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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Miniatura Marvel Nº 15 - Thor

Miniatura Marvel Nº 15 - Thor

A mitologia em geral sempre foi material farto para qualquer roteirista em qualquer veículo de comunicação. Nos quadrinhos ela provou ser uma potente fonte de inspiração. Especificamente a Mitologia Nórdica ganharia uma atualização para o século 20 nas competentes mãos de Stan Lee e do Rei Jack Kirby. Muitos leitores novos talvez não tenham ideia da importância desses dois homens para a 9ª Arte no que se refere à heróis. Lee e Kirby conseguiram catalizar os anseios de uma geração que aflorava no início dos anos 60 nos EUA e as expressaram em personagens modernos, cheios de poderes mas, sobretudo, cheios de humanidade e problemas pessoais. Thor surgiria nos quadrinhos em 1962 no início do que viria a ser conhecido como a "Era de Prata dos Quadrinhos".

Miniatura Marvel Nº 15 - Thor

Mas como Lee e Kirby atualizaram Thor para o século 20? Donald Blake era um médico deficiente físico (ele mancava de uma perna) e, ao se esconder em uma caverna, Blake acharia um cajado no qual havia uma estranha inscrição: "Aquele que empunhar este martelo, se for digno, possuirá o poder de... Thor". Blake bate o cajado contra uma rocha e isso o transformaria no Poderoso Thor. Mas Blake e Thor são a mesma pessoa? Aí entra novamente a genialidade de Lee/Kirby. Não, Thor é realmente o deus nórdico da mitologia. Na verdade Odin, seu pai, teria imposto um castigo ao filho rebelde e prepotente, mandando-o para Terra (Midgar na mitologia nórdica) todas as vezes que fosse solicitado por Blake. Thor vai aprendendo sua lição de humildade aos poucos, afeiçoando-se aos habitantes de Midgard, em especial à enfermeira Jane Foster, que trabalha com Blake.

Miniatura Marvel Nº 15 - Thor

Asgard, a cidade dourada lar de Thor e de outros deuses do panteão nórdico, serviu de palco para grandes épicos dos quadrinhos, escritos pelas mãos de diversos autores. Um dos aspectos mais interessantes na vida de Thor é a conturbada relação que possui com seu pai (Odin). Odin teria dificuldades em reconhecer o valor e a maturidade de seu filho. Afora isso não podemos esquecer o irmão adotivo de Thor chamado Loki, um ser ardiloso e mesquinho mas que também possui uma história interessante. Loki teria essa personalidade maligna justamente por se sentir menos amado por seu pai adotivo (Odin). Com tudo isso estaria formado o palco perfeito para grandes conflitos cheios de ódio, ressentimento familiar e amores não correspondidos. Muitas histórias do Thor trazem essa tensão familiar ao fundo e, embora não haja comparação exata entre a história de Thor e a parábola do "Filho Pródigo" descrita por Jesus nos Evangelhos, os destrutivos sentimentos presentes nos corações dos personagens são exatamente os mesmos.

Miniatura Marvel Nº 15 - Thor

Thor é um dos personagens mais queridos pelo fãs dos heróis "Marvel". Isso pode ser explicado por alguns motivos. Sua divindade associada à afeição pelos mortais e a humildade e nobreza angariada ao longo de sua relação com os humanos conferiu-lhe uma personalidade interessante, na qual justiça, poder, violência e bondade co-existem simultaneamente. Mas talvez o mais emblemático evento que fez com que o alçasse à fama dentro da Marvel foi o fato de que Thor fez parte da formação inicial dos Vingadores, que se formaram justamente para combater à ameaça de seu meio irmão Loki. Thor também estava presente quando o corpo congelado do Capitão América foi encontrado no Ártico, evento que traria de volta da animação suspensa Steve Rogers o verdadeiro Capitão que havia lutado contra os nazistas na Era de Ouro dos Quadrinhos.

Miniatura Marvel Nº 15 - Thor

Dentro da Mitologia Marvel, Thor faz parte do que é conhecido hoje como "A Santíssima Trindade da Marvel". Ao lado do Homem de Ferro e Capitão América ele alcançou esse posto em função de suas histórias e intersecção nos Vingadores terem conduzido ao pilares que sustentam muitas histórias importantes da editora.

Miniatura Marvel Nº 15 - Thor

A relação entre esses três personagens que compõem os alicerces da marvel foi extremamente abalada numa história lançada em 2007 no Brasil, conhecida como "Guerra Civil". Uma das grandes virtudes dessa história, conduzida de forma competente (em minha opinião) por Mark Millar, foi ter colocado em rota de colisão esses três personagens. Embora na época de "Guerra Civil" Thor estivesse afastado do universo marvel pelos eventos ocorrido em uma história anterior (O Ragnarok), sua presença foi representada pelo seu "Clone"! Tony Stark havia clonado o amigo desaparecido. As diferenças ideológicas entre Tony Stark e Steve Rogers, somada a violência moral de Tony ao ter maculado o corpo do amigo (Thor) para criar seu clone foi, entre outros pontos da história, alguns dos estopins que viriam explodir no futuro.

Miniatura Marvel Nº 15 - Thor

Em se tratando das histórias solo do Thor, confesso que fiquei sem acompanhar sua trajetória por um bom tempo. É consenso, no entanto que a fase de maior sucesso já escrita para Thor foi aquela conduzida pelo roteirista e desenhista Walter Simonson. Essa fase foi re-publicada no Brasil na íntegra em 05 volumes encadernados denominados "Os Maiores Clásssicos do Poderoso Thor". Como eu não havia acompanhado eu comprei os 05 volumes (atualmente na minha lista de leitura). Minha referência para suas histórias são na verdade a fase mais clássica ainda, a dos anos 60/70 que saíram aqui no Brasil no fim dos anos 70 início dos 80 e que começaram a ser republicadas dentro do projeto "Biblioteca Histórica Marvel", sem previsão de continuidade por enquanto para o herói.

Miniatura Marvel Nº 15 - Thor

A miniatura Nº 15 da Coleção de Miniaturas Marvel foi muito esperada pelos fãs dado o ilustre personagem que trazia. Seu lançamento em banca foi tumultuado, sobretudo pelo fato de ter sido distribuida (pelo menos foi nossa impressão) em número menor, ou talvez tenha sido a procura maior que levou a esse quadro. Além disso, muitas vieram com alguns defeitos como por exemplo um dos braços solto ou quebrado. Dessa forma a miniatura tornou-se rara rapidamente. Ela é bem pesada e chama atenção pelo detalhe esvoaçante da capa, a forma como Thor segura seu poderoso Martelo Mjolnir e o fato de que quando ela é mostrada com o pedestal voltado para você (ver 1ª foto da sequencia) dá a impressão de um forte vento soprar da direita para a esquerda (vindo das costas de Thor). Ao compararmos com outras miniaturas percebemos também o porte de Thor, e isso é uma das características interessantes dessa coleção, a possibilidade única do fã comparar o físico e porte de cada persoangem entre sí.

Registra-se portanto aqui um pouco da história do Poderoso Guerreiro Asgardiano emoldurada por essa miniatura. Abc. à todos!!

sábado, 19 de janeiro de 2013

Miniatura Marvel Nº 14 - Tempestade

Miniatura Marvel Nº 14 - Tempestade

Ororo Munroe é a bela "Tempestade", mutante que em sua infância vivia no Cairo (Egito). Perdeu seus pais logo cedo passando à viver como uma criança de rua. Ororo foi descoberta pelo Professor Charles Xavier (líder dos X-Men) em uma de suas viagens ao Egito. A pequenina Tempestade, numa tentativa de roubar a carteira de Xavier, chama a atenção do poderoso telepata. Apenas anos mais tarde em um 2º encontro é que Xavier revelaria a origem (seus genes mutantes) e a extensão dos poderes da menina, agora já adolescente. Seus poderes conferiam-lhe a capacidade de controlar padrões climáticos, uma verdadeira deusa do "Clima". Nessa ocasião Ororo recebe então o convite para integrar o que viria a ser conhecida como a 2ª formação dos X-Men.

Miniatura Marvel Nº 14 - Tempestade

O Nº 14 da Coleção de Miniaturas Marvel traz a bela figura dessa heróina mutante que já foi, entre outras coisas, líder dos X-men e esposa do herói "Pantera Negra". Tempestade, como eu diza acima, fez parte da 2ª formação dos X-Men, na minha opinião uma das melhores formações até hoje, muito provavelmente porque eu tenha conhecido os X-Men nessa fase, início dos anos 80, época em que as histórias dessa formação foram lançadas aqui no Brasil. Tempestade, ao lado de outros mutantes de diversas etnias dentre eles, Solaris (Japão), Noturno (Alemanha), Pássaro Trovejante (Índio Norte-Americano), Colossus (Rússia), Banshee (Irlanda) e Wolverine (Canadá) foram convocados por Xavier para socorrer a equipe original dos X-Men (Ciclope, Garota Marvel (Fênix), Fera, Homem de Gelo e Anjo) que se encontrava em apuros na ilha-viva chamada Krakoa.

Miniatura Marvel Nº 14 - Tempestade

Ororo está ligada psiquicamente aos padrões climáticos da Terra, dessa forma as nuvens, tempestades, furacões e temperatura estão sob total controle da mutante, permitindo-lhe inclusive voar, tendo em vista a possibilidade de manipular os ventos ao seu redor, estabelecendo diferenças pressóricas capazes de alçar seu corpo ao céu. Todo esse poder tem estreita ligação com seu emocional. Momentos de raiva por exemplo podem significar céus nublados, raios e trovões. A personagem foi desenvolvida com maestria nos anos 70 pelas mãos do grande roteirista Chris Claremont e pelo desenhista John Byrne. Esse último seria aquele que, em minha opinião, daria a cara definitiva dos X-Men.

Miniatura Marvel Nº 14 - Tempestade

Infelizmente, o sucesso dos X-Men trouxe junto consigo uma maldição (em minha opinião). Diante de tão rentável produto a Marvel expandiu nos anos 80/90 o universo mutante sem muito critério, criando diversas equipes e saturando os leitores com uma cronologia extensa, complexa e, na maioria das vezes, inverossímel demais. À tudo isso eu nomeei de "A Grande Merda Mutante". Histórias inteligentes e cheias de sacadas legais foram sendo substituidas por um tema que inicialmente até tinha tudo a ver "A Militância Mutante", ou seja, o fato dos mutantes serem temidos e combatidos pelo Homo-Sapiens. Porém, a condução desta temática ao extremo e a criação de centenas de personagens mutantes definitivamente saturou todos os padrões, pulverizando o brilho e carisma dos personagens originais.

Miniatura Marvel Nº 14 - Tempestade

Tempestade provaria ser, ao longo de tantos anos de comabte ao lado dos X-Men, uma mulher forte, sábia e de posições firmes. O visual clássico da heroína (visto nesta miniatura) é meu favorito. Vale lembrar que no final dos anos 80, época em que HQs com personagens mais violentos e obscuros estavam em voga, a Marvel conferiu à Ororo um lay-out mais "punk", com cabelo moicano e tudo. Felizmente a conceituação clássica voltou a fazer parte da personagem e atualmente podemos ver Ororo com visual bem parecido ao da miniatura.

Miniatura Marvel Nº 14 - Tempestade

Um dos grande charmes desta verdadeira "Deusa dos Ventos" é o contraste entre seu cabelo totalmente branco e sua pele morena. Grande sacada do primeiro roteirista e desenhista de Tempestade, Len Wein e Dave Cockrum, respectivamente. Essa tem sido uma das miniaturas que mais surpreendeu os colecionadores. Talvez porque pouco se esperava dela, sendo assim, quando chegou às bancas Ororo arrancou expressões de surpresa e porque não dizer "suspiros" dos amigos. Seu traje bem trabalhado na peça, o famoso detalhe de sua capa presa aos pulsos (que permite que a capa praticamente se infle durante seus voôs) bem como feições muito bem trabalhadas (a melhor até agora eu diria), merecem mesmo nossa admiração. Parabéns aos artistas desta peça.

Miniatura Marvel Nº 14 - Tempestade

Na coluna da direita aqui do blog eu disponibilizei "links" para todas as postagens já feitas referentes à essa coleção. Deixo meu abraço à todos!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Miniaturas Marvel Dicas (Parte II) e Novidades


Bom amigos... Há algum tempo publiquei aqui uma matéria com algumas dicas para os colecionadores desta magnífica coleção de Miniaturas Marvel (clique aqui para ver) que aportou em nosso país na 2ª Quinzena de Abril de 2012. São dicas que tem sido úteis para mim e que tenho colhido ao longo desses meses junto aos amigos colecionadores. Nessa nova matéria pretendo dividir mais algumas dessas dicas e trazer algumas novidades que fiquei sabendo sobre a continuidade da coleção e o possível lançamento da coleção similar da DC. 

Bom... Vamos começar pelas novidades!!

Ontem tivemos a ótima notícia de que a continuidade da coleção de Miniaturas da Marvel estaria assegurada em nosso país até o Nº 100!! A notícia tem corrido as redes sociais e foi confirmada por meio de um post do amigo Eder Pegoraro do Blog Sala de Justiça (clique aqui para ver). Isso atesta o que já vínhamos suspeitando, ou seja, o sucesso deste primeiro ano da coleção, bem como o poder de nosso mercado no que diz respeito ao colecionismo, sobretudo nesse ramo de figuras de ação. A grande dúvida que ainda paira é se o segmento de "Especiais" e "Mega-Especiais" da coleção serão também lançados pela Panini, editora que continuará, ao que tudo indica, distribuindo as miniaturas no Brasil. Porém, essa notícia da continuidade até o Nº 100 já é formidável! o/

Ainda nas novidades... Ontem recebi um e-mail diretamente da Eaglemoss solicitando-me que respondesse uma pesquisa sobre qual seria meu interesse em ter uma Coleção de Miniaturas de Metal da Dc no Brasil. Essa coleção na verdade é exatamente igual a da Marvel, porém com personagens da DC, e lá fora chama-se DC Comics Super Hero Collection. O e-mail me surpreendeu e, hoje pela manhã, pude perceber que vários colegas também haviam recebido. A pesquisa solicitva que fosse marcado de "1" a "7" meu grau de interesse nese lançamento em diversos aspectos. Obviamente coloquei "7" (extremamente interessado) em tudo. Além disso, a pesqusia solicitava que eu marcasse, em ordem de preferência, qual personagem eu gostaria que fosse lançado. As opções eram entre os "medalhões" da DC (Superman, Batman, Lanterna Verde, Flash, Mulher Maravilha, Coringa e Arqueiro Verde). Espero que essa pergunta não indique que irão lançar apenas os mais votados. Acredito que o motivo deste questionamento seja apenas uma pesquisa para previsão de quantas peças de cada um destes "medalhões" eles precisariam lançar no mercado para que não houvesse desabastecimento. A pesquisa se encerrava com um local para inserção de comentários. Aproveitei para colocar o que penso sobre o mercado brasileiro ser um grande "filão" relacionado à essa linha e escreví que o momento é agora!

Vamos às dicas...

Agora que a coleção da marvel ganha "corpo" e já temos cerca de 17 peças lançadas até o momento, "espaço" e "forma de exibir as peças" passam a ser um questão importante. Sem dúvida nenhuma a melhor forma de exibir (em minha opinião) é em estantes. Tenho em mente que estantes resistentes, integradas aos móveis da casa, com proteção de vidro na frente e iluminação direcionada na peça seria o "sonho". Porém, isso envolve custo alto. Estou atualmente juntando um pouco de dinheiro todo mês para um dia realizar esse projeto, por hora conseguí um a opção mais barata. Eu tinha uma parede de 06 metros de comprimento (acima do meu computador) vazia, sendo assim coloquei três pranchas de "MDF" espassadas uma em cima da outra, perfazendo 09 metros de estante. Isso me deu espaço para colocar minha coleção de revistas e Miniaturas em um local apenas, conforme poderá ser visto abaixo.

Parte das 03 pranchas de "MDF" que coloquei, de fora à fora, em uma parede vazia que eu tinha em casa

Essa solução, no entanto tem caráter de médio prazo, pois com o crescimento no número de miniaturas ou mesmo das revistas chegará o momento em que optarei pelas estantes. Uma dica bem interessante é utilizar estantes personalizadas. O amigo Fábio Barcellos percebeu essa necessidade e, lançando mão de sua criatividade e empreendedorismo, tem confeccionado estantes nas quais cada miniatura é exposta de forma personalizada (o espaço é personalizado à minaitura em cada nicho), com proteção de vidro e acabamento com motivos de quadrinhos. Vejam as fotos abaixo (fotos cedidas pelo Fabio).


Interessados podem falar direto com o Fabio em seu endereço no facebook (clique aqui). Essa é uma opção interessante, versátil e personalizada, além de ser algo para se mostrar com orgulho. Recentemente lí uma matéria bem interessante no Blog do Amigo Léo Radd (Submundo-HQ) sobre essa temática. Lá ele coloca várias opções de exposição das miniaturas que acredito que vale dar uma conferida (clique aqui para ver). Ainda no "verbete" dicas tive dois problemas que me parece que foi compartilhado por vários colecionadores. Primeiro uma certa instabilidade da miniatura em relação à base na qual a mesma se encontra. Esse problema foi mais sentido por mim na miniatura da Fênix. Minha dica, e que funcionou é, com ajuda de um "palito de dente", pingar uma micro-gota de Superbonder no palito, que escorrerá e se infiltrará entre o (s) pé (s) da miniatura e a base conforme você pode observar pela foto abaixo.


O 2º problema diz respeito à pequenos detalhes das miniaturas que às vezes precisam ser concertados. Exemplo: garras, asas, espada, entre outros detalhes que estão tortos. Minha dica é sempre manter à mão o instrumento abaixo: uma "pinça". Percebí que é inútil querer sempre uma entrega com miniaturas perfeitas. Claro que há defeitos e defeitos, porém pequenas coisas um pouco tortas são inerentes à própria confecção e transporte do material. Claro que não estou falando de defeitos grosseiros. Eu mesmo devolví meu Blade quando chegou com a "bainha" da espada (que fica em suas costas) quebrada. Com a pinça tenho conseguido desentortar com cuidado e facilmente pequenos detalhes da miniatura.


Por fim temos que tomar cuidado com ambientes que possuam grande variação térmica. É sabido que todo material possui um "Coeficiente de Dilatação", e isso ocorrerá também com o metal do qual as miniaturas são feitas. É possível que após um calor muito intenso o metal se dilate e, sem muito espaço para essa dilatação, apresente com o passar do tempo "trincos", "rachaduras" ou mesmo apareça, simplesmente, com um determinado membro (braço, perna ou capa) quebrado. Tentar manter as miniaturas em loca com variação dentro de limites razoáveis parece ser uma importante medida.

Disponibilizei, na caluna lateral aqui no Blog, vários links correspondentes à cada miniatura com postagem e fotos, para quando alguém quiser dar uma olhada ficar mais fácil. Se você possui alguma dica de conservação ou mesmo alguma experiência relacionada à forma de guardar ou expor a miniatura poste seu comentário pra todo mundo se beneficiar! Abraço à todos.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Zona Morta


O que você faria se soubesse com a máxima certeza, absoluta certeza, que uma determinada pessoa que você conhece, em seu futuro, estaria destinada a cometer atos extremamente violentos e cruéis contra a humanidade? Por exemplo: O que você faria se você vivesse na época em que Hitler fosse ainda um jovem, mas você soubesse, com absoluta certeza, o que ele faria no futuro? Tal certeza seria apenas sua e de mais ninguém. Em 1979 Stephen King (em sua fase mais genial em minha opinião) escreveu um livro magistral à partir desta premissa chamado "Zona Morta". Ninguém até hoje conseguiu discecar de forma tão assustadora a sociedade norte-americana como Stephen King. Em seus livros ele conseguiu mostrar o que pode se esconder abaixo do verniz da sociedade. King mostra o que há além das boas relações entre vizinhos, o que há além da vida pacata de cidades do interior americano. Porém, o faz sem perder de vista as pequenas pérolas escondidas no dia a dia, como por exemplo a "justiça", o "companheirismo" e ... até mesmo o "amor".


Em minha adolescência, esse livro (da saudosa coleção Best-Sellers da Abril Cultural) caiu em minhas mãos em 1985, a partir dalí, entendí que nem tudo é o que parece, e que é possível a existência de um mundo desconhecido próximo de nós. Zona Morta conta a história de John Smith, um jovem e poético professor. John está às portas de se lançar ao destino da grande e maciça maioria de jovens: casar com sua bela e apaixonada namorada, Sarah Bracknell e passar o resto de seus dias trabalhando e criando seus filhos. Um terrível acidente, no entanto colocaria John em coma por vários anos. Quando acorda John percebe-se em um mundo já diferente do seu e sem a possibilidade de resgatar seu amor por Sarah. O que John não sabia, ainda, é que uma habilidade extremamente nova, ou extremamente antiga, da humanidade fora acionada em sua mente, permitindo-lhe perscrutar através do tecido do espaço-tempo.


O livro é simplesmente fantástico e muito bem escrito. Stephen King havia acabado de lançar outro livro simplesmente inquietante "O Iluminado", e estava em plena forma narrativa. A história de John Smith transformou-se em filme em 1983 nas mãos do competente diretor David Cronenberg. Christopher Walken interpreta um John Smith convincente e, em minha opinião, este é um dos pontos altos de sua carreira.

Christopher Walken como John Simith
Walken consegue interpretar a dimensão da tragédia na vida de seu personagem e a estranheza que seu novo dom lhe proporciona. Suas visões são poderosas e involuntárias sendo que, cada vez que acontecem enfraquecem seu corpo. Essa dualidade entre um poder gigantesco e aterrador em um corpo cada vez mais frágil pode ser muito bem vista ao longo do filme. A triste, solitária e ao mesmo tempo forte personalidade de John deve ter sido um desafio para Christopher Walken, mas em minha opinião ele se sai muito bem. Infelizmente, talvez por escolhas indevidas para outros papéis, Walken não voltaria a alcançar essa dimensão dramática em sua vida de ator.

John Smith em uma de suas visões

Zona Morta não é simplesmente um livro ou filme de suspense ou terror, como você pode inicialmente intuir ao vê-lo perdido numa parte empoeirada de uma estante de alguma livraria ou locadora. É uma história sobre a tragédia pessoal de um homem e sua raiva diante do destino que lhe é reservado. Destaco também a trilha sonora do filme, que possui um tema central que se repete constantemente e que ambienta corretamente os sentimentos de John Smith.

O grande amor de John, Sarah Bracknell, interpretada pela atriz Brooke Adams

Todos os acontecimentos na história caminham para a ideia de que o dom de John possui uma razão maior. Sua maldição, ou dádiva, teria sido colocada alí por Deus por alguma razão que sempre lhe escapou. Esse destino é totalmente ligado à figura do candidato ao senado americano Greg Stillson. Stillson é o esteriótipo do político articulado, contumaz e arrebatador de massas. O veterano ator Martin Sheen o interpreta de forma brilhante, dando-lhe aquela característica de político insanamente verdadeiro e correto, embora falso e perigoso.

O candidato ao senado americano Greg Stillson, interpretado por Martin Sheen

Para mim Zona Morta foi um marco sobretudo pela época em que lí o livro. A adolescência traz consigo a mesma estranheza que invadiu John Smith ao se perceber com aquele estranho dom. Cheia de incertezas, possibilidades, solidão, alegrias, inadequações pessoais e esperança, é uma fase que me proporcionou grande identificação com John e sua história. Tudo isso coloca esse livro e filme em um lugar especial em minha vida, ecoando perguntas que me faço até hoje.


Encerro com a imagem de um dos poucos momentos felizes na vida de John Smith.

Abraço à todos...
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