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quinta-feira, 21 de junho de 2018

Miniatura DC Série Especial Nº 14 - Morcego Humano

Miniatura DC Série Especial Nº 14 - Morcego Humano

Assim como as muitas histórias trágicas sobre a luta do homem contra a fera existente dentro si, assim também construiu-se a mitologia do Morcego Humano. Um ambíguo personagem da DC que, em função da frágil estabilidade entre sua psiquê humana e seu lado bestial, construiu uma reputação que oscila entre o bem e a letalidade do descontrole. Personagens assim já foram apresentados inúmeras vezes na literatura (caso de O Médico e o Monstro de Robert Louis-Stevenson e do Hulk nas histórias em quadrinhos). No caso do Morcego Humano, este angustiante fardo recaiu sobre a vida do Biólogo Kirk Langstrom. Vamos hoje mergulhar na história deste estranho personagem que habita a esfera mitológica do Batman, mas antes abordaremos os atributos de sua peça dentro da Coleção de Miniaturas DC Eaglemoss.

Miniatura DC Série Especial Nº 14 - Morcego Humano

A peça conseguiu trazer toda bestialidade da criatura, um misto de homem com um morcego. Os pontos altos em minha opinião ficam por conta das extensas asas abertas muito bem modeladas. A região anterior do tórax traz musculatura e ossatura bem evidentes, e as feições não estão deformadas como acontece em algumas peças, sobretudo da Coleção correlata da Marvel. As orelhas ficaram mesmo evidentes tal qual vistas em morcegos reais. As garras estão posicionadas em uma atitude de ataque e se lançam para frente em uma atitude ameaçadora. A calça (única indumentária do personagem) traz dobras no tecido e uma pintura que conferem uma sensação de "peso" no tecido. Há realmente a ideia de se estar observando um "jeans" com suas dobraduras tradicionais.

Miniatura DC Série Especial Nº 14 - Morcego

Não há como não citar esta peça e relembrar o fato dela ter sido confeccionada em resina. No passado achávamos que a coleção inteira (as 120 peças Regulares e as 19 Especiais) viriam em metal. Uma material que dava um valor adicional aos modelos da coleção. A DC alegou na época que estava substituindo toda sua linha de peças por resina para reduzir a possibilidade de acidentes envolvendo peças de metal, uma vez que a resina seria um material muito mais seguro. De qualquer forma todos acabamos por nos acostumar com a resina. Olhando a peça na estante não há nada a dever para uma peça de outro material. Apenas quando a pegamos na mão é que percebemos sua fragilidade. Há um certo anticlímax, mas aprendemos a superar (rs rs).

Miniatura DC Série Especial Nº 14 - Morcego

O Morcego Humano apareceu pela primeira vez nas histórias do Batman em Detective Comics #400 de 1970, ou seja, em uma época em que roteiristas e desenhistas conduziam Bruce Wayne/Batman para uma direção bem diferente daquela vista no final dos anos 60. Uma visão mais obscura e detetivesca do que aquela apresentada às massas no Seriado Batman com Adam West e Burt Ward, produzido entre 1966 e 1968. O Morcego Humano contribuía nesta nova abordagem do Batman com uma dose de tragédia e ambiguidade às HQs. Kirk Langstrom era um Biólogo que dedicou sua vida ao estudo dos morcegos. No entanto, sofria com uma surdez progressiva e precoce que ameaçava sua carreira. As pesquisas de Langstrom o levou a desenvolver um soro proveniente de determinadas glândulas dos morcegos. Infelizmente, no entanto ele foi impossibilitado de avançar com seus testes em função do corte de verbas de seu departamento. O brilhante Biólogo não pensou duas vezes e testou em si mesmo o extrato que havia desenvolvido.

Miniatura DC Série Especial Nº 14 - Morcego

Langstrom teve sua surdez revertida, e não apenas isso, desenvolveu uma audição extraordinária. Tudo ia bem até que a substância começou a reagir com seu DNA transformando-o em uma criatura grotesca e similar à um grande morcego humanoide. Durante as transformações Langstrom precisava lutar para preservar seu controle sobre o lado bestial que aflorava. Em um de seus primeiros voos por Gotham City ele não tardou a encontrar o Batman. Desde o início, o Cruzado Encapuzado percebeu um conflito no mostro. Aliás, vale ressaltar que o Batman chegou até mesmo a pensar que a criatura era um homem que, inspirado em sua própria cruzada, havia adotado uma fantasia melhor e mais amedrontadora. Com o passar do tempo ele percebeu, no entanto que o que o monstro precisava era de ajuda. E não foram poucas as vezes que ele tentou ajudar Langstrom.

Miniatura DC Série Especial Nº 14 - Morcego

Refinando seu soro, Langstrom passou a conseguir se transformar mantendo sua inteligência. Inspirado no exemplo do Batman, ele passou a combater o crime em Gotham. Com as coisas melhorando para Langstrom, ele formalizou seu relacionamento com uma colega da Universidade, Francine Lee. Os dois se mudaram para Nova York e tiveram uma filha, Rebecca. Diversos acontecimentos levaram a esposa de Langstrom a passar a usar o soro em si mesma, fazendo com que a família Langstrom-Lee se transformasse praticamente em uma família-morcego. Durante estes acontecimentos ocorreram momentos em que o Batman precisou intervir para auxiliar não apenas Langstrom, mas também sua família. Francine ainda teria outro filho, agora um menino. Infelizmente, em função do uso contínuo do soro pelo casal, o pequeno menino (Aaron) nasceu como se fosse literalmente um morcego em formato humano. Um dos grande objetivos de Langstrom aliás, passou a ser a busca de uma forma de reverter o menino à uma forma humana típica.

Miniatura DC Série Especial Nº 14 - Morcego

Nesta época Langstrom foi vítima de ninguém menos que Talia, filha de Ra´s al Ghul. Talia raptou Francine e ameaçou sua vida caso Langstrom não entregasse a fórmula que o convertera em um Morcego. O resultado deste plano foi o desenvolvimento de um Exército de Morcegos Humanos por Talia, que foi combatido pelo Batman com a ajuda de Langstrom. O personagem apareceria ainda em diversos arcos de histórias, sempre tentando manter um equilíbrio entre sua vida pessoal/familiar e o chamado selvagem que tem dentro de si. Para quem assistiu a excelente animação DEUSES E MONSTROS, pôde ver que a história se passa em uma realidade DC alternativa muito interessante em que o pai do Superman não foi Jor-El, mas sim o General Zod. Além disso, a contraparte do Batman naquele Universo é Kirk Langstrom, cujo soro o manteve humano, porém hematófago, ou seja, passou a ter a necessidade de beber sangue. O Batman/Kirk Langstrom desta animação possui diversas habilidades muito interessantes. Não menos interessante é a personalidade do Superman, que mantem-se do lado do bem, no entanto com muito menos escrúpulos. Uma animação excelente e que vale a pena conferir.

Miniatura DC Série Especial Nº 14 - Morcego

Vale a pena citar também que o 1º personagem a contracenar com o Batman na lendária Série de Animação, Batman Animated Series, da década de 90, foi o Morcego Humano. Todas estes apontamentos sinalizam para a ideia de como o personagem integra de forma muito adequada o Universo do Homem-Morcego. Isso o coloca como um personagem que, embora pouco conhecido do grande público, tem sua importância e lugar garantido na incrível galeria mitológica do Batman.

Bem amigos... É isso aí. Um forte abraço à todos!!

domingo, 17 de junho de 2018

Guia de Logotipos das Copas do Mundo de Futebol

1930 - 1958

Olá amigos... Esta matéria com os LOGOTIPOS de todas as Copas do Mundo de Futebol talvez seja minha tentativa de transcender a frustração e indignação pelas quais passamos atualmente em nosso país. E, ao transcende-la, tentar perceber que o Brasil é maior que um grupo de pessoas que perdeu sua capacidade de distinguir entre o certo e o errado. Fundamentalmente um povo é, ao mesmo tempo, bom e ruim, passando por tempos de crescimento ao longo de sua história. Acredito que estamos em um momento assim. De aprendizado e crescimento. Assim, seguindo uma grande tradição aqui do Blog, de apresentar Guias de Acompanhamento, resolvi dedicar este post ao Brasil, que vive tão machucado e vilipendiado por pessoas que não mais o representa.

1962 - 1982

Ao vislumbrarmos todos estes LOGOS não há como não percebermos como as nações são superiores à conceitos, crenças e ideologias que, muitas vezes, as roubam de seus povos. Nações devem ser maiores que grupos, que máfias ideológicas de "Direita" e de "Esquerda". A Copa do Mundo de certa forma nos faz lembrar disso. Da pujança que é uma nação, um povo, uma terra.

1986 - 2006

Ao preparar estas Guias, não pude deixar de me enxergar também dentro deste sentimento de nação. Sobretudo, porque ao contemplar as artes de cada Torneio, pude lembrar de mim mesmo ainda super pequeno mas já torcendo. Daí a gente percebe que isso é algo que faz parte de nossa memória, de nossa história. A primeira Copa que me lembro de torcer foi a de 1978. Lembro que meu pai (que gostava muito de tecnologia) comprou um TELÃO. O TELÃO era um equipamento de plástico com uma grande lente na frente que projetava a imagem da TV na parede, só que muito maior. Lembro-me de, com 07 anos de idade, assisti-lo instalar o TELÃO em nossa TV para assistir à COPA de 78.

2010 - 2018

Lembro-me que quando a TV foi ligada, com o TELÃO devidamente instalado, a imagem foi projetada na parede de forma invertida. Meu pai rapidamente achou a solução... Colocou nossa TV de cabeça para baixo (rs rs rs rs), concertando assim a imagem na parede. São de recordações assim que este evento é feito. Momentos que nos damos ao luxo de esquecer os grupos de pessoas que nos assolam, dos problemas que vivenciamos... E por um tempo de 90 minutos achamos que somos todos uma coisa só... 
Vai Brasil!!!

terça-feira, 12 de junho de 2018

A Arte de Voar


A Arte de Voar traz a história do Sr. Antonio Altarriba (pai do escritor) ao longo do Século XX e sua passagem por dois terríveis conflitos ainda jovem (A Guerra Civil Espanhola e a Segunda Grande Guerra) até seu fim em um asilo na Espanha aos 90 anos. Os sofrimentos, traumas e alegrias de Antonio são narrados por meio do mais profundo cuidado narrativo, lirismo e crueza possíveis. A Arte de Voar é uma obra que rivaliza (sem medo de errar) com outra grande obra dos quadrinhos: MAUS de Art Spiegelman. Sem dúvida posso classifica-la como uma das minhas melhores leituras de 2018!
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