento Especial (personagens de grande estatura ou em duplas). Colossus vem retratado em seu uniforme original que pouco mudou, aliás, ao longo das décadas. Um uniforme que deixa bem evidente seu poder, ou seja, a possibilidade de transformar seu corpo em aço orgânico. Literalmente o Homem de Aço da Marvel. A peça traz Colossus em uma postura de alerta, como se estivesse esperando a vinda de algum bólido ou ataque inimigo. Isso pode ser atestado pelo punho esquerdo fechado como se já preparado para liberar um potente cruzado de esquerda. A posição do personagem sobre a plataforma nos dá também uma sensação de movimento, já que o pé esquerdo não está tocando o chão totalmente, ou seja, uma postura na qual ele está claramente em movimento (sem um "pé de apoio" fixo).

Miniatura Marvel Especial Nº 16 - Colossus

Gostei muito da modelagem e pintura da blindagem. O cor prata está bem destacada e a linhas horizontais que compõem o corpo nos faz associar claramente a pele do personagem com o aço. A musculatura está muito bem definida e todo o conjunto muscular da região anterior e posterior da coxa, tórax, braços e antebraços salta aos olhos. Destaco também os pilares musculares da região do pescoço anterior e posterior, parecendo modeladas como se fossem verdadeiras colunas de aço. O rosto aparece também muito bem definido, podendo-se identificar claramente a expressão dura do personagem neste momento, confirmando seu envolvimento em alguma batalha. Braceletes, botas, shorts, armadura peitoral e dorsal estão bem pintadas, com o tom de vermelho e amarelo-alaranjado do uniforme original. A letra "X" na fivela do cinto destaca-se por ser feita em dourado. Colossus em sua forma humana tradicional possui cerca de 1,95 metro, contraponto os 2,26 metro em sua forma blindada. Esta estatura o posiciona de forma justa dentro do panteão de pesos pesados da Marvel.

Miniatura Marvel Especial Nº 16 - Colossus

Colossus apareceu pela primeira vez em um dos momentos mágicos dos quadrinhos, aquele momento em que artistas se unem para criar algo espetacular e que consegue sintonizar exatamente a demanda do público. No início dos anos 70 a equipe mutante X-Men, criada por  Stan Lee e Jack Kirby, vinha dando sinais de desgaste (lê-se "baixas vendas"). A missão de reestruturar a equipe foi dada a dois grandes artistas do quadrinhos, Len Wein (sim, esse mesmo, o co-criador de Wolverine na Marvel e do Monstro do Pântano na DC) e Dave Cockrum, desenhista prolífico e grande nome da indústria. Colossus estreou ao lado dos outros personagens que compunham a nova Equipe de X-Men recrutada pelo Prof. Charles Xavier para salvar a 1ª Equipe, prisioneira na época de uma Ilha Viva (Krakoa). Em sua angústia o Prof. X usou o supercomputador Cérebro para localizar Novos Mutantes ao redor do Planeta para lhes oferecer a oportunidade de desenvolverem seus poderes, encontrar um lar e, comporem uma Nova Equipe que salvasse seus antigos pupilos prisioneiros.

Miniatura Marvel Especial Nº 16 - Colossus

Foi neste contexto que Peter N. Rasputin entrou para a história das HQs ao aparecer pela primeira vez nas páginas de Giant-Size X-Men #1 de maio de 1975. Colossus foi contatado pelo Prof. X e, ainda jovem e com seus poderes recém descobertos, tomou a difícil decisão de ir para o Ocidente rumo a um destino ainda incerto. A equipe montada pelo Prof. era inspiradora e talvez tenha feito tanto sucesso por sintetizar um anseio da época, o de se romper a barreira do nacionalismo panfletário norte-americano que muitas vezes havia imperado em muitas HQs. Xavier recrutou um Russo (Colossus) Canadense (Wolverine), uma Queniana (Tempestade), um Alemão (Noturno), um Irlandês (Banshee), um Japonês (Solaris) e (pasmem) um Nativo Norte-Americano (Pássaro Trovejante). A equipe representava simplesmente toda representatividade e diversidade que se queria, e os poderes de cada personagem não eram a principal atração, mas sim as dificuldades inerentes à transculturalidade ali encontrada. Foi realmente um deleite poder ver os heróis terem que transcender barreiras culturais e étnicas para ficarem juntos. Cada um com costumes e formas diferentes de ver a vida e o mundo. Colossus trazia para o grupo a estranheza de uma cultura vista por muitos ocidentais como diferente e repulsiva, já que os anos 70 vivia (como nunca) a polaridade entre Ocidente (EUA) e Oriente (URSS).

Miniatura Marvel Especial Nº 16 - Colossus

A escolha de dar à Colossus uma personalidade amável, ordeira e sensível foi uma opção corajosa e extremamente contraventora se pensarmos que em 1975 ainda reinava a estranheza pela cultura Russa e o belicismo entre EUA e URSS, ou seja, artistas americanos estavam de forma sútil dizendo que os Russos não eram os inimigos maus e sem coração que por décadas muitos americanos haviam pré-concebido. Peter Rasputin era filho de Nikolai e Alexandra e tinha como irmãos Mikhail e a Ilyana Nikolievna. Ilyana era talvez a luz dos olhos de Peter, e foi justamente a pequenina irmã que iria despertar o gene mutante de Colossus. Em uma das cenas mais emblemáticas dos quadrinhos para mim, o momento exato em que Peter se descobre como um mutante ocorreu em um belo dia em uma época em que o mundo, para Peter, se restringia à fazenda. Ilyana estava brincando com sua boneca na região mais baixa de um vale, e um imenso trator estava no alto do monte. Por alguma armadilha do destino, alguém não havia deixado a máquina engatada o que fez com que, gradativamente a imensa massa de ferro começasse a descer o vale ganhando força e velocidade em direção à pequenina Ilyana. Peter conseguiu ver a tragédia que iria acontecer, sua irmã seria esmagada pelo trator.

Miniatura Marvel Especial Nº 16 - Colossus

O leitor logo percebe que Peter não conseguirá chegar a tempo e, durante sua corrida, a descrição dos autores é fenomenal: "... e, sem hesitação, Peter Rasputin está correndo, as pernas latejando, o coração acelerado... ...o próprio ar ao redor crepitando com a energia de seu esforço... energia liberada de maneira espetacular". No momento final, quando o trator está sobre Ilyana, Peter literalmente já não é mais um simples humano, simplesmente o trator é reduzido à uma sucata ao encontrar um colosso em seu caminho, um colosso de puro aço. Foi algum tempo depois desta cena que o jovem recebe a visita do Prof. X. A vida de Peter ao lado dos X-Men foi de muito aprendizado e laços de amizade. O jovem Russo aproximou-se muito de 3 outros mutantes que, por compartilharem nacionalidades estranhas à norte-americana tinham muito o que dividir, eram eles: Tempestade, Noturno e Wolverine. Mas talvez a relação mais profunda que Peter gerou, foi com a jovem Kitty Pride, a mutante Lince Negra. Kitty entrou para os X-Men durante uma das fases de ouro do grupo, época em que a equipe mutante era desenhada pelo lendário John Byrne. Kitty era o protótipo da adolescente que todo cara iria querer ter como namorada. Ousada e ao mesmo tímida, com uma beleza prestes a florescer, engenhosa e inteligente. Kitty logo de cara se apaixonou por Colossus, o gigante russo sensível e com um enorme coração.

Miniatura Marvel Especial Nº 16 - Colossus

O relacionamento entre Peter e Kitty sofreria trágicas idas e vindas, e eu como leitor adolescente nos anos 80 sempre quis vê-los juntos, como se fosse a projeção de meus romances adolescentes na época. Infelizmente tive que esperar cerca de 30 anos para ver Colossus e Kitty Pride/Lince Negra estarem diante de um altar para se casarem, mas infelizmente acho que vou ter que esperar outros 30 pelo que pude entender da história, ou seja, os dois acabaram não se casando. Aqui está uma dupla de heróis que eu realmente gostaria de ver juntos, não só pelo fato ser legal em si e guardar incríveis possibilidades dramáticas (o dia a dia de um casal mutante marido-e-mulher), mas porque este enlace traz consigo lembranças de minha adolescência. Particularmente eu sempre quis ver Colossus melhor desenvolvido dentro do Universo Marvel. Quando percebi que ele poderia estar presente nos filmes dos X-Men da Fox, ele era um dos personagens que gostaria muito de ver crescer na franquia. Mas infelizmente isso não aconteceu. As poucas aparições de Peter Rasputin na franquia dos X-Men foram pífias, e sua contribuição nos filmes do Deapool foram mais como alívio cômico do que como possibilidade dramática.

Miniatura Marvel Especial Nº 16 - Colossus

Uma das melhores caracterizações do personagem em minha opinião foi o Colossus retratado na HQ Terra X.  A história narra um futuro totalmente distopico do Universo Marvel sob a perspectiva do Vigia e Homem-Máquina. Um futuro que abriga os heróis Marvel bem mais velhos, onde a anarquia tomou conta sem qualquer possibilidade de intervenção dos heróis. Um mundo onde a sociedade saiu dos trilhos. Nesse Universo (conhecido como Universo X) Colossus se refugia na Rússia e torna-se seu governante, um verdadeiro Czar que tenta proteger seu povo da hostilidade que agora reina no mundo. Adicionalmente a isto, neste Universo, a Rússia e seus férteis territórios se torna o celeiro alimentar do mundo. Assim, Colossus possui uma posição de destaque como líder mundial. Vale a pena conferir sua caracterização e história. Terra X está entre minhas HQs favoritas.

Bem amigos... Este é Colossus, um personagem que, tenho certeza, é considerado por muitos como um membro eterno dos X-Men e com um grande potencial. Um grande abraço à todos!!
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